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Outubro 2015 Ano 22

CLASSE
ATRIBUTOS DE DEUS
Aula 01
ATRIBUTOS DE DEUS - I
Romanos 11. 33-36
Introdução.
Ao olharmos para Deus, um ser Infinito, é impossível conhecê-lo em
toda a sua plenitude. Contudo O vemos bondosamente, revelando-se a nós
em uma linguagem compreensível. Ele diz acerca de si mesmo: “Eu sou San-
to”; logo podemos afirmar que Deus é Santo. Compreendemos, então, que a
santidade é um atributo de Deus, pois podemos aplicá-la ou atribuí-la a Ele.
Nesse contexto, podemos, então, afirmar que os Atributos de Deus, revelam
e indicam os vários aspectos seu caráter.
As aulas contidas deste módulo têm o propósito de apresentar os di-
versos Atributos de Deus, encontrados em Sua Palavra. Que esses estudos
possam nos ajudar a conhecer mais de perto o Deus a quem servimos e, à
luz da revelação do Seu gracioso caráter, possamos servi-lo fielmente, na
propagação da Sua glória, até aos confins da terra.
Podemos definir Deus?
Como homens, jamais conseguiremos definir Deus. No entanto, mes-
mo que de forma limitada, em razão da nossa pequenez de compreensão,
podemos, à luz da Sua grandiosa Palavra, a partir do que Ele nos revela, des-
crever os Seus atributos. O que é revelado em Sua Palavra aponta, igualmen-
te, para o Pai, para o Filho e para o Espírito Santo.
A importância de estudarmos os atributos de Deus:
 Ao estudarmos sobre os atributos de Deus, conheceremos mais de Dele,
do seu caráter, vontade e propósitos;
 Através do conhecimento dos seus atributos, em obediência, prestaremos
uma adoração que O agrade;
 Conhecendo mais de Deus, estaremos prontos para defender a fé genuí-
na, dando respostas, quando as heresias e ventos de doutrinas se apresen-
tarem;
 Conhecendo mais de Deus, seremos confrontados com nossa pecamino-
sidade e buscaremos a restauração através do perdão que provém do
Sangue de Cristo; buscaremos a santidade requerida pelo Senhor.
 Diante do conhecimento dos atributos de Deus, seremos confrontados
com a urgência de fazê-lo conhecido em todas as nações. Haverá envol-
vimento maior com a obra da evangelização mundial (At. 1.8; Mt 28. 18-
20).
OS ATRIBUTOS DE DEUS CLASSIFICADOS
Para uma melhor compreensão nos estudos, é comum a classificação
dos atributos divinos em dois grupos: atributos incomunicáveis ou naturais
e Deus e atributos comunicáveis ou morais de Deus.
 Atributos incomunicáveis ou naturais de Deus - São aqueles que en-
fatizam a distinção absoluta entre Deus e a criatura. São atributos exclu-
sivos de Deus (não podem ser comunicados à criatura).
 Atributos comunicáveis ou Morais de Deus - São aqueles em que
são encontradas semelhanças ou analogias na criatura, especialmente no
ser humano (esses atributos podem ser comunicados à criatura).
OS ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS OU NATURAIS DE DEUS
1) Espiritualidade;
Deus é Espírito, e isto é confirmado por Jesus Cristo, no encontro com
a mulher Samaritana (Jo 4.24). Logo, sendo um ser espiritual, Ele não tem
forma. O nosso Soberano Deus não possui corpo físico e nem está contido
em algo material. De forma grandiosa e sobrenatural, toda a matéria foi cri-
ada por Ele. Deus é Espírito com personalidade; sendo assim, Ele pensa,
sente, fala e pode se comunicar com suas criaturas feitas à sua imagem.
Não se limita como os humanos, pois é Espírito. Ele é real, todavia de
natureza tão infinita que não se pode apreendê-lo plenamente pelo conheci-
mento humano, nem descrevê-lo em linguagem humana. Não foi visto por
ninguém (Jo 1.18).
