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O Deus Todo-Poderoso se revelou

Texto Áureo

“ Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em


verdade. ” Jo 4.24

Verdade Aplicada

Deus é Espírito, perfeitamente bom, que, em santo amor, cria, sustenta e dirige
o universo.

Objetivos da Lição

► Discorrer acerca da existência de Deus, da criação e da fé universal;


► Descrever a natureza de Deus como Espírito, Sua bondade e fidelidade;
► Apresentar as características do amor divino e como ele nos é doado.

Textos de Referência

Sl 19.1 Os céus manifestam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a


obra das suas mãos.
Sl 19.2 Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a
outra noite.
Sl 19.3 Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes.
Sl 19.4 Em toda a extensão da terra, e as suas palavras, até o fim do mun-
do. Neles pôs uma tenda para o sol,
Sl 19.5 Que é qual noivo que sai do seu tálamo e se alegra como um herói
a correr o seu caminho.
Sl 19.7 A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do
Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices.

Introdução

Como cristãos, aceitamos a verdade da existência de Deus, não com uma fé cega,
mas com uma fé alicerçada nas Sagradas Escrituras, na natureza e em Sua reve-
lação pessoal (Rm 1.19).

1. A existência de Deus

A fé na existência de Deus é o ponto inicial para o estudo da presente lição (Hb


11.6). Alguns querem provas mais exatas, outros descreem totalmente, como os
ateus, mas nós, cristãos, não temos dúvida alguma, porque temos as Sagradas
Escrituras como alicerce.

1.1 A criação testemunha a existência de Deus

Sabemos que existimos, e a certeza de que não originamos de nós mesmos já


evidencia que existe uma causa originária (Gn 1.1a). Os céus e a terra, e o próprio
homem, são resultados testificadores de um poder que é tanto sobre-humano
quanto sobrenatural, e isto é evidente em sua origem e preservação. A natureza
inteira dá testemunho impressionante dessa criação universal maravilhosa e da
maneira como está ordenada (SI 19.1-3).

A Bíblia tem a existência de Deus como um fato e nos mostra que é preciso crer
na revelação das Escrituras: “porque é necessário que aquele que se aproxima
de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6).
As Sagradas Escrituras começam com um registro que indica a existência de Deus
como uma premissa fundamental: “No princípio, criou Deus os céus e a terra.”
(Gn 1.1). Também descreve Deus como o Criador de todas as coisas, o
Sustentador de todas as Suas criaturas e como o Governador de indivíduos e
nações. De acordo com Derek Kidner, a expressão inicial “No princípio” é mais
que simples indicação de tempo. As variações sobre este tema em Isaías 40
mostram que o princípio está impregnado do fim, e que o processo todo é
presente para Deus, que é o Primeiro e o Último (Is 46.10; 48.12).

1.2 Deus é auto existente


A declaração mais perfeita quanto à existência de Deus é dita por Ele mesmo ao
profeta Isaías: “Antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum
haverá” (Is 43.10b). Deus não tem princípio nem fim. Ele não precisou nascer,
ou ser formado, sempre existiu, é infinito (Sl 90.2; 102.27; Rm 1.19). Seja no
passado ou no futuro, Ele é eterno. Sua natureza não está sujeita à lei do tempo,
porque Ele fez o tempo existir, e o tempo é que está nEle. Para Ele, o passado,
o presente e o futuro sempre serão um eterno “agora” (II Pe 3.8).
Deus é insondável, e tentar descrevê-lo, ou até mesmo entendê-lo, sem
considerar a revelação que Ele mesmo fez à humanidade, está fora de qualquer
concepção humana (Rm 1.19). Ao apresentar-se a Moisés, Ele deixou claro que
se revelaria de maneira paulatina aos Seus eleitos. A expressão “Eu sou” em
hebraico é “Ehyeh asher Ehyeh”, e significa: “Eu Serei o que Serei”. Essa é uma
maneira de revelar-se deforma particular e íntima a cada um. Saberemos de Deus
apenas o que Ele desejar que saibamos (I Co 13.9, 12). Segundo Derek Kidner,
apenas Isaías 40 pode comparar-se ao Salmo 90, cuja autoria é atribuída a
Moisés, no que diz respeito à apresentação da grandeza e eternidade de Deus
em contraste com a fragilidade do homem.

