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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Ensino a Distancia

Cuamba/Niassa

Primeiro Trabalho de Campo da Disciplina de Fundamentos de Teologia Católica


Curso de Administração Pública, 2° Ano

Tema:

A PALAVRA DE DEUS, FUNDAMENTO DA NOSSA FÉ CRISTA.

Docente:

Discente:

Cuamba, Outubro de 2022


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Ensino a Distancia

Cuamba/Niassa
Primeiro Trabalho de Campo da Disciplina de Fundamentos de Teologia Católica
Curso de Administração Pública, 2° Ano

Tema:

A PALAVRA DE DEUS, FUNDAMENTO DA NOSSA FÉ CRISTA

Discente:

Trabalho de Fundamentos de Teologia Católica submetido

ao Instituto de Ensino a Distancia da Universidade Católica

de Moçambique,

Cuamba, Outubro de 2022


Índice
1. Introdução..........................................................................................................................2
1.1. A palavra de Deus..........................................................................................................3
1.2. O Concílio Vaticano II e o seu enquadramento.............................................................4
1.3. Algumas considerações teológicas em torno da Palavra................................................6
1.4. Fundamento da nossa Fé crista......................................................................................7
1.4.1. Fundamento................................................................................................................7
1.4.2. A divindade de Cristo.................................................................................................8
1.4.3. Salvação pela graça....................................................................................................8
1.4.4. Salvação somente por Jesus Cristo.............................................................................8
1.4.5. A ressurreição de Cristo.............................................................................................9
1.4.6. O Evangelho...............................................................................................................9
1.4.7. Monoteísmo................................................................................................................9
1.4.8. A Santa Trindade......................................................................................................10
2. Conclusão.........................................................................................................................12
3. Referência Bibliográfica..................................................................................................13
1. Introdução
A palavra de Deus é, assim, primeiro a palavra que Deus dirige aos homens, para se tornar logo a
palavra com que o homem se atreve a falar a Deus. Não fora pela palavra de Deus, e a celebração
não passaria de palavroso discurso humano. É a Palavra de Deus que convoca e edifica a
comunidade celebrante, permitindo ao mesmo tempo que esta se dirija a Deus, louvando-O e
bendizendo-O por todas as maravilhas por ele operadas.

Nesta ordem de ideias, o presente trabalho tem como tema a palavra de Deus, fundamento da
nossa fé crista, visando compreender na sua profundidade e desvendar alguns ministérios que a
circundam, e tem os seguintes tópicos A palavra de Deus, O Concílio Vaticano II e o seu
enquadramento, Algumas considerações teológicas em torno da Palavra , Fundamento da nossa
Fé crista, A divindade de Cristo, Salvação pela graça, Salvação somente por Jesus Cristo, A
ressurreição de Cristo, O Evangelho, Monoteísmo, A Santa Trindade.

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1.1. A palavra de Deus
A palavra de Deus é o ponto de partida de toda a liturgia: ela congrega o povo na assembleia
celebrante, ilumina-o e fá-lo crescer na fé, revela-lhe cada vez mais o mistério que constitui o
objecto da celebração, oferece-lhe as palavras nas quais o próprio Deus é escutado e com as quais
o povo responde ao Senhor que lhe falou, inspira-lhe a oração e dá-lhe o sentido cristão dos
sinais. A palavra de Deus é, assim, primeiro a palavra que Deus dirige aos homens, para se tornar
logo a palavra com que o homem se atreve a falar a Deus. Não fora pela palavra de Deus, e a
celebração não passaria de palavroso discurso humano. É a Palavra de Deus que convoca e
edifica a comunidade celebrante, permitindo ao mesmo tempo que esta se dirija a Deus,
louvando-O e bendizendo-O por todas as maravilhas por ele operadas. É a partir da Palavra
escutada e da experiência da sua actuação na vida de cada crente, a qual acontece de modo
particular na celebração litúrgica, que a comunidade cristã se vai apercebendo de que aquela
permanece actual e actuante, como ao longo de toda a historia salutis. (CHAUVET, 140)

Os benefícios da restauração da Palavra, porém, estendem-se para além do contexto litúrgico. É


comum encontrarmos vários grupos que desenvolveram métodos de oração a partir da escuta da
Palavra, reabilitando importantes métodos de oração e meditação a partir do texto bíblico, como
por exemplo a Lectio Divina. Estas práticas têm sido portadoras de uma imensa fecundidade e
transformação evangélica na vida das comunidades cristãs.