Observamos, ainda, que os termos: “boca de Deus”, “Mão de Deus”,
“olhos de Deus”, “coração de Deus” e outros citados na Bíblia, são os
recursos da linguagem antropomórfica, na qual são atribuídas características
ou aspectos humanos a Deus. Usa-se esse tipo de linguagem para facilitar a
compreensão humana (Gn 6.6).
2) Infinitude;
Deus é infinito, ilimitado em seu ser, pois Ele é por si mesmo; Ele existe
por Sua própria essência. Não há nada que esteja além e acima de Deus. Ele
não depende, não necessita de nada, e todas as coisas estão subordinadas a
Ele. A Bíblia nos afirma que Ele “habita em luz inacessível” (I Tm 6.16) e
que é um Deus de “juízos insondáveis” e de caminhos “inescrutáveis” (Rm
11.33). Em sua grandeza e poder, Ele é infinito, ilimitado e ilimitável (Jr 23.
23,24) – (Sl 139. 7-10).
Deus é infinito e sua infinitude é vista de duas maneiras:
(1) em relação ao espaço pela imensidade (I Re 8.27; At 17. 24-28);
(2) em relação ao tempo, Ele é Eterno (Ex. 15.18; Dt 33.27; Sl.90.2). Ele
existe desde a eternidade e existirá por toda a eternidade.
Importante destacar que infinitude não é o mesmo que onipresença.
Pensar na infinitude de Deus é ter os olhos voltados para a transcendência
de Deus (já que não está limitado pelo espaço). A onisciência aponta para a
imanência de Deus (já que está presente em todos os lugares.)
3) Unidade;
Isso significa que só existe um Deus e que Ee é indivisível (Ex. 20.3; Dr.
4.35,39; 6.4; I Sm 2.2; I Tm 1.17). Destacamos também que a unidade de
Deus não colide com o ensino da trindade do Novo Testamento, pois é uni-
dade composta na Trindade de Deus. Unidos na essencial unidade eterna
(Ef 4.6; I Co 8.6; I Tm 2.5) – As pessoas da Trindade não são essências se-
paradas, mas possuem funções distintas.
Aula 02
ATRIBUTOS DE DEUS - II
4) Eternidade;
Deus é eterno. “Eternidade”, no sentido da palavra, aplica-se ao que
transcende a todas as limitações. A eternidade de Deus pode ser definida de
forma mais compreensível, como aquela perfeição divina por meio da qual
Ele se eleva sobre as limitações temporais. Logo podemos afirmar que Deus
não tem começo nem fim. Ele é infinitamente perfeito; Ele é eterno (Gênesis
21.33). Ele não está circunscrito ao passado, presente e futuro. Podemos afir-
mar, então, que Ele é Deus no passado, no presente e no futuro, sem inter-
rupções ou limitações causadas por uma sucessão de eventos. Deus sempre
existiu. Ninguém o criou, logo nunca teve começo nem terá fim, pois Ele é
eterno.
5) Imutabilidade;
Diferentemente dos seres imperfeitos, que sofrem mudanças através de
progressos ou decadências, Deus não muda, pois é perfeito! Nem de propó-
sito, nem de pensar, nem de natureza (Tg 1.17). Ele permanece idêntico a Si
mesmo e não sofre mudança ou variação (Ap 22.13; Is 44.6). Em Sua pleni-
tude e perfeição, nunca mudou e nunca mudará (Hb 1.10-12; Ml 3.6). É esse
Deus que habita na eternidade, que criou o mundo segundo o Seu conselho,
que foi encarnado em Cristo e fez Sua morada na Igreja, através do Seu Espí-
rito Santo e que cumpre todas as Suas promessas nas vidas daqueles que O
temem e esperam por Ele (II Tm 2.13).
