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Virtudes Teologais - Guião para encontro do “Vem e Segue-me”, Coimbra 23/24”

A palavra Virtude, significa em sentido geral alguma qualidade boa do homem.


Sua etimologia vem de: “Vir - Homem” e “ Vis- Força”, a ideia de força e vigor, e segundo
a palavra grega: areté, significa perfeição, mérito, qualidade que fazem o homem digno
de glória. As virtudes humanas, adquiridas são purificadas e elevadas pela graça divina.
Forjam caráter e facilitem a prática do bem. O homem virtuoso sente-se feliz ao
praticá-las.´
É necessário graça de Deus para adquiri-las e, portanto, é necessário pedir a
graça e frequentar os sacramentos, que são o canal da graça santificante, são um canal
sensível e eficaz da graça, aquela que contribui para a nossa santidade.
Portanto, trata-se de um conjunto de qualidades, adquiridas de maneira prática,
que nos permite fazer coisas boas, ter mais domínio sobre nossas escolhas e o que
fazemos, aumenta a nossa liberdade. São antagônicas aos vícios, que tiram a nossa
liberdade para fazer a bondade, nos prendem àquilo que não nos faz bem.

O que é graça?

É um dom divino concedido por Deus para ajudar o seu povo a acolher a salvação
e buscar a santidade. É uma dádiva um dom.

Objetivos:

Explicar os diferentes tipos de graça (de maneira simples).


Relacionar com exemplos e casos concretos de suas vidas.
Explicar que devemos pedir a graça na oração e que nos deve estimular a
frequentar mais os sacramentos.

Os tipos de graça:

- Graça santificante: Pode-se dizer que a vida cristã é a vida do homem


como filho de Deus em Cristo por meio do Espírito Santo. Com o Batismo, o homem é
libertado do pecado e recebe uma autêntica participação da natureza da vida divina. O que
quer dizer participar da natureza divina? Podemos entender, sempre dentro dos limites do
nosso conhecimento atual, considerando que o Pai comunica inteiramente a sua natureza
ao Filho e ao Espírito Santo, mas não pode criar outros deuses nem outras pessoas com as
quais comunicar inteiramente a sua própria natureza. Mas, por outro lado, pode e quis
criar outras pessoas para comunicar “parcialmente”, em “parte”, a natureza divina, a sua
bondade e a sua felicidade; por isso se fala de “participação”. Essa participação é a graça
santificante, que torna o homem filho de Deus.
A graça santificante é, portanto, muito mais do que uma ajuda de Deus para
fazer coisas boas. É um novo princípio vital, uma elevação da nossa natureza, quase como
uma segunda natureza, princípio radical de um novo tipo de vida: a vida dos filhos de Deus
em Cristo por meio do Espirito Santo.

- Graça atual: É a graça que Deus nos dá, um dom transitório, iluminando o
nosso entendimento e movendo a nossa vontade, para nos ajudar a fazer o bem, ainda que
custe e para evitar o mal, designam as intervenções divinas, quer na origem da conversão,
quer no decurso da obra de santificação. Trata-se de uma graça especial e momentânea de
Deus para alguma coisa concreta, seja fugir de um pecado, realizar um ato heróico e etc.
Os sacramentos são canais de graça atual e graça santificante, pois aumentam a graça
santificante, que já existe, e também dão graça atual

- Graça sacramental: Interessante.

É através do batismo que o homem recebe a justificação (tornamo-nos justos por


Jesus Cristo e o seu sacrifício) e que lhe são infundidos na alma a fé, a esperança e a
caridade.

Parte prática: Portanto, podemos pedir a Deus graça(nesse caso a graça atual), para nos
ajudar nesse caminho, quando precisamos estudar, podemos pedir forças para estudar
bem, quando vamos falar com alguém que não gostamos, podemos pedir que nos ajude
a amar aquela pessoa e por aí vai. Cada um de vocês sabe onde o sapato aperta, onde
podemos pedir a Deus mais força. Agora, lembremos que a Graça ELEVA as virtudes,
precisamos cultivar nossas virtudes humanas, nossos bons hábitos, aqueles que nos
libertam do pecado. Com a força de Deus, nós conseguimos, com altos e baixos, sim,
mas conseguimos. Um exemplo concreto é a oração que fazemos no início da catequese,
através dela eu peço

