cristã, a caracterizará para sempre. • Ele é fundamental à nossa salvação. • É parte essencial da mensagem do Evangelho (Mt 3.2; 4.17; Mc 1.14-15; Lc 24.46-47; At 20.21; 26.18-20; Ap 3.19). • Todos são notificados desta necessidade. • Diz Paulo aos atenienses: O Arrependimento
• Ora, não levou Deus em conta os tempos da
ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam (metanoe/w)” (At 17.30). • O pregador do Evangelho tem a responsabilidade de conclamar seus ouvintes ao arrependimento (1Co 9.22; 2Co 5.20). • No entanto, isso não é suficiente. • O arrependimento só é possível por Deus. O Arrependimento
• Ele consiste em uma mudança de mente,
ocasionando um sentimento de “tristeza piedosa” (SPROUL, 2014, p. 43) pelos nossos pecados, que se caracteriza de forma concreta em seu abandono, refletindo isso na adoção de novos valores, ideias, objetivos e práticas. O Arrependimento
• O arrependimento, insisto, não é apenas
uma questão intelectual, antes envolve uma revisão, reorganização e redirecionamento de nossa vida a partir de nosso novo nascimento espiritual operado pelo Espírito. O Arrependimento
• O arrependimento marca o início da vida cristã e,
também, caracteriza a sua totalidade. • A primeira evidência de nosso arrependimento é uma nova visão a respeito de Deus e de seu caráter. • Pelo arrependimento, podemos constatar, com vergonha e tristeza, que a essência de todo pecado é que ele é contra Deus. O Arrependimento
• Ainda que nossos atos pecaminosos sejam
justificados cultural e socialmente, se não forem condizentes com a Palavra, serão atos maus diante de Deus. • Daí Davi, no alto de seu prestígio e poder, arrependido, teve que confessar a Deus o seu pecado que culminou em adultério com Bate- Seba e a morte de Urias (2Sm 11): O Arrependimento
• “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é
mal ([r;)(ra`) perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar” (Sl 51.4). • O terrível é que muitas vezes usamos dos recursos que Deus nos dá justamente para ofendê-lo, blasfemando o seu nome: • “Adestrei e fortaleci os seus braços; no entanto, maquinam ([r;)(ra`) contra mim” (Os 7.15). O Arrependimento
• Uma vez que Deus não é indiferente ao pecado,
ao povo rebelde, ordena: “Lavai-vos, purificai- vos, tirai a maldade ([;ro) (roa`) de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal ([[;r') (ra`a`)” (Is 1.16). • Outro aspecto que quero destacar é que a consciência da gravidade do pecado aumenta se considerarmos corretamente a santidade absoluta de Deus, o ofendido. O Arrependimento • A partir desta relação restabelecida com Deus é que começamos a enxergar a realidade – incluindo a nós mesmos em nossa pecaminosidade – de forma diferente. • Isto fará mudar a nossa forma de pensar e agir. • No arrependimento não há mérito nem arrogância, antes, vergonha e, em um segundo momento, atitude de gratidão a Deus por nos ter aceito, que se manifesta em frutos de obediência. O Arrependimento
• Esta tristeza (remorso) pelo pecado faz parte do
arrependimento, contudo, ela sozinha é insuficiente. • Insisto: O arrependimento sincero é uma “concessão”; um presente de Deus: • “.... Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento (meta/noia) para a salvação....” (2Co 7.10/2Tm 2.25). O Arrependimento
• “....a bondade de Deus é que te conduz ao
arrependimento (meta/noia)” (Rm 2.4/At 11.18; Hb 12.17). • A fé e o arrependimento são frutos da graça. • O conceito de arrependimento, envolvendo uma mudança radical na vida do homem é um conceito cristão sem paralelo na literatura grega. • O arrependimento bíblico consiste em voltar-se total e integralmente para Deus. O Arrependimento
