Você está na página 1de 5

Não houve interrupção entre o pronunciamento da parábola

anterior e o dessa. Em continuação às suas últimas palavras aos


seus, Jesus acrescentou essa Parábola dos talentos como um
complemento à das Dez virgens.

As Dez virgens nos ensinam a necessidade de vigilância; os Talentos, o


dever do trabalho. Ao olharmos para o retorno de Cristo, devemos
assim mesmo trabalhar.

Na Parábola dos talentos, Jesus falou com os seus enquanto estava


no monte das Oliveiras;
Nos Talentos, os servos receberam uma quantidade diferente de
talentos, de acordo com a sua capacidade pessoal.
O senhor rico a quem os servos se referiram como "Senhor" é "o
Filho do
homem", o Senhor Jesus Cristo. A viagem a um país distante se
refere à
sua partida para o céu, após a sua ascensão. Os servos, ou
cativos, ou
escravos, eram em primeira instância os doze discípulos a quem
Jesus
dirigiu a parábola, e também num sentido mais amplo todos os
nascidos de
novo.
Devemos entender que os talentos são os dons que Jesus recebeu
para os seus servos e lhes entregou. O senhor estar ausente de
casa sugere
o fato de Cristo não mais estar visivelmente na terra, e a sua volta
é
equivalente ao retorno prometido do Mestre. As negociações
empreendidas
pelos servos durante a ausência de seu senhor revelam o uso fiel
que o
povo do Senhor deveria fazer dos dons espirituais e das
oportunidades de
servirem a ele. Os elogios que o senhor fez aos servos, ao retornar,
são os
galardões que se pode esperar do Julgamento de Cristo, quando
as nossas
obras, a seu serviço, serão recompensadas. A condenação do servo
que
falhou em sua responsabilidade é uma advertência contra o não
uso, ou o
uso indevido, dos dons do céu.
O que devemos entender por
talento? Hoje em dia usamos a palavra num sentido diferente, e
falamos de
uma pessoa "talentosa", i.e., que tem uma habilidade notável
quanto a isso
ou aquilo. Mas aqui esse termo significa algo diferente.

Que magnífico estoque de mercadorias temos em


mãos para comercializarmos! A completa revelação do próprio
Deus, como
registrada na Bíblia; o glorioso evangelho, de amor e graça,
redentor; os
dons espirituais para a Igreja sobre os quais Paulo escreveu; a fé
entregue
aos santos; o dom e o favor do Espírito Santo, tudo isso está entre
os "seus
bens". É tudo inerente a ele, pertencem a ele e não são como
coisas
delegadas a alguém como no nosso mundo material. Portanto, o
que
usamos para negociar durante a ausência de nosso Senhor
pertence a ele.

Não recebemos dele mais do que podemos compreender e usar. O


critério de qualificação no uso dos talentos é "a cada um segundo
a sua
capacidade".

Uso e abuso dos talentos. Quando o primeiro servo recebeu os


cinco talentos; e o segundo, os seus dois; lemos que ambos saíram
"imediatamente" e negociaram com eles. Como é forte esse termo
"imediatamente"! Não houve demora. Eles não sabiam quanto
tempo o seu
senhor ficaria ausente; por isso tão logo ele partiu, começaram a
negociar.
"Tudo o que te vier à mão para fazer, fazei-o conforme as tuas
forças". Eles
negociaram, fizeram permutas, até que dobraram o que tinham. O
que possuía
cinco talentos conseguiu outros cinco —100%. O servo com dois
talentos
foi igualmente bem sucedido, pois o seu lucro também foi de
100%.
Em ambos os casos o capital original foi duplicado. Se o homem
com
apenas um talento o tivesse negociado, o seu lucro teria sido o
mesmo.