Propósitos:

- Viver em estado de graça, assim temos o céu


- Querer um crescimento na graça, isso pressupõe formação e esforço pessoal
para estar mais próximo desse Deus tão bom, e amigo. Sim, justo! Mas muito
amigo.
- Oração, muita oração.
- Frequência dos sacramentos, se queremos estar próximos daqueles que amamos,
o mesmo ocorre com Deus. Como é bonito estar próximo dos sacramentos,
como nos faz bem.
As virtudes teologais:

Objetivos:

Fazer que compreendam quais são as virtudes teologais


Fazer com que compreendam a relação entre a graça e as virtudes teologais.
Que passem a colocar em prática essas ideias, na vida interior, que esteja
presente.

O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica diz que as virtudes teologais são


“as que têm como origem, motivo e objeto imediato o próprio Deus. Infundidas no
homem com a graça santificante, elas nos tornam capazes de viver em relação com a
Trindade e fundamentam e animam o agir moral do cristão, vivificando as virtudes
humanas. São o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser
humano”.
Com a graça santificante, o Espírito Santo infunde na alma as virtudes ou hábitos
sobrenaturais que tornam o justo capaz de realizar acções em ordem à salvação. Na
justificação, juntamente com a remissão dos pecados recebe o homem as seguintes
virtudes que nele são infundidas por Jesus Cristo: a fé, a esperança e a caridade.
Quando estamos sem pecados graves na consciência, temos Deus dentro de nós.
Que nos ama, nos ajuda e nos perdoa. Se cometemos algum pecado grave, lembrando o
que são os pecados graves, Deus não deixa de nos habitar por que não nos ama mais, mas
sim por que nós o expulsamos. Nesse caso precisamos da graça da confissão para voltar
a ter esse trato com Deus, ou em caso não haver acesso à confissão, um ato de
contrição.
As virtudes teologais têm a Deus por objecto e a maior de todas é a caridade, que
está unida inseparavelmente à graça santificante. A graça e a caridade infundem-se
conjuntamente e as duas perdem-se pelo pecado mortal.

1. São virtudes dadas por Deus, junto com a graça santificante.


2. Tem objeto o próprio Deus, permitindo-nos conhecê-lo como Deus(Fé),
desejá-lo (esperança) e amá-lo (caridade), e informam as virtudes éticas
humanas, fazendo com que elas possam regular o uso dos bens humanos
de modo adequado à vida e à condição de filhos de Deus, e não só ao bem
puramente humano.

Parte prática:

Precisamos compreender o que é a Graça, pois dentro daquilo que acreditamos,


não é uma coisa secundária ou simples teorias, mas sim, é ação divina diária e constante
em nossas vidas. É através desta graça que fomos salvos e por ela que cristo morreu.
Propósitos:

- Por a graça na nossa vida de oração, compreendê-la e pedi-la.

Fé:

É a virtude teologal pelo qual cremos em Deus e em tudo que ele nos disse e
revelou e que a Santa Igreja nos propõe crer, Deus é a própria Verdade.
A fé é o conhecimento que guia a vida dos filhos de Deus, consiste em uma firme
adesão (que é possível pela graça) a todas as verdades que Deus nos revelou, a tudo que
Deus nos disse sobre si mesmo e sobre o seu desígnio salvador para os homens e para o
mundo, não por que essas verdades sejam evidentes ou plenamente compreensíveis,
mas porque foram reveladas por Deus, Sabedoria suprema e summa Verdade.
A fé não é apenas um conjunto de conhecimentos considerados verdadeiros.
Como o que se crê é que Deus é criador e nosso salvador, a fé pressupõe uma abertura
plena da alma à acção salvadora de Deus em Cristo, um acto de confiança e de entrega à
ação de Deus em nós.
S. Paulo diz que somos justificados pela fé, portanto, tornamo-nos justos pela fé.
Não há outra salvação além da que Deus nos dá em Cristo.
A graça e a fé não são produzidas por nossas boas obras, mas recebido a graça e a
fé, é necessário viver como filho de Deus e evitar as obras incompatíveis com a vida da
graça. Por isso, o pecado nos afasta dessa graça, e por consequência, caso se trate de
um pecado grave, nos afasta por completo da graça santificante, portanto, da salvação.

