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EXCELÊNCIAS DE CRISTO (2019) - ALLEN HOOD

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EXCELÊNCIAS DE CRISTO (2019) - ALLEN HOOD
Sessão 1: Introdução e o Conhecimento de Deus Página 2

Sessão 1: Introdução e o Conhecimento de Deus


I. O CONHECIMENTO DO SANTO

A. A ideia do misterioso está presente em todas as culturas e se estende através de todas as religiõ es,
figurando como algo “totalmente diferente”1. No nú cleo da crença e prá tica religiosa compreende-se
por uma presença misteriosa, uma presença sobrenaturalmente ameaçadora. Na alma da
humanidade há uma marca permanente de que alguma coisa lá fora que é tã o maravilhoso, tã o
poderoso, tã o bonito que é aterrorizante para contemplar e perigoso de se ver. No profundo â mbito
da humanidade há um medo, uma sensaçã o terrível de que algo lá fora, é digno de nossa adoraçã o e
pode nos ajudar ou nos prejudicar em nossa condiçã o frá gil.

B. Todas as culturas têm uma ideia do misterioso. Mas como esse “totalmente diferente” é definido?
Qual é a nossa resposta a esta grande presença misteriosa? Esta definiçã o da presença misteriosa e
nossa resposta sã o o nú cleo da crença religiosa.

C. A.W. Tozer disse: “O que vem em nossas mentes quando pensamos sobre Deus é a coisa mais
importante sobre nós. A história da humanidade provavelmente vai mostrar que nenhuma pessoa está
acima de sua religião, e a história espiritual do homem irá demonstrar positivamente que nenhuma
religião tem sido maior do que sua ideia de Deus... Por esta razão, a questão mais grave perante a
Igreja é sempre o próprio Deus”2. Salomã o afirmou o mesmo princípio em Provérbios: “Porque, como
imagina em sua alma, assim ele é[...]” (Pv 23: 7).

D. A Bíblia vai mais longe para nos informar que a nossa concepçã o de Deus e nossa resposta a essa
concepçã o tem consequências eternas. Nossa existência eterna depende de conhecer a Deus e
responder a Ele corretamente (Jo 5; 8).
3
E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste. (Jo 17: 3)

II. A DIFICULDADE DE CONHECER DEUS: A DOUTRINA DA INCOMPREENSIBILIDADE3

1
Em seu livro, A Idea do Santa (The Idea of the Holy), o teó logo alemã o do século XX Rudolf Otto descreveu a experiência
religiosa em todas as culturas. Ele escreveu que a experiência numinous (divina) contém um mistério em relaçã o a invocar o
medo (mysterium tremendum) e fascinaçã o (fascinans mysterium).
2
AW Tozer, O Conhecimento do Santo (The Knowledge of the Holy) (New York: HarperCollins, 1961), 1.
3
Particularidade ou característica do que é incompreensível; qualidade do que nã o se pode compreender. Que pode ser
ininteligível ou inexplicá vel. Característica daquilo que é misterioso; enigmá tico. Fonte: Dicio, Dicionário Online de Português,
definições e significados de mais de 400 mil palavras. Todas as palavras de A a Z, 2018-2019. Disponível em:
https://www.dicio.com.br/incompreensibilidade/

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Sessão 1: Introdução e o Conhecimento de Deus Página 3

A. Como podemos conhecer a Deus? O meio de observaçã o natural nos informa que, se existe um
criador do céu e da terra, o poder e intelecto deste ser é e está além do nosso alcance. O simples fato
é que nã o podemos conhece-lo ou alcança-lo, pelo menos nã o por conta pró pria. A Bíblia diz
claramente que Deus está além da nossa compreensã o. Deus é transcendente, eterno, onisciente e
todo-poderoso. Ele está , acima de tudo, e as Escrituras testificam que Ele é o ú nico incompreensível,
que cujo poder e sabedoria sã o imensurá veis.

Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos
17

séculos. Amém. (1 Tm 1:17)

Bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores; 16o único que possui
15

imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é
capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém. (1 Tim 6: 15-16)

B. A transcendência, auto-existência, e eternidade de Deus estã o muito além do que a mente humana
pode compreender. Deus é verdadeiramente incompreensível no sentido de que Ele nã o pode ser
totalmente conhecido, nem mesmo em um de seus atributos.

