Você está na página 1de 2

CAPÍTULO XXXII

DO ESTADO DO HOMEM DEPOIS DA MORTE E DA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS

I. Os corpos dos homens, depois da morte, convertem-se em pó e vêm a


corrupção; mas as suas almas (que nem morrem nem dormem), tendo uma
substância imortal, voltam imediatamente para Deus que as deu.

As almas dos justos, sendo então aperfeiçoadas na santidade, são recebidas no


mais alto dos céus onde vêm a face de Deus em luz e glória, esperando a plena
redenção dos seus corpos; e as almas dos ímpios são lançadas no inferno, onde
ficarão, em tormentos e em trevas espessas, reservadas para o juízo do grande dia
final. Além destes dois lugares destinados às almas separadas de seus respectivos
corpos as Escrituras não reconhecem nenhum outro lugar.

A morte física.
O Criador do homem, revelado nas Escrituras Sagradas, impôs a morte como sentença
punitiva, prevista no pacto de obras, caso o homem o quebrasse. Tal pacto, embora firmado
com Adão, incluía nele a humanidade, o tronco original de todos os seres humanos e todas as
raças (Gn 2. 16,17; Gn 3. 17-19).

Como o Criador retirou da terra o homem, fá-lo retornar a ela pela morte; porém, a
promessa da graça é a retirá-lo do domínio dos poderes mortais por meio da ressurreição;
bênção que será concedida somente ao eleito e justificado em e por Cristo Jesus. Todos os
seres humanos, até o fim da presente ordem, experimentarão a morte física. Os justos, porém,
cujas almas são levadas para o seio de Abraão, isto é, para a proteção de Deus, aguardam em
conforto e relativa glória o juízo final.

Os injustos, sobre os quais as Escrituras silenciam quase completamente, também


ressuscitarão, mas para o juízo eterno. A morte vence-os, já no estado intermediário, e suas
almas destinam-se ao Hades (Lc 16. 19-31), lugar em que as ausências da luz, da vida, da
paz, da graça e das misericórdias divinas, submetem-nos a uma condição permanente de
angústia inenarrável (Lc 16. 23,24).

As Escrituras desconhecem lugares intermediários, criados pela dogmática romana,


como o “Limbo”, para as crianças que morrem sem batismo; “Purgatório”, para as almas
que, em vida, cometeram apenas pecados veniais.

Ao partirem desta vida, dizimados pela morte, os justos têm dois destinos: seus corpos
retornam ao pó e seus espíritos voltam para Deus (Ec 12. 7). Os ímpios também estão
sob dupla destinação: seus físicos vão para a sepultura e suas almas são lançadas no Hades
(Lc 16. 19-31). O estado intermediário, de justos e injustos desencarnados, durará até a
ressurreição geral e o juízo final, quando então se definirá a situação de cada seguimento da
raça humana: os que creram em Cristo e os que dele descreram.
A fé e a incredulidade determinam o estado do homem na vida além-túmulo: Os crentes
em Cristo gozarão as bênçãos da vida eterna; os ateus, as maldições eternas.

Gênesis 3:19; Atos 13:36; Lucas 23:43; Eclesiastes 12:7; Apocalipse 7:4, 15; II
Coríntios 5: 1, 8; Filipenses 1:23; Atos 3:21; Efésios 4:10; Romanos 5:23; Lucas
16:25-24.

II. No último dia, os que estiverem vivos não morrerão, mas serão mudados; todos
os mortos serão ressuscitados com os seus mesmos corpos e não outros, posto
que com qualidades diferentes, e ficarão reunidos às suas almas para sempre.

I Tess. 4:17; I Cor. 15:51-52, e 15:42-44.

III. Os corpos dos injustos serão pelo poder de Cristo ressuscitados para a desonra,
os corpos dos justos serão pelo seu Espírito ressuscitados para a honra e para
serem semelhantes ao próprio corpo glorioso dele.

Atos 24:15; João 5:28-29; Filipenses 3:21.

Você também pode gostar