Parte prática:

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Esperança

É a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos Céus e a vida eterna como
nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos
não nas nossas forças mas no socorro da graça do Espírito Santo, ou seja, é necessário a
fé.
A virtude da esperança corresponde ao desejo de felicidade de Deus colocou no
coração de todo o homem, assume as esperanças que inspiram as actividades dos
homens, purifica-as e ordena-as para o reino dos Céus, protege contra o desânimo,
sustenta no abatimento, dilata o coração na expectativa da bem aventurança eterna. O
ânimo que a esperança dá preserva do egoísmo e conduz à felicidade da caridade.
Só se pode obter a bem-aventurança pela graça e ajuda de Deus, portanto a
virtude da esperança inclui a confiança de que Deus sempre nos dará a ajuda necessária
para nos salvar, perdoando os nossos pecados quando pedirmos perdão, dando-nos
fortaleza para superar as provas e perigos, e acompanhando-nos sempre com a sua
onipotência misericordiosa.
A esperança chega a ser de certa forma contraditória, no sentido em que, quando
pensamos na santidade e perfeição cristã, sempre estaremos sujeitos às nossas
imperfeições, mas temos o anseio de buscar a perfeição cristã, mesmo sendo impossível.
Aqui é que se manifesta de maneira prática a nossa esperança.

Disse S. Josemaria: “Espera tudo de Jesus, tu nada tens, nada vales, nada podes,
ele agirá se nele te abandonares. “, embora no meio do caminho se sofra, esperamos que
Deus nos ajude e que cumprirá suas promessas. As três virtudes teologais compõem o
fundo a qual se tece a existência autêntica do homem cristão.

Excerto de S. Paulo:

Justificados pela fé, tenhamos paz com Deus, por meio de Nosso
Senhor Jesus Cristo, por quem temos acesso pela fé a esta graça, na qual
permanecemos firmes e nos gloriamos na esperança da glória dos filhos de
Deus. Mas não nos gloriamos somente nisto; alegramo-nos também nas
tribulações, sabendo que a tribulação exercita a paciência, a paciência a
prova e a prova a esperança; esperança que não engana, porque a caridade
de Deus foi derramada em nossos corações pelo Espírito Santo.

Nesta nossa terra muitos homens rectos, impelidos por um nobre ideal -
ainda que sem motivo sobrenatural, por filantropia - afrontam toda a espécie
de privações e consomem-se generosamente a servir os outros, a ajudá-los nos
seus sofrimentos ou nas suas dificuldades. Sinto-me sempre levado a
respeitar, e mesmo a admirar a tenacidade de quem trabalha decididamente
por um ideal limpo. No entanto, considero minha obrigação recordar que tudo
o que iniciamos aqui, se é empresa exclusivamente nossa, nasce com o selo da
caducidade. Meditai as palavras da Escritura: contemplei tudo o que as
minhas mãos tinham feito e as canseiras que tive ao fazê-lo e vi que tudo era
vaidade e vento que passa e que nada havia de proveitoso debaixo do sol.
Esta precariedade não sufoca a esperança. Pelo contrário, quando
reconhecemos a pequenez e a contingência das iniciativas terrenas, o trabalho
abre-se à autêntica esperança que eleva toda a actividade humana e a converte
em lugar de encontro com Deus. Essa tarefa é assim iluminada com uma luz
perene, que afasta as trevas das desilusões. Mas se transformarmos os
projectos temporais em metas absolutas, suprimindo do horizonte a morada
eterna e o fim para que fomos criados - amar e louvar o Senhor e possuí-lo
depois no Céu - os intentos mais brilhantes transformam-se em traições e
inclusive em instrumento para envilecer as criaturas. Recordai a sincera e
famosa exclamação de Santo Agostinho, que tinha experimentado tantas
amarguras enquanto não conhecia Deus e procurava fora d'Ele a felicidade:
fizeste-nos, Senhor, para Ti, e o nosso coração está inquieto enquanto não
descansa em Ti!. Talvez não exista nada mais trágico na vida dos homens do
que os enganos padecidos pela corrupção ou pela falsificação da esperança,
apresentada com uma perspectiva que não tem como objecto o amor que sacia
sem saciar.
A mim, e desejo que a vós suceda o mesmo, a segurança de me sentir -
de me saber - filho de Deus enche-me de verdadeira esperança que, por ser
virtude sobrenatural, ao ser infundida nas criaturas, se acomoda à nossa
natureza e é também virtude muito humana. Sou feliz com a certeza do Céu
que alcançaremos, se permanecermos fiéis até ao fim; com a felicidade que nos
chegará, quoniam bonus, porque o meu Deus é bom e é infinita a sua
misericórdia. Esta convicção incita-me a compreender que só o que está
marcado com o selo de Deus revela o sinal indelével da eternidade e tem um
valor imperecível. Por isso, a esperança não me separa das coisas desta terra,
antes me aproxima dessas realidades de um modo novo, cristão, que procura
descobrir em tudo a relação da natureza, caída, com Deus Criador e com Deus
Redentor.

