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OS SACRAMENTOS

Os sacramentos foram instituídos por Cristo e são sete,sendo eles: o Batismo, a


Crisma ou Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a
Ordem e o Matrimônio.

Os sete sacramentos atingem todas as etapas e todos os momentos importantes


da vida do cristão: dão à vida de fé do cristão origem e crescimento, cura e
missão. Nisto existe certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da
vida espiritual. (CIC 1210)

O que é um Sacramento?
É lembrança de coisas sagradas. É um sinal, um gesto ou uma palavra que torna
perceptível, sensível, visível e audível a presença do Cristo entre nós. Os
sacramentos, como sinais visíveis, estão acessíveis à nossa humanidade atual.
Realizam eficazmente a graça que significam em virtude da ação de Cristo e pelo
poder do Espírito Santo (cf. CIC 1084).

Resumindo o pensamento da Igreja, podemos dizer que os sacramentos são


sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos
quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis sob os quais os
sacramentos são celebrados significam e realizam as graças próprias de cada
sacramento. Produzem fruto naqueles que os recebem com as disposições
exigidas.

A Igreja celebra os sacramentos como comunidade sacerdotal estruturada pelo


sacerdócio batismal e pelo dos ministros ordenados. O Espírito Santo prepara
para a recepção dos sacramentos por meio da Palavra de Deus e da fé que
acolhe a Palavra nos corações bem dispostos. Então, os sacramentos fortalecem
e exprimem a fé.

O fruto da vida sacramental é, ao mesmo tempo, pessoal e comunitário. Por um


lado, este fruto é para cada fiel uma vida para Deus em Cristo Jesus; por outro, é
para a Igreja crescimento na caridade e em sua missão e testemunho (CIC 1131
– 1134).

Os sacramentos se dividem em:


- Sacramentos de iniciação cristã: Batismo, Eucaristia e Confirmação.
- Sacramentos de cura: Penitência e Unção dos Enfermos.
- Sacramentos do serviço: Matrimônio e Ordem.

Batismo
Jesus vem ao encontro do homem com o Batismo para fazê-lo nascer para a
graça: torna visível, através de um sinal, sua dignidade de filho de Deus e
participante da vida divina, da Vida Nova trazida por Cristo. Constitui-o herdeiro
de Deus, coherdeiro com Cristo, membro vivo da Igreja, comprometido com o
Plano de Deus; torna-o participante da missão sacerdotal-profética e régia de
Cristo; infunde-lhe as sementes da Fé, Esperança e Caridade; torna o homem
templo da Santíssima Trindade. Fundamentação bíblica: Mt 3,13-17; 28, 19-20;
Jo 3, 1-8; At 8,36-37; Rm 6,3-11; Gl 3,26-27;

Crisma ou Confirmação:
O homem já adulto responde à realidade do Crescimento que acontece no
sacramento do Crisma (ou confirmação do Batismo). Com a graça especial do
Espírito Santo para que o cristão adulto possa defender sua fé; é força do
Espírito Santo para as lutas na vida, na vivência e proclamação do Plano de
Deus; força, coragem para denunciar tudo o que está contra o Projeto de Deus. É
a mesma força dos apóstolos e mártires cristãos de todos os tempos. Pelo
sacramento da Confirmação os fiéis são vinculados mais perfeitamente à Igreja,
enriquecidos de força especial do Espírito Santo, e assim mais estritamente
obrigados à fé que, como verdadeiras testemunhas de Cristo, devem difundir e
defender tanto por palavras como por obras (CIC 1285).
Fundamentação bíblica: At2,1-11; 8,14- 17;19,1-7

