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TEXTO: Malaquias 3.

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TEMA: A imutabilidade de Deus
INTRODUÇÃO:

1. Esta é uma das excelências do Criador que O distinguem de todas as Suas criaturas. Deus
é perpetuamente o mesmo: não sujeito a mudança nenhuma em Seu ser, em Seus atributos e
em Suas determinações.

2. Daí, Deus é comparado a uma rocha (Dt 32.4) que permanece inamovível quando todo o
oceano circundante está numa condição de contínua oscilação.

3. Deus é imutável. Visto que Deus não tem princípio nem fim, não pode experimentar
mudança. Ele é eternamente o "...Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de
variação" (Tiago 1:17).

4. A imutabilidade de Deus deve ser estudada à luz da experiência da mutabilidade das


coisas criadas. O Salmo 102 é um exemplo vívido do homem que passa, em contraste com o
Deus que permanece.

O verso 12 deste Salmo diz: “Tu, porém, Senhor, permaneces para sempre, e a memória do
teu nome de geração a geração”.

5. É esta imutabilidade que faz com que Deus seja conhecido como aquele que é estável e,
portanto, digno de confiança, sendo, por isso, absolutamente distinto de suas criaturas.

6. É nesse contexto que podemos ver a fraqueza, a dependência e a mutabilidade dos


homens em contraste com a força imutável e constante de Deus. Deus é a rocha que
permanece para sempre, nunca muda e nunca se altera.

I – Deus é imutável em Sua essência (em seu Ser).

Deus é perfeitamente completo em Si mesmo, consequentemente, Ele não é passível de


mudança. Seu ser é imutável porque Ele não tem progresso nem retrocesso algum.

Sua natureza e Seu ser são infinitos e, assim, são sujeitos a mutação alguma, jamais houve
tempo quando Ele não era; jamais virá tempo quando Ele deixará de ser.

Deus não evoluiu, nem cresceu, nem melhorou. Tudo que Ele é hoje, sempre foi e sempre
será. "...eu, o Senhor, não mudo...” (Ml 3.6) é a Sua afirmação categórica.

Ele não pode mudar para melhor, pois já é perfeito; e, sendo perfeito, não pode mudar para
pior. Completamente imune de tudo quanto Lhe é alheio, é impossível melhoramento ou
deterioração. Ele é perpetuamente o mesmo.

Somente Ele pode dizer "...EU SOU O QUE SOU..." (Êx 3,14). Ele é absolutamente livre da
influência do curso do tempo. Não há uma ruga sequer na testa da eternidade. Portanto, o
Seu poder jamais pode diminuir, nem Sua glória desvanecer-se.
II – Segundo, Deus é imutável em Seus atributos.

Tudo o que os atributos de Deus eram antes do universo ser chamado à existência, são
precisamente o mesmo agora, e permanecerão assim para sempre.

E isto necessariamente, pois eles são as próprias perfeições, as qualidades essenciais do Seu
Ser. Semper idem (sempre o mesmo) está escrito em cada um dos seus atributos.

Seu poder é imbatível, Sua sabedoria não sofre diminuição. Sua santidade é imaculada. Os
atributos de Deus não podem sofrer mudança mais do que a Deidade pode deixar de existir.

Sua veracidade é imutável, pois a Sua Palavra "...permanece no céu” (Salmo 119:89). Seu
amor é eterno: "...com amor eterno te amei...” (Jeremias 31:3) e "...como havia amado os
seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim" (João 13:1). Sua misericórdia não cessa,
pois, é "eterna" (Salmo 100:5).

2.1 Imutável em Seu amor – o compromisso do amor de Deus é inviolável, porque é uma
expressão singular da natureza de Deus que, em hipótese alguma, pode mudar.

Quando Deus põe o seu coração numa pessoa, Ele vai até o fim com esse amor. Deus não é
como nós, que mudamos o nosso relacionamento com as pessoas dependendo do que elas
possam nos oferecer.

O amor de Deus é um amor que não termina nunca, porque está relacionado com o seu
atributo de imutabilidade, porque Deus ama a despeito de quem somos.

2.2 Imutável em Sua verdade – O que foi verdade uma vez, o será para sempre. Deus não
como os homens, que fazem leis que são alteradas a cada análise que sofrem, mas Suas leis
permanecem para sempre.

É por isso que o salmista fala que a “Sua verdade está firmada nos céus para sempre” (Sl
119.89), o que sinônimo de perenidade.

A verdade de Deus que está firmada nas Escrituras, e firmada para sempre nos céus, é
imutável! Tudo se acaba, mas a verdade mas não a verdade de Deus.

2.3 Imutável em Sua misericórdia – Ml 3.6 “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós,
ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” A razão porque não somos consumidos é que Deus é
imutável nos seus atributos.

Porque Deus não muda é que permanecemos não somente vivos, mas sem a punição que os
nossos pecados merecem.

Salmo 100.5: “Porque o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração
em geração, a sua fidelidade.”

III – Deus é imutável em seus decretos


Os decretos são as resoluções que o Senhor Deus tomou (na eternidade) a fim de que sejam
cumpridas ou realizadas na história do mundo.

Ele decreta todos os acontecimentos, grandes e pequenos, sejam diretamente relacionados


com a história da redenção ou não.

Deus nunca fez um “plano novo”. Deus nunca começou tudo “de novo”. Ele sempre teve
uma vontade única e imutável. Os homens mudam os seus planos, mas Deus não.

Há duas razões pelas quais os planos dos homens mudam: a falta de previsão para antecipar-
se aos acontecimentos, e a falta de poder para levá-los a cabo.

Mas estas coisas não podem acontecer com Deus, de forma alguma. Ele é onisciente e
onipotente. Não está, portanto, sujeito a mudança (Sl 33.11).

