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A FIDELIDADE DE DEUS

(Lição nº 01 – 04 de Janeiro de 2015)

TEXTO ÁUREO
“A tua benignidade, Senhor, chega até os céus, até as nuvens a
tua fidelidade” Sl 36.5

VERDADE APLICADA
A fidelidade de Deus é a base sólida da sustentação de nossa
confiança e relacionamento com Ele.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Reconhecer que a fidelidade de Deus é imutável;
► Crer que todas as promessas de Deus ao Seu tempo se cumprirão;
► Compreender que a infidelidade humana não altera a fidelidade
de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Sl 89.1 - Cantarei para sempre as tuas misericórdias, ó Senhor,
os meus lábios proclamarão a todas as gerações a tua fidelidade.

Sl 89.2 - Pois disse eu: a benignidade está fundada para sempre:


a tua fidelidade, tu a confirmarás até nos céus, dizendo.

Sl 89.5 - Celebrem os céus as tuas maravilhas, ó Senhor e na


assembleia dos santos a tua fidelidade.

Sl 89.24 - A minha fidelidade e a minha bondade o hão de


acompanhar e em meu nome crescerá o seu poder.

INTRODUÇÃO
A fidelidade de Deus, um dos grandes temas da Bíblia, carrega em
si a ideia do compromisso inabalável de Deus em manter, na relação com
o Seu povo, tudo quanto se encontra escrito na Sua Palavra. A
fidelidade é uma das gloriosas perfeições do Senhor, uma vestimenta do
próprio Deus (Sl 89.8). Tudo o que há acerca de Deus é grande, vasto e
incomparável, assim é também Sua fidelidade (Sl 36.5).

1. A FIDELIDADE É UM ATRIBUTO DO CARÁTER DE DEUS


A fidelidade é parte inerente do ser divino e Ele tem enorme
satisfação em revelar-se a Seu povo como Deus fiel (Dt 7.9). O
apóstolo Paulo afirma que nem mesmo a infidelidade humana pode alterar
a fidelidade divina (2 Tm 2.13).

1.1 A vida de Deus não muda


Ele é desde a antiguidade (Sl 93.2). O salmista Davi compreende
uma revelação da perfeição divina (Sl 102.26,27), por da qual Deus não
está sujeito a qualquer mudança, não somente em Seu ser, mas também em
suas profecias, propósitos e promessas (Hb 6.13,14). A fidelidade de
Deus está expressa em Sua coerência moral e pessoal no Seu
relacionamento com as pessoas. Por isso. Deus é comparado a uma rocha
(Dt 32.4). Ele permanece sempre na mesma posição. Ele é eternamente o
pai das luzes, em que não há mudança nem sombra de variação (Tg 1.17).

Deus não envelhece. Sua vida não aumenta nem diminui. Ele não
ganha novas forças nem perde o que possui. Não amadurece nem se
desenvolve. Ele não se torna mais forte nem fica mais fraco, nem mais
sábio à medida em que o tempo passa, pois já é perfeito não pode mudar
nem para melhor nem para pior. (Arthur W. Pink).

1.2 O caráter de Deus não muda


No curso da vida humana, gosto, perspectivas, tempo,
temperamento, entre outros, pode mudar o caráter de uma pessoa, mas
nada pode alterar o caráter de Deus. Ele nunca se torna menos
verdadeiro, misericordioso, justo ou fiel (Êx 34.6). O caráter de Deus
é hoje, e sempre será, exatamente como era nos tempos bíblicos,
conforme a auto-revelação de Deus a Moisés (Êx 3.14). Ele tem vida em
si mesmo e o que Ele é agora será eternamente (Hb 13.8).

O caráter de Deus é imutável. Assim, Tiago, numa passagem que


trata da bondade santidade de Deus, Sua generosidade para com os
homens e hostilidade para com o pecado, menciona Deus como aquele “em
quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17).

1.3 Os propósitos de Deus não mudam


Os planos do homem podem mudar por falta de previsão ou ausência
de poder. Porém, os propósitos de Deus nunca se alteram (Sl 33.11),
visto que Deus é Onisciente, Onipotente e Onipresente. O que Deus
executa no presente, Ele já planejara desde a eternidade (Ef 3.3-11).
Tudo o que se encontra em Sua Palavra, Ele se comprometeu a realizar
(Mc 13.31). O Seu propósito abrange grandes reinos (Dn 4.32), mas
também tem planos para seus servos de forma individual (At 9.15) e com
relação à Igreja (Fp 1.6). Podemos ter certeza de que o propósito de
Deus com respeito à nossa salvação não é uma vaga possibilidade, mas
uma convicção inabalável. A volta de Jesus e a consumação da nossa
salvação é uma agenda firmada pelo Pai e Ele a levará avante.