Muitos perguntam: Se Deus não muda, porque a Bíblia diz que “Ele
se arrependeu” em Gênesis 6.6? A resposta para esse questionamento está
no fato de que esse “arrependimento”, citado na Bíblia é o uso da lingua-
gem antropomórfica, para que entendamos mais de perto os pensamentos
divinos. Tanto a imutabilidade como a sabedoria e onisciência de Deus
jogam por terra as ideias de que Ele muda os seus planos eternos ou que
possa se arrepender de algo que fez.
6) Onisciência;
Deus é onisciente, porque sabe de todas as coisas (Gn 18.18.19; II Re
8.10,13 e outros). Sendo assim, Ele tem o conhecimento perfeito. Diante
deste atributo, somos confortados em nossas provas, pois, como filhos de
Deus, temos a certeza de que Ele sabe de tudo e está no controle de todas as
coisas, pois conhece todas, tanto as visíveis, quanto as invisíveis (Mt 6.8).
O conhecimento de Deus é ilimitado (Sl 147.4). Observamos também
que a onisciência de Deus está ligada à Sua onipresença (Sl 139. 1-12). Ele
vê, sabe de tudo, e isso aponta também para o juízo, sendo representado,
simbolicamente, pela “abertura dos livros”, em Apocalipse 20.12. Ter conhe-
cimento da onisciência de Deus deve nos trazer segurança, conforto e, como
servos, sobriedade e comprometimento com Sua Palavra (Hb 4.13).
7) Onipresença;
Nenhum espaço material pode limitar Deus em nada, pois Ele é onipre-
sente (Gn 28.15,16; Dt 4.39 e outros). Ele está presente em todos os lugares
(Sl 139.7) e ninguém pode se esconder de Deus, pois Ele Sua presença é real
em todas as circunstâncias da nossa vida. Importa que se destaque aqui que
onipresença não é o mesmo que “panteísmo”, que iguala o universo a Deus.
Vemos, por sua Palavra, claramente, uma distinção entre Deus e a criação,
apesar Dele estar em toda a parte. Note ainda que, mesmo Deus estando
presente em cada ponto, em todo o universo, com todo o Seu ser, Ele age de
modos diversos, em diferentes lugares. Ele não está em todos os lugares no
mesmo sentido, isto é, a manifestação d’Ele é maior nos céus, Sua habitação,
no entanto, no inferno, ela se dá de maneira punitiva.
Myer Pearlman, em seu livro “Conhecendo as doutrinas da Bíblia”, afir-
ma-nos que, para as suas criaturas, Deus está presente nas seguintes manei-
ras:
 Em glória, para as hostes adoradoras do céu (Is 6.1-3);
 Providencialmente, nos assuntos relacionados com os homens (Sl 68.7,8);
 Eficazmente, na ordem natural (Nm 1.3);
 Atentamente, àqueles que o buscam (Mt. 18.19,20; At 17.27);
 Judicialmente, às consciências dos ímpios (Gn 3.8; Sl 68.1,2);
 Corporalmente em Seu Filho, “Deus conosco” (Cl 2.9);
 Misticamente, na Igreja (Ef. 2.12-22 );
 Oficialmente, com seus obreiros (Mt 28.19,20)
Embora Deus esteja em todo lugar, somente ao entrar em relação pessoal
com um grupo ou com um indivíduo, diz-se que Ele habita com eles.
8) Onipotência;
Onipotente quer dizer “todo poderoso”. Deus tem poder ilimitado e infi-
nito (Gn 1.1; 17.1; 18.14; Ex 6.3; Ap 1.8 e outros). Tanto no Antigo quanto
no Novo Testamento, vemos testemunhos vívidos da onipotência de Deus.
