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Pergunta 72.

O que é fé
justificadora?
R. A fé justificadora é uma graça salvadora produzida no coração do
pecador pelo Espírito e pela Palavra de Deus, pela qual ele —
convicto do seu pecado e miséria e da incapacidade de ser
restaurado da sua condição de perdido, tanto por si mesmo quanto
pelas demais criaturas — não apenas crê na verdade da promessa do
evangelho como também recebe e descansa em Cristo e na Sua
justiça, ali ofertada, para o perdão dos pecados e para ser aceito e
considerado justo à vista de Deus, para a salvação.
 
Referências bíblicas:
• Hb 10.39. A fé justificadora é uma graça salvadora.
• 2Co 4.13; Ef 1.17-19. O Espírito Santo de Deus produz a fé justificadora no coração do
pecador.
• Rm 10.14, 17. O Espírito Santo usa a Palavra de Deus, isto é, a mensagem do
evangelho, para produzir a fé justificadora.
• At 2.37-38; At16.30-31; Rm 5.6. Aquele em quem operou a fé justificadora reconhece
que é incapaz de salvar a si mesmo e que ninguém mais o pode salvar, exceto Cristo.
• Ef 1.13. Crer na verdade da promessa do evangelho é um elemento da fé justificadora.
• Jo 1.12. É pela fé justificadora que se recebe e se descansa em Cristo e na Sua justiça
como a base para o perdão de pecados.
• Fp 3.9. É pela fé justificadora que se recebe e se descansa em Cristo e na Sua justiça
como a base para ser aceito e considerado justo à vista de Deus, para a salvação.
PODE A PALAVRA, OU O ESPÍRITO, PRODUZIR
SOZINHA A FÉ JUSTIFICADORA NO CORAÇÃO
DE ALGUÉM?
• Não. A fé justificadora só pode ser produzida pela ação
conjunta da Palavra e do Espírito. A mensagem da Palavra,
ou do evangelho, sem o Espírito Santo pode resultar em
algum tipo de fé, mas não na fé justificadora.
• Onde a Palavra não é conhecida, como entre os pagãos que
jamais ouviram o nome de Cristo, o Espírito Santo não realiza
obra de salvação (exceto, talvez, no caso dos que morrem na
infância etc.).
QUANDO DEUS PRODUZ A FÉ JUSTIFICADORA NO
CORAÇÃO DO PECADOR, QUAIS SÃO OS QUATRO FATOS
DOS QUAIS ELE SE CONVENCE?
• (a) Ele se convence da sua condição pecaminosa. (b) Ele se
convence da sua miséria.
• (c) Ele se convence da impossibilidade de salvar a si mesmo
do pecado e miséria. (d) Ele se convence da incapacidade de
qualquer um outro, exceto o Deus onipotente, salvá-lo do
pecado e miséria.
É SUFICIENTE ACEITAR-SE A PROMESSA
DO EVANGELHO COMO VERDADEIRA?
• Não. Pode-se aceitar a promessa do evangelho como
verdadeira e ainda não ser um cristão salvo. Temos
indispensavelmente que “receber e descansar em Cristo e na
Sua justiça” etc.
• 
QUE OUTROS TIPOS DE FÉ EXISTEM
ALÉM DA FÉ JUSTIFICADORA?
• Além da fé justificadora há também (a) a fé histórica e
(b) a fé temporária.
O QUE É A “FÉ HISTÓRICA”?
• É apenas crer em Jesus Cristo como uma personagem histórica,
exatamente como acreditamos em Pedro Álvares Cabral ou em Dom
Pedro II.
• Quem tem fé histórica acredita que Jesus Cristo viveu, disse, fez
algumas coisas e foi crucificado; pode até acreditar que Ele
ressuscitou dos mortos e subiu ao céu, mas para ele isso não passa de
informação acumulada, pois não deposita nenhuma confiança pessoal
em Cristo como o seu Salvador.
SÓ A “FÉ HISTÓRICA” PODE SALVAR?
• Não. Lemos em Tiago 2.19 que os demônios possuem esse tipo de fé,
mas que isso não os salva; fá-los apenas tremer de medo.
O QUE É A “FÉ TEMPORÁRIA”?
• Esse é um tipo de fé que, a primeira vista, se assemelha à verdadeira
fé salvadora, mas é apenas temporária e logo desaparece por não
estar radicada num novo coração. Tomamos conhecimento desse tipo
de fé pela parábola do semeador.
• É muito comum a fé temporária resultar de “avivamentos” onde há
muita agitação e provocam-se ao extremo as emoções das pessoas
que se “convertem”, mas que depois retornam ao seu modo
pecaminoso de vida e perdem o interesse na religião.
COMO É POSSÍVEL DISTINGUIR ENTRE A “FÉ
TEMPORÁRIA” E A FÉ JUSTIFICADORA?
• O único modo correto de se distinguir entre as duas é pela prova do
tempo. Com o passar do tempo a fé verdadeira vigora e cresce, a fé
temporária murcha e morre.
• Quando a fé de alguém parece surgir em sua maior parte da
empolgação emocional, é possível compreendermos que ela talvez
não seja a verdadeira fé salvadora, mas apenas a fé temporária.
Pergunta 75. O que é a santificação?
• R. A santificação é uma obra da graça de Deus, pela qual aqueles a quem
Ele escolheu antes da fundação do mundo para serem santos são, no
tempo devido — pela operação poderosa do Seu Espírito ao aplicar-lhes a
morte e a ressurreição de Cristo — renovados em toda a sua humanidade
à imagem de Deus; têm as sementes do arrependimento para a vida e
recebem em seus corações todas as demais graças salvadoras que são
estimuladas, aumentadas e fortalecidas para que eles morram mais e
mais para o pecado e ressuscitem em novidade de vida.
Referências bíblicas
• Ef 1.4; 1Co 6.11-12; 1Ts 2.13. Aqueles a quem Deus escolheu antes da fundação do
mundo para serem santos são, no tempo devido, santificados pela operação
poderosa do Seu Espírito Santo.
• Rm 6.4. O Espírito Santo aplica a morte e a ressurreição de Cristo aos crentes para
sejam santificados.
• Ef 4.23-24. A santificação abrange a renovação integral do homem à imagem de
Deus.
• At 11.18; 1Jo 3.9. Na santificação, as “sementes” ou as raízes do arrependimento e
todas as demais graças salvadoras são plantadas no coração do crente.
• Jd 20; Hb 6.11-12; Ef 3.16-19; Cl 1.10-11. Na santificação, as graças que foram
plantadas no coração do crente são estimuladas, aumentadas e fortalecidas.
• Rm 6.4, 6, 14; Gl 5.24. A santificação faz o crente, cada vez mais, morrer para o
pecado e viver em justiça.
POR QUE SE CHAMA A SANTIFICAÇÃO DE UMA OBRA,
E NÃO DE UM ATO, DA LIVRE GRAÇA DE DEUS?