• Envolve uma atitude de abandono do pecado e
uma prática da Palavra de Deus. • Esta prática consiste nos “frutos do arrependimento”. • Paulo, testemunhando diante do rei Agripa a respeito do seu ministério, diz: O Arrependimento
• “19Pelo que ó rei Agripa, não fui desobediente à
visão celestial, 20mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus praticando obras dignas de arrependimento (meta/noia)” (At 26.19,20. Vejam-se também: At 20.21/Lc 3.8). O Arrependimento
• “.... Julgo que aquele que aprendeu a ficar
profundamente insatisfeito consigo mesmo aprendeu muito de proveito, não para permanecer estacionado neste lamaçal, sem dar um passo além; antes, pelo contrário, de modo que se apresse para Deus e por ele suspire; para que, enxertado na morte e na vida de Cristo, se aplique ao perpétuo arrependimento....” (CALVINO, 1985-1989, III.3.20). O Arrependimento
• O arrependimento e a fé são passos iniciais,
inseparáveis e complementares da vida cristã como resposta ao chamado divino. • No entanto, ambos devem acompanhar a nossa vida. • Devemos continuar crendo em Deus em todas as circunstâncias e cultivar, pelo Espírito, uma atitude de arrependimento pelas nossas falhas. O Arrependimento
• “O espírito quebrantado e o coração contrito são
as marcas permanentes da alma crente” (MURRAY, 1993, p. 130). • Isto indica o fato de que somos pecadores e, ainda que não mais dominados pelo pecado, continuamos mantendo esta luta em nosso coração. O Arrependimento
• As nossas quedas seguidas de um
arrependimento sincero, nos envergonha porque percebemos o quão distante estamos do alvo proposto por Deus para nós. • O arrependimento pleno é um ideal da vida cristã que jamais será concretizado neste estado de existência. O Arrependimento
• Olyott escreve sobre isso com a sua costumeira
sensibilidade: • “Arrependimento é ter vergonha de quem você é. Você faz o que você faz porque você é quem você é. E o que você é, é o que Deus diz que você é: um pecador! O evangelho é que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar pecadores! E sem esse sentido claro de pecado, você não pode ser salvo” (2012, p. 58). O Arrependimento • Temos uma boa síntese do significado bíblico de arrependimento no Catecismo Menor de Westminster. • Em resposta à pergunta 87: “O que é arrependimento para a vida?”, responde: O Arrependimento
• “Arrependimento para a vida é uma graça
salvadora, pela qual o pecador, tendo uma verdadeira consciência de seu pecado, e percepção da misericórdia de Deus em Cristo, se enche de tristeza e de aversão pelos seus pecados, os abandona e volta para Deus, inteiramente resolvido a prestar-lhe obediência” (At 11.18; At 2.37; Jl 2.13; 2Co 7.11; Jr 31.18,19; At 26.18; Sl 119.59).(1991, p. 87). O Arrependimento
• O famoso pregador londrino, D.M. Lloyd-Jones
(1899-1981), na sua juventude tinha como pastor um homem que, conforme nos conta o seu principal biógrafo, Iain Murray, enchia os seus sermões “com muitas anedotas e ilustrações. Sensação e emoção eram o que ele visava alcançar”. Mais tarde, Lloyd-Jones rememorando este período, testificou com certa tristeza: O Arrependimento
• “O que eu precisava era de pregação que me
convencesse de pecado e me fizesse enxergar a minha necessidade, que me levasse ao arrependimento e me dissesse algo sobre regeneração. Mas eu nunca ouvi isso. A pregação que tínhamos era sempre baseada na suposição de que todos nós éramos cristãos, que não estaríamos ali na congregação a não ser que fôssemos cristãos” (Apud MURRAY, 2014, p. 56). O Arrependimento
• Lloyd-Jones está correto.