Eucaristia
Para sustentar a vida que lhe corre nas veias, o homem deve alimentar-se
diariamente. Assim também: para alimentar a vida divina da Graça, o cristão
necessita de um alimento adequado. Eis mais um encontro para alimentar o
amor: o sacramento da Eucaristia. Este é o sacramento através do qual Cristo
reúne os irmãos à sua mesa para alimentá-los com o néctar do Amor, onde Ele,
pessoalmente, está presente e se dá como alimento. Na Eucaristia, atualiza-se o
maior ato de amor conhecido: a doação de Cristo por nós. Dá-se como
alimento, para se tornar o amigo de qualquer hora. A Eucaristia é “fonte e ápice
de toda vida cristã” (SC 47). “Os demais sacramentos, assim como todos os
ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a
ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da
Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa”. Desta grande esperança, a dos
céus novos e da terra nova nos quais habitará a justiça (2 Pd 3,13), não temos
penhor mais seguro, sinal mais manifesto, que a Eucaristia. Com efeito, toda
vez que é celebrado este mistério, "opera-se a obra da nossa redenção" e nós
"partimos um mesmo pão, que é remédio de imortalidade, antídoto não para a
morte, mas para a vida eterna em Jesus Cristo" (Sto. Inácio de Antioquia).
Fundamentação bíblica: Jo 6,22-71; Mt 26, 26-28; Mc 14, 22-25; Lc 22, 19-20; I
Cor 11,23-25.

ALIMENTAR-SE DE CRISTO EUCARISTIA: SACRAMENTO DA CARIDADE


A Eucaristia é o sacramento da caridade e da integração cristã, onde nos
alimentamos de Cristo para vivermos como cristãos. Com a Eucaristia, somos
inseridos na comunidade do próprio sacrifício do Senhor, onde ele se faz
alimento perpetuando sacramentalmente pelos séculos o sacrifício do seu Corpo
e Sangue, até que volte de novo para consumar a história. Se usarmos a
metáfora do soldado, veremos que falta um elemento importante. Trata-se do
sustento, isto é, das condições de alimentação, pois não basta ser soldado (//
batismo), ter boas armas, ser bem treinado (// crisma), se não se é bem
alimentado e se tem boa saúde (// eucaristia). A eucaristia, como alimento
constante garante nossa saúde espiritual. A saúde cristã é baseada na
capacidade de amor e doação. Portanto, a eucaristia é o sacramento da caridade.
Sem alimentar-se de Cristo, nenhum cristão é saudável. Na relação entre
batismo e eucaristia ressalta-se o sacerdócio régio. Este sacerdócio está no ser
mais intimo de Cristo a quem somos configurados pelo banho da regeneração. O
sacerdócio régio do cristão estabelece uma participação no mesmo sacerdócio
de Cristo. O sacerdócio comum a todo o povo de Deus era uma das promessas
do Antigo Testamento: Vós sereis para mim um reino de sacerdotes, uma nação
santa (Ex 19,6). O verbo no futuro indica que a promessa se realizaria com o
advento do Messias. Já os textos do Novo Testamento usam o verbo no passado
ou no presente: Deles fizestes para nosso Deus uma realeza de sacerdotes (ap
5,10); Vós sois uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa (1Pd 2,9).

Nisto há uma reviravolta na mentalidade antiga, pois até então, o sacerdócio era
reservado a poucos e escolhidos a dedo. Só estes tinham contato e comunicação
direta com Deus. Sua função era justamente realizar o culto e transmitir os
recados para a comunidade. Por isto, estas pessoas viviam separadas. A figura
do sacerdote adquiriu uma enorme importância, pois lembrava a todos do que
tinham sido privados: a comunicação direta com Deus. Cristo nos faz todos
sacerdotes, isto é, capazes da comunicação com Deus. Esta comunicação se
realiza de forma especial na eucaristia, que constitui de forma mais plena aquela
“reunião” de membros da Igreja, onde todos exercem enquanto assembléia
litúrgica o múnus (serviço) do sacerdócio régio, povo sacerdotal. Daí, a
importância do sacerdócio ordenado ou ministerial como serviço ao sacerdócio
batismal, para pregar a Palavra e congregar, em nome de Deus, o povo
sacerdotal para o culto eucarístico sob sua presidência. Na relação entre crisma
e eucaristia, podemos focalizar o Cristo histórico, enquanto presença
transformadora no mundo, que apesar de ser Deus, teve que enfrentar as lutas e
as tentações humanas. A crisma nos ajuda viver a nossa história de acordo com
o mergulho no mistério de Cristo, e a eucaristia, ao celebrar o mistério de Cristo
de forma plena, engloba, fortalece e santifica a nossa história vivida em Cristo.
Desta forma, a iniciação cristã só pode ser realizada por estes três sacramentos,
os quais constroem a Igreja e transforma os seres humanos

O que é o Sacramento da Eucaristia?


