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O estilo de vida dos salvos – (I Pedro 1.

13-25)
Deus nos salvou para a santidade. Salvou-nos do pecado, e
nã o no pecado. Salvou-nos das paixõ es e da futilidade da vida, e
nã o para vivermos outra vez nessas prá ticas.
Aqueles que têm um encontro com Deus receberam uma nova
vida e devem viver em novidade de vida. O apóstolo Pedro
relaciona salvação e santidade.
Apó s o louvor a Deus pelas bênçã os da salvaçã o, Pedro volta
sua atençã o para as implicações da salvação.
Em virtude do que Deus fez por nó s, devemos viver de modo
digno da nossa vocaçã o.
Concordo com Holmer quando ele diz: “Somente é possível
desafiar pessoas para uma conduta consagrada se elas já
nasceram de novo”.
O texto em estudo nos apresenta três aspectos desse estilo de
vida dos salvos: viver em santidade, viver com reverência e
viver em amor.
Os salvos devem viver em santidade (1.13-16)
O apó stolo Pedro conecta a salvaçã o com a santidade no
versículo 13, quando inicia o pará grafo: Por isso…
Em virtude do que Deus fez por nó s, devemos viver de modo
digno dessa salvaçã o.
A dádiva graciosa da salvação em Cristo deve levar-nos a
uma conduta ajustada e compatível.
A doutrina desemboca na ética. A teologia produz vida.
No propó sito de perseguirmos a santidade, três verdades
devem ser observadas.
Em primeiro lugar, a preparação para a santidade (1.13).
A santificaçã o é um processo que começa na conversã o e
termina na glorificaçã o. Nessa jornada, três atitudes precisam
ser tomadas:
1. Prepare sua mente. Por isso, cingindo o vosso
entendimento(1.13a).
O que Pedro está dizendo é: Não permita que qualquer coisa
atrapalhe seu entendimento.
“Cingir o entendimento” significa, entã o, “pensar em algo e
tirar as conclusõ es apropriadas”.
Em outras palavras, “tendo em mente o que foi dito, tirem as
implicaçõ es para a vida”.
Quem busca a santificação não pode se dispersar com muitas
preocupações e devaneios. Sua mente precisa ser firme na
Palavra de Deus, para compreender os preceitos divinos.
Concordo com William Barclay no sentido de que nã o podemos
nos contentar com uma fé medíocre e negligente, sem
profundidade e sem reflexã o.
2. Mantenha-se sóbrio. sede sóbrios(1.13b).
Essa exortaçã o foi repetida três vezes nesta epístola (1.13; 4.7;
5.8). A palavra grega nefontes significa domínio próprio,
especialmente com relaçã o à bebida alcoó lica.
E uma exortaçã o dirigida contra qualquer embriaguez por
á lcool ou de modo geral contra qualquer tipo de êxtase dos
sentidos.
Ser só brio é estar no pleno domínio de sua capacidade
racional. Aqueles que se entregam à embriaguez nã o têm a
mente disposta para Deus.
Também significa ser calmo, estável, controlado; ponderar as
coisas. A mente deve estar livre de precipitaçã o ou confusã o;
deve rejeitar a tentaçã o de ser influenciada por bebidas e
drogas intoxicantes. Deve permanecer alerta.
3. Espere na graça. e esperai inteiramente na graça que vos
está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo (1.13c).
Diante das perseguiçõ es e dos sofrimentos pelos quais os
cristã os estavam passando, Pedro os encoraja a olharem para
frente, para a recompensa futura, para a segunda vinda de
Cristo, para a gló ria que os aguardava, a plenitude sua salvaçã o.
A palavra grega elpisate é uma forma verbal de elpis,
“esperança”. O objeto da esperança é a graça que nos está
sendo trazida.
O salvo olha para o passado e contempla a cruz, onde seus
pecados foram cancelados.
Olha para o futuro e contempla a graça que está sendo
preparada para a segunda vinda de Cristo.
Na cruz fomos justificados; na segunda vinda seremos
glorificados. Entre a cruz e a coroa, entre o sofrimento do
Calvá rio e a gló ria da parousta, devemos esticar o pescoço e
ficar na ponta dos pés esperando inteiramente na graça que
nos está sendo trazida na segunda vinda de Cristo.
Em segundo lugar, o perigo à santidade. Como filhos da
obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis
anteriormente na vossa ignorância (1.14).
Aqui temos uma advertência. “Filhos da obediência” é um
linguajar semita. Significa algo como “pessoas que sã o
cunhadas integralmente pela obediência”.
Fomos salvos para a obediência, por isso os salvos sã o filhos
obedientes. Como os filhos herdam a natureza dos pais,
precisamos viver em santidade, pois nosso Pai é santo.
Como filhos obedientes, nã o podemos retroceder nem cair nas
mesmas prá ticas indecentes que marcavam nossa conduta
quando vivíamos prisioneiros do pecado.
Naquele tempo, os desejos e as paixõ es constituíam o esquema
determinante da nossa vida e a nossa norma de conduta.
É incoerente, incompatível e inconcebível um salvo
amoldar-se à s paixõ es de sua velha vida.
O salvo é nova criatura.
Em terceiro lugar, o imperativo da santidade. Pelo contrário,
segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos
também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque
escrito está: Sede santos, porque eu sou santo (1.15,16). Aqui
temos uma exortaçã o e uma confirmaçã o.
Três verdades são aqui destacadas:
1. A santidade é imperativa porque o Deus que nos chama é
santo. O termo grego hagios referente a Deus traz a ideia de
“separado”.
Deus nos chama para sermos seus filhos e refletirmos seu
cará ter. Nã o fomos destinados apenas para a gló ria, mas para
sermos semelhantes ao Rei da gló ria.
Fomos chamados para sermos coparticipantes da natureza
divina.
2. A santidade é imperativa porque precisa abranger todas
as áreas da nossa vida.
Nenhum aspecto da nossa vida está excluído desse imperativo
divino. Todo o nosso procedimento deve resplandecer o
cará ter de Deus, a santidade daquele que nos chamou do
pecado para a salvaçã o.
Tornar-se santo inclui ambas as noçõ es sobre santidade: o
elemento de separaçã o, em distinçã o ao profano, e o elemento
ético ou moral."
3. A santidade é imperativa porque é uma clara exigência
das Escrituras.
Pedro citou Levítico 11.44 para sustentar seu argumento:
“Sereis santos, porque eu sou santo”.
Mueller diz que o apelo à palavra de Deus serve para ratificar
com autoridade o que foi dito.
Pedro nã o baseia sua exortaçã o em seus pró prios
pensamentos, mas na palavra de Deus.
Concordo com Warren Wiersbe quando diz que a Palavra
revela a mente de Deus, de modo que devemos aprendê-la;
revela o coraçã o de Deus, de modo que devemos amá -la; e
revela a vontade de Deus, de modo que devemos obedecê-la.
O ser como um todo, a mente, o coraçã o e a voliçã o — precisa
ser controlado pela Palavra de Deus.

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