1. Deus é transcendente muito além da nossa imaginaçã o, e também é totalmente


diferente de toda a Sua criaçã o. Ele está infinitamente além de todas as coisas, tanto
em alcance e profundidade; ninguém e nada se compara a Ele. Tudo está contido
nele, e nele todas as coisas vivem e se movem, e existem. Envolto em “luz
inacessível”, Deus se destaca de toda a criaçã o. É de se admirar que os quatro seres
viventes cheios de olhos ao redor, nã o descansam dia ou da noite, dizendo: “Santo,
santo, santo, Senhor Deus Todo-Poderoso, que era, e é, e que há de vir” (Ap 4: 8).
4
Exaltado está o Senhor acima de todas as nações, e a sua glória sobre os
céus. 5Quem é como o Senhor nosso Deus, que habita nas alturas? 6Que se
curva, para ver o que está nos céus e na terra! (Sl 113: 4-6).
7
Porventura alcançarás os caminhos de Deus, ou chegarás à perfeição do
Todo-Poderoso? 8Como as alturas dos céus é a sua sabedoria; que poderás tu
fazer? Mais profunda é ela do que o inferno; que poderás tu saber? 9Mais
comprida é a sua medida do que a terra; e mais larga do que o mar. (Jó 11: 7-
9).

A.W. Tozer escreveu:

Nã o devemos pensar em Deus como mais alto em uma ordem crescente de


seres, começando com uma ú nica célula e continuando com o peixe, a ave, o
animal, o homem, o anjo querubim e Deus. Esta seria a concessã o da
eminência Deus, mesmo preeminência, mas isso nã o é suficiente; devemos
conceder-lhe transcendência no sentido mais pleno da palavra. Para sempre
Deus se destaca, na luz inacessível. Ele é tão alto acima de um arcanjo como

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acima de uma lagarta, porque o abismo que separa o arcanjo da lagarta é


finito, mas, enquanto o abismo entre Deus e o arcanjo é infinito. 4

2. A transcendência de Deus faz com que seja impossível para nó s defini-Lo através da
observaçã o natural e raciocínio filosó fico. Como você define algo que é totalmente diferente
de todo o resto?

Em seu livro Em Busca do Santo (Pursuit of the Holy), Corey Russell descreveu Deus nestes
termos:

Deus nos enerva porque nã o podemos apenas defini-Lo e usar as nossas


pró prias palavras. Ele desafia a definiçã o. Ele é indefinível, e isso nos irrita.
Ele está fora do nosso pequeno mundo. O Salmo 113: 6 declara que Deus tem
que se humilhar para contemplar as coisas no universo. Ele é misterioso, ele
é transcendente, e quando olhamos para Ele, nã o podemos articular o que
estamos vendo. Lidar com mistério nos assusta. Queremos algo que
podemos lidar, algo que podemos definir e apresentar para outras pessoas,
mas Deus nã o vai ser preso as nossas percepçõ es dELe.5

3. Meditar sobre a auto-existência e eternidade de Deus também nos deixa sem palavras,
porque Deus nã o tem ponto de referência e nenhuma outra fonte de reabastecimento. Ele
infinitamente existe e é sustentado por conta pró pria. Deus é eterno; Sua existência é
infinita com relaçã o ao tempo. Deus é imensurá vel; Ele é infinito em relaçã o ao espaço. O
salmista declarou, “[...] de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90: 2).

Eis que Deus é grande, e nós não o compreendemos, e o número dos seus
26

anos não se pode calcular. (Jó 36:26)


8
Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e
que há de vir, o Todo-Poderoso. (Ap 1: 8)

Agora, considere isto: “Quem é o pai de Deus? Quem trouxe Deus a


existência?”

Pense em Gênesis 1: 1: ‘No princípio, Deus[...]’

Quando o começo começou, Deus estava lá , o que significa que Ele existia
antes do início. Se Ele era antes do início, entã o quando é que começou? Isto
é onde você pula do trampolim de Gênesis 1 para a eternidade? Essas quatro
palavras sã o o início de sua viagem para o abismo do “antes da fundaçã o do
mundo” que Jesus descreve em Joã o 17: 5 e Joã o 17:24.6

4
Ibid., 70.
5
Corey Russell, Em Busca do Santo (Pursuit of the Holy) (Kansas City: Livros precursor, 2006), 10.
6
Ibid., 11.