Este sacramento faz parte do que conhecemos como sacramentos de iniciação
cristã. Juntamente com os sacramentos do batismo e da crisma ou confirmação,
o sacramento da Eucaristia compõe os sacramentos de iniciação.

Uma das necessidades vitais do homem é a alimentação. Para que


sobrevivamos, precisamos nos alimentar. Por isso, dizemos que a comida é vital,
porque diz da vida. De forma semelhante, o sacramento da Eucaristia é também
alimento, não apenas para o corpo, mas, excepcionalmente, na alma do cristão.
Com a Eucaristia, o cristão católico é nutrido com a graça divina, é alimento
amoroso, porque também nutri a caridade infundida em nossos corações.

O Catecismo da Igreja Católica vai dizer que o sacramento da Eucaristia “é fonte


e ápice de toda a vida cristã. Os demais sacramentos, assim como todos os
ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, ligam-se à Sagrada Eucaristia e a
ela se ordenam” (§1324). Dessa forma, vemos a importância desse sacramento
para a vida espiritual de todo cristão. O Catecismo vai ainda dizer: “a Eucaristia é
o resumo e a suma de nossa fé: ‘Nossa maneira de pensar concorda com a
Eucaristia, e a Eucaristia, por sua vez, confirma nossa maneira de pensar’ (§
1327).

A Eucaristia alimenta em nós a esperança de céus novos


e de uma terra nova, pelos quais habitará a justiça (cf.
2Pd 3,13).

Pão e vinho

A Eucaristia alimenta em nós a esperança de céus novos e de uma terra nova,


pelos quais habitará a justiça (cf. 2Pd 3,13). Este sacramento é o penhor mais
seguro e o sinal mais claro pelo que esperamos, a plenitude que encontraremos
no céu.

Os símbolos externos desse sacramento são o pão e o vinho, os quais são


considerados as matérias da Eucaristia, contudo, existem as palavras da
consagração ditas pelo sacerdote, que são tidas como a forma do sacramento. A
Eucaristia confere a graça que o próprio Cristo garantiu: “Quem come a minha
carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”
(cf. Jo 6,54). Este sacramento faz parte do caminhar cristão para chegar à vida
eterna com Deus.
O Senhor Jesus, na Última Ceia, instituiu a Eucaristia. Foi Deus quem quis
permanecer no nosso meio pelo sacramento Eucarístico, e assim Ele institui:

“Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo-o


abençoado, partiu-o e, distribuindo aos discípulos, disse:
‘Tomais e comei, isto é o meu corpo’. Depois, tomou um
cálice e, dando graças, deu-o a eles dizendo: ‘Bebei dele
todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da Aliança,
que é derramado por muitos para a remissão dos
pecados’” (Mt 26,26-28).

