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O que é um Sacramento?
É lembrança de coisas sagradas. É um sinal, um gesto ou uma palavra que torna
perceptível, sensível, visível e audível a presença do Cristo entre nós. Os
sacramentos, como sinais visíveis, estão acessíveis à nossa humanidade atual.
Realizam eficazmente a graça que significam em virtude da ação de Cristo e pelo
poder do Espírito Santo (cf. CIC 1084).
Batismo
Jesus vem ao encontro do homem com o Batismo para fazê-lo nascer para a
graça: torna visível, através de um sinal, sua dignidade de filho de Deus e
participante da vida divina, da Vida Nova trazida por Cristo. Constitui-o herdeiro
de Deus, coherdeiro com Cristo, membro vivo da Igreja, comprometido com o
Plano de Deus; torna-o participante da missão sacerdotal-profética e régia de
Cristo; infunde-lhe as sementes da Fé, Esperança e Caridade; torna o homem
templo da Santíssima Trindade. Fundamentação bíblica: Mt 3,13-17; 28, 19-20;
Jo 3, 1-8; At 8,36-37; Rm 6,3-11; Gl 3,26-27;
Crisma ou Confirmação:
O homem já adulto responde à realidade do Crescimento que acontece no
sacramento do Crisma (ou confirmação do Batismo). Com a graça especial do
Espírito Santo para que o cristão adulto possa defender sua fé; é força do
Espírito Santo para as lutas na vida, na vivência e proclamação do Plano de
Deus; força, coragem para denunciar tudo o que está contra o Projeto de Deus. É
a mesma força dos apóstolos e mártires cristãos de todos os tempos. Pelo
sacramento da Confirmação os fiéis são vinculados mais perfeitamente à Igreja,
enriquecidos de força especial do Espírito Santo, e assim mais estritamente
obrigados à fé que, como verdadeiras testemunhas de Cristo, devem difundir e
defender tanto por palavras como por obras (CIC 1285).
Fundamentação bíblica: At2,1-11; 8,14- 17;19,1-7
Eucaristia
Para sustentar a vida que lhe corre nas veias, o homem deve alimentar-se
diariamente. Assim também: para alimentar a vida divina da Graça, o cristão
necessita de um alimento adequado. Eis mais um encontro para alimentar o
amor: o sacramento da Eucaristia. Este é o sacramento através do qual Cristo
reúne os irmãos à sua mesa para alimentá-los com o néctar do Amor, onde Ele,
pessoalmente, está presente e se dá como alimento. Na Eucaristia, atualiza-se o
maior ato de amor conhecido: a doação de Cristo por nós. Dá-se como
alimento, para se tornar o amigo de qualquer hora. A Eucaristia é “fonte e ápice
de toda vida cristã” (SC 47). “Os demais sacramentos, assim como todos os
ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a
ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da
Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa”. Desta grande esperança, a dos
céus novos e da terra nova nos quais habitará a justiça (2 Pd 3,13), não temos
penhor mais seguro, sinal mais manifesto, que a Eucaristia. Com efeito, toda
vez que é celebrado este mistério, "opera-se a obra da nossa redenção" e nós
"partimos um mesmo pão, que é remédio de imortalidade, antídoto não para a
morte, mas para a vida eterna em Jesus Cristo" (Sto. Inácio de Antioquia).
Fundamentação bíblica: Jo 6,22-71; Mt 26, 26-28; Mc 14, 22-25; Lc 22, 19-20; I
Cor 11,23-25.
Nisto há uma reviravolta na mentalidade antiga, pois até então, o sacerdócio era
reservado a poucos e escolhidos a dedo. Só estes tinham contato e comunicação
direta com Deus. Sua função era justamente realizar o culto e transmitir os
recados para a comunidade. Por isto, estas pessoas viviam separadas. A figura
do sacerdote adquiriu uma enorme importância, pois lembrava a todos do que
tinham sido privados: a comunicação direta com Deus. Cristo nos faz todos
sacerdotes, isto é, capazes da comunicação com Deus. Esta comunicação se
realiza de forma especial na eucaristia, que constitui de forma mais plena aquela
“reunião” de membros da Igreja, onde todos exercem enquanto assembléia
litúrgica o múnus (serviço) do sacerdócio régio, povo sacerdotal. Daí, a
importância do sacerdócio ordenado ou ministerial como serviço ao sacerdócio
batismal, para pregar a Palavra e congregar, em nome de Deus, o povo
sacerdotal para o culto eucarístico sob sua presidência. Na relação entre crisma
e eucaristia, podemos focalizar o Cristo histórico, enquanto presença
transformadora no mundo, que apesar de ser Deus, teve que enfrentar as lutas e
as tentações humanas. A crisma nos ajuda viver a nossa história de acordo com
o mergulho no mistério de Cristo, e a eucaristia, ao celebrar o mistério de Cristo
de forma plena, engloba, fortalece e santifica a nossa história vivida em Cristo.
Desta forma, a iniciação cristã só pode ser realizada por estes três sacramentos,
os quais constroem a Igreja e transforma os seres humanos
Pão e vinho
Eucaristia e oração
Jesus sempre mostrou o caminho da oração. Por várias vezes, Ele retirou-se
para estar com o Pai, como é narrado no Evangelho. Logo após a primeira
multiplicação dos pães, Ele “subiu à montanha, a sós, para orar. Anoiteceu, e
Jesus continuava lá sozinho” (Mateus 14, 23). Assim, na vida interior em Deus, é
importante compreendermos que a oração é “a elevação da alma a Deus ou o
pedido a Deus dos bens convenientes” (CIC 2559). Ou seja, orar é colocar-se
na presença do Senhor; é estar, ouvir, falar e deixar-se envolver por Ele.
Dessa forma, a participação na Eucaristia nos beneficia na vivência interior da
oração, pois a alma se eleva diante de um Deus que é próximo. Essa experiência
acontece num espaço concreto e real, que é na Igreja. O Catecismo nos diz que
“a Eucaristia é o coração e o cume da vida da Igreja, porque nela Cristo associa
a sua Igreja e todos os seus membros, ao Seu sacrifício de louvor e de ação de
graças, oferecido ao Pai uma vez por todas na Cruz; por este sacrifício, Ele
derrama as graças da salvação sobre o seu corpo, que é a Igreja” (CIC 1407).
Assim, na Eucaristia, somos beneficiados com o melhor lugar para nos
encontrarmos com Deus, o nosso coração. Que bom será quando todos tiverem
a clareza de Santa Teresinha do Menino Jesus que diz:
“A oração é um impulso do coração, é um simples olhar
lançado ao Céu, um grito de reconhecimento e amor no
meio da provação ou no meio da alegria” (CIC 2558).
Porque a oração na vida interior tem como reflexo: o amor e a alegria.
Eucaristia e a santificação
São João Paulo II, na sua Encíclica Ecclesia de Eucharistia diz: “A Igreja vive da
Eucaristia”. Dessa forma, os que vivem na Eucaristia caminham na Igreja num
processo de santificação e de profunda vida interior. A esse respeito é importante
dizer que a Eucaristia é fonte de santidade e vida.
A Bíblia nos ensina em I João 2,6 que:
“aquele que afirma permanecer n’Ele deve viver como Ele
viveu”.
Viver como Jesus, pensar como Jesus, falar como Jesus é buscar ser
semelhante a Ele. Assim, seguir os passos de Cristo só é possível por Sua graça,
já que “tudo o que Cristo viveu foi para que pudéssemos viver n’Ele e para que
Ele vivesse em nós.
Nós somos chamados a ser uma só coisa com Ele. Ele nos faz partilhar como
membros de Seu corpo, de tudo o que Ele, por nós e como nosso modelo, viveu
em Sua carne” (CIC 521). Portanto, façamos nossa parte e estejamos unidos a
Cristo na Eucaristia, em comunhão com Seu Corpo e Sangue que nos santifica.
Os benefícios de santificação pela Eucaristia são diários, já que, “tendo Cristo
passado deste mundo ao Pai, dá-nos na Eucaristia o penhor da glória junto d’Ele:
a participação no Santo Sacrifício nos identifica com o seu coração, sustenta as
nossas forças ao longo da peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna
e nos une já à Igreja do Céu, à Santíssima Virgem e a todos os santos” (CIC
1419).
Portanto, Jesus pela Sua Paixão, Morte e Ressurreição nos deu a salvação. Em
vista disso, podemos alcançar todos os benefícios que a Eucaristia nos concede
diariamente. Ao participarmos de tão grande mistério de doação total de Deus ao
homem, vivemos uma verdadeira vida interior e, assim, poderemos dar frutos de
santidade.
O caminho espiritual
Nós não somos acostumados a pensar que, quando Deus criou todas as coisas,
Ele não as criou do nada e as deixou sozinhas. Não era possível tirar alguma
coisa do nada absoluto e deixá-la existindo sem uma força que a mantivesse
existindo. Deus era o único que estava na existência e, Ele, não tinha matéria.
Ele comunica-Se conosco falando em nosso interior, que é onde Ele habita. E
essa experiência só é possível com uma vida de oração: como Maria que estava
aos pés de Jesus, ao contrário de Marta que trabalhava bastante pelos outros,
mas não se colocava aos pés do Mestre (cf.: Lc 10, 38-42).
Tudo o que Jesus ouviu do Pai, Ele nos deu a conhecer no Novo Testamento. E
para entender o que o Senhor nos revelou, precisamos abandonar o pecado,
praticar as virtudes, pedir a graça da fé e meditar na Palavra de Deus. Esse foi o
caminho que viemos comentando até aqui.
Isso tudo para nos facilitar o acesso as coisas espirituais. A encarnação foi para
nos dar mais facilmente essas coisas e Sua morte e ressurreição para que O
amássemos mais.
Instituição da Eucaristia
Porém, Ele fez algo a mais e tão espetacular quanto a Sua morte e ressurreição.
Ele fez-se ainda mais próximo! Ele, na última ceia, instituiu e nos deu a Eucaristia,
pois até ali, éramos servos. Na instituição da Eucaristia, nos tornamos seus
amigos, porque não tem maior amor do que dar a própria vida pelos seus amigos
(cf.: Jo 15, 13).
Quando o pão é tornado o Corpo de Cristo, ali não está uma cópia do Corpo de
Cristo, e sim o Seu próprio Corpo ressuscitado. Assim acontece, também, com o
vinho, que é o próprio Sangue de Cristo. É um toque que fazemos no Corpo
ressuscitado de Cristo. Exatamente no mesmo Corpo ressuscitado, e que está,
também, ali no pão consagrado. Ali estão o Corpo, a Alma e a Divindade de
Cristo.
Ele quer que creiamos nisso tudo, o que já terá sido um efeito da Sua graça e,
com isso, O amemos com fé.
Cada vez que fazemos isso, nós nos aproximamos ainda mais do Senhor. Muito
melhor que somente por meio da oração, com a repetição da Eucaristia, será
cada vez mais claro a nossa comunhão com Deus.
Eucaristia é um momento de fé
A experiência de fé que fazemos com a Eucaristia, precisamos repetir em oração
pessoal. Escolha um momento durante o dia para se unir a Cristo pela fé, em
oração, procurando sentir a mesma presença de Cristo, ainda que mais suave.
Estando em estado de graça, pela fé, é possível sentir a presença de Cristo que
habita em nós e nos sustenta na existência. A Eucaristia é o meio de
aprendermos a fazer isso.
Peça o dom da fé todos os dias! Para pedir já é preciso crer e, para crer é
preciso pedir. É passar de uma fé menor, para uma maior.
Na mesma proporção que o coração for percebendo e sentindo cada vez mais
esse crescer da fé, é necessário reservar mais e mais tempo para a oração.
Crescer cada vez mais nessa experiência e intimidade com Nosso Senhor Jesus
Cristo.