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A PARÁBOLA DOS TALENTOS

(MORDOMIA CRISTÃ)
Matheus 25: 14-30
Sermão Culto Solene

INTRODUÇÃO
A parábola dos talentos (Mateus 25.14-29) foi a
última proferida por Jesus cuja mensagem principal
trata do nosso trabalho com diligência, constância e
fidelidade com os talentos que Deus nos têm dado.
No mesmo capítulo (Mt 25), Jesus falou da parábola
das dez virgens, destacando a lição principal da
vigilância espiritual ante o retorno do Senhor.
Nesta noite dominical abordaremos o assunto dos
talentos sob a perspectiva da administração do
nosso trabalho recebido da parte de Deus.
Somos mordomos na aplicação dos nossos talentos
na propagação do reino de Deus.
A CONCESSÃO DOS TALENTOS (vv.14,15)
1. O dono dos talentos (v.14). A parábola fala de
“um homem” rico, possuidor de muitos bens
(talentos), o qual ao sair de sua terra convocou seus
“servos” (trabalhadores) e deu-lhes a oportunidade
de trabalharem com os “bens” a eles distribuídos.
A lição da parábola indica que Jesus Cristo é aquele
senhor, o qual nos tem dado talentos para
trabalharmos para Ele.
Ele é o homem que “ausentou-se da sua terra” por
um pouco de tempo, para quando voltar, receber o
fruto dos talentos entregues a seus servos (João
13.13; Atos 10.36).
Jesus, depois de ascensão viajou para longe:
“Subindo ao alto..deu dons aos homens” (Efésios
4.8).
Ao retornar para o céu, Jesus deixou sua igreja
equipada, concedendo seus bens para serem
negociados. Ele disse, certa feita: “Assim como o Pai
me enviou, eu vos envio a vós” (João 20.21).
2. A mensagem dos talentos (v.15).Um “talento”
era uma medida de peso com valor monetário.
Nas medidas de peso dos tempos bíblicos, um
talento equivalia a 60 “minas” e uma “mina” tinha o
peso de “60 siclos”. Essa medida de peso podia ser
de ouro, prata, bronze ou latão, por isso, o valor
podia ser diferenciado.
Um “talento” pesava aproximadamente “30
quilos”.
A palavra dinheiro no versículo 18, no original é
prata. O valor monetário de um talento era muito alto.
Uma pessoa que possuísse, pelo menos, um talento,
era respeitado como bem de vida.
Aquele senhor entregou os seus talentos a três dos
seus servos para que negociassem com os mesmos.
Na linguagem figurada, esses talentos representam
os dons, dotes e habilidades que Deus nos dá para
com eles trabalharmos.
Notemos que esse “talentos” pertencem ao Senhor,
e Ele os concede conforme a capacidade individual
de seus servos.
3. O dono dos talentos (v.15). A Escritura diz que
aquele senhor “a um deu”; “e a outro deu” talentos,
indicando que os mesmos pertenciam à aquele
homem rico. A Bíblia diz que tudo vem de Cristo, pois
tudo foi criado por Ele, por meio Dele e para Ele
(Colossenses 1.16; 1 Coríntios 8.6; Romanos
11.3-6).
De nós mesmos nada temos, nem podemos fazer
(João 15.5).
Dele nos vem tudo para que o sirvamos segundo a
sua vontade, não a nossa. Os servos não foram
escolhidos porque já tivessem algum talento.
4. A distribuição dos talentos (v.15).
A distribuição foi proporcional à capacidade de cada
um daqueles servos para negociar. A um “deu cinco
talentos”, a outro “dois talentos” e, ao terceiro, “um
talento”. Quando Deus criou os seres humanos, os
criou com diferentes aptidões e capacidades.
Pelo menos, um talento todo crente possui. O que
Deus espera de todos nós é que, mediante seus
talentos, sejamos fieis e úteis ao seu reino.

A ADMINISTRAÇÃO DOS TALENTOS (vv.16-18)