Nas palavras de Enzo Bianchi, depois de um exílio secular, a Palavra de Deus retorna ao seu
lugar central na vida da Igreja Católica e isso é um facto incontestável.

A utilização da palavra “exílio”, talvez tida como exagerada por alguns, pretende caracterizar um
período histórico onde, de facto, a presença da Palavra de Deus se cingia a alguns lugares
específicos, omitindo a centralidade da sua proclamação, leitura e comentário, o que impediu
muitas vezes o acesso de todos os crentes ao manancial de riquezas nela contidas. Os fenómenos
que enquadram esta relegação são de vária ordem, assim como aqueles que contribuíram para
uma ulteriora revalorização da Palavra de Deus, como veremos ao longo deste primeiro capítulo,
permitindo que esta reouvesse o seu lugar central na experiência de fé da Igreja. Esta
movimentação, manifesta nas mais distintas áreas eclesiais, desde a práxis pastoral ao
pensamento teológico, é concomitantemente verificável no enriquecimento e fortalecimento da
experiência de fé de cada crente em particular.
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A sua recepção contribuiu para uma mais profícua experiência cristã fundada na Palavra de Deus,
manifestada numa radicação da experiência litúrgica nessa mesma Palavra, assim como no
enriquecimento da experiência pessoal crente ao redescobrir no encontro pessoal com esta
Palavra, que é Cristo, um dos seus principais alimentos (CHAUVET, 140).

A revalorização da Palavra de Deus na vida de cada crente, e da Igreja no seu conjunto, encontra-
se também presente no movimento bíblico, encetado no princípio do século XX. Já mencionámos
alguns dos condicionalismos históricos que foram relegando a Sagrada Escritura para um plano
secundário, ou então restringindo o seu acesso à totalidade dos cristãos. Porém, o afastamento
referido tem também como causa a emergência de uma nova compreensão da própria Sagrada
Escritura. O entendimento que se estabeleceu aquando da Reforma protestante e a possibilidade
de interpretação pessoal da Bíblia, tal como proposta por Martinho Lutero, levou a uma cisão
entre a Palavra de Deus escrita e o Magistério eclesial, atestado pela Tradição e pela sucessão
apostólica, mas não reconhecido pelo monge alemão. Como forma de evitar os perigos
manifestos desta compreensão, a Igreja Católica proibiu a leitura descontextualizada da Sagrada
Escritura, exigindo a sua interpretação segundo a Tradição eclesial. Dado o parco conhecimento
da língua latina, com o passar dos séculos, a impossibilidade do acesso de cada fiel à Sagrada
Escritura foi aumentando, ficando a experiência de fé restringida à prática sacramental e aos
exercícios de piedade. O Movimento bíblico surge, então, com o intuito de reabilitar a Sagrada
Escritura também como fonte de espiritualidade, reaproximando-a da vida de cada crente, ainda
que vinculando sempre a sua leitura e interpretação ao magistério eclesial e à Tradição
(CHAUVET, 142).

1.2. O Concílio Vaticano II e o seu enquadramento


Ainda que reconhecendo o Concílio Vaticano II como um dos concílios na história da Igreja que
mais se debruçou sobre a Palavra de Deus, retirando daí relevantes consequências para a vida
eclesial, é importante atentar que estas são fruto de um conjunto de movimentos que precedem
este mesmo Concílio e que lhe ofereceram a reflexão e o aprofundamento necessários nesta
matéria, permitindo as posições nele patentes. É este Concílio que vem reafirmar a posição de
destaque que esta questão haveria de ocupar no seio da Igreja, apresentando a Palavra de Deus
como viva e verdadeira, escrita, consagrada pelo Espírito Santo, e devolvendo-a à vida comum
dos cristãos. Claro que a sua presença sempre foi tida como fundamental na e para a vida eclesial,