1.3 Deus criou tudo sem ser criado

De acordo com o relato do livro de Gênesis, Deus criou todas as coisas existentes
no universo, inclusive, o primeiro casal (Gn 1.1; 2.7, 22; Cl 1.16). Isto significa
que todas as coisas, sejam elas terrenas, celestiais, materiais ou espirituais, se
originaram do Criador. Tudo surge a partir dEle. Ele é inexplicável, é por si
mesmo, criou tudo sem
ser criado, não tem começo nem fim. Criar é uma particularidade divina. Diferente
de nós, que sempre criamos a partir de algo existente, Ele cria z partir do nada.

Apenas Deus pode criar. Todas as vezes que o ser humano faz alguma coisa, por
mais inovadora que seja, sempre se utiliza de matéria já existente, seja um
material, uma ferramenta, uma ideia ou um conjunto de conhecimentos. Deus
cria de duas maneiras: Ele cria pelo poder de Sua Palavra (Hb 11.3); e a partir
daquilo que Ele mesmo criou (Is 43.7). Deus não precisa de molde, nem
tampouco de matéria-prima, por isso Ele é Deus, e tão inexplicável assim.

2. A natureza de Deus

Deus vai além dos limites que imaginamos como seres humanos. Por esse motivo,
não é possível defini-Lo. Todavia, podemos conhecê-lo, parcialmente, alicerçados
naquilo que Ele mesmo nos revelou nas Sagradas Escrituras.

2.1 Deus é Espírito

Acerca da pessoa de Deus, Jesus declarou: “Deus é Espírito” (Jo 4.24). Sendo
Espírito abomina os ídolos, porque estes insultam Sua natureza invisível (Êx
20.4). Deus, em Seu Ser essencial, é Espírito, e, nessa qualidade, é imaterial, e,
portanto, não pode ser visto pelo olho material nem pode ser representado por
coisas materiais (Jo 1.18; I Tm 6.16). Para Deus não há limites no tempo e no
espaço. Ele é maior do que qualquer coisa que exista. Ele é infinito e, ao mesmo
tempo, pessoal. Revelada na Bíblia, essa característica é peculiar a Deus. Ele
transcende a todo o espaço do Universo.

Deus não tem corpo, é Espírito, e nesse caso só pode ser discernido e
compreendido espiritualmente (I Co 2.14-15). Se Deus não fosse Espírito, não
poderia ser o “Ser” mais perfeito. Deus é mais perfeito do que a Sua criação por
ser Espírito puro. Todas as criaturas abaixo dEle são, em essência, finitas e
limitadas. Sendo Espírito, Ele é maior do que toda a criação, pois tudo o que
existe passou a existir por Sua voz de comando (Gn 1.1). Deus é Luz sem trevas
algumas (I Jo 1.5), e sem sombra de mudança (Tg 1.17).

2.2 Deus é bom

Deus é Espírito perfeitamente bom. Quando aplicamos esse termo à pessoa de


Deus, nos referimos a todas as excelências morais do Seu caráter (Sl 145.7), pois
entre os homens não existe uma pessoa tão boa quanto deveria ser (Lc 18.19).
A bondade de Deus não se mistura com o mal, nem é suscetível de alguma falha
(Tg 1.17). O bom em Deus é perfeito; nada há de mais nem de menos em Seu
caráter. Deus é bom em tudo: na Sua essência; na Sua natureza; no Seu coração;
nos Seus desejos; nos Seus planos; nos Seus atos; nos Seus pensamentos mais
íntimos.

Os melhores homens são bons somente em certas relações. Deus, porém, é bom
para todos, até mesmo para com os Seus inimigos, os pecadores (Sl 145.9; Mt
5.45; At 14.17). Partindo da mais alta ideia que se pode fazer da bondade mais
elevada da raça humana, Deus vai além. Não há realmente comparação entre a
bondade divina e a humana; há, antes, um frisante contraste. Não há ninguém
bom como Deus (II Sm 7.22; Sl 25.7).