• O arrependimento é o início da vida cristã e nos acompanhará para sempre neste estágio de vida, no qual mudamos de rumo, entristecidos com o nosso pecado e, alegres em podermos seguir a Cristo. • E esta restauração, na verdade, não se consuma em um momento, ou em um dia, ou em um ano. O Arrependimento
• “Arrependimento, como descrito na Bíblia, é um
ideal alto, temos que tentar revelá-lo continuamente, mas jamais o faremos completamente nesta vida. (...) Arrependimento é, na verdade, necessário para a salvação, mas não precisa ser um arrependimento perfeito. Se isso fosse necessário, quem seria salvo?” (HOEKEMA, 1997, p. 137-138). O Arrependimento
• O conforto é que Deus em Cristo nos perdoará
sempre que o fizermos com sinceridade. • Pela graça somos salvos, somente pela soberana graça! Fé salvífica
• “Enquanto o Senhor não os abrir, os olhos de
nosso coração são cegos” (CALVINO, 1998, p. 41). • A fé é a boa obra do Espírito Santo em nós (Jo 6.29). • Esta fé pressupõe a nossa condição de pecadores, necessitados de salvação, e, também, a livre graça de Deus. • Fé salvífica
• A fé é a nossa declaração de que Deus efetuou de
forma poderosa e eficaz o nosso novo nascimento. Passamos a ter vida. • A fé é, portanto, o nosso primeiro ato após a nossa ressurreição espiritual. • “A fé salvadora, desde o início, dirige os olhos de nossa mente e de nosso coração para longe de nós mesmos e na direção da graça de Deus em Cristo” (BAVINCK, 2012, v. 4, p. 223). Fé salvífica • Assim sendo, denominamos de fé salvífica aquele dom da graça de Deus, por meio do qual somos habilitados a receber a Jesus Cristo como nosso único e suficiente Salvador e, a crer em todas as promessas do Deus Triúno, conforme estão registradas nas Escrituras. • A genuína fé, identificada como salvadora, não é uma crença qualquer, cujo teor seja indefinido, tendo como virtude apenas o fato de poder crer, uma espécie de fé na fé. Fé salvífica
• Ao contrário disso, tem como conteúdo, a Jesus
Cristo como Senhor e Salvador. • Fé é o abandono de toda confiança em obra produzida por nós mesmos como fundamento de nossa justificação e salvação. • Ela também está convencida intelectualmente de sua veracidade e incontestabilidade (Hb 11.1). Fé salvífica
• Além deste elemento intelectual, consiste em
uma rendição incondicional ao seu Senhor, em quem descansa de forma amorosa e confiante. • A fé que não parte de um conhecimento verdadeiro e, por isso mesmo, não é vivencial, não é a verdadeira fé bíblica. • A fé é persuadida pelo conhecimento que a possibilitou crer. Fé salvífica
• Quando Paulo e Barnabé chegam à igreja de
Antioquia, fazem um relato sumário de seu trabalho. • Eles desejam compartilhar com todos. • Registra Lucas: • “Ali chegados, reunida a igreja, relataram quantas coisas fizera Deus com eles e como abrira aos gentios a porta da fé” (At 14.27). Fé salvífica
• Enfatizam o poder soberano e operante de Deus
em seu ministério e, como Deus operou eficazmente chamando os seus pela fé. • É por meio da Palavra que Deus nos gerou espiritualmente, tornando-nos seus filhos. • Deus providencia os meios para que os seus eleitos ouçam o Evangelho e, ao mesmo tempo, os chama poderosamente, aplicando a Palavra aos seus corações. Fé salvífica
• A fé é a causa instrumental de nossa salvação.