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contudo, o seu acesso estava vedado a muitos, e a sua leitura reservada a clérigos e especialistas.
Por um lado, era exigida a utilização da tradução latina, a única autorizada; por outro, eram
exigidos conhecimentos teológicos para a sua leitura e compreensão. Assim, a verdadeira
transformação manifestou-se na possibilidade do contacto directo de todos os crentes com a
Sagrada Escritura; Enzo Bianchi considera esta revalorização como a mais “Epifânia” de todas as
novidades conciliares. São notórias as consequências que esta transformação teve nos vários
domínios da vida eclesial, dos quais a liturgia se constitui como um exemplo claro. O movimento
litúrgico, cujo desenvolvimento precede o Concílio Vaticano II, tem em si uma inspiração
profundamente bíblica, manifesta no próprio documento conciliar consagrado à liturgia. Desde a
linguagem ao canto, vários são os aspectos que nos indicam a unidade patente entre a
revalorização da Palavra de Deus na vida eclesial e o desejo de renovação da vida litúrgica da
própria Igreja.

Uma das transformações mais relevantes, e cujos frutos são especialmente manifestos, é a
centralidade outorgada à Palavra de Deus e ao seu lugar no contexto da experiência pessoal de fé
de cada crente e no contexto da experiência celebrativa comunitária. Esta nova centralidade é
enquadrada por este movimento litúrgico, encetado no final do século XIX, o qual não pode ser
compreendido isoladamente, mas acompanhado pelos restantes movimentos seus
contemporâneos: bíblico, patrístico e ecuménico.

A presença da Palavra de Deus, tal como pedida pelo próprio Concílio Vaticano II, tem-se
estendido a todas as formas celebrativas, tendo um papel fundamental na reelaboração dos livros
rituais. Atentemos como a celebração dos sacramentos e sacramentais estão hoje impregnados da
Palavra de Deus, não só na sua presença explícita (aquando da proclamação do Evangelho, ou de
alguma leitura que enquadra determinado rito sacramental – como acontece, por exemplo, no
novo ritual para a administração do sacramento da Penitência ou do Baptismo18), mas de igual
forma implícita, pois que as orações propostas são também elas elaboradas a partir da Sagrada
Escritura, tornando transversal, a todos os elementos que compõem as celebrações litúrgicas, uma
mesma linguagem, que é a Palavra do próprio Deus, já que “as Escrituras são a Palavra fundadora
da própria liturgia”. Para FRANÇOIS CASSINGENA TRÉVEDY, qualquer acto litúrgico que
não comportasse uma “liturgia da Palavra” seria uma autêntica monstruosidade.

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A relação entre Sagrada Escritura e liturgia torna-se por demais evidente na articulação desejada
entre lex orandi e lex credendi. Nos primeiros séculos, as assembleias litúrgicas eram o lugar
onde o anúncio da Ressurreição se perpetuava, permitindo que se desenvolvessem as tradições
evangélicas, ulteriormente passadas a escrito e consagradas como Palavra de Deus escrita e
canonicamente fixada. “Esta passagem a escrito traduz, concomitantemente, o desejo de manter,
em tempo de crise, a comunicação da memória cultual, protegendo a ortodoxia contra a heresia”.
O próprio corpus paulino evidencia a prioridade da prática ritual e litúrgica, a fim de encontrar
nela a norma para a regulação da prática sacramental. Esta relação permite também estabelecer
uma estreita ligação entre Sagrada Escritura e Tradição, tal como explanada na Constituição
Dogmática Dei Verbum. Mais do que dois conceitos autónomos, estes são dois requisitos por
meio dos quais a Palavra ecoa hoje de forma viva na Igreja e, por meio dela, no mundo.