Em Sua Palavra, Ele se revela como o Deus para quem “nada é impossível” -
(Gn 17.1; 18.14; Sl 24.8; 33.9; 89.13; 115.3; Hb 1.3; Ef 3.20,21; Sl 24.8; Jr
32.27; 2Co 6.18; Ap 1.8; Lc 1.37; Mt 19.26; Tt 1.2; Hb 6.18; 2Tm 2.13; Tg
1.13, 17); “Sua liberdade e poder para fazer tudo que esteja em harmonia com
a Sua natureza, “... pois para Deus nada será impossível” (Lc 1.37). Entretan-
do isso não significa que Ele possa ou queira fazer alguma coisa contrária à
Sua natureza (por exemplo, mentir, roubar...) ou que faria alguma coisa absur-
da ou contraditória em si mesma (fazer um círculo triangular, ou fazer água
seca” (Myer Pearlman).
Em Seu soberano poder, Ele exerce o Seu controle e sabedoria sobre tudo
o que existe ou que pode existir. Alguém poderia perguntar: “Mas por que,
então, o mal continua imperando no mundo? Ao criar o homem, Deus o do-
tou do “livre arbítrio”. Em Gênesis 3, na entrada do pecado no mundo, após
a queda do homem, por escolher o caminho da desobediência, o pecado pas-
sou a todos os homens (Rm 3.23). O que vemos, então, pela Palavra de Deus,
diante do mal causado pelo próprio homem, são as misericórdias e o grande
amor de Deus, que, através da graça de Cristo, busca libertar e salvar os cati-
vos do pecado e Satanás. Todo esse contexto de pecaminosidade não afeta a
onipotência de Deus. Na verdade, Ele permite os atos maus, mas com um
sábio propósito de, finalmente, dominar todo o mal. Deus e somente Ele é o
todo poderoso e até mesmo Satanás nada pode fazer sem a sua permissão (Jó
1,2).
Aula 03
ATRIBUTOS DE DEUS - III
9) Sabedoria;
Deus é sábio (Sl 104.24; Pv 3.19 e outros). A sabedoria de Deus reúne a
sua onisciência e sua onipotência. Através de sua inteligência infinitamente
perfeita, Ele gera a sabedoria plena que o faz realizar os melhores propósitos
possíveis pelos melhores meios. Ele, com Sua sabedoria, tudo governa com
inteligência, segurança e ordem.
10) Soberania;
Deus é o ser supremo de todo o universo e com o Seu poder governa
toda a obra da Sua criação (Dn 4.35; Mt 20. 15; Rm 9.21). Através da Sua
Palavra, vemos que Ele tem um plano abrangente (Ef 1.11) e que tem o con-
trole de todas as coisas (Sl 135.6), mesmo do mal, ainda que o Senhor não se
envolva com ele (Pv 16.4), cujo seu principal objetivo é o louvor da Sua Gló-
ria (Ef 1.14).
Novamente perguntas são levantadas:
- A soberania de Deus anula a responsabilidade do homem?
- Por que a soberania de Deus permite a existência do mal?
De modo gracioso e misterioso, a soberania de Deus não anula a
responsabilidade do homem e vice-versa (Fl 2.12,13). Quanto ao pecado
(mal), chegará o tempo do juízo de Deus e a punição do mal virá. Em Sua
soberania, Ele conduz Seus propósitos e os cumpre fielmente (Ap 20.12-
15).

A.W. Pink, nos apresenta a Sabedoria de Deus da seguinte forma:


 Deus é soberano no exercício de Seu poder – Ex 17.16; 1Cr 29.11-12;
Dn 2.22-21;
- Deus é soberano na delegação de Seu poder a outros – Dt 8.18; Sl
29.11; Dn 2.23;
- Deus é soberano no exercício de Sua misericórdia – João 5.1-9;
- Deus é soberano no exercício de Sua graça – Rm 9.19-24; Rm 11.5-6;
Ef 2.4-10;
- Deus é soberano no domínio das nações – 2Cr 20.6; Sl 10.16; Ap
19.6; Pv 21.1; Dn 4.35.