2.3 Deus é fiel

Assim como Deus não falha e também não muda, Ele jamais pode ser infiel,
porque a fidelidade é uma qualidade de Seu Ser. A fidelidade de Deus é imutável,
e não pode ser abalada nem mesmo quando somos infiéis a Ele (II Tm 2.13). O
amor de Deus não oscila, mesmo lidando com seres humanos inconstantes e
infiéis (Rm 3.3-4). Enquanto as pessoas nos decepcionam por suas infidelidades
e desejos de poder, o Senhor jamais nos decepciona, pois Ele não pode negar a
Si mesmo. Com Ele podemos olhar além do caos e da ruína, porque a Sua
fidelidade sempre nos trará esperança e conforto (Hb 10.23).

A fidelidade de Deus não depende em nada de nós mesmos. Essa é a Sua


essência, Ele é fiel. Fidelidade significa cumprir aquilo que se promete. O signi-
ficado da-palavra fidelidade associado ao caráter de Deus deve ser entendido
como a qualidade de fiel, que por sua vez significa: digno de fé, leal, honrado,
infalível, seguro, pontual, exato, verídico (Tt 1.2).

3. O amor de Deus
O amor de Deus transcende nosso entendimento e razão. Ele é a base de toda a
Sua atividade de redenção, e a causa que move todos os Seus atos de
misericórdia. A maior prova do amor de Deus é Jesus Cristo. Deus O enviou para
que descobríssemos o quanto Ele nos ama (Jo 3.16).

3.1 O significado do amor de Deus

O amor de Deus é o atributo pelo qual Ele se inclina a buscar os melhores


interesses de Suas criaturas e a comunicar-se com elas. É o Seu desejo pelo bem-
estar desses seres amados. O amor de Deus é como uma ponte, que permanece
firme sob as mais pesadas pressões causadas pelo peso do pecado. Seu amor é
longânimo e não depende de obra alguma de nossa parte. Ele ama porque o
amor é Sua própria essência (Jó 41.11; I Jo 4.7-8, 16).

A essência do ser de Deus é o amor. Este atributo é o tema central das Sagradas
Escrituras, demonstrado de forma suprema em Jesus Cristo. “Deus é amor” (I Jo
4.8, 16). Esta declaração significa que o amor de Deus não precisa de um objeto
para existir; ele é altamente independente; é parte da natureza divina; e pode
ser definido como a inclinação natural da essência divina para a bondade.

3.2 Um amor que se doa

Assim como existe uma mente mais alta que a nossa, existe também um coração
maior que o nosso. Deus não é simplesmente aquele que ama. Ele é o amor em
exercício. Há uma infinita vida de sensibilidade e afeição em Deus. Sua sensibili-
dade está em grau infinito. Seu amor implica não somente em receber, mas em
dar. Não é meramente emoção, mas concessão. Dar faz parte do seu “Ser”, e
não somente dar, mas dar a Si mesmo (Jo 3.16; I Jo 3.16).

O amor de Deus é incomparável e ilimitado. Apesar das iniquidades e pecados


do homem, Deus ama Suas criaturas, sendo capaz de se entregar por elas (Rm
5.6-8). Deus ama todos os que estão em Cristo Jesus, assim como ama Seu
próprio Filho (Jo 17.23). Segundo Russel Shedd, o amor de Deus, sendo infinito,
não pode ser comparado com nosso amor humano (I Jo 4.9-10). É interessante
observar que o Deus invisível se revela no amor recíproco entre os cristãos, uma
vez que esse amor é fruto do Espírito Santo neles (IJo 4.12-13).