• Porque, diferentemente da justificação e da adoção, a santificação não


é um ato, mas um processo.
• A justificação e a adoção são atos instantâneos, realizados de uma vez
para sempre num ponto do tempo, mas a santificação é um processo
para a vida inteira; inicia-se na hora em que a pessoa é regenerada e
vai até o momento da sua morte, quando a alma adentra o estado de
glória.
QUAIS SÃO OS DOIS TIPOS DE SANTIFICAÇÃO
DE QUE FALA O NOVO TESTAMENTO?
• (a) Ele fala daquilo que se pode chamar de uma santificação de
posição ou de privilégios externos. Esse tipo de santificação é
mencionado em I Coríntios 7.14 e compreende certas bênçãos e
privilégios espirituais, mas não abrange necessariamente a salvação
de quem está assim “santificado”.
• (b) Ele fala da santificação pessoal, ou da santificação de um caráter
transformado e piedoso. Essa santificação pessoal é mencionada em I
Coríntios 6.11. Quem é assim santificado é salvo e herdeiro da vida
eterna.
QUAL É O PODER QUE ESTÁ
ENVOLVIDO NA OBRA DA
SANTIFICAÇÃO?
• O poder onipotente de Deus Espírito Santo.
QUE SENTIDO HÁ EM DIZER QUE OS SANTIFICADOS
SÃO “RENOVADOS EM TODA A SUA HUMANIDADE”?
• Isso quer dizer, antes de tudo, que a santificação envolve o corpo e a
alma, como mostra I Tessalonicenses 5.23. Segundo, que a
santificação não se limita a uma única função ou parte da vida da
alma, mas abrange tudo: a mente, ou intelecto; as emoções, ou
sentimentos; e a vontade, ou poder de decisão.
• 
QUAIS SÃO HOJE OS DOIS ERROS
COMUNS RELATIVOS À
SANTIFICAÇÃO?
• (a) O erro denominado de antinomianismo, que nega que o crente
esteja obrigado a observar a lei moral de Deus. Esse erro,
obviamente, torna a santificação desnecessária.
• (b) O erro chamado de perfeccionismo, também denominado de
“santificação total” e de “perfeição sem pecado”, o qual ensina que a
santificação não é um processo, mas um ato que pode ser
consumando num momento exato do curso da vida presente, após o
qual a pessoa está “totalmente santificada”.
PERGUNTA 76. O QUE É ARREPENDIMENTO PARA A VIDA?