11) Independência;
O único ser plenamente independente é Deus. Ele é independen-
te da criação e de suas criaturas. Uma definição dada pelo dicionário
para independente é: “Não dependente; livre; não sujeito aos controles
externos; não subordinado; aquele que governa a si mesmo; soberano;
não condicionado.” Somente Deus se encaixa absolutamente dentro
dessas definições. "O Deus que fez o mundo e tudo o que nele
existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuá-
rios feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas,
como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a
todos dá vida, respiração e tudo mais." (At 17:24-26)
Um Deus plenamente independente em sua existência (não tem origem, por
isso não foi criado) e em sua suficiência (um Deus suficientemente pleno, pois não
necessita de nada para existir) - Rm 11.36; Ap 4.11.

12) Singularidade e Simplicidade;

Deus não é composto de partes, pois no contexto da composição está a imperfeição.


Na composição há a dependência dos elementos que a constituem. Deus é, portanto,
perfeitamente simples. Os atributos de Deus em igualdade, constituem o Ser de Deus.
Ele é único em singularidade (Ele é único, numericamente um; há um só Deus) e
simplicidade (Ele não está dividido em partes, pois não é um Deus composto). Con-
tudo os Seus atributos são manifestados em momentos diferentes.
Um Deus infinitamente simples, infinitamente uno e indivisível. Ten-
tar vê-lo como dois ou mais Deuses, igualmente perfeitos, seria um gran-
de absurdo, pois dois Deuses seriam idênticos e, então, confundiriam-se
ou seriam diferentes e, consequentemente, não poderiam ser ambos infi-
nitamente perfeitos (1Re 8.60; Dt 6.4; Mc 12.29, 32; 1Co 8.6; 1Tm 2.5; Jo
17.3; Ef 4.6).
A simplicidade e a singularidade de Deus não anulam a doutrina da
Trindade.
13) Verdade;
Deus é coerente consigo mesmo e se revelou ao homem como real-
mente é. Ele é o único Deus verdadeiro (Jo 17.3). Portanto não pode
mentir (Tt 1.2). Ele não se contradiz em Sua natureza. Ele é cumpridor de
todas as Suas promessas (II Tm 2.13).
14) Auto existência;
Deus é autossuficiente. Ele não depende de ninguém ou nada para
cumprir os Seus propósitos e desígnios. Em Atos 17. 24 e 25 lemos: “O
Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e
da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; Nem
tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando
de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a res-
piração, e todas as coisas”. Deus é absolutamente independente de tu-
do fora de Si, mesmo para continuidade e perpetuidade de Seu Ser. Ele é
a causa de todas as coisas, sem ser causado.
Aula 04
ATRIBUTOS DE DEUS - IV

ATRIBUTOS COMUNICÁVEIS OU MORAIS DE DEUS


15) Inteligência
Uma vez que tudo em Deus é infinito, logo, sua inteligência e sua
ciência são também infinitas. Ele é o Deus que tudo vê e conhece! Ro-
manos 11.35 nos afirma: “Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que
lhe seja recompensado?
16) Santidade.
Deus é Santo. (Ex 15.11; Lv 11.44,45; 20.26; e outros) A santidade
de Deus significa a sua absoluta pureza moral. Ele não pode pecar, nem
tolerar o pecado. Em sua santidade, Deus aborrece o pecado ainda que
ame o pecador. A Palavra “Santo” no original quer dizer “separado”.
Em Sua pureza plena, Deus está separado de tudo o que é indigno, im-
puro e pecaminoso. Deus é perfeito e Santo enquanto o homem é im-
perfeito e pecador. Por essa razão é necessário o afastamento entre Ele
e o homem no pecado. Na vida daqueles que foram Salvos pela Graça
de Cristo é imperativo a busca pela santidade. (I Pe 1. 15,16) O Crente
deve buscar a santidade cristã como padrão para sua vida e conduta.
17) Justiça.