• Todavia, a causa essencial é a nossa eleição. • A fé e o arrependimento são resultados da eleição. • Usando uma expressão de Calvino, podemos dizer que a “eleição é mãe da fé”. Fé salvífica
• A fé não é precondição da eleição, no entanto, ela
evidencia e confirma como um selo a nossa eleição. • A fé não tem nada de meritória. • Ela nada tem a ver com a nossa perspicácia ou intuição, antes acentua a graça de Deus. Fé salvífica
• Desse modo, percebemos como Deus em sua
misericórdia em tudo se antecipou a nós; a fé é dos eleitos de Deus (Tt 1.1). • Aquele que crê é um eleito de Deus. • No entanto, devemos enfatizar que esta relação não é mecânica: eleição e fé. • Os eleitos “não são eleitos porque creram, mas são eleitos para que cheguem a crer” (AGOSTINHO, 1999, p. 194). Fé salvífica
• A Palavra nos ensina que, fomos eleitos para que
tivéssemos fé, e esta fé é gerada e sedimentada em nossos corações pelo Espírito por meio do conhecimento de Cristo. • “A fé salvadora é um salto à luz porque se baseia no conhecimento do Senhor Jesus Cristo” (KUIPER, 1985, p. 230). • O conhecimento de Cristo deve ser a nossa vocação incondicional. Fé salvífica
• “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o
único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). • Paulo considerou todas as outras coisas como perda, diante da realidade sublime do conhecimento de Cristo. • Conhecer a Cristo era a sua prioridade. • Ele declara: Fé salvífica
• “Sim, deveras considero tudo como perda, por
causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu Senhor: por amor do qual, perdi todas as cousas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp 3.8). • Deus não nos elegeu na eternidade porque um dia teríamos fé, mas, sim, para que tivéssemos fé: sem a graça de Deus não haveria fé. Fé salvífica
• A fé não tem méritos salvadores. Ela é apenas o
instrumento gracioso de Deus para a apropriação da salvação preparada pelo Trino Deus para o seu povo escolhido (Lc 8.12; At 16.31; 1Co 1.21; Ef 2.8; 2Ts 2.13). • Deus é quem abre o nosso coração e mente para que possamos entender salvadoramente a mensagem do Evangelho. • Ilustremos isso com alguns episódios narrados por Lucas. Fé salvífica
• Após a ressurreição de Cristo os discípulos
ainda não entendiam adequadamente as Escrituras em relação ao Messias, Jesus Cristo. • Com dois deles, no caminho de Emaús, o Senhor abriu-lhes os olhos para que a compreendessem e cressem por meio da exposição das Escrituras. • Foi esta a percepção deles. Fé salvífica
• Agora, com os demais discípulos, Jesus mostra
como as Escrituras se cumpriram em seu ministério, vida, morte e ressurreição. • Lucas resume: • “Então, lhes abriu (dianoi/gw) o entendimento (nou=j) para compreenderem (Suni/hmi) as Escrituras” (Lc 24.45). Fé salvífica • “E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; então, se lhes abriram (dianoi/gw) os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles. E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha (dianoi/gw) as Escrituras?”(Lc 24.30-32). Fé salvífica De passagem, podemos observar que o caminho para atingir a mente e o coração das pessoas é a exposição da Palavra. O Espírito que opera por meio dela não força as evidências, nem nos obriga a diminuir a nossa capacidade de pensar, antes, nos faz enxergar e crer nas evidências que estão ali diante de nós tão eloquentemente (At 3.16; 16.14; 18.27; Rm 4.16; 1Co 3.5; Fp 1.29). Fé salvífica • A fé salvadora exige conhecimento da Palavra de Deus. • A fé é uma relação de confiança. • Como acreditar em alguém que não conhecemos? • A fé consiste no conhecimento do Pai e do Filho pelo testemunho do Espírito (Jo 17.3/Jo 15.26; 16.13-14). • É impossível crer e nos relacionar pessoalmente com um Deus desconhecido. Fé salvífica • A fé, portanto, não é apenas um saber, mas, também, um relacionar-se com Deus. • Somente quando conhecemos a Deus