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Sessão 1: Introdução e o Conhecimento de Deus Página 5

C. As Escrituras nos informam o poder imensurá vel de Deus e sabedoria insondá vel:

Grande é o Senhor, e muito digno de louvor, e a sua grandeza, inescrutável. (Sl 145: 3)
3

9
Ele faz coisas tão grandiosas, que se não podem esquadrinhar; e tantas maravilhas
que se não podem contar. (Jó 5: 9)
8
Sozinho estende os céus, e anda sobre os altos do mar. 9O que fez a Ursa, o Órion, e o
Sete-estrelo, e as recamaras do sul. 10O que faz coisas grandes, que se não podem
esquadrinhar; e maravilhas tais que se não podem contar. (Jó 9: 8-10)
9
Encobre a face do seu trono, e sobre ela estende a sua nuvem. 10Marcou um limite à
superfície das águas em redor, até aos confins da luz e das trevas. 11As colunas do céu
tremem, e se espantam da sua ameaça. 12Com a sua força fende o mar, e com o seu
entendimento abate a sua soberba. 13Pelo seu Espírito ornou os céus; a sua mão
formou a serpente enroscadiça. 14Eis que isto são apenas as orlas dos seus caminhos; e
quão pouco é o que temos ouvido dele! Quem, pois, entenderia o trovão do seu poder?
(Jó 26: 9-14)

Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da terra,
28

nem se cansa, nem se fatiga? Não há esquadrinhação do seu entendimento. (Is 40:28)
33
Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! 34Porque quem
compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? 35Ou quem lhe
deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? 36Porque dele e por ele, e para
ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém. (Rm 11: 33-36)

D. A mente caída da humanidade e a enganaçã o demoníaca agravam o nosso problema de conhecer a


Deus. De vá rias maneiras a Bíblia atesta claramente sobre a incapacidade do homem para encontrar
Deus por conta pró pria.

Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria,
21

aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. (1 Co 1:21)

Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não
14

pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (1 Co 2:14)

E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na
17

vaidade do seu sentido, 18entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há
neles, pela dureza do seu coração. (Ef 4: 17-18)

III. O DEUS QUE SE FAZ CONHECIDO: A DOUTRINA DA REVELAÇÃO

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Sessão 1: Introdução e o Conhecimento de Deus Página 6

A. Apesar de conhecer a Deus exaustivamente, está além do nosso alcance conhecer a Deus em
verdade. A Escritura revela que Deus é pessoal e nos fez à Sua imagem, a fim de se revelar a nó s.
Este fato torna a incompreensibilidade de Deus em uma grande bênçã o, porque Deus sempre irá se
revelar de novo, exibindo novas profundidades de sua personalidade para nó s.

A sensaçã o de mistério, até mesmo para o Grande Mistério, é fundamental na


natureza humana e indispensá vel à fé religiosa, mas nã o é suficiente. Por causa
disso os homens podem sussurrar, “essa coisa assustadora”, mas eles nã o clamam,
“Meu Deus Santo!” No hebraico e nas sagradas escrituras, Deus leva adiante Sua
pró pria revelaçã o e lhe da personalidade e conteú do moral. Esta Presença
assustadora é mostrada para nã o ser uma coisa, mas um Ser moral com todas as
qualidades acolhedoras da sua personalidade genuína. Mais do que isso, Ele é a
essência absoluta da excelência moral, infinitamente perfeito em justiça, pureza,
retidã o e santidade incompreensível. E em tudo isso Ele é incriado, autossuficiente e
além do poder do pensamento humano para conceber ou a fala humana para
proferir.7

B. Nó s podemos realmente conhecer Deus, porque Ele escolheu revelar-Se; na verdade, Ele gosta de
fazê-lo. Ele é o mistério conhecido. A Bíblia nos informa que Deus geralmente se fez conhecido na
natureza, no governo das naçõ es, e na consciência humana (Rm 2: 14-15). Esta revelaçã o geral,
enquanto deixa a humanidade sem uma desculpa perante seu Criador, nã o nos leva a um
conhecimento abrangente e salvador de Deus.

Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade,
20

se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis. (Rm
1:20)

E contudo, não se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do


17

céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os


vossos corações. (At 14:17)
24
O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não
habita em templos feitos por mãos de homens; 25Nem tampouco é servido por mãos
de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a
todos a vida, a respiração, e todas as coisas; 26E de um só fez toda a geração dos
homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes
ordenados e os limites da sua habitação; 27Para que buscassem ao Senhor, se,
porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós.
(At 17: 24-27)

C. Deus também se revelou de um modo específico e especial para a humanidade. As Escrituras


ensinam que, enquanto as outras naçõ es adoravam o que eles nã o sabiam, Israel adorava ao ú nico e
verdadeiro Deus, que se fez conhecido. Deus declarou o seu nome de uma maneira muito específica
para a naçã o de Israel. A Bíblia é o registro da auto-revelaçã o de Deus para Israel:

. Tozer, o conhecimento do Santo, 105.


7

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32
Porque, pergunta agora aos tempos passados, que te precederam, desde o dia em
que Deus criou o homem sobre a terra, desde uma extremidade do céu até à outra, se
sucedeu jamais coisa tão grande como esta ou se se ouviu coisa como esta; 33ou
se algum povo ouviu a voz de algum deus falando do meio do fogo, como tu a ouviste,
ficando vivo; 34ou se um deus intentou ir tomar para si um povo do meio de
outro povo, com provas, com sinais, e com milagres, e com peleja, e com mão forte, e
com braço estendido, e com grandes espantos, conforme tudo quanto o Senhor, vosso
Deus, vos fez no Egito, aos vossos olhos. 35A ti te foi mostrado para que soubesses que
o Senhor é Deus; nenhum outro há, senão ele. 36Desde os céus te fez ouvir a sua voz,
para te ensinar, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, e ouviste as suas
palavras do meio do fogo. 37Porquanto amava teus pais, e escolhera a sua semente
depois deles, e te tirou do Egito diante de si, com a sua grande força, 38para
lançar fora de diante de ti gentes maiores e mais poderosas do que tu, para te
introduzir na terra e te dar por herança, como neste dia se vê. 39Pelo que hoje
saberás e refletirás no teu coração que só o Senhor é Deus em cima no céu e embaixo
na terra; nenhum outro há. (Dt 4: 32-39)
21
Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em
Jerusalém adorareis o Pai. 22Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que
sabemos porque a salvação vem dos judeus. (Jo 4: 21-22)

D. Deus escolheu especificamente para revelar-se a nó s na pessoa de Jesus Cristo. Na plenitude dos
tempos, no ponto mais sá bio da histó ria, Deus transbordou e revelou plenamente o deleite dos
prazeres, Seu filho. Na formaçã o de Israel, Deus preparou o mundo para a inauguraçã o de esplendor
incompará vel, brilho inimaginá vel. A Palavra se fez carne e habitou entre nó s. O Filho Eterno, Jesus
de Nazaré. O que o Pai tinha sempre apreciado tanto, agora os homens e mulheres podem desfrutar
também. O objeto de contemplaçã o do Pai agora se tornou o objeto da humanidade.
1
Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-
nos, nestes últimos dias, pelo Filho, 2a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. 3O
qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as
coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à
destra da Majestade, nas alturas [...] (Hb 1: 1-3)

IV. POR QUE DEUS REVELOU A NÓS?

A. Por que Deus foi tã o longe para revelar-se através da pessoa de Seu Filho? Simplificando, Deus é
pessoal e se revela a nó s por causa do nosso design criado e seu desejo de relacionamento conosco.
Em Teologia Sistemá tica, Wayne Grudem escreve:

Ainda mais significativamente, é o Deus que sabemos, nã o simplesmente fatos sobre


ele ou açõ es que ele faz. No nosso uso ordiná rio do português, fazemos uma
distinçã o entre conhecer fatos e conhecer pessoas. Seria verdade para mim, dizer

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Sessão 1: Introdução e o Conhecimento de Deus Página 8

que eu sei muitos fatos sobre o presidente dos Estados Unidos, mas nã o seria
verdade dizer que eu o conheço. Para dizer que o conheço, implicaria que eu o
conheci e conversei com ele, e que eu tenha desenvolvido, pelo menos em algum
grau, uma relaçã o pessoal com ele.