Deus é Justo e sua justiça é santidade em ação. Através da Sua
santidade, Ele trata retamente com suas criaturas (Gn 18.25). Em sua
plena justiça, Ele pune o mal e recompensa o bem. “Ele é a rocha, as
suas obras são perfeitas e todos os seus caminhos são justos, É
deus fiel, que não comete erros; justo e reto ele é” (Dt 32.4). A jus-
tiça de Deus é perfeita e Ele mesmo é o parâmetro da Sua justiça. Vá-
rios textos falam da justiça de Deus em Sua Palavra: Ed 9.15; Ne 9.8; Sl
119.137; 145.17; Jr 12.1; Lm 2.29; 3.4; Ap 16.5; Dt 32.4; Rm 3.25-26; Jó
40.2,8; Rm 9.20,21; Sl 11.7; 19.9; Dn 9.7; At 17.31
18) Fidelidade;
Deus é fiel. Ele é absolutamente digno de confiança. As Suas palavras
jamais falharão. Seu povo pode descansar em Suas promessas (Ex 34.6; Nm
23.19; Dt 4.31 ).
19) Misericórdia;
A Bíblia nos afirma que as misericórdias do Senhor não têm fim (Lm 3.
22,23). Podemos definir a misericórdia de Deus como a bondade ou o amor
Dele para com aqueles que se encontram em estado de miséria espiritual e
necessitados de ajuda. Sua misericórdia é o exercício do Seu amor para com
os aflitos, angustiados e perdidos. Foi através do Seu amor e misericórdia
pelo homem perdido que Cristo veio ao mundo (Jo 3.16). É importante ob-
servar e afirmar que a misericórdia de Deus é uma extensão da sua maravi-
lhosa graça em favor dos perdidos (II Sm 24.14; Mt 9.27; II Co 1.3; Hb 4.
16; 2.17; Tg 5.11).
20) Amor;
Deus é amor (I Jo 4.8), e esse amor é o atributo em razão do qual Ele
deseja se relacionar com aqueles que possuem a Sua imagem e, mui especial-
mente, com os que foram santificados em caráter, feitos semelhantes a Ele,
através da graça salvadora de Cristo. Deus é amor e “nisto consiste o amor...
em que... enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (I Jo
4.10); o amor que se manifestou enviando o seu Filho unigênito para salvar
os perdidos (I Jo 4.9). É maravilhoso saber que esse atributo nos revela o
caráter de plena doação do Pai para com os Seus filhos, tornando-se parte da
Sua natureza, doar-se aos Seus filhos para abençoá-los sem medida e restri-
ção. Amor pleno. Amor irrestrito.
21) Bondade;
Deus é bom. Bondade, no sentido transcendente da palavra, que signifi-
ca absoluta perfeição e felicidade em si mesmo. A bondade de Deus é o
atributo em razão do qual Ele concede vida e outras bênçãos às Suas
criaturas (Sl 25.8; Na 1.7). Ele é a fonte de todo o bem. É também o su-
mo bem para Suas criaturas.
Olhar para a bondade plena de Deus implica que Ele é o parâmetro de-
finitivo do que é bom, e tudo o que Ele é e faz é digno de aprovação (Gn
1.31; Sl 145.9, 15-16; Sl 100.5; Sl 106.1; Lc 18.18-19; Rm 12.2; Tg 1.17; 1Jo
1.5; At 14.17).
22) Longanimidade.
No original hebraico, longanimidade é indicada pela expressão
“erekaph”, que significa “grande rosto” e também “tardio para a ira”. Se
entende então, aquela bondade de Deus, em virtude da qual Ele suporta o
obstinado e perverso pecador, apesar de sua persistente desobediência. É
Deus tendo o controle sobre si mesmo e agindo de forma complacente para
com os ímpios, retardando por um tempo o castigo que estes merecem. É
Deus tendo o controle sobre sua ira e adiando o julgamento, dando oportu-
nidades de Salvação e Graça por longos períodos (Nm 1.3; Sl 86.15; Rm 2.4;
9.22; 1Pe 3.20; 2Pe 3.9; Tg 1.19; Jn 4.21; Sl 103.8-9).
