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ARREPENDIMENTO: MUDANÇA DE MENTALIDADE E DE ATITUDE

Por Wolney Garcia


 

“Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”


(Mateus 3.2).
O arrependimento é o primeiro passo para os que querem ter uma
vida de intimidade constante com Deus. Sem um profundo
arrependimento não há remissão de pecados, ou seja, o perdão só se
torna evidente em nossas vidas quando houver de fato
quebrantamento gerado pelo arrependimento.Comecemos este
estudo com o seguinte versículo:“Arrependei-vos, porque está
próximo o reino dos céus” (Mateus 3.2).A palavra “arrependimento” é
bem destacada aqui, e se encontra no modo imperativo, ou seja, é
necessário e fundamental para a conquista de algo. “Arrependei-vos”
no seu contexto original mudança de mentalidade, mudar a mente
para melhor.
É interessante perceber que todo o processo e gestação do pecado
está na mente, assim como o pecado é gerado primeiramente em
nossa mente, sua concepção no sentido de “dar à luz” se dá no
coração, e o texto principal para esta afirmação é:

“Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o


pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tiago 1.15).

Um dos principais alvos do arrependimento é a mudança de


mentalidade, digo isso, por que há muitas pessoas que sempre estão
confessando e pedindo que o Senhor os perdoe e sempre estão neste
círculo vicioso, sempre praticando as mesmas coisas, os mesmos
pecados e com isso tentam cauterizar sua consciência e muitas vezes
escoram-se na graça dizendo: Deus é amor! Ele vai me perdoar. E
tantos outros argumentos infundados a fim de aliviarem todo o fardo
da culpa sobre suas vidas. Muitos se esquecem que, após toda
mudança de mentalidade, deve sempre haver uma mudança de
atitude, um estado verdadeiro de voltar-se para dentro de si mesmo
fazendo assim, uma sondagem e uma auto-reflexão com o propósito
de tão somente ver o seu estado, conscientizar-se segundo a Palavra
de Deus e obedecer a Voz do Eterno quando Ele diz: “… Sede santos,
porque eu sou santo” (1Pedro 1.16).
Então, o primeiro passo para o arrependimento é ver o seu estado
em pecado (sondagem, auto-reflexão). O segundo passo é o
voltar-se para dentro de si mesmo, é admitir que de fato houve um
pecado (conscientização), e o terceiro passo é obedecer a Voz do
Senhor (mudança de atitude).
Estes são os três elementos de fundamental importância para se ter
uma vida de propósito diante do Eterno. Elementos estes que
mortificam a carne, onde o mortificar da carne torna-se também um
ato de amar e obedecer ao Senhor.

Veja o seguinte texto sobre a mortificação da nossa carne:


“… Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas
Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo
pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por
mim” (Gálatas 2.19,20).

“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as


coisas lá do alto, onde Cristo vive assentado à direita de Deus”
(Colossenses 3.1).

A morte de Cristo na cruz acabou com a nossa corrupção anterior.


Pela morte de Cristo na cruz, tornei-me totalmente separado (morto
para) da minha antiga forma de sentir e agir.

Um pronome que se destaca neste texto, e de suma importância é a


palavra “sou eu” , que apenas é expresso na Bíblia quando algo está
sendo enfatizado. Preste bem atenção que o verbo “estar” é que está
sendo crucificado, e que aqui está na primeira pessoa do singular
“estou crucificado”, ou seja, quem está sendo crucificado é o
próprio ego, o próprio “eu”.
Podemos tirar varias verdades dessa consideração, como por
exemplo: se eu verdadeiramente estiver disposto a ter uma vida de
renúncia do pecado, mortificando o meu “eu” ou ego, experimentarei
então, uma nova vida com Cristo Jesus, e só então poderei dizer
assim como o autor de Gálatas disse: “Cristo vive em mim”. Isso
implica num senhorio absoluto de Cristo em nossas vidas, tendo
assim, o controle sobre nossa mente, vontade e coração; corpo, alma
e espírito e apresentando-nos perante Deus como um sacrifício vivo
perfeito e agradável.
“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração
compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:17).