Os benefícios da Eucaristia para a vida interior


Incontáveis são os benefícios da Sagrada Eucaristia para uma vida interior em
Deus. Identificar esses favores nos tornam pessoas melhores e mais
comprometidas com o Evangelho. O Catecismo da Igreja diz que “a Eucaristia é
o memorial da Páscoa de Cristo, isto é, da obra da salvação realizada pela Vida,
Morte e Ressurreição de Cristo, obra tornada presente pela ação litúrgica” (CIC
1409).
Assim, na Eucaristia, somos convidados a participar da graça que esse
sacramento nos confere. Trata-se da salvação em Jesus Cristo pelo Mistério
Pascal que, também, nos conduz para outros benefícios em nosso interior.
O Papa Francisco, em homília na Casa de Santa Marta, afirmou que é preciso:
“guardar um pouco de silêncio para escutar a Deus que
nos fala com a ternura de um Pai e de uma Mãe”.
Pois, para ouvir essa voz terna, é imprescindível um caminho de vida interior.
Três benefícios da Eucaristia para uma vida espiritual
Diante de um mundo informatizado e de rápidas transformações, constata-se que
o homem tem se perdido, muitas vezes, no ativismo. Além disso, perde-se na
busca frenética por status, posição, poder e tantas outras realidades. Essas
situações induzem a pessoa a olharem mais para o exterior do que para o interior.
Dessa forma, percebe-se o descuido com o silêncio que nos leva à interioridade.
Esse silêncio não é simplesmente parar de falar ou evitar ruídos, mas uma
postura profunda de quem quer ouvir Aquele que muito nos tem a falar.
Na Eucaristia somos provocados a ouvir o Senhor no silêncio do nosso coração,
porque Ele quis fazer morada em nós. Com isso, na vida interior, vale recordar o
que dizia Santo Agostinho:
“Deus está acima do que em mim há de mais elevado e,
é mais interior do que aquilo que eu tenho de mais
íntimo”.
Imaginemos, portanto, a intimidade que temos ao entrarmos em comunhão com
o Corpo e Sangue de Jesus. O íntimo do nosso interior acolhe Aquele que nos é
mais íntimo do que nós somos de nós mesmos.
A Palavra diz:
“a seguir, tomou o pão, deu graças, partiu-o e lhes deu,
dizendo: ‘Isto é o Meu Corpo, que é dado por vós’” (Lucas
22,19).
Jesus, na Última Ceia com Seus discípulos, dá-nos Seu próprio Corpo e Sangue.

Eucaristia e oração
Jesus sempre mostrou o caminho da oração. Por várias vezes, Ele retirou-se
para estar com o Pai, como é narrado no Evangelho. Logo após a primeira
multiplicação dos pães, Ele “subiu à montanha, a sós, para orar. Anoiteceu, e
Jesus continuava lá sozinho” (Mateus 14, 23). Assim, na vida interior em Deus, é
importante compreendermos que a oração é “a elevação da alma a Deus ou o
pedido a Deus dos bens convenientes” (CIC 2559). Ou seja, orar é colocar-se
na presença do Senhor; é estar, ouvir, falar e deixar-se envolver por Ele.
Dessa forma, a participação na Eucaristia nos beneficia na vivência interior da
oração, pois a alma se eleva diante de um Deus que é próximo. Essa experiência
acontece num espaço concreto e real, que é na Igreja. O Catecismo nos diz que
“a Eucaristia é o coração e o cume da vida da Igreja, porque nela Cristo associa
a sua Igreja e todos os seus membros, ao Seu sacrifício de louvor e de ação de
graças, oferecido ao Pai uma vez por todas na Cruz; por este sacrifício, Ele
derrama as graças da salvação sobre o seu corpo, que é a Igreja” (CIC 1407).
Assim, na Eucaristia, somos beneficiados com o melhor lugar para nos
encontrarmos com Deus, o nosso coração. Que bom será quando todos tiverem
a clareza de Santa Teresinha do Menino Jesus que diz:
“A oração é um impulso do coração, é um simples olhar
lançado ao Céu, um grito de reconhecimento e amor no
meio da provação ou no meio da alegria” (CIC 2558).
Porque a oração na vida interior tem como reflexo: o amor e a alegria.