• R. O arrependimento PARA A VIDA é uma graça salvadora operada no


coração do pecador pelo Espírito e pela Palavra de Deus, pelos quais,
ele, ao ver e sentir não somente o perigo mas também a imundície e
a odiosidade dos seus pecados e ao compreender a misericórdia de
Deus em Cristo para com os que se arrependem, aflige-se pelos seus
pecados e os abomina de tal modo que os deixa totalmente e volta-se
para Deus, esforçando-se e propondo-se constantemente a andar
com Deus em todos os caminhos da nova obediência.
REFERÊNCIAS BÍBLICAS
• 2Tm 2.25. O arrependimento para a vida é uma graça salvadora ou um dom de Deus.
• At 11.18-21. O arrependimento para a vida é operado no coração do pecador pelo Espírito
Santo e pela Palavra de Deus.
• Lc 15.17-18; Os 2.6-7. No verdadeiro arrependimento o pecador tem plena consciência do
perigo do seu pecado.
• Ez 36.31; Is 30.22. O pecador verdadeiramente arrependido não está apenas consciente do
perigo, mas também da imundície e da odiosidade dos seus pecados.
• Joel 2.12-13. No verdadeiro arrependimento há sempre uma compressão da misericórdia de
Deus, que perdoa em Cristo aos que se arrependem.
• Jr 31.18-19. O verdadeiramente arrependido sente profunda tristeza por causa do pecado.
• At 26.18; Ez 14.6; 1Rs 8.47-48. O verdadeiro arrependimento faz o pecador abandonar os seus
pecados e voltar-se para Deus.
• 2Rs 23.25. O arrependimento autêntico envolve o propósito sincero de uma nova obediência
à vontade de Deus.
 POR QUE O CATECISMO DIZ “ARREPENDIMENTO PARA
A VIDA” E NÃO, SIMPLESMENTE, “ARREPENDIMENTO”?
• Porque existe um outro tipo de arrependimento que não é para a vida.
Lemos que “Judas, (…) arrependido (…) retirou-se e foi-se enforcar” (Mt
27.3-5, ARC). Esse falso arrependimento é também chamado de “a
tristeza do mundo” (2Co 7.10) em contraste com o verdadeiro
arrependimento, ou a “tristeza segundo Deus”.
• Lemos nesse texto que “a tristeza do mundo produz morte”, isso significa
que não é “arrependimento para a vida”, mas “arrependimento para a
morte”, porque dele resulta não a vida eterna, mas a morte eterna.
É BASTANTE PARA ALGUÉM
COMPREENDER O PERIGO DOS SEUS
PECADOS?
• Não. É claro que o temor do castigo de Deus tem parte em trazer
pessoas à salvação por Cristo, mas temor somente não basta.
Quem crer só por causa do medo do inferno jamais será um
verdadeiro crente.
• Devemos lamentar os nossos pecados não apenas por causa dos
sofrimentos e miséria que eles trazem sobre nós; temos de
abandonar os nossos pecados porque é errado pecar, não apenas
porque é perigoso.
DE QUE MODO PODEMOS VERIFICAR A
AUTENTICIDADE DO NOSSO ARREPENDIMENTO?
• Não é seguro confiarmos totalmente em nossos
sentimentos, pois são demasiadamente enganosos. O único
teste confiável para qualquer experiência religiosa é os seus
frutos. Se o nosso arrependimento conduz ao propósito e ao
esforço para viver uma vida nova e melhor, podemos crer
que seja o arrependimento cristão genuíno, ou o
“arrependimento para a vida”.
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