1. Os servos receberam seus talentos. Cada um
deles trabalharia e administraria os bens conforme a
sua capacidade pessoal.
Aquele senhor deixou aqueles talentos em suas
mãos para serem cuidados e utilizados. Cada qual
negociaria da melhor forma possível com aquilo que
recebeu para trabalhar.
Cada qual deveria preocupar-se apenas com o seu
trabalho e procurar fazê-lo bem. Não pode haver
espaço para invejas, ciúmes, porfias entre os servos
de Cristo; coisas típicas de pessoas carnais (Gálatas
5.19-21).
2. Dois daqueles servos administraram bem seus
talentos (vv.16,17). Diz a parábola que o servo que
recebeu cinco e o que recebeu dois talentos
negociaram bem e duplicaram seus talentos. Foram
diligentes e fiéis.
Os que trabalham na obra de Deus, na igreja, devem
fazer o melhor que puderem, para multiplicarem seus
talentos.
Aqueles dois primeiros servos tiveram êxito em seu
trabalho. Sem dúvida, quando fazemos a obra de
Deus com amor e desvelo, a graça de Deus torna-se
uma fonte de poder inesgotável na provisão de todas
as nossas necessidades (Filipenses 4.13).
3. O terceiro servo não cumpriu sua missão
(vv.18,19). Diz a parábola que ele recebeu
justamente tanto quanto podia fazer e negociar, mas
pelo contrário, ele preferiu não fazer nada com o
talento recebido.
O texto diz que ele “cavou na terra, e escondeu o
dinheiro do seu senhor” (v.19).
Encheu-se de justiça própria, pois ao cavar na terra e
esconder o dinheiro queria insinuar injustiça da parte
de seu senhor.
Aquele dinheiro escondido significa prejuízo e
desperdício.
Quantos crentes, inclusive obreiros recebem bens da
parte do Senhor Jesus e, em vez de negociarem e
trabalharem com afinco para multiplicar esses bens,
tornam-se inativos na obra de Deus.
A cobrança virá a seu tempo, na prestação de contas
quando o Senhor vier.
AS GRANDES LIÇÕES DA PARÁBOLA
As grandes lições da parábola dos talentos tem a ver
com o caráter dos servos.
1. A fidelidade. Tudo o que aquele senhor esperava
de seus servos era que fossem fiéis no cumprimento
de suas atividades até que quando ele voltasse. Ele
requer dos seus servos um serviço fiel (Lucas 16.10;
1 Coríntios 4.2).

2. Inteligência (Mt 25.16,17). Aqueles dois primeiros


servos fiéis usaram da inteligência para negociarem
com os talentos recebidos.
É preciso que os servos de Deus usem de
inteligência espiritual para que não haja prejuízo nos
negócios que temos que fazer (Colossenses 1.9).
Os bens de seu senhor deveriam ser multiplicados
através de uma mordomia fiel, dinâmica e eficiente
(Provérbios 10.4; 13.4).
Na obra de Deus, nada deve ser feito só por
emoção.
3. Diligência. O que é diligência? No serviço, é
cuidado, zelo, dedicação, dinamismo, atenção,
esmero e amor.
Os servos que receberam “e cinco e dois talentos”
trabalharam com cuidado e com aplicação até
poderem multiplicar os bens de seu senhor.
A mordomia cristã repudia a ociosidade. A Bíblia diz
que “a alma do preguiçoso deseja e coisa nenhuma
alcança; mas a alma dos diligentes engorda”
(Provérbios 13.4).

A MORDOMIA REQUER PRESTAÇÃO DE


CONTAS ( Mt 25.19)
1. A volta do Senhor para reaver seus talentos.
“E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles
servos e ajustou contas com eles” (v.19).
O senhor daqueles servos veio quando eles não o
esperavam. Assim será na vinda de Cristo. Ele virá
quando ninguém o espera (Mateus 24.44; 25.13).
Por isso, não devemos nos descuidar da nossa
mordomia, nas tarefas que o Senhor nos entregou
para administrar.
2. O ajuste de contas (Mt 25.19). Os servos sabiam
disso, é evidente.
Cada servo tinha o seu ajuste de contas, por isso,
entendemos que essa prestação de contas é
individual, na presença do Senhor.
A Bíblia testifica: “Cada um de nós dará contas de si
mesmo a Deus”(Romanos 14.12).
No ajuste de contas, quanto ao seu serviço, suas
obras, os servos de Cristo comparecerão diante do
Tribunal de Cristo após o arrebatamento da igreja ( 2
Coríntios 5.10).
Todos os crentes salvos hão de comparecer diante
desse tribunal onde suas obras serão julgadas e
recompensadas.
Trata-se do que fizeram (ou não fizeram) para o
Senhor enquanto viveram na terra (Romanos 14.10;
Colossenses 3.24; Efésios 6.8; 1 Coríntios 3.14).
Quanto aos infiéis, os injustos, eles comparecerão
perante o Senhor para julgamento, somente no Juízo
Final (Mateus 25.24,25).
Cuidemos de, na força do Senhor, fazermos o melhor
para Deus, e Ele nos recompensará com justiça e
com alegria.

Soli Deo Gloria.

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