Os textos sobre o “arrependimento” de Deus (Gn 6.6; 1 Sm 15.11;


2Sm 24.16; Jn 3.10; Jl 2.13) abordam a anulação de tratamento prévio
dispensado a certos homens, como consequência da resposta deles a esse
processo. Mas não há indicação alguma de que essa reação tenha sido
prevista, nem que Deus tenha sido tomado de surpresa, nem que a mesma
estivesse estabelecida em Seu plano eterno. Não há mudança alguma em
Seu propósito eterno quando Ele começa a agir em relação a uma pessoa
de maneira diferente. (J.l Packer).

2. DEUS É FIEL NO CUMPRIMENTO DE SUAS PROMESSAS


A Bíblia está repleta de promessas de Deus para Seu povo. Em
Hebreus 10.23, somos convidados a guardar firmemente a nossa
esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Vejamos
algumas características das promessas de Deus.

2.1 As promessas de Deus podem ser condicionais


A maioria das promessas de Deus é incondicional e será cumprida
(Gn 18.9-14), outras, porém, dependem da obediência e fé do Seu povo.
Em ascensão ao céu, Cristo prometeu aos discípulos que enviaria o
Espírito Santo (Lc 24.49), mas estabeleceu uma condição: que
permanecesse em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder,
o que se cumpriu no dia de Pentecostes (At 2.1-4). Precisamos,
portanto, ter uma atitude de fé e perseverança face às promessas de
Deus e buscar o Seu cumprimento por meio da oração, como fez o profeta
Daniel. Ele entendeu que o fim do cativeiro havia chegado para Israel,
então clamou ao Senhor pelo cumprimento da promessa (Dn 9.1,2).
Neemias também orou firmado nas promessas de Deus. (Ne 1.9,10).

Os cristãos negam a si mesmos os mais altos sólidos conforto


pela descrença e aquecimento das promessas de Deus, pois não há
situação tão desesperadora para qual não exista uma promessa adequada
e perfeitamente capaz de trazer alívio. (Samuel Clark)

2.2 As promessas de Deus podem parecer demoradas


Os que pensam que as promessas de Deus são tardias não possuem o
discernimento necessário para saber que a demora de Deus tem o
objetivo de afastar o julgamento e trazer a graça salvadora ao maior
número possível de pessoas (2 Pe 3.9). Na vida do cristão, a espera é
sem dúvida um amadurecimento pessoal. O tempo de Deus não é o nosso.
Os discípulos só esperaram dez dias e foram batizados no Espírito
Santo. Alguns homens de Deus, porém, tiveram que esperar com paciência
a realização da promessa de Deus. José esperou treze anos para tornar-
se primeiro-ministro do Egito. Moisés passou quarenta anos no deserto
se preparando (At 7.22,23). Mas ambos alcançaram o cumprimento da
promessa de Deus para suas vidas. Deus não atrasa nem adianta, chega
sempre na hora certa. É preciso aprender esperar no Senhor (Sl 27.14).

2.3 As promessas de Deus são atuais


Há nas Escrituras numerosas ilustrações da fidelidade de Deus em
manter Suas promessas sempre atuais. O juramento feito por Deus de que
a terra produziria alimentos para todos continua (Gn 8.22). No dia de
Pentecostes, Pedro relembrou uma promessa feita por Deus (At 2.39).
Após quase dois mil anos, essa promessa continua se cumprindo e
pessoas ainda são batizadas no Espírito Santo onde o Evangelho é
pregado, confirmando assim a atualidade das promessas de Deus. Vidas
libertas, pessoas transformadas, doentes curados e o Evangelho
avançando até as mais longínquas regiões do mundo são provas do
cumprimento da Palavra de Deus (Mc 16.15-18).

As Escrituras afirmam que Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e


eternamente (Hb 13.8), o mesmo se aplica à Palavra de Deus, pois
Cristo é a Palavra viva de Deus (Jo 1.14). Se Cristo permanece o
mesmo, assim acontece com a Palavra de Deus em tudo quanto ela afirma.
Creiamos, portanto, na atualidade das promessas de Deus.

3. A FIDELIDADE DE DEUS NA RELAÇÃO COM O SEU POVO


No relacionamento entre Deus e o Seu povo, Ele tem se mantido
fiel. As gerações vão e vem, e Deus permanece fiel a todas elas. Mesmo
quando o povo peca ou se desvia, Deus permanece fiel, pronto a
perdoar, restaurar e socorrer, quando estes se voltam para Ele (2 Tm
2.13).

3.1 Deus é fiel em perdoar


Essa é uma promessa que precisa ser celebrada e ao mesmo tempo
compreendida. Não é um convite à licenciosidade, nem um incentivo ao
erro. De forma alguma deve se brincar com o pecado. Sansão brincou e
quase foi destruído (Jz 16.29,21). Esaú foi profano com as coisas de
Deus e não encontrou lugar de arrependimento (Hb 12.16,17). Esses
exemplos nos servem de advertência. Deus é fiel em perdoar o cristão
sincero e verdadeiramente arrependido. Somos restaurados porque o
Senhor é fiel.