Eucaristia e a santificação
São João Paulo II, na sua Encíclica Ecclesia de Eucharistia diz: “A Igreja vive da
Eucaristia”. Dessa forma, os que vivem na Eucaristia caminham na Igreja num
processo de santificação e de profunda vida interior. A esse respeito é importante
dizer que a Eucaristia é fonte de santidade e vida.
A Bíblia nos ensina em I João 2,6 que:
“aquele que afirma permanecer n’Ele deve viver como Ele
viveu”.
Viver como Jesus, pensar como Jesus, falar como Jesus é buscar ser
semelhante a Ele. Assim, seguir os passos de Cristo só é possível por Sua graça,
já que “tudo o que Cristo viveu foi para que pudéssemos viver n’Ele e para que
Ele vivesse em nós.
Nós somos chamados a ser uma só coisa com Ele. Ele nos faz partilhar como
membros de Seu corpo, de tudo o que Ele, por nós e como nosso modelo, viveu
em Sua carne” (CIC 521). Portanto, façamos nossa parte e estejamos unidos a
Cristo na Eucaristia, em comunhão com Seu Corpo e Sangue que nos santifica.
Os benefícios de santificação pela Eucaristia são diários, já que, “tendo Cristo
passado deste mundo ao Pai, dá-nos na Eucaristia o penhor da glória junto d’Ele:
a participação no Santo Sacrifício nos identifica com o seu coração, sustenta as
nossas forças ao longo da peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna
e nos une já à Igreja do Céu, à Santíssima Virgem e a todos os santos” (CIC
1419).
Portanto, Jesus pela Sua Paixão, Morte e Ressurreição nos deu a salvação. Em
vista disso, podemos alcançar todos os benefícios que a Eucaristia nos concede
diariamente. Ao participarmos de tão grande mistério de doação total de Deus ao
homem, vivemos uma verdadeira vida interior e, assim, poderemos dar frutos de
santidade.

O caminho espiritual

Nós não somos acostumados a pensar que, quando Deus criou todas as coisas,
Ele não as criou do nada e as deixou sozinhas. Não era possível tirar alguma
coisa do nada absoluto e deixá-la existindo sem uma força que a mantivesse
existindo. Deus era o único que estava na existência e, Ele, não tinha matéria.

Portanto, para a primeira coisa permanecer na existência, Ele precisou e precisa


mantê-la na existência. Assim se fez desde a primeira, até a última coisa criada.
E essa obra de criação está acontecendo até hoje. Cada vez que existe
a fecundação de um óvulo, por um espermatozoide, Deus cria do nada uma nova
alma. A nossa alma é mantida na existência por Deus, exatamente como ocorre
com as coisas. Somente que, em nossa alma, Ele a mantém de um modo todo
especial: habitando nela. Toda a Santíssima Trindade habita em nós!

O primeiro ente, na escala natural, que é capaz de ouvir a Deus e ter


um relacionamento com Ele, somos nós. Ele nos chama todos os dias para
participarmos da Vida d’Ele. Nós não conseguimos O ouvir, por conta do pecado
original e dos nossos pecados e paixões. Esses tantos pecados nos torna cegos
e surdos à presença e à voz de Deus em nossa vida.

Em Gênesis está claro como Deus se comunicava conosco antes do pecado


original. Era um relacionamento direto e claro.

Uma vida plena de oração


Como fomos nos afastando d’Ele, Ele passou a se revelar a nós para nos ajudar.
Revela-se a nós tanto pelas Escrituras, como no coração do homem. Fez mais, o
Verbo se fez carne e habitou entre nós! (Jo 1, 14). Ele mesmo, como pessoa,
resolveu transmitir- se pessoalmente! Ao se revelar, Jesus deu-Se de modo que
fosse possível fazer uma experiência com Ele. É mais do que entender o que Ele
está querendo dizer, permanecer em Sua Palavra é o mesmo que permanecer
Nele!

Ele comunica-Se conosco falando em nosso interior, que é onde Ele habita. E
essa experiência só é possível com uma vida de oração: como Maria que estava
aos pés de Jesus, ao contrário de Marta que trabalhava bastante pelos outros,
mas não se colocava aos pés do Mestre (cf.: Lc 10, 38-42).

Tudo o que Jesus ouviu do Pai, Ele nos deu a conhecer no Novo Testamento. E
para entender o que o Senhor nos revelou, precisamos abandonar o pecado,
praticar as virtudes, pedir a graça da fé e meditar na Palavra de Deus. Esse foi o
caminho que viemos comentando até aqui.