[...] Vá rias passagens falam do nosso conhecer a Deus. Nó s lemos as palavras de Deus
em Jeremias:
23
Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se
glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas
riquezas. 24Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e
saber que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na
terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor. (Jr 9: 23-24)8

J.I. Packer escreveu:

A resposta verdadeiramente impressionante que a Bíblia dá a esta pergunta é que o propó sito de Deus na
revelaçã o é ser nosso amigo. Foi para este fim que Ele nos criou seres racionais, tendo Sua imagem, capaz
de pensar, ouvir, falar e amar; Ele queria que houvesse uma pessoal e genuína afeiçã o e amizade, dois lados,
entre Ele e nó s - uma relaçã o, nã o como aquela entre um homem e seu cã o, mas como a de um pai para com
seu filho, ou de um marido para com sua esposa. Uma amorosa amizade entre duas pessoas nã o tem motivo
oculto; é um fim em si. E este é o propó sito de Deus na revelaçã o. Ele nos fala simplesmente para cumprir a
finalidade para a qual fomos criados; isto é, para trazer à vida uma relaçã o na qual Ele é um amigo para nó s,
e nó s nele Ele; encontrará alegria em dar-nos presentes e nó s encontrando a nossa alegria em dar-lhes
graças.9

V. A MINHA ABORDAGEM A ESTA CLASSE

A. Esta disciplina nã o é apenas sobre doutrina. É principalmente sobre relacionamento e sobre a


histó ria de misericó rdia, graça e amor. Eu nã o estou ensinando essa disciplina a partir da torre de
marfim da teologia dogmá tica, assegurando a sua conformidade com a ortodoxia. Quero ser fiel à
carga apostó lica de Judas verso 3 “[...] a batalha pela fé que uma vez por todas foi entregue aos
santos” e apresentar para você o que os santos, por mais de 200 décadas sempre acreditaram e
proclamaram sobre Cristo, e à força indomá vel de Sua personalidade.

8
Wayne Grudem, Teologia Sistemá tica: Uma Introduçã o à doutrina bíblica (Grand Rapids: Zondervan, 1994), 151-152.
9
JI Packer, Deus falou, 3ª ed. (Grand Rapids: Baker Books, 1993), 50-51.

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B. No entanto, este curso é mais do que a transferência de conteú do e o mecanismo para fazer você
avaliar se está dentro ou fora de acordo com a sã doutrina. A natureza do amor é que você tem que
conhecer alguém para descobrir o seu valor e mérito, antes de seu coraçã o responder com afeto. O
conhecer alguém é inerente a amar alguém. A sã doutrina é o amor incondicional. Eu quero que
você entenda Jesus corretamente, para que você possa amá -lo sinceramente e em totalidade.
3
E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste. (Jo
17: 3)

C. A histó ria de Bob Lyons: Eu aprendi a diferença entre a ortodoxia seca e conhecer Jesus
intimamente, quando conheci Bob e Nina Lyons pela primeira vez. Ele tinha vivido e participado de
muitos movimentos do Espírito Santo. Ele era um raro exemplo de alguém aberto ao Espírito ao
longo de muitas décadas. Bob foi convidado para falar com nossa classe de escola bíblica sobre cura.
Quando ele começou a aula, ele simplesmente disse que: o nome de Jesus... e as lá grimas
começaram a fluir. De repente, toda a turma começou a chorar sobre a pessoa de Jesus. Eu disse no
meu coraçã o: “Eu quero conhecer Jesus assim. Eu quero um coraçã o cheio de amor, para que
quando eu diga o nome dele, eu chore e todo mundo chore”. Este curso é sobre o amor, conhecer e
amar uma pessoa, tal qual serafins viram chamas quando olham para ele.

D. A histó ria de Yuseph Herman e o encontro com Jesus no lugar de oraçã o no seminá rio. “- Allen, Ele
veio até mim"! “Eu acho que você nunca experimentou Jesus por 10 minutos antes.”