1.3. Algumas considerações teológicas em torno da Palavra

Sabendo que a transformação das concepções teológicas não acontece de forma sistemática, ou
seja, como resultado exclusivo dos pronunciamentos feitos pelos documentos magisterais, é
manifesta a importância que estes têm no desenvolvimento teológico eclesial. Atentamos, porém,
que a reflexão teológica é muitas vezes anterior aos pronunciamentos considerados definitivos,
explorando tantas vezes o caminho que permite os avanços ulteriormente denotados nos
documentos oficiais. Assim, se alguns dos aprofundamentos teológicos acerca da Palavra de
Deus, da sua relação com a experiência litúrgica das comunidades cristãs e da sua pertinência na
espiritualidade cristã, quer pessoal, de cada cristão, quer eclesial, entendida na sua dimensão
comunitária, resultam das linhas orientadoras provindas da reflexão eclesial “oficial”, há um
percurso simultâneo (e, muitas vezes, anterior) que, pressupondo a autonomia do pensamento
teológico, procura aprofundar a fé eclesial, tornando-se pioneiro em determinadas propostas
teológicas que depois são, ou não, incluídas nos próprios documentos, quando se coadunam com
a experiência de Fé, tal como experimentada pelo corpo eclesial. Consagraremos este ponto à
exploração de algumas questões teológicas que, apesar de procedentes deste percurso por nós
explanado, e ao mesmo tempo presentes em alguns dos documentos analisados no ponto anterior,
têm a sua história própria, como vimos explicitando, naquela que é a busca por um
aprofundamento cada vez maior das realidades da fé. Dada a relevância de várias matérias para a
compreensão do tema a que nos propusemos, indagaremos primeiramente acerca da relação

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existente entre a Palavra de Deus e a liturgia eclesial que, como demonstrado no ponto anterior,
se encontra presente nos documentos magisteriais analisados. Escolhemos, para desenvolvimento
posterior, dois temas que nos parecem relevantes, no quadro da teologia hodierna, para uma
reflexão teológica que procura entrecruzar a Palavra de Deus e a celebração litúrgica eclesial – o
âmbito sacramental da Palavra e a sua dimensão performativa - e que já se encontram, de forma
latente, na Constituição Dogmática Dei Verbum e, de forma patente, na Exortação Apostólica
Verbum Domini.

1.4. Fundamento da nossa Fé crista

1.4.1. Fundamento

Deus é quem escolheu Jesus Cristo como o fundamento da vida espiritual (Isaías 28.16). O
fundamento da vida espiritual não é um credo feito por homens, uma denominação ou por uma
cerimónia religiosa. O Fundamento é Jesus Cristo. Muitos crentes professos tentam edificar
grandes estruturas espirituais de Cristianismo em suas vidas. Eles se envolvem nos programas da
Igreja e fazem muitas boas obras. A aparência exterior de seus edifícios espirituais é muito boa.
Mas depois sua construção começa a rachar e a entrar em colapso. Eles ficam desencorajados,
derrotados e caem em pecado. Isto acontece porque eles estão tentando edificar sobre o
fundamento errado. Assim como um bom fundamento é necessário para sustentar
apropriadamente um edifício no mundo natural, o fundamento espiritual correcto também é
necessário para sustentar o edifício de sua vida espiritual (1 Coríntios 3.11-13). Todas as assim
chamadas “obras cristãs” serão testadas por Deus. A estrutura de sua vida espiritual será
examinada para determinar se ela está edificada sobre o fundamento apropriado. O único
fundamento da vida espiritual que permanecerá é aquele que está edificado sobre Jesus Cristo.

São considerados fundamentos da nossa fé crista:

 divindade de Cristo;

 a salvação pela graça;

 a salvação somente por meio de Jesus Cristo;

 a ressurreição de Cristo;

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 o Evangelho;

 o monoteísmo;

 Santíssima Trindade.

1.4.2. A divindade de Cristo

De forma simples, Jesus é Deus. Embora Jesus nunca diga directamente “Eu sou Deus” nas
Escrituras, Ele deixa muito claro para aqueles ao seu redor, especialmente os fariseus e saduceus,
que é Deus. João 10:30 diz: “Eu e o Pai somos um.” Jesus estava reivindicando a divindade e,
curiosamente, não negou ser Deus. Outro exemplo é João 20:28, quando Tomé diz: “Senhor meu
e Deus meu!” Novamente, Jesus não o corrige dizendo que não é Deus. Há muitos outros
exemplos que podemos encontrar nas Escrituras sobre o lugar de direito de Jesus no céu.