poderemos amá-lo: nos relacionando pessoalmente com ele, experimentando existencialmente deste privilégio, conhecendo as suas promessas, levando a sério a sua Palavra, tendo o discernimento claro de sua majestade e integridade. Fé salvífica Deste modo, o que importa não é o que pensamos, mas, sim, o que Deus prometeu: Deus sempre cumpre a sua promessa, não necessariamente as nossas expectativas. Deus não tem compromisso com a nossa fé, mas, sim, com a sua Palavra e, consequentemente, com a fé que brota da Palavra. Fé salvífica • Todavia, é importante ressaltar que não conhecemos tudo a respeito de Deus e da sua Palavra, mas devemos ter por certo, que o limite da fé está circunscrito pelos parâmetros das Escrituras (Dt 29.29). Ou seja: não podemos crer além do que Deus nos revelou na Bíblia. • Fazer isto, não é ter fé, mas, sim, especular sobre os mistérios de Deus. Fé salvífica • Todavia, é importante ressaltar que não conhecemos tudo a respeito de Deus e da sua Palavra, mas devemos ter por certo, que o limite da fé está circunscrito pelos parâmetros das Escrituras (Dt 29.29). • Ou seja: não podemos crer além do que Deus nos revelou na Bíblia. • Fazer isto, não é ter fé, mas, sim, especular sobre os mistérios de Deus. Fé salvífica • Os discípulos no caminho de Emaús revelaram ao Senhor a sua frustração justamente porque eles se iludiram com as suas próprias expectativas, não com as promessas de Jesus. • Daí dizerem de forma patética: • “Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais cousas sucederam” (Lc 24.21). Fé salvífica • Jesus Cristo jamais havia lhes prometido isso, pelo contrário, o caminho descrito por Cristo envolvia o sofrimento, a morte e a ressurreição (Mt 16.21). • Se a Palavra for o fundamento de nossa esperança, podemos descansar confiantes: Deus cumpre a sua Palavra! • Deus sempre age de modo consistente com a sua natureza. Ele não se desvia do que é. Fé salvífica • Por isso, devemos estar atentos à Palavra de Deus, para entendê-la e praticá-la (Js 1.8; Sl 119.97; Fp 3.15-16; Tg 1.22-25). • O que é trágico, é que a razão estigmatizada pelo pecado, que se mostra tão eficaz nas coisas naturais, perde-se diante do mistério de Deus revelado em Cristo e, também diante da Revelação Geral na natureza. • Somente pela graça, mediante a fé, podemos entender a revelação de Deus. Fé salvífica
• A graça, portanto, antecede à fé e ao
conhecimento. • “Se Deus não se antecipasse aos homens com sua graça, todos eles pereceriam totalmente” (CALVINO, 1999, v. 1, p. 548). • A fé consiste na convicção de que a salvação está além de nossos recursos. • No caso da fé salvadora, significa que depositamos nossa fé em Deus por intermédio de Cristo. Fé salvífica
• Biblicamente falando, a fé salvífica é uma fé
Teológica e, esta, é Cristocêntrica. • A Teocentricidade da fé é Cristocêntrica. • Crer no Pai é o mesmo que crer no Filho (Jo 5.24; 12.44; 14.1; Mc 11.22; At 20.21; Rm 3.22, 26; 4.24; Gl 2.20; 1Pe 1.21; 1Jo 3.23). • Sem Jesus Cristo o Pai continua inacessível a nós (Lc 10.22; Jo 8.12; 14.6; 1Tm 2.5; 6.16). Fé salvífica
• Uma fé supostamente depositada no “Pai” sem a
aceitação do Filho como Senhor e Salvador, não é a genuína fé bíblica: É impossível ter a Deus como Pai sem o Filho como irmão primogênito (Rm 8.29). • O fundamento da fé é o Deus fiel: aquele que a gerou e a sustenta (1Co 2.4,5; Hb 11.11; 1Pe 1.21). Fé salvífica • A nossa fé encontra o seu amparo na veracidade e fidelidade de Deus. • A fidelidade de Deus se revela nas suas promessas, como expressão de sua fidelidade a si mesmo. • Deste modo, podemos dizer que "a fé verdadeira é aquela que ouve a Palavra de Deus e descansa em sua promessa” (CALVINO, 1997, p. 318). Fé salvífica • Sem a graça de Deus jamais creríamos na mensagem do Evangelho, jamais poderíamos entendê-la de forma salvadora, portanto, de modo algum seríamos salvos. • Assim sendo, não é demais enfatizar: não há mérito na fé. • Por sua vez, esta Palavra uma vez ouvida e entendida, produz frutos em seus receptores. • Paulo dá graças a Deus pela vida dos colossenses a esse respeito: Fé salvífica