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que


apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional” (Romanos 12:1).

É interessante que a palavra “vive”, significa: Absoluta plenitude da


vida, tanto em essência como no caráter, que pertence a Deus e, por
meio dele, ao “logos” ou o Verbo Eterno (Yeshua Ha Mashiach – Jesus
Cristo) em quem o “logos” ou o Verbo Eterno assumiu a natureza
humana (João 1.1; 1.10; 1.14; 1 João 1.1; Ap 19.13).
Em João, denota Jesus Cristo como sendo a essência da Palavra de
Deus, a sabedoria e poder pessoais em união com Deus. Denota
também seu ministro na criação e governo do universo, a causa de
toda a vida do mundo, tanto física quanto ética, que para a obtenção
da salvação do ser humano, revestiu-se da natureza humana na
pessoa de Jesus, o Filho de Deus, anunciado visivelmente através de
suas palavras e obras.

Este termo “Logos” é bem familiar para os judeus, e na sua literatura


é muito usada para designar a razão ou plano divino que coordena
um universo em constante mudança. É a palavra apropriada para o
objetivo de João no capítulo 1 do seu evangelho.

É de suma importância aplicar essa palavra em nossas vidas, pois o


“Logos”, o Verbo Eterno vive em nós, trazendo-nos constante
transformação em nosso caráter que é a sede da nossa conduta
moral. E governando nossas vidas cumprindo assim, o plano de
salvação em nós por meio do Seu Amor Eterno.

ARREPENDIMENTO TAMBÉM ENVOLVE AS EMOÇÕES


Para que haja o genuíno arrependimento em nós é preciso também
que as nossas emoções sejam curadas, vejam o seguinte texto:

“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos


meus constantes gemidos todo o dia” (Salmos 32.3).

Eis aí uma palavra o qual nos revela não somente o confessar dos
pecados do dia-dia, pecados o qual muitos tratam como se fossem
“pecadinhos”, se é que existe tal grau de pecado. Pecado é pecado. O
texto vai muito mais além, pois, fala-nos principalmente de pecados
ocultos e não confessados, e as conseqüências que acarretam sobre
aquele que encobre suas transgressões. O autor do texto o qual
lemos anteriormente está agora relatando o seu estado o qual se
encontra extremamente enfermo pelo fato de ter permanecido em
silêncio ante o seu pecado. Observem bem esse fato, logo após esse
relato e pelo fato de ter-se visto em condição de enfermidade o qual
penso ser extrema. Há então, o ato de humilhar-se em
quebrantamento perante Deus.

O pecado de fato mata as emoções, fere a integridade de consciência


e principalmente, nos afasta de Deus o que é mais lastimável.

O único remédio é abrir o coração numa atitude de confissão perante


o Eterno Deus. Não se esquecendo assim, que antes de toda
confissão deve vir primeiro um genuíno arrependimento e
consequentemente, uma mudança de atitude, e isso implica em
mudar a rota, é dar um giro 360º rumo à Vida Eterna.

“Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei.


Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu
perdoaste a iniquidade do meu pecado” (Salmos 32:5).

“O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que


as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Provérbios 28.13).

É bastante importante compreendermos que, quando confessamos


nossos pecados a Deus, o “deixar” deve ser o alvo proposto e
motivacional para nossas vidas.
A solução que o apóstolo Paulo nos apresenta é primordial para
alcançarmos o alvo proposto (a Vida Eterna – A Nova Jerusalém).

Observem bem há duas realidades: o alvo proposto pelo pecado e do


outro lado, alguns alvos o qual nos conduzirá ao principal (A Nova
Jerusalém). O servo fiel em primeiro lugar procura caminhar em
direção ao que o Senhor tem proposto sobre sua vida, rompendo
assim, inteiramente com o pecado deixando para trás e prosseguindo
para o alvo. O seu prazer é fazer a vontade do Senhor que sempre o
respalda e o ajuda a vencer barreiras, assim como: pecados,
traumas, dúvidas, vícios, bem como outras barreiras que o impedem
de vencer. E é nesta tão grande perseverança que mora uma tão grande
conquista.

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