1.4.3. Salvação pela graça

Somos todos pecadores separados de Deus e merecedores do castigo eterno por nossos pecados.
A morte de Jesus na cruz pagou pelos pecados da humanidade, dando-nos acesso ao céu e um
relacionamento eterno com Deus. Deus não precisava fazer isso por nós, mas nos ama tanto que
sacrificou o Seu único Filho. Isso é graça, e é definitivamente um favor imerecido. As Escrituras
nos dizem: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;
não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9). Não há nada que possamos fazer para
ganhar o favor de Deus ou ter acesso ao céu sem a Sua graça (DIAS, 1971).

1.4.4. Salvação somente por Jesus Cristo

Uma pergunta verdadeiramente provocativa a ser feita a alguém pode ser “Todos os caminhos
levam a Deus?” A verdade é que todos os caminhos levam a Deus. Eventualmente, todos nós
estaremos diante de Deus quando morrermos, não importa qual seja a nossa fé. É lá que seremos
julgados pelo que fizemos ou deixamos de fazer enquanto estávamos vivos e se Jesus Cristo é o
Senhor de nossas vidas. Para a maioria das pessoas, esta será uma ocasião terrível, pois a maioria
não O conhecerá ou será conhecida por Ele. Para essas pessoas, o inferno será o destino final. No
entanto, Deus em Sua misericórdia forneceu a todos nós o único meio de salvação por meio do
Seu Filho, Jesus Cristo. Atos 4:12 nos diz que “não há salvação em nenhum outro; porque abaixo
do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos
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salvos.” Esta passagem fala do nome de Jesus e Seu poder salvador. Outro exemplo é encontrado
no livro de João. Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai
senão por mim” (João 14:6). Ninguém entra no céu a não ser pela fé na obra salvadora do Senhor
Jesus Cristo em seu favor (DIAS, 1971).

1.4.5. A ressurreição de Cristo

Talvez nenhum outro evento na Bíblia, além da aparição de Jesus aqui na terra e subsequente
morte na cruz, seja tão significativo para a fé cristã quanto a ressurreição. Por que esse evento é
significativo? A resposta está no fato de que Jesus morreu e depois de três dias voltou à vida e
ressuscitou para reaparecer aos Seus seguidores em forma corpórea. Jesus já havia demonstrado a
Sua capacidade de ressuscitar outros, como o Seu amigo Lázaro. Mas agora Deus Pai O
ressuscitou para mostrar Seu poder e glória impressionantes. Este fato surpreendente é o que
separa a fé cristã de todas as outras. Todas as outras religiões são baseadas em obras ou em uma
divindade ou pessoa impotente. Os líderes de todas as outras religiões morrem e permanecem
mortos. A fé cristã é baseada em Cristo crucificado e ressuscitado para a vida. “E, se Cristo não
ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé” (1 Coríntios 15:14). Por fim, negar a
ressurreição corporal de Cristo (João 2:19-21) é negar que a obra de Jesus aqui na terra foi uma
oferta satisfatória a Deus pelos pecados da humanidade.

1.4.6. O Evangelho

Em 1 Coríntios 15:1-4, Paulo explica o que é o evangelho e quão importante é abraçá-lo e


compartilhá-lo com os outros. Ele lembra aos coríntios o evangelho que pregou entre eles: “...
que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou
ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” Esta é a essência do evangelho. Paulo também nos
adverte para sermos cautelosos com os muitos “falsos evangelhos” que estão sendo oferecidos
aos incautos: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá
além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se
alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gálatas 1:8-9).
O puro evangelho de Jesus Cristo—Sua morte na cruz pelos pecadores e sua ressurreição para a
vida eterna—é central para a fé cristã (OLIVEIRA, 2012).

