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20/06/2021
Com fins didáticos, tal separação dos atributos visa à clareza das definições das qualidades
divinas exclusivas, as quais não encontram analogia no homem — aquelas que, apesar de, no
Todo-Poderoso, serem perfeitas e infinitas, encontram certa correspondência no ser humano.
Deus, pois, em certa medida, comunica alguns atributos; partilha-os com as suas criaturas
livres e inteligentes: os seres espirituais, no Céu, e humanos, na Terra.
Os ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS DE DEUS
ASSEIDADE (Autoexistencia)
A diferença suprema entre Deus e os outros seres está no fato de que as criaturas são
derivadas, condicionais e dependentes. Deus, porém, não é dependente. Ele tem o
poder de ser em e de si mesmo; não deriva de nada. Este atributo é chamado
asseidade de Deus, palavra derivada do latim a sei, que significa “de si mesmo”.
A Escritura nos diz que em Deus “vivemos, e nos movemos, e existimos”
"O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor do céu e da terra, e não
habita em santuários feitos por mãos humanas.
Ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele
mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas...
‘Pois nele vivemos, nos movemos e existimos’, como disseram alguns dos poetas de
vocês: ‘Também somos descendência dele’.
Atos 17: 24-25,28
Desde modo, Tomas de Aquino compreendeu Deus como Ipsum Esse subsistens, pois
nele a essência de seu próprio ser (ens) consiste no simples ato de existir (esse) em si
próprio (ipsum). Portanto, a asseidade atesta Deus como “Causa Primeira, não
causada”, e, portanto, a partir do qual tudo o mais surgiu.
mas, em nenhuma passagem, somos informados de que Deus tem seu ser no homem.
Ele nunca precisou de nós para sobreviver ou ser, enquanto nós não podemos
sobreviver por um instante sem o poder do ser de Deus sustentando nosso ser. Deus
nos criou, e isso significa que desde a nossa primeira respiração somos dependentes
dele para nossa existência. O que Deus cria ele também sustenta e preserva; portanto,
somos dependentes de Deus para nossa existência contínua, como o fomos para a
nossa existência original. Esta é a diferença suprema entre Deus e nós. Deus não tem
dependência de nada fora dele mesmo.
A asseidade de Deus é o que define a supremacia do ser supremo. Seres humanos são
frágeis. Se ficamos alguns dias sem água ou alguns minutos sem oxigênio, nós
morremos. A vida humana é suscetível a todos os tipos de doenças que podem destruí-
la. Mas Deus não pode morrer. Ele não é dependente de nada para seu ser. Deus tem
o próprio poder de ser em e de si mesmo; e isso os seres humanos não têm.
Gostaríamos de ter o poder de nos mantermos vivos para sempre, mas não temos.
Somos seres dependentes. Deus, e somente Deus, tem asseidade.
Perfeição
A perfeição como atributo significa que Deus é perfeito de modo absoluto, infinito e
único. Não se trata de uma mera combinação de perfeições individuais; Ele é a origem
de todos os atributos. Isso diz respeito a tudo que faz, pensa, determina:
“O caminho de Deus é perfeito” (SI 18.30)
Deus age em perfeita harmonia com as suas natureza e santidade, e ninguém jamais
poderá se assemelhar a Ele:
“Porventura, alcançarás os caminhos de Deus ou chegarás à perfeição do Todo-
poderoso?” (Jó II .7 ).
Testos: 1Jo 4:18; Sl 19:7
Hebreus 1:10-12
Ele é imutável; nEle não há mudança nem sombra de variação; o Senhor não muda a
sua natureza, tampouco o seu caráter e os seus atributos; nem em consciência nem
em propósito.
Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos
Ml 3.6
Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em
quem não há mudança, nem sombra de variação
Tg 1.17
Essencialmente ele não muda quanto à sua onipresença, nem sobre sua onipotência,
nem em relação a sua onisciência, nem sua eternidade é alterada. Em suma, esta
imutabilidade não é aplicada apenas á sua essência, mas, também, aos seus atributos.
Portanto Deus é o que sempre foi e o que sempre será.
Deus, portanto, não se desenvolve com tempo, não cresce, não aprende, não se
aperfeiçoa. Do mesmo modo, ele não regride, ele não diminui, ele não desaprende.
Deus é constante. Deus “é”, sem variações em sua essência.
2 Crônicas 7:14
Se Deus não muda, por que precisamos orar pedindo sua intervenção? Primeiramente,
devemos relembrar de não confundir a imutabilidade de Deus com seus princípios que
incluem sua soberana vontade de intervir em sua criação para atingir os seus
propósitos.
As Escrituras, por sete vezes menciona tal situação, Deus se arrependeu
Exemplos A
“Então, se arrependeu (naham/nárán) o Senhor de ter feito o homem na terra,
e isso lhe pesou no coração” Gn 6.6
Passando, pois, o Senhor perante a sua face, clamou: JEOVA, 0 SENHOR, Deus
misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade; que
guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o
pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre
os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração (Èx 34.6,7).
Misericordioso e piedoso é 0 SENHOR; longânime e grande em benignidade (Sl 103.8).
Mas, quando apareceu a benignidade e caridade de Deus, nosso Salvador, para com os
homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua
misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito
Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador
(Tt 3.4-6).
Por meio desses atributos, Deus não concede ao homem aquilo que ele merece, mas o
que ele precisa, pois merecíamos o castigo (cf. Rm 6.23). Ele se apiedou de nós e
enviou o seu Filho para nos salvar: “o Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”
(Jo I.I4 ).
Amor
Este atributo é o tema central das Escrituras, demonstrado de forma suprema em
Jesus Cristo. A Palavra de Deus afirma expressamente “Deus é amor” ( I Jo 4 .8,16, A R
A ). Esta declaração significa que o amor de Deus não precisa de um objeto para existir;
é independente; constitui-se parte da natureza divina; pode ser definido com o a
inclinação natural da essência divina para a bondade.
O amor de Deus é desde a eternidade; foi revelado no relacionamento entre as
Pessoas da Trindade, haja vista Jesus ter dito: “porque tu me hás amado antes da
fundação do mundo” (Jo 17.24). E também depois da criação esse amor permaneceu:
“O Pai ama o Filho” (Jo 3.35). Tal amor é eterno, infinito e incomparável, manifesto a
Israel, a todos os homens e a todas as criaturas no Céu e na Terra.
Testos: Ex 20:6; Jr 31:3; Jo 3:16; Rm 5:8
Deus comunicou aos seres humanos alguma ressonância desse amor. Deus criou o
homem com capacidade para amar; e, hoje, “nós o amamos porque ele nos amou
primeiro” (I Jo 4.19). É, pois, sua vontade que nos amemos uns aos outros; é o
segundo grande mandamento que Jesus declarou e que vem desde a Lei de Moisés:
... amarás ao teu próximo como a ti mesmo (Lv 19.18; Mt 22.39; Mc 12.31).
O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei...
Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros (Jo 15.12,17).