E. Este curso nã o é simplesmente sobre uma série de fatos para você digerir, mas uma entrada para o
mistério de uma pessoa gloriosa que se senta à direita de Deus Pai Todo-Poderoso. Você vê que eu
estou em pé como testemunha, um testemunho vivo da verdade das boas novas. Eu fico falando com
você, muito parecido como Joã o falou em seus dias.
1
O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos
tocaram da Palavra da vida 2(porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos
anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada), 3o que vimos e ouvimos, isso vos
anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho
Jesus Cristo. 4Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra. (1 Jo 1: 1-4)

F. Eu nã o sou simplesmente um professor de uma classe para estes pró ximos dias. Minha tarefa nã o é
simplesmente transmitir conteú do, mas apresentá -lo a uma pessoa, a mais maravilhosa, fascinante
e bonita pessoa chamada Jesus. Minha tarefa é ser um testemunho vivo de um Senhor ressuscitado,
que me conheceu e me mudou e me deu vida eterna.

VI. O CONTENTE DEUS DA REVELAÇÃO

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Sessão 1: Introdução e o Conhecimento de Deus Página 10

A. O apó stolo Paulo descreve o evangelho como “o evangelho da gló ria do Deus bendito” (1 Tm 1:11).
Deus é bendito, um Deus feliz, que ama a si mesmo. Ele infinitamente desfruta a si mesmo como o
mais encantador ser, bonito, justo, amá vel, puro que é. Como a consumaçã o de toda a perfeiçã o, Ele
é eternamente feliz. Em Sua presença há plenitude de alegria e à sua mã o direita há prazeres muito
além (Sl 16:11). Sua santidade é o resplendor de todos os Seus atributos, que trabalham em perfeita
harmonia, perfeita pureza, perfeita potência, e perfeita alegria. Ele está além de tudo; ninguém pode
se comparar com o Deus que nã o carece, e ainda transborda com todas Suas perfeiçõ es.

B. Dentro do coraçã o da humanidade há uma latente e sutil acusaçã o de que o Deus invisível se
esconde de nó s, revelando-se muito pouco, mantendo-nos eternamente responsá veis pela pequena
revelaçã o que Ele dá . Assim, nossos coraçõ es condenam Deus com dureza e injustiça. No entanto, o
testemunho bíblico retrata uma histó ria muito diferente.

C. Toda a adoraçã o do Antigo Testamento, incluindo os ministérios sacerdotais e proféticos, nasceram


do confronto com o Santo. Quando Deus revelou a Si mesmo para os filhos de Israel, Ele Se revelou
como santo. O brilho e a beleza de todos os Seus atributos foram exibidos em ordem para fascinar o
coraçã o e produzir a resposta de adoraçã o. É o encontro com o belo e 'assustador' Deus, que produz
adoraçã o, operando em fidelidade, e escrevendo uma aliança sobre os coraçõ es da humanidade.

D. Deus é o Deus do prazer; que gosta de compartilhar a si mesmo, que gosta de deliciar os sentidos
dos formados à Sua imagem. Ele é o glorioso, um maravilhoso Deus que constró i a realidade em
todo o desenrolar da Sua beleza, luz e amor. Como é maravilhoso que o Deus transcendente ame
manifestar e apresentar a essência ilustre, incandescente do divino, tudo para a nossa satisfaçã o e
resposta de amor! Deus é prazer imensurável, prazer consumado; e a maior honra e alegria que Ele
poderia nos dar é basear nosso relacionamento ao redor de dEle.

E. A ú nica razã o para qual você existe é prazer. É a ú nica razã o pela qual você foi feito. Deus precisa de
sua ajuda? Estava faltando algo na personalidade de Deus? Claro que nã o! Você é a ú nica criatura
feita para minar as profundezas do Deus vivo. Tudo para você foi construído em torno da revelaçã o
de Deus - lhe permitindo que você saiba algo sobre Ele.

F. Ele é o Deus que ama manifestar-se, para revelar beleza; Ele se revela através de tudo o que existe.
Alguma vez você já se perguntou por que Deus se manifesta da maneira que Ele faz? Por que a sarça
ardente de Moisés? Por que uma nuvem escura, misturada com fogo e relâ mpagos para Israel no
Monte Sinai? Por que uma nuvem de dia e um fogo durante a noite? Por que a voz mansa para com
Elias? Por que todas essas vozes estranhas, criaturas estranhas, luz ofuscante, e cores brilhantes ao
redor do trono, quando no céu uma porta foi aberta para o apó stolo Joã o? Por que o Deus eterno
veio como um bebê envolto em panos, deitado em uma manjedoura em Belém? Por que Deus
assumiu a forma de um homem para sempre? Duas razõ es: Ele pode, e para o seu prazer.

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