• “3Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós, 4 desde que ouvimos (a)kou/w) da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos; 5por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes (proakou/w) pela palavra da verdade do evangelho, 6 que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal Fé salvífica
• acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes
(a)kou/w) e entendestes (e)piginw/skw = conhecer acuradamente) a graça de Deus na verdade” (Cl 1.3-6). Fé salvífica • A fé é um compromisso com Deus em resposta ao seu compromisso conosco manifestado de forma cabal na cruz. • Consequentemente a fé tem também compromissos existenciais irrevogáveis. • A nossa cosmovisão consciente deve estar comprometida com a busca de coerência perceptiva e existencial. • Isso nós chamamos de integridade, o não esfacelamento condescendente e excludente daquilo que cremos, falamos e fazemos. Fé salvífica • Ainda que não haja a ideia de orgulho meritório na fé, ela é responsável pelo nosso agir e pensar. • “A fé não concerne a um setor particular da vida denominado religioso, ela se aplica à existência em sua totalidade” (BARTH, 2006, p. 24). Fé salvífica • Contudo, a genuína fé não pode ser autorreferente. • Ela não pode se contentar em uma suposta relação mística com Deus e uma ética construída a partir de suas preferências e gosto pessoal. • A verdadeira fé parte da Palavra e para lá se direciona. Referências
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Paulus, 1999. • BARTH, K. Esboço de uma Dogmática. São Paulo: Fonte Editorial, 2006. • BAVINCK, Herman. Dogmática Reformada. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, 4v. • BOOTH, A. Somente pela Graça. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1986. Referências
• CALVINO, J. As Institutas ou tratado da
Religião Cristã. Campinas, SP.; São Paulo: Luz para o Caminho; Casa Editora Presbiteriana, 1985-1989, 4v. • CALVINO, J. Efésios. São Paulo: Paracletos, 1998. • CALVINO, J. Exposição de Hebreus. São Paulo: Paracletos, 1997. Referências
• CALVINO, João. O Livro dos Salmos. São
Paulo: Paracletos, 1999, v. 1. • Catecismo Menor de Westminster. In: A Confissão de Fé, O Catecismo Maior e o Breve Catecismo. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1991, (Edição Especial). • HODGE, Charles. Teologia Sistemática. São Paulo: Editora Hagnos, 2001. • HOEKEMA, Anthony A. Salvos Pela Graça. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1997. Referências
• KUIPER, R.B. El Cuerpo Glorioso de Cristo.
Michigan: Subcomision Literatura Cristiana de la Iglesia Cristiana Reformada, 1985. • LLOYD-JONES, D.M. Deus o Espírito Santo. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1998. • LLOYD-JONES, D.M. Estudos no Sermão do Monte São Paulo: Editora Fiel, 1984. Referências
• MURRAY, Iain H. A Vida de Martyn Lloyd-
Jones 1899-1981: Uma biografia. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2014. • MURRAY, John. Redenção: Consumada e Aplicada. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1993. • OLYOTT, Stuart. Jonas – O Missionário bem sucedido que fracassou. São José dos Campos, SP.: Fiel, 2012. Referências
• SCHAEFFER, Francis A. O Deus Que
Intervém. São Paulo: Refúgio; ABU, 1981. • SPROUL, R.C. O que é arrependimento? São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2014. • STOTT, John R.W. A Mensagem do Sermão do Monte. 3. ed. São Paulo: ABU., 1985. Referências
• SCHAEFFER, Francis A. O Deus Que
Intervém. São Paulo: Refúgio; ABU, 1981. • SPROUL, R.C. O que é arrependimento? São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2014. • STOTT, John R.W. A Mensagem do Sermão do Monte. 3. ed. São Paulo: ABU., 1985.