23) Graça.
A Graça de Deus é a dádiva gratuita da generosidade para com alguém,
que não tem o direito de reclamá-la. O homem caído, perdido e morto em
seus delitos e pecados, não merece ser salvo, mas a Graça de Deus oferece
esse favor aos imerecidos e os justificam através de Cristo, para herdarem a
salvação. (Rm 3.24; Tt 3.7; Ef 2.8,9). É importante observar também, que
além da Graça em seu sentido de salvação, vemos que a Bíblia a menciona
em sentido mais amplo. (Is 26.10; Jr 16.13).
24) Vontade
A vontade de Deus não possui limites e é livre de todo o obstáculo.
Em sua vontade plena Ele age com absoluta independência e sem contradi-
ção. “Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e,
segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os morado-
res da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que
fazes?” Dn 4.35.
25) Ira;
Deus odeia grandemente o pecado, e isso está associado à Sua santida-
de e justiça. Como Deus santo e justo, Ele se opõe a tudo que é contrário ao
seu caráter moral. A Bíblia nos fala sobre a ira de Deus, que se manifesta
através de Sua justiça em Deuteronômio 9. 7-8: “Lembrai-vos e não vos
esqueçais de muito provocastes à ira do Senhor, vosso Deus no deser-
to; desde o dia em que saíste da terra do Egito, até que chegaste a este
lugar, foste rebelde contra o Senhor; pois, em Horebe, tanto provocas-
tes a ira ao Senhor, que a ira do Senhor se acendeu contra vós para vos
destruir”. Um outro exemplo da ira divina encontra-se no juízo do dilúvio
nos dias de Noé (Gn 6-8).
26) Liberdade;
Deus independe das Suas criaturas e da Sua criação. Não há qual-
quer criatura o impeça ou que o obrigue a algo. Isaías expõe a liberdade e
a independência de Deus com uma pergunta retórica (Is 40.13,14). Jesus
mostrou que Deus exerce Sua liberdade ao executar livremente Sua vonta-
de (Mt 11.26). A única coisa que pode limitar Deus é Sua natureza. Dessa
forma, a santidade Dele o impede de pecar e a eternidade Dele o impede
de morrer. Todavia a perfeição de Deus não é afetada por esse tipo de
limitação, e sim mantida. A liberdade de Deus nos mostra que Ele não
tem quaisquer obrigações para conosco, a menos que Ele mesmo queira
se comprometer. Assim, não temos qualquer direito de fazer cobranças a
Deus.

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BIBLIOGRAFIA
- Pr. Antônio Pereira da Costa Júnior - http://bit.ly/IntroduçãoaosatributosdeDeus
- Dr. Pedro Motta – Médico Neurocirurgião – Membro da IEBV - http://bit.ly/
osatributosdeDeus
- https://palavraprudente.com.br/biblia/definicao-de-doutrina-volume-1/capitulo-8-a-
independencia-de-deus/
- Flávio Santos - https://www.napec.org/reflexoes-teologicas/a-independencia-de-deus/
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Atributo_divino
IMPLICAÇÕES DO ESTUDO DOS ATRIBUTOS
Para uma reflexão pessoal
Saber dos atributos de Deus e não vivenciar mudanças em nossas vi-
das práticas não faz sentido. Como servos do Senhor, é imprescindível que
sejamos vistos como adoradores verdadeiros, que refletem o caráter de Cris-
to, de forma prática.
Eis um desafio de bênçãos para as nossas vidas: avaliemos as implica-
ções dos atributos de Deus em nossas vidas práticas e busquemos ser ínti-
mos desse Deus tão maravilhoso. Que sejamos instrumentos úteis em Suas
mãos para o louvor da Sua Glória.

Pr. Waldyr do Carmo

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