Dentre as riquezas de Deus está Sua capacidade de perdoar,


expressas nas riquezas de Sua misericórdia que transcendem aos nossos
mais elevados pensamentos (Sl 103.11). Ninguém pode medi-la. O profeta
Miquéias afirma que ninguém pode comparar a Deus, porque além de
perdoar a pessoa arrependida, Deus, de forma maravilhosa, esquece-se
da transgressão se Seu povo (Mq 7.18).

3.2 Deus é fiel em socorrer e livrar


O povo de Israel, ao longo de sua história, é testemunha viva
dos feitos poderosos do Senhor e Sua fidelidade para livrá-los dos
seus inimigos. Davi confessou que sem o Senhor os seus opositores
teriam engolidos vivos (Sl 124.1-3). Na passagem pelo Mar Vermelho (Êx
14.1-31), Moisés disse que Deus pelejaria pelo Seu povo. Na ação de
Deus que livrou os jovens hebreus da fornalha ardente (Dn 3.23-25),
até o soberbo Nabucodonosor reconheceu Sua grandeza (Dn 3.29). Essas
mesmas promessas se aplicam aos cristãos hodiernos. O Senhor não nos
prometeu uma vida fácil e sem dificuldades, pelo contrário, Ele nos
conscientizou de que neste mundo teríamos aflições (Jo 16.33), mas
pediu que tivéssemos ânimo, porque Ele venceu e não desampara nem
abandona os Seus servos (Hb 13.5,6). Deus não permite uma luta acima
do que podemos suportar (1 Co 10.13). A Palavra assegura que quem
nasceu de novo e não vive na prática do pecado, o maligno não lhe toca
(1 Jo 5.18).

A libertação do apóstolo Pedro é um dos mais poderosos atos do


socorro de Deus (At 12.1-10). Herodes representava a lei, ninguém
podia escapar das suas mãos. Dentro da ótica humana era o fim de
Pedro, fortemente guardados por dezesseis soldados, mas Deus maior que
qualquer poder deste mundo, enviou Seu anjo e libertou a Seu servo,
revelando tanto a Sua fidelidade, quanto Seu poder em livrar e
socorrer.

3.3 A promessa da Sua presença


A promessa da presença de Deus é uma verdade gloriosa revelada
em toda a Bíblia. Quando recebeu a ordem de partir em direção à Canaã,
Moisés pediu a Deus que a Sua presença fosse com Eles, caso contrário
não sairia dali (Êx 33.12-15). Deus lhe fez uma promessa e, durante
quarenta anos no deserto, Ele foi fiel: de dia numa coluna de nuvem e
de noite numa coluna de fogo (Êx 13.21,22), ou seja, não importam as
circunstâncias (Sl 23.4; Is 43.2), Ele estará presente. O Senhor Jesus
corroborou essa promessa de forma maravilhosa para a Igreja (Mt
18.20). Ele estará presente e de forma ativa por todos os dias até o
fim dos séculos (Mt 28.20; Ap 2.1).

CONCLUSÃO
A infidelidade, um dos pecados mais proeminentes destes dias
maus, está presente na vida social, nos negócios, nas amizades que se
dissolvem tão facilmente e até na vida conjugal. No entanto, é
encorajador erguer os olhos e contemplar aquele que é fiel em tudo e
em todo o tempo, no qual podemos confiar plenamente na certeza de que
Ele nunca falhará conosco.

QUESTIONÁRIO
1. Dê a definição de fidelidade de Deus.
R. É o atributo segundo o qual Deus permanece fiel à Sua Palavra
(Sl 102.26,27).

2. Cite um aspecto da imutabilidade de Deus.


R. A vida de Deus não muda (Sl 93.2); o caráter de Deus não muda
(Tg 1.17) e os propósitos de Deus não mudam (Sl 33.11).

3. O que é uma promessa condicional?


R. É aquela que exige uma postura de fé por parte do cristão
para ser cumprida (Lc 24.49).

4. Na relação com Seu povo, cite dois aspectos da fidelidade de


Deus.
R. Deus é fiel em perdoar (1Jo 1.9); Deus é fiel em socorrer e
livrar (Sl 69.13).

5. Como podemos comprovar a atualidade das promessas de Deus?


R. Através da Sua presença no meio do Seu povo; batismo no
Espírito Santo e a pregação do Evangelho em todo o mundo (Mt 28.20).

FONTES:
REVISTA BETE – JOVENS E ADULTOS: Jovens e Adultos. Fidelidade.
Rio de Janeiro: Editora Betel – 1º Trimestre de 2015. Ano 25 n°
94. Lição 1 – A fidelidade de Deus.

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