3.3 Um amor que corrige

O amor de Deus é incondicional (Rm 5.8), mas não significa que seja permissível,
pois as Sagradas Escrituras também revelam que Deus é Santo e Justo (I Pe
1.16; Sl 145.7). Nossos pais terrenos nos corrigem para que nosso caráter se
aperfeiçoe e nos tornemos melhores filhos para o lar e a sociedade. Deus nos
disciplina e corrige para que sejamos participantes de Sua santidade. Sua
intenção é que nos tornemos santos, justos e nos sujeitemos aos Seus padrões
(Sl 119.71; Hb 12.6-11).
Como um pai que ama a seus filhos, Deus nos corrige no intento de nos prevenir
contra os erros (I Co 11.32). Deus nos ensina que o amor também implica em
correção, e o contrário disso não é amor; pois quem ama se importa. Deus
sempre está à nossa frente, e quando intervém, tirando algo ou nos impedindo
de avançar, com certeza, é para o nosso bem, mesmo que ao princípio nos cause
dores e tristezas (Jó 5.17; Rm 8.28). De acordo com Shedd, a correção e
responsabilidade recebidas do Senhor Deus produzem vantagens futuras na
maturidade alcançada pelo cristão. É certo que a filiação divina inclui provação
(Hb 12.8; At 14.22). Quem não é filho de Deus não recebe disciplina dEle (Hb
12.7).

Conclusão

Embora a Bíblia não faça questão de provar a existência de Deus, não há como
negar que Ele não exista. Quando olhamos para tudo o que está à nossa volta,
inclusive, nós mesmos, temos a certeza de que Deus é real, não um mito (Sl
19.1-4).

Questionário

1. O que evidencia a certeza de que não originamos de nós mesmos?


R.: Que existe uma causa originária (Gn 1.1a).
2. Por que Deus jamais pode ser infiel?
R.: Porque a fidelidade é uma qualidade de Seu Ser (II Tm 2.13).
3. Qual é a maior prova do amor de Deus?
R.: Jesus Cristo (Jo 3.16).
4. Por que Deus ama?
R.: Porque o amor é Sua própria essência (Jó 41.11; I Jo 4.7-8, 16).
5. Por que Deus nos disciplina e corrige?
R.: Para que sejamos participantes de Sua santidade Hb 12.6-11).

Pecado: uma realidade humana


Texto Áureo

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” Rm 3.23

Verdade Aplicada

A realidade do pecado na vida humana e a providência de Deus devem sempre


estar presentes em nossa mente.

Objetivos da Lição

► Mostrar alguns problemas causados pela essência do pecado na vida


humana;
► Apontar as principais consequências do pecado;
► Apresentar a necessidade de um libertador, de arrepender-se e de
congregar.

Textos de Referência

Rm 1.28 E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus,


assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não
convêm;
Rm 1.29 Estando cheios de toda iniquidade, prostituição, malícia, avareza,
maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;
Rm 1.30 Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus,
injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos
pais e às mães;
Rm 1.31 Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis,
sem misericórdia.

Introdução
O homem foi criado para relacionar-se com Deus. Porém o pecado ocasionou a
separação do homem da comunhão com Deus, trazendo condenação eterna.
Apenas Jesus é quem pode livrar o homem desse mal (Lc 19.10).

1. O pecado é mais do que um problema

Ao afastar-se de Deus, o homem contraiu sobre si mais do que um problema


para resolver, pois esse mal se tornou insolúvel do ponto de vista humano. Tal
foi a consequência do pecado na experiência humana que o retorno a Deus
dependeria, inicialmente, de uma atitude de graça da parte de Deus (Jo 3.16;
Rm 5.8), e de uma resposta humana ao chamado divino. Mas o que é o pecado
em si? Vejamos um pouco a respeito.

1.1 Falha para com o propósito divino

Deus é um Ser com propósitos para Sua criação, e de maneira resumida podemos
afirmar que o homem foi criado para o louvor da Sua glória (Ef 1.5-6). Porém, o
pecado na vida do homem desviou-lhe dos propósitos divinos, deixando-o
totalmente aquém do projeto original (Dn 9.5). Por isso, a Septuaginta (a mais
antiga tradução em grego do texto hebreu do Antigo Testamento) e o Novo
Testamento grego se utilizam da palavra “hamartia”, que significa: “errar o alvo”.
Quer dizer, falhar para com o propósito original. Isso significa que o homem está
errado para com Deus. O grande obstáculo é como encontrar esse caminho de
retorno a Deus, pois o pecado passou a afetar o homem na sua inteligência e
percepção (Jo 14.6).