Esta é uma enorme diferença entre Deus e os homens, entre o Infinito e os finitos; entre o
Criador e as criaturas. É uma diferença qualitativa. Criação e mutabilidade são termos
análogos, assim como Criador e imutabilidade.

3.1 Aparentes mudanças em Deus – Talvez alguns estejam prestes a objetar que lemos,
"Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem.. . " (Gênesis 6;6).

Nossa primeira resposta é: então as Escrituras se contradizem? Não, isso não pode ser.
Números 23:19. é suficientemente claro; "Deus não é homem, para que minta: nem filho do
homem, para que se arrependa..." (Números 23:19).

Assim também em 1 Samuel 15:29: "...a Força de Israel não mente nem se arrepende:
porquanto não é um homem para que se arrependa". A explicação é deveras simples.

Quando fala de si mesmo, Deus frequentemente acomoda a Sua linguagem às nossas


capacidades limitadas.

Ele Se descreve a Si mesmo como revestido de membros corporais como olhos, ouvidos,
mãos, etc. Fala de Si como tendo despertado (Salmo 78:65) e como "madrugando"
(Jeremias 7:13), apesar de que Ele não cochila nem dorme.

Quando Ele estabelece uma mudança em Seu procedimento para com os homens, descreve a
Sua linha de conduta em termos de arrepender-se. Sim, Deus é imutável em Seu conselho.

"Os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento" (Romanos 11:29). Só pode ser
assim, pois, "... se ele está contra alguém, quem então o desviará? Q que a sua alma quiser
isso fará" (Jó 23.13).

IV – Deus é imutável nas suas promessas

Quando Deus promete algo ao homem, ele não altera nunca as suas promessas. Deus não
muda de opinião nem suas promessas.
Alguém pode ter a absoluta certeza de que Deus vai agir segundo as suas promessas porque
isso é a expressão natural da Sua natureza imutável. Porque Ele é imutável em Seu Ser, é o
que é nas Suas promessas.

2Tm 2.13: “Se somos infiéis, Ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a
Si mesmo.”

A fidelidade de Deus não deve ser entendida como fidelidade aos homens, mas a Si próprio.
Ele faz promessas e é fiel a elas. * A música “fiel a mim” está errada*

Veja uma promessa básica e fundamental de Deus: a de abençoar em Abraão todas as


famílias da terra (Gn 12.1-3), cumprida em Gl 3.14-22.

Observe todos os detalhes que Deus criou para tornar a sua promessa imutável! Porque Ele
tem controle sobre toda a história é que é possível para Ele ser imutável nas suas promessas.

É tolice pensar na imutabilidade de Deus e, todavia, duvidar das suas promessas. A


fidelidade de Deus está baseada na Sua imutabilidade. Porque Deus é imutável, Ele é fiel.

O cumprimento das suas promessas está vinculado ao poder para cumpri-las. O homem, via
de regra, não cumpre suas promessas porque lhe falta um atributo chamado onipotência,
mas esse atributo não pode ser negado em Deus.

Aplicação:

1. Aprendemos que: O fundamento do nosso conforto, esperança, encorajamento e força


está na imutabilidade de Deus.

Quando em muitas situações de desconforto, Deus é um único ser imutável para quem
podemos apelar. Esse atributo divino exige que nós lhe dirijamos nossas orações.

A nossa força aumenta quando entendemos que Deus é sempre o mesmo, que o seu humor
não muda e que ele permanece para sempre o que sempre foi.

Quando vieram as doenças, as lutas ou até mesmo o luto, corramos para Aquele que a Rocha
Eterna, sempre segura e firme.

Quando vieram a fraqueza e o desânimo, apele para Àquele que é imutavelmente


imutavelmente forte e pode revigorar sua alma. Somente Deus é estável e constante.

Quando formos assolados pela insegurança do amanhã, recorramos Àquele que tem todas as
coisas escritas e seguras desde os séculos sem fim.

Quando vítimas dos nossos próprios pecados, contemos com Aquele que perdoa e nunca
volta atrás lançando contra nós os nossos próprios pecados. Ele é imutável na manifestação
do Seu amor perdoador.
2. Aprendemos a: contrastar a nossa mutabilidade de criatura com a Sua imutabilidade de
Criador.

O povo de Deus sempre tem sido inconstante em suas promessas de fidelidade e de lealdade
ao Senhor. A fraqueza, a inconstância e a miséria têm sido marcas registradas dos crentes.

A imutabilidade de Deus é contrastada de forma vívida com tudo o que somos. Quanto mais
fracos, infiéis, desleais e miseráveis, mais nítida fica a ideia de imutabilidade de Deus.

Devemos aprender a ver este contraste a fim de que possamos ter uma ideia melhor do quão
grande é o nosso Deus!

Este contraste traz grande consolação para a nossa alma e nos ajuda a ver que não
precisamos ficar desesperados quando as provações aparecem.

O contraste ressalta a nossa fraqueza e deve aumentar o nosso senso de dependência da sua
imutabilidade.

3. Aprendamos a: aplicar a doutrina da imutabilidade de Deus na nossa vida e de nossos


filhos.

A nossa confiança no Deus imutável determinará a maneira como nossos filhos veem a
Deus. Nossos filhos aprendem a descansar em Deus à medida que nos veem fazer o mesmo.

A força, a dependência, a esperança e a coragem que a igreja tiver nos dias futuros,
dependerá de como vemos e aplicamos a doutrina da imutabilidade de Deus hoje.

Quando lhes passamos o conceito correto sobre isso, os ajudamos viver alegremente na
dependência de um Ser tão constante, estável e, portanto, absolutamente digno de confiança.

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