A tragédia nessa narrativa é que o homem com apenas um talento


não o negociou nem o multiplicou. Em vez disso, cavou um buraco
na terra,
embrulhou-o num lenço e escondeu o talento de seu senhor. Note
que
não era o seu dinheiro, mas o de seu senhor. Talvez ele temesse
perder o
talento e então enterrou-o como medida de segurança. E muito
patético
quando os homens têm medo de perder o que não vão usar.
Algumas pessoas
têm medo de perder os seus dons espirituais e se recusam a
utilizálos.
Nunca perdemos o que usamos. Enquanto esses dois conservos
agiam,
negociavam os seus talentos, o terceiro permanecia inativo. E não
apenas
isso, mas ele também foi desobediente por não seguir as
instruções de seu
senhor. Sua desobediência não foi ativa, mas passiva. Ele não
agrediu
efetivamente o talento de seu senhor; simplesmente deixou de
transformálo
em lucro. Em vez de animar-se a aumentar o que tinha recebido,
saiu e o
enterrou.

As virgens insensatas sofreram porque foram negligentes em


estar prontas; e, da mesma forma, esse servo sofreu porque nada
fez com o
seu talento. Esse servo representa muitos cristãos formais de hoje,
os
quais têm todos os privilégios externos do evangelho, mas nunca
pensam
em usar e aumentar as suas oportunidades de compartilhar esses
privilégios com outras pessoas. Enterram cada talento que
possuem. De
nada adianta a misericórdia de Deus. E pequeno o seu desejo de
crescimento nas coisas espirituais, o desejo pela Palavra de Deus
e pelo
testemunho que salva as almas. Escondem a sua luz, qualquer
que seja,
debaixo de um barril.

O primeiro e o segundo
servos relataram orgulhosamente o seu sucesso nos negócios e
devolveram
ao seu mestre o dobro do que lhe pertencia. Ambos foram
recompensados
exatamente da mesma forma. Ambos foram louvados: "Bem está!"
Ambos
receberam a promessa: "Sobre o muito te colocarei". Ambos foram
glorificados:
"Entra no gozo do teu senhor". "O gozo do Senhor" é uma alegria
completa: o gozo que ele sente pelo serviço fiel a ele prestado, o
gozo que
temos em sermos aprovados por ele, o gozo em vermos outras
pessoas no
céu, por causa de nossa fidelidade. Esses dois servos eram
diferentes
quanto aos talentos recebidos, mas idênticos quanto à obediência,
diligência e fidelidade ao seu senhor; portanto receberam uma
recompensa
idêntica. O que vai conquistar a aprovação do Mestre, quando ele
voltar

Que condenação solene caiu sobre o servo que enterrou o seu


talento!
Da mesma maneira que os fiéis são recompensados de acordo com
o valor
intrínseco de suas obras assim também há condenação pelo não
uso
daquilo que Cristo nos confia. Quando acontecer o Julgamento de
Cristo,
muitos serão elogiados; outros, porém, serão condenados. Para os
que o
tiverem honrado, há uma coroa (2Tm 4:8); um trono (Ap 3:21); um
reino (Mt
25:34).
Em primeiro lugar, ele tinha uma falsa idéia de seu mestre, e usou
esse
seu equívoco como uma desculpa por ter falhado naquilo que lhe
havia
sido confiado. Ele se enganou sobre o seu mestre ao pensar que
ele era um
homem duro, que ceifava onde não semeara, e agora cita esse
pensamento
equivocado diante de seu senhor. Por que ele tinha receio de
encarar o seu
mestre, enquanto os outros dois servos estavam prontos e cheios
de júbilo
por verem-no retornar? Essa sua postura de defesa foi uma ofensa.
Ele
adicionou injustiça à sua indolência. O senhor disse que ele tinha
provado
ser um servo mau e negligente (note que ele ainda era um servo);
mau,
porque pensava que o seu senhor fosse duro e injusto; negligente,
porque
deixara de usar o talento.

"Ao que não tiver, até o que tem lhe será tirado"; "A qualquer que
tiver, será
dado, e terá em abundância".

Você também pode gostar