Parte prática:

Muitas vezes estamos desanimados e não vemos o panorama geral, precisamos


esperar e acreditar que tudo que nos acontece Deus está a nos guiar e sabe qual é o
melhor caminho. Por mais que muitas vezes podemos sofrer, acreditamos que Deus
consegue tirar desse sofrimento um bem maior. É claro que isso é impossível de
compreendermos com a razão, mas sim pela confiança, oração e relação pessoal com
Deus.
A esperança é aquela virtude que nos mantém no caminho, apesar das
dificuldades que vêm da nossa natureza caída pelo pecado original. É aquela virtude que
nos permite olhar para o alto, apesar de estarmos tão baixo, nos faz compreender a
nossa natureza e mesmo assim nos alegrar, já que Deus quer que estejamos com ele, ele
não nos esquece nunca.

Propósitos:

- Precisamos aprender a pedir a Deus as virtudes teologais, e mais concretamente


cada virtude específica a sua situação. Precisamos da esperança, para saber
esperar.
- Que na oração, nos aproximemos de Jesus, e que peçamos a sabedoria de
compreender e viver a esperança nas nossas situações diárias. Assim é que
saberemos aproveitar verdadeiramente o mundo, aproveitando o que Deus nos
dá cá embaixo, mas sempre a olhar e a ansiar o alto (quanto mais alto for o nosso
olhar).

Caridade:

João 13 34-35:

“34.Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos


tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.
35.Nisso todos conhe­cerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros”

É a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas por Ele
mesmo ,e ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus. A caridade é a única
virtude teologal que no céu ainda estará presente.

O apóstolo São Paulo deixou-nos um incomparável quadro da caridade:

Ainda que distribua todos os meus bens aos famintos e entregue o meu corpo
para ser queimado, se não tiver caridade, de nada me aproveita. A Caridade é paciente, a
Caridade é benigna; não é invejosa, não é altiva nem orgulhosa; não é inconveniente, não
procura o próprio interesse; não se irrita, não guarda ressentimento; não se alegra com
a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta.

1827(CIC). O exercício de todas as virtudes é animado e inspirado pela caridade.


Esta é o «vínculo da perfeição» (Cl 3, 14) e a forma das virtudes: articula-as e ordena-as
entre si; é a fonte e o termo da sua prática cristã. A caridade assegura e purifica a nossa
capacidade humana de amar e eleva-a à perfeição sobrenatural do amor divino.

Nas virtudes teologais não se emprega o conceito de: a virtude está no meio.
Atos de fé, esperança e caridade para que possamos indiretamente, isto é, pedimos a
Deus que aumente e que não nos afaste.

Parte prática:

Seria bom se comecemos a amar a Deus, meditando o quanto ele nos ama.
Lembrar que é um bom amigo, que nos quer bem e que nos dá tudo quanto é necessário
para sermos felizes. O seu caminho é bom, seu fardo é leve e o jugo é suave.
Podemos pensar em caridade como o ato de dar dinheiro, roupa, comida a
alguém necessitado, mas é mais do que isso. A caridade é

Propósitos:

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