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A Profundidade da Ceia do Senhor: Um Banquete de Comunhão e

Reflexão
Introdução:
Queridos irmã os e irmã s em Cristo, a paz do Senhor esteja convosco.
Hoje nos reunimos para refletir sobre um dos momentos mais
sagrados e significativos da nossa fé cristã : a Ceia do Senhor.
Este é um momento especial em que nos lembramos do sacrifício de
Jesus na cruz e celebramos a comunhã o que temos com Ele e uns com
os outros. Vamos mergulhar mais profundamente nesta experiência
ú nica que o Senhor nos concedeu.
I. O Fundamento Bíblico:
A Ceia do Senhor tem suas raízes nas Escrituras Sagradas. No Novo
Testamento, encontramos relatos nos Evangelhos e nas epístolas que
descrevem como Jesus instituiu este sacramento durante a Ú ltima
Ceia (Mateus 26:26-28; Marcos 14:22-24; Lucas 22:19-20).
O apó stolo Paulo também fornece instruçõ es detalhadas sobre a
celebraçã o da Ceia na sua primeira carta aos Coríntios (1 Coríntios
11:23-26).
Assim, percebemos que a prá tica da Ceia do Senhor é uma ordenança
divina, um mandamento deixado por nosso Senhor para ser
observado pela sua igreja.
II. O Simbolismo Profundo:
Ao participarmos da Ceia do Senhor, somos convidados a refletir
sobre o simbolismo presente nesse ato.
O pã o representa o corpo de Cristo que foi dado por nó s, enquanto o
cá lice representa o seu sangue derramado para a remissã o dos nossos
pecados.
É um ato simbó lico que nos lembra do sacrifício supremo de Jesus, o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Cada elemento nos
chama à humildade, gratidão e arrependimento.
Lutero e a consubstanciação

A doutrina da transubstanciaçã o tem sua irmã gêmea no conceito de


consubstanciaçã o. Esse segundo modo de interpretar a ceia do Senhor
foi proposto inicialmente por Martinho Lutero (1483-1546).

Ele rejeitou a transubstanciaçã o por considerá -la uma doutrina


irracional e também condenou o ensino de que o sacrifício de Cristo
se repete na eucaristia.

Porém, Lutero nã o via possibilidade de interpretar a fó rmula “Isto é o


meu corpo” de outro modo que não fosse o literal.

Por isso, propô s que mesmo o pã o continuando a ser pã o e o vinho


continuando a ser vinho, a presença física de Cristo é real na ceia,
sendo seu corpo recebido por todos os participantes da mesa do
Senhor.

Para Lutero, portanto, o corpo de Cristo estava nos elementos e com


os elementos, sem que o pã o e o vinho se transformassem em carne e
sangue.

Assim, por propor que na ceia a substância dos elementos é


recebida pelo crente junto com a substância do corpo físico do
Senhor, a doutrina ensinada pelo reformador recebeu
posteriormente o nome de consubstanciação.
Zwinglio é acusado em todos os lugares de mero memorialista.
Segundo a Bíblia de Estudo de Genebra, “Zwinglio negou que o Cristo
glorificado, agora no céu, esteja presente de qualquer modo que
palavras tais como “corporalmente”, “fisicamente” ou “localmente”
possam sugerir.”.
Para Zwinglio, os elementos da ceia mostram que ele está ausente.
As palavras da instituiçã o “isto é o meu corpo”, o verbo “é” nã o quer
dizer “é”, mas “significa”, assim como ele nã o queria dizer que era
verdadeiramente uma porta em João 10.9.
Os crentes recebem Cristo, mas nã o o comem.
Zwinglio entendia a eucaristia como memorial, como sendo “culto
de comemoraçã o pelo qual a igreja proclamava sua aliança com
Cristo”.
Enquanto Lutero enfatizava o “este é”, Zwinglio ressaltava o “fazei
isto”.
Zwinglio cria que sinal e coisa significada nã o sã o a mesma coisa.
O sinal é o pã o e a coisa significada é o corpo de Cristo. As duas coisas
nã o sã o a mesma coisa.

A concepçã o acerca da ceia conhecida como presença espiritual foi


ensinada pelo grande reformador francês João Calvino (1509-1564).
Seu conceito quanto à mesa do Senhor é que nã o se trata de um ritual
em que o corpo de Cristo está presente de alguma maneira física,
como ensinam os cató licos e os luteranos.

Para Calvino, a ceia é um sacramento em que a carne e o sangue do


Salvador estã o espiritualmente presentes, sendo exibidos nos
elementos, de modo que os que participam do pã o e do cá lice
alimentam-se em espírito do pró prio Senhor.
III. Comunhão e Unidade:
Ao participarmos juntos da Ceia do Senhor, expressamos nossa
comunhã o nã o apenas com Cristo, mas também uns com os outros.
A mesa do Senhor é um lugar de reconciliaçã o e unidade.
Antes de participarmos, Paulo nos adverte a examinar nossos
coraçõ es e a nos reconciliarmos com nossos irmã os (1 Coríntios
11:28-29).
Essa comunhã o reflete o amor de Cristo em nossa vida e fortalece os
laços fraternos na igreja.
IV. A Antecipação da Ceia Celestial:
A Ceia do Senhor é uma antecipaçã o do banquete celestial que
teremos com Cristo na gló ria. Jesus disse que nã o beberia novamente
do fruto da videira até que o bebesse de novo no Reino de Deus
(Lucas 22:18).
Assim, cada vez que participamos da Ceia, estamos olhando para
frente, aguardando o dia em que estaremos face a face com o nosso
Salvador.
Conclusão:
Queridos irmã os, a Ceia do Senhor é mais do que um simples ritual; é
um encontro divino que nos leva à adoraçã o, reflexã o e comunhã o.
Ao partilharmos do pã o e do cá lice, somos lembrados do imenso amor
de Deus revelado em Jesus Cristo.
Que este momento fortaleça nossa fé, nos una como corpo de Cristo e
nos prepare para o banquete eterno na presença do Senhor. Amém.

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