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DECRETOS

Que são os decretos de Deus?


R. Os decretos de Deus são os atos sábios, livres e santos do conselho da sua
vontade, pelos quais, desde toda a eternidade, Ele, para a sua própria glória,
imutavelmente predestinou tudo o que acontece, especialmente com referência
aos anjos e os homens.

O conselho de Deus deve ser entendido como seu plano eterno para tudo o
que existe ou acontecerá no tempo. Bavink

A eleição é a “idéia” divina, o projeto do templo que Deus edifica no curso das
eras e do qual ele é o supremo construtor e arquiteto. A criação e a queda, a
preservação e o governo, o pecado e a graça, Adão e Cristo - tudo contribui
para a construção desse edifício divino, e essa construção é feita para a honra
e a glória de Deus. BAVINK

O que está incluído em seus decretos é nada mais do que um esquema,


um sumário das profundezas das riquezas da sabedoria e do conhecimento de
Deus.
... todos os decretos de Deus são baseados em sua soberania
absoluta. Deus é auto-suficiente: nele, não há necessidade ou obrigatoriedade
de se realizar qualquer uma de suas ideias no mundo das criaturas. Ele é
perfeitamente livre em suas escolhas. E somente por sua vontade que todas as
coisas existem e foram criadas (Ap 4.11).
... implicado na ideia dos decretos está o fato de que, no devido tempo,
eles serão realizados. Embora Deus, como o Ser auto-suficiente, não precise
de um mundo, é seu decreto que faz que a criação e a preservação do mundo
sejam necessárias.

Por que os decretos de Deus são soberanos?


Porque Deus é eterno e absoluto Criador de todas as coisas. Dn. 4.35; Ef. 1.5

Ef. 1.11
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Ef. 3.8-11
Sl. 90.1-2
Pv. 16.33
Pv. 8.14
Fp. 2.13

1. Que grande verdade está declarado no decreto de Deus?


A verdade de que Deus tem um plano abrangente e exato para o universo que
Ele criou.

A QUÊ SE REFERE OS DECRETOS DE DEUS?


Criação; Governo; Providência; Eleição
- Tudo que que é dele, e é executado por ele, está dentro do seu decreto

D. As Características do Decreto Divino.


1. TEM SEU FUNDAMENTO NA SABEDORIA DIVINA.
Sl 104.24, Pv 3.19

2. É ETERNO. O decreto divino é eterno no sentido de que está internamente


na eternidade. Não começou a ser realizado a partir do tempo.
2Tm. 1.9

4. É IMUTÁVEL. O homem pode alterar, e muitas vezes altera os seus


planos, por várias razões. Pode acontecer que, ao fazer o seu plano, lhe tenha
faltado seriedade quanto ao propósito, que não tenha realizado plenamente o
que o plano envolvia, ou que lhe tenha faltado poder para levá-lo a cabo. Mas
em Deus coisa nenhuma desse tipo é concebível. Ele não tem deficiência em
conhecimento, veracidade e poder. Portanto, não tem necessidade de mudar
o Seu decreto devido a algum engano ou à ignorância, nem por falta de
capacidade de executa-lo.
Is 46.10; Sl. 90.2

5. É INCONDICIONAL OU ABSOLUTO. Quer dizer que o decreto não


depende, em nenhuma das suas particularidades, de nada que não esteja
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nele. A execução do plano pode exigir meios ou depender de certas condições,


mas, nesse caso, estes meios ou condições também foram determinados no
decreto.
At. 2.23

6. É UNIVERSAL OU TOTALMENTE ABRANGENTE. O decreto inclui tudo


que se passa no mundo, quer na esfera do físico ou na moral, quer seja bom
ou mau, Ef 1.11. Ele inclui: (a) as boas ações dos homens, (b) seus atos
iníquos, Pv 16.4

MAS E REFERENTE AO PECADO?


- Quer dizer que Deus não opera positivamente no homem “tanto o querer
como o realizar”, quando o homem vai contra a Sua vontade revelada.
- É um decreto que garante com absoluta certeza a realização do ato
pecaminoso futuro, em que Deus determina (a) não impedir a
autodeterminação pecaminosa da vontade finita; e (b) regular e controlar o
resultado dessa autodeterminação pecaminosa.
Ec. 7.29
Tg. 1.13
1Jo 1.5
Sl. 92.15

Deve lembrar-se, contudo, que o propósito de Deus com respeito aos atos
pecaminosos dos homens e anjos réprobos, em nenhum aspecto causa o mal
nem o aprova, mas apenas permite que o agente mau o realize, e então o
administra para seus propósitos e santíssimos fins. CFW

“Deus decreta sustentar a livre agencia deles, regular as circunstâncias da sua


vida, e permitir que a livre agencia seja exercida numa multidão de atos, dos
quais alguns são pecaminosos... O decreto concernente ao pecado não é um
decreto efetivo mas permissivo, ou seja, um decreto para permitir o pecado, em
distinção de um decreto para produzir o pecado sendo Deus a sua causa
eficiente... O problema da relação de Deus com o pecado continua sendo um
mistério para nós, mistério que não somos capazes de resolver”
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OUTRA QUESTÃO: COMO FICA O DECRETO DE DEUS E A


RESPONSABILIDADE DO HOMEM?