O grande problema da humanidade é o pecado que habita dentro do ser humano.


Os sofrimentos, doenças, maldições e morte são consequências da entrada do
pecado no mundo (Rm 5.12). O homem sem Deus é literalmente um morto que
caminha entre os vivos. A Bíblia menciona a condição de “mortos em ofensas e
pecados” (Ef 2.1, 5). Espiritualmente falando, uma pessoa não precisa estar
sepultada para estar morta, basta estar desligada de Deus. Essa é a terrível
consequência do pecado.

1.2 Insensatez

O homem foi criado para viver segundo a vontade e as leis morais de Deus; isso
é acertar o alvo. Entretanto, o ser humano em seu egoísmo se recusa a viver
assim. O pecado, pois, consiste numa insensatez, visto que alterou a forma de
pensar, de sentir, e de agir do homem. Há muitas palavras que definem o pecado,
tanto no hebraico quanto no grego, pois, embora o pecado se manifeste de várias
maneiras, ele não passa de uma inconformidade do homem quanto à vontade de
Deus e às Suas leis morais (Pv 10.23). O pecado é, portanto, uma insensatez,
uma tolice, uma loucura (Ec 7.25).

Toda a raça humana herdou de Adão a natureza pecaminosa (Rm 7.18, 21-23).
Essa natureza domina o ser humano de uma forma tirana. Mesmo sabendo o que
é correto, o homem é impulsionado por essa natureza afazer o que é incorreto.
Somos por natureza escravos do pecado, e isto está visível em todos, em todas
as eras e em todos os lugares por onde vamos (Jo 8.34).

1.3 Dívida para com Deus

Não raro ouvimos que o pecado é algo que desagrada a Deus, e desagradá-lo
significa estar fora tanto de Seus projetos, quanto de Suas bênçãos. O pecado é
uma dívida, uma ofensa, por isso, é mais que um desagrado, é uma ofensa direta
ao padrão moral e santo de Deus (Rm 5.16, 20). Os nossos relacionamentos
comuns são baseados em créditos e débitos, logo, quando ofendemos alguém
contraímos uma dívida para com aquela pessoa e com quem a criou, Deus.
Encontramos várias demonstrações nas Escrituras sobre o pecado como dívida:
na oração dominical, nas parábolas de Jesus e nos termos paulinos, como
redenção e remissão (Mt 6.12; 18.23-34; Ef 1.7).

Vale a pena enfatizar a impossibilidade do ser humano de resolver o problema


do pecado (Jr 2.22; 13.23; Pv 20.9). Há uma tendência humana para desviar-se
do propósito de Deus. Todos herdamos uma natureza pecaminosa (I Jo 1.8-10;
Sl 51.5).

2. As consequências do pecado

O pecado é nocivo, e traz dores e consequências destrutivas para toda a


humanidade. É como um vírus letal que contagia internamente e se expande por
onde passa. Dentre as mais diversas consequências, destacaremos três:

2.1 A perda da comunhão


Segundo John Piper, o pecado afugenta a glória de Deus das nossas vidas. Ele
afirma que todo pecado é um desprezo a Deus, antes mesmo de ser um dano ao
homem. O pecado é a preferência pelos prazeres passageiros do mundo ao invés
da alegria perpétua do companheirismo de Deus (Rm 3.23). O que significa ter
perdido a comunhão com Deus? Categoricamente, se o pecado gerou a morte
para o homem desconectado de Deus, podemos afirmar que a comunhão é a
vida da alma (Cl 2.13). Enquanto o pecado tende a nos afastar a cada instante
de uma vida plena, de paz e de progressivas conquistas, a comunhão com Deus
nos encaminhará a uma experiência diária, motivadora e contagiante.