1.4.7. Monoteísmo
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Há apenas um Deus. Êxodo 20:3 afirma muito poderosamente: “Não terás outros deuses diante
de mim.” O monoteísmo é a crença de que há apenas um Deus para ser adorado e servido. “Vós
sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, o meu servo a quem escolhi; para que o saibais, e me
creiais, e entendais que sou eu mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de
mim nenhum haverá” (Isaías 43:10). Aqui vemos que devemos “crer” e “entender” que Deus vive
e é um. Um cristão saberá que existe apenas um Deus, o Deus da Bíblia. Todos os outros
“deuses” são falsos e não são deuses. “Porque, ainda que há também alguns que se chamem
deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós
há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus
Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele” (1 Coríntios 8:5-6).

1.4.8. A Santa Trindade

Embora o conceito de um “Deus três em um” não seja representado por um único versículo ou
passagem, ele é descrito com frequência em toda a Escritura. Se olharmos para Mateus 28:19,
vemos o versículo chamando a Trindade: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
baptizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Embora este versículo mencione
todas as três Pessoas do Deus trino, não as chama de Trindade. Então, para entender a doutrina da
Santíssima Trindade, devemos olhar para a “totalidade” das Escrituras e extrair dela a definição.
Em 1 Coríntios 12:4-6, vemos como isso se encaixa: “Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é
o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas
realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.” Novamente, vemos todas as três
Pessoas sendo representadas, mas não intituladas como a Santíssima Trindade (OLIVEIRA,
2012).

Finalmente, os fundamentos do cristianismo não estariam completos sem o ingrediente que une
tudo – a fé. “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não
veem” (Hebreus 11:1). Como cristãos, vivemos por esse versículo com o entendimento de que
acreditamos em um Deus que não podemos ver. Entretanto, vemos a Sua obra em nossas vidas e
ao nosso redor em Sua criação. Fazemos tudo isso por meio da fé porque sabemos que a fé agrada
a Deus. “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hebreus
11:6).
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O livro dos Actos dos Apóstolos fala da história de um homem que ouviu falar da fama de Jesus e
veio de longe, apesar sua deficiência, para ser curado por Ele. Quando chegou não encontrou o
homem de que tantos falavam, e soube que tinha sido morto. Como não tinha dinheiro para voltar
à sua casa, era posto todos os dias à porta do Templo para pedir esmola e juntar dinheiro para
regressar à sua terra. Num desses dias, Pedro e João entravam no Templo e disseram a este
homem: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho te dou. Em nome de Jesus Cristo levanta-te
e anda” (Actos 3:6). Os sacerdotes condoeram-se muito porque tinham conhecimento que estes
homens haviam estado com Jesus, e agora ensinavam e curavam no Seu nome. Quando você está
com Jesus fica diferente, as suas palavras e o brilho dos seus olhos são diferentes (OLIVEIRA,
2012).

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2. Conclusão

Após a realização do presente trabalho podemos concluir que o Fundamento é Jesus Cristo.
Muitos crentes professos tentam edificar grandes estruturas espirituais de Cristianismo em suas
vidas. Eles se envolvem nos programas da Igreja e fazem muitas boas obras. A aparência exterior
de seus edifícios espirituais é muito boa. Mas depois sua construção começa a rachar e a entrar
em colapso.

E a palavra de Deus é o ponto de partida de toda a liturgia: ela congrega o povo na assembleia
celebrante, ilumina-o e fá-lo crescer na fé, revela-lhe cada vez mais o mistério que constitui o
objecto da celebração, oferece-lhe as palavras nas quais o próprio Deus é escutado e com as quais
o povo responde ao Senhor que lhe falou, inspira-lhe a oração e dá-lhe o sentido cristão dos
sinais. A palavra de Deus é, assim, primeiro a palavra que Deus dirige aos homens, para se tornar
logo a palavra com que o homem se atreve a falar a Deus.

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3. Referência Bibliográfica

OLIVEIRA, A., “O Concílio da Palavra de Deus”, in D. ZANON (org.), Vaticano II: 50 anos, 50
olhares, Paulus Editora, Lisboa, 2012.
https://www.gotquestions.org/Portugues/fundamentos-fe-crista.html

DIAS, G., “A celebração da Palavra e a sua pastoral na celebração da Eucaristia”, Ora et Labora,
1971.

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