MARTIN LLOYD JONES


Como pode Deus decretar tudo e ainda manter-nos responsáveis pelo que
fazemos? Eis a resposta:
“Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada
dirá ao que a formou: porque me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder
sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para
desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o
seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para
perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos
vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou” (Rm 9.20-23).

“Mas”, talvez vocês perguntem, “como você concilia estas duas coisas?”
Respondo: não posso. Sei que a Bíblia me afirma as duas coisas: que o
homem, em certo sentido, é um agente livre, e, em contrapartida, que os
decretos eternos de Deus governam todas as coisas.

Por isso que: NÃO IMPORTA O QUANTO VOCÊ LUTE CONTRA O


CONSELHO/VONTADE DE DEUS, ELA SEMPRE SERÁ FEITA
At. 2.23
Is. 10.15 – ou seja, não tem como a criatura questionar a execução do criador
At. 17.26
Esses textos, junto com Rm. 9, querem mostrar que Deus tem o direito
absoluto de dar as suas criaturas o destino, conforme sua vontade

Embora os atos humanos sejam livres no sentido de autodeterminados,


nenhum deles está livre do controle de Deus, conforme seu eterno propósito.

ENTÃO, ME ESFORÇAR PARA QUÊ?


ENTÃO, VIVO NUMA PERSPECTIVA FATALISTA?
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Não, porque o fatalismo é guiado pelo acaso, sem propósito; nossas vidas são
guiadas por Deus, com o propósito de glorificá-lo

 A VONTADE DE DEUS SE REVELA NA MINHA VONTADE. EU NÃO


SEI QUAL É A VONTADE DE DEUS ATÉ QUE AS COISAS
ACONTEÇAM.

Mas os planos do Senhor permanecem para sempre, os propósitos do seu


coração, por todas as gerações. Salmos 33:11

COMO POSSO ENTENDER OS DECRETOS NA MINHA VIDA?

Em primeiro lugar, nos leva a suportar com paciência a adversidade,


justamente porque sabemos que tudo, independente do que venha a
acontecer, é o resultado da vontade de Deus, determinada desde a eternidade.
Conseqüentemente, as afliçõesdos cristãos são parte do plano de Deus e
estão todas ordenadas em quantidade, significado e proporção. Os sofrimentos
do povo de Deus não são resultado da eventualidade ou de uma combinação
casual de circunstâncias, mas sim do cumprimento do propósito de Deus,
designados para atender a algum sábio e gracioso fim

Em segundo lugar, o conhecimento desta doutrina deve gerar em nós


gratidão, em todo tempo e por todas as coisas. O Deus onipotente, onisciente e
infinitamente gracioso dá seguros sinais de seu amor pelos cristãos. E este
amor é imutável. Deus nunca se arrepende ou priva os cristãos de seu amor.
Por esta razão, os cristãos são lembrados que as aflições do povo de Deus não
continuarão por um momento a mais do que Deus achar necessário

Em terceiro lugar, a doutrina da providência nos leva a confiar que criatura


alguma pode nos separar do amor de Deus. Além de ser soberano, Deus
também é amor. AMOR RESGATADOR EM CRISTO JESUS

Em quarto lugar, essa doutrina deve gerar alegria e a certeza antecipada do


triunfo. James Renwick, um presbiteriano escocês, que foi martirizado por sua
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fé em 17 de fevereiro de 1688, em Edimburgo, disse no dia de seu martírio:


“Tem havido dias gloriosos e grandiosos do Evangelho nesta terra, mas eles
serão nada em comparação àquilo que haverá no futuro”. Podemos continuar a
servir a Deus de forma corajosa, sem nunca ficarmos desiludidos ou sem
esperança. Uma vez que o Senhor Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos,
não seremos derrotados de forma alguma, se Deus estiver ao nosso lado. Esta
confiança inabalável no triunfo da causa do evangelho é sustentada pela
certeza da obra de Deus em nós.

QUAL PODE SER A DOENÇA DO NOSSO CORAÇÃO QUANDO NÃO


CONSEGUIMOS DESCANSAR NOS DECRETOS DE DEUS?
- Falta de confiança na vontade de Deus;
- Vontade de controlar minha vida, isolando Deus;
- Reflexo de ter substituído a segurança do controle de Deus em minha vida,
colocando a insegurança dessa vida como prioridade;
- O ter colocado os princípios dessa vida acima do nosso verdadeiro alvo

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