O homem natural vive longe da comunhão com Deus. Essa perda ocorreu desde
quando o primeiro homem pecou (Rm 5.12). Apesar da perda real da comunhão
com Deus, isso não significa que o homem deva permanecer assim. O homem
necessariamente se relaciona com o mundo físico e social. Todavia, a única coisa
que o impede de um total relacionamento com Deus é o pecado, pois ocasiona a
perda da comunhão.

2.2 O vazio existencial

Jesus disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu


vos aliviarei.” (Mt 11.28). Esse é o perfil da humanidade sem Deus: “cansados e
oprimidos”. Mesmo com todo o sucesso e conquista que o ser humano possa
alcançar, haverá sempre um vazio na alma daquele que ainda não está em
comunhão com Deus. Como disse Agostinho: “Fizeste-nos para ti e inquieto está
nosso coração, enquanto não repousa em ti”. Jesus Cristo é o único que pode
preencher esse vazio, trazer descanso para a alma e fazer o homem retornar a
Deus (Mt 11.28-29).

O pecado do homem é a causa do vazio em sua alma. Ao ser banido da sua


condição original, o homem perdeu a comunhão com Deus, daí o vazio de sua
alma. O único caminho para preencher esse vazio é reconhecer a necessidade de
Deus e buscá-Lo, a fim de que Ele, através da pessoa de Cristo, faça morada e
preencha de vez esse vazio (Ap 3.20).

2.3 A morte

A morte é consequência irrefutável do pecado. O apóstolo Paulo diz que ela é o


prêmio, a recompensa de uma vida de pecado (Rm 6.23). A morte traz consigo
uma ideia de separação. Como disse Platão: “A morte é a separação da alma do
corpo”. Enganado pela serpente, o homem desconsiderou a seriedade da
advertência divina e assim desobedeceu. Evidentemente, o homem não caiu
fulminado quando desobedeceu, mas o pecado desencadeou o processo de
separação espiritual de Deus. Uma consequência inevitável do pecado é a perda
da comunhão com Deus. O salário do qual Paulo nos alerta será acrescido no dia
da prestação de contas, quando os pecadores irão se deparar com o lago de
fogo, e, finalmente, a morte eterna (Ap 20.14-15).
Do ponto de vista biológico, a morte é algo comum, faz parte da vida. Há culturas
que reverenciam e prestam culto à morte. Nós, cristãos, não nos desesperamos
em relação à morte, apenas nos preparamos em vida para o porvir com grande
esperança. Nossos pecados foram perdoados em Jesus Cristo e a morte “é partir
e estar com Cristo" (Fp 1.21, 23; l Ts 4.13).

3. Como libertar-se do pecado

Fomos criados para louvor e glória de Deus. Porém, após a queda, o ser humano
tornou-se escravo do pecado. Notar a advertência de Deus para Caim: “o pecado
quer te dominar” (Gn 4.7); e a observação quanto à situação da humanidade (Gn
6.5). Por isso, a mensagem de libertação anunciada por Jesus Cristo (Jo 8.32-
36).

3.1 A necessidade de um libertador

O pecado vai além da dívida e ofensa ao Criador. O pecado tornou-se um mau


senhor do homem, escravizando-o e maltratando-o. O próprio corpo do homem
tornou-se um instrumento para o seu serviço, por isso, Paulo o chama de: “corpo
do pecado” (Rm 6.6). O homem necessita de um libertador que venha destruir o
domínio do pecado e apagar todas as ofensas. Este libertador é Jesus Cristo,
aquele que morreu e ressuscitou (Rm 5.15). Uma vez crendo de todo o coração
que Jesus Cristo morreu e ressuscitou dentre os mortos, e isso confessado
sinceramente com a boca, o pecador alcança a salvação (Rm 10.9),

Segundo John Stott, devemos considerar a “internalidade” do pecado. Mais do


que uma atitude ou hábito visível, o pecado revela uma profunda e arraigada
corrupção em nosso interior. Na verdade, os pecados que cometemos são
manifestações exteriores e visíveis de uma enfermidade interior e invisível, são
os sintomas de uma doença moral (Jo 8.34). Explicando 1 Coríntios 12.3, E F.
Bruce afirma que ninguém pode fazer a confissão com os seus lábios de que
Jesus Cristo é Senhor, senão ((no Espírito Santo”. O apóstolo Paulo em sua carta
aos Filipenses 2.11 diz: “E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor,
para a glória de Deus Pai”.