Devido a nossa natureza decaída, Jesus redistribuiu as graças de Deus, pelos


méritos de Sua morte. E, por meio de Sua natureza humana, voltamos a merecer
Suas Graças.

Ele ressuscitou e está fisicamente presente, em algum lugar do universo,


distribuindo Suas graças para toda a humanidade. Toda e qualquer graça nós
recebemos pela humanidade de Cristo.

Isso tudo para nos facilitar o acesso as coisas espirituais. A encarnação foi para
nos dar mais facilmente essas coisas e Sua morte e ressurreição para que O
amássemos mais.

Com uma só palavra, Jesus poderia liberta-se imediatamente de todos os


flagelos pelo qual passou. Mas Ele fez o contrário, aguentou uma flagelação
maior do que as outras sem dizer nenhuma palavra. Era tudo para nos provar o
tanto que nos ama. Na história humana, não teve nenhum outro relato de alguém
que tenha sofrido tanto por outra pessoa, especialmente por alguém que, por
muitas vezes, nem lhe queria bem.

Instituição da Eucaristia
Porém, Ele fez algo a mais e tão espetacular quanto a Sua morte e ressurreição.
Ele fez-se ainda mais próximo! Ele, na última ceia, instituiu e nos deu a Eucaristia,
pois até ali, éramos servos. Na instituição da Eucaristia, nos tornamos seus
amigos, porque não tem maior amor do que dar a própria vida pelos seus amigos
(cf.: Jo 15, 13).

Quando o pão é tornado o Corpo de Cristo, ali não está uma cópia do Corpo de
Cristo, e sim o Seu próprio Corpo ressuscitado. Assim acontece, também, com o
vinho, que é o próprio Sangue de Cristo. É um toque que fazemos no Corpo
ressuscitado de Cristo. Exatamente no mesmo Corpo ressuscitado, e que está,
também, ali no pão consagrado. Ali estão o Corpo, a Alma e a Divindade de
Cristo.

O efeito próprio da Eucaristia é o de levar o amor ao ato, o amor de união. E,


esse amor nos dá uma castidade infusa imbatível em pouquíssimos dias!
Recebemos todas as virtudes infusas de uma só vez!

Ele quer que creiamos nisso tudo, o que já terá sido um efeito da Sua graça e,
com isso, O amemos com fé.

Eucaristia: a ligação entre nós e Deus


Se nos aproximamos com fé e devoção da Eucaristia, assim como aquela
mulher que padecia de um fluxo de sangue, e uma força vinda de Jesus a curou,
também, uma força sairá da Eucaristia e nos dará uma força de amor. Uma força
para levar o nosso amor ao ato. Não é somente um amor para a cura física, mas
antes, uma força para nos fazer amar mais e melhor e a ter uma proximidade
ainda maior do Senhor.

Cada vez que fazemos isso, nós nos aproximamos ainda mais do Senhor. Muito
melhor que somente por meio da oração, com a repetição da Eucaristia, será
cada vez mais claro a nossa comunhão com Deus.

Porém, há algo muito importante: é preciso estar em estado de graça! Caso


contrário, não funciona como estamos descrevendo.

Eucaristia é um momento de fé
A experiência de fé que fazemos com a Eucaristia, precisamos repetir em oração
pessoal. Escolha um momento durante o dia para se unir a Cristo pela fé, em
oração, procurando sentir a mesma presença de Cristo, ainda que mais suave.
Estando em estado de graça, pela fé, é possível sentir a presença de Cristo que
habita em nós e nos sustenta na existência. A Eucaristia é o meio de
aprendermos a fazer isso.

Peça o dom da fé todos os dias! Para pedir já é preciso crer e, para crer é
preciso pedir. É passar de uma fé menor, para uma maior.

Na mesma proporção que o coração for percebendo e sentindo cada vez mais
esse crescer da fé, é necessário reservar mais e mais tempo para a oração.
Crescer cada vez mais nessa experiência e intimidade com Nosso Senhor Jesus
Cristo.

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