3.2 A necessidade de arrependimento

Simultaneamente, ao reconhecer a Jesus Cristo, o pecador deve arrepender-se


de seus pecados (At 19.18; Rm 10.10). A salvação é impossível sem o
arrependimento das obras mortas. O próprio Senhor Jesus pregou acerca do
arrependimento em Seu ministério. Arrependimento significa mudança de
pensamento, sentimento e atitudes. O verdadeiro arrependimento ocorre como
resposta humana ao anúncio da Palavra de Deus e da ação do Espírito Santo (At
2.37-38; Jo 16.9).

O arrependimento é uma das doutrinas fundamentais, pois é condição para


perdão dos pecados, conforme registrado em Atos 2.38 e 3.19. Reconhecer a
necessidade de Jesus Cristo e arrepender-se dos pecados é o início de uma
caminhada eterna. Esse novo caminho exigirá um novo aprendizado, o qual
chamamos de discipulado. Por isso, o neófito precisará de muita ajuda, e nós,
como membros do Corpo de Cristo, devemos agregar esse novo crente e dar-lhe
toda a ajuda necessária para que, mais adiante, se firme e repasse para outros
o que aprendeu (2Tm 2.2).

3.3 A necessidade de andar em Espírito

Enquanto estivermos neste mundo, teremos que lidar com a inclinação da


natureza humana, ainda presente em nosso dia a dia. Fomos libertos do poder
do pecado. Com o novo nascimento, não somos mais escravos do pecado. Porém,
ainda existe a possibilidade de pecar. Por isso, as recomendações bíblicas em
Gálatas 5.16 e Colossenses 3.5. Ainda estamos sujeitos às tentações. É
necessário constante vigilância e oração.

O escritor aos Hebreus enfatiza a importância de deixar “todo embaraço e o


pecado que tão de perto nos rodeia” e resistir “combatendo contra o pecado”
(Hb 12.1, 4). É possível vencer, pois Jesus Cristo nos libertou e temos os recursos
necessários (oração, Palavra de Deus, Espírito Santo) para vigiar e resistir.
Segundo Donald Guthrie, para se ter uma vida cristã saudável é muito importante
que olhemos para o exemplo de Jesus Cristo e que atentemos para a Sua
disciplina (Hb 12.1-20). Vale a pena ressaltar que a disciplina do Senhor Jesus
Cristo nos ajuda a não pecar, pois ela é essencial para a vida cristã e nos auxilia,
de modo bastante prático, a evitar a inconsistência moral.

Conclusão

Quanto maior for a compreensão da doutrina do pecado, maior será a nossa


compreensão da obra redentora de Jesus Cristo. Mais conscientes estaremos da
nossa completa dependência da graça de Deus para a nossa reconciliação com o
Senhor. Seja o nosso sincero desejo: “não nos induzas à tentação” (Mt 6.13).

Questionário

1. Qual é o perfil da humanidade sem Deus?


R.: “Cansados e oprimidos” (Mt 11.28).
2. Qual é o único que pode trazer descanso para a alma e fazer o homem
retornar a Deus?
R.: Jesus Cristo (Mt 11.28-29).
3. O que apóstolo Paulo diz sobre a morte?
R.: Que ela é o prêmio, a recompensa de uma vida de pecado (Rm 6.23).
4. O que Jesus anunciou?
R. : A mensagem de libertação (Jo 8.32-36).
5. Como ocorre o verdadeiro arrependimento?
R.: Como resposta humana ao anúncio da Palavra de Deus e da ação do Espírito
Santo (Jo 16.9).
A maravilhosa e inefável graça de Deus
Texto Áureo

“Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de
muitos, faça abundar a ação de graças, para glória de Deus.” 2 Co 4.15

Verdade Aplicada

A graça é o ato misericordioso de Deus pelo qual Ele oferece salvação e vida
eterna a todos os pecadores.

Objetivos da Lição

► Apresentar uma definição acerca da graça e contrastá-la com a lei;


► Mostrar como a graça se desenvolve na vida cristã;
► Revelar quem éramos, quem somos, e nossa responsabilidade devido à
graça.

Textos de Referência

Ef 1.3 Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos
abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo,
Ef 1.4 Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para
que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade,
Ef 1.5 E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si
mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
Ef 1.6 Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si
no Amado.

Introdução
Não há como negar que todos nós somos pecadores. Nossa natureza é corrupta
e nossos pensamentos e ações, cheios de engano. Porém, louvamos a Deus
porque Ele não nos salva por nossas obras; e, sim, por Sua graça (Ef 2.8-9).

1. Compreendendo a graça de Deus

A graça se refere à bondade de Deus aos homens e demais criaturas. Através


dela, aquele que antes habitava em um mundo de trevas e totalmente inimigo
ao projeto divino passa da condição de perdido a filho de Deus.

1.1 Uma definição bíblica a respeito da graça

De forma geral, a graça é um favor que não merecemos. A palavra grega utilizada
para graça é “charis”, e era empregada em diferentes aspectos. Era usada para
aquilo que causara atração, tal como a graça na aparência ou na fala; era usada
quanto à consideração favorável sentida em relação a uma pessoa; era usada
para significar gratidão, ou usada quanto a um favor. Era usada adverbialmente
em frases como: “por amor a alguma coisa”. Porém, a graça só assumiu seu
significado pleno com a vinda de Cristo. O Seu sacrifício é a graça propriamente
dita (2Co 8.9). Quando recebida pelo cristão, ela governa sua vida espiritual
compondo favor sobre favor. Ela capacita, fortalece e controla todas as fases da
vida (2Co 8.6-7; Ef 4.29; 2Ts 2.16; 2Tm 2.1).

A graça do Senhor é absolutamente gratuita (Rm 6.14; 5.15-18; Ef 1.7; 2.8-9);


é a dádiva das bênçãos diárias que recebemos dEle, sem merecê-las (Jo 1.16);
é ela quem dá capacitação divina ao cristão para realizar a obra de Deus (1Co
15.10; Hb 12.28). A graça é o poder sustentador de Deus, que nos corrobora e
condiciona a perseverar na fé depois de salvos (2Co 12.9).

1.2 A graça é inexplicável

O estado natural do pecador não o faz merecedor de nada, a não ser do juízo.
Se Deus nada fizesse pela humanidade, Ele não estaria sendo mau, nem
tampouco injusto. Todavia, a Bíblia nos ensina que Deus opera com Sua graça
mesmo entre os injustos (Mt 5.45). Teologicamente, a ação de Deus em abençoar
também as pessoas não regeneradas é identificada como “graça comum”. Não
há como explicar tal bondade manifesta, deve-se apenas crer e desfrutá-la. Na
vida do cristão, a graça provê diversos benefícios, como: justificação (Rm 3.24);
capacidade de realizar a obra de Deus (Cl 1.29); dignidade e uma nova posição
(1Pe 2.5,9), uma eterna herança (Ef 1.3, 14).

O Novo Testamento destaca três razões porque Deus age com graça,
especialmente na salvação. Ele age com graça: para expressar Seu amor (Ef 2.4;
Jo 3.16); para que se conheçam nos séculos vindouros as riquezas de Sua graça
(Ef 2.7); e para que o homem redimido produza bons frutos (Ef 2.10). A graça
soberana é sempre intencional, pois a vida sob a graça é uma vida de boas obras.

1.3 A graça comparada à Lei

A Lei foi a revelação de Deus para Israel acerca de como manter o relacionamento
com Deus. Esta lei que Deus impôs mostrou a santidade do Senhor, a imperfeição
do Seu povo e a necessidade de um Salvador. Assim se expressou Agostinho: “A
lei foi concedida por Deus para que busquemos a graça, e a graça nos é oferecida
para que possamos cumprir a lei”. A Lei nos conduziu a Cristo, para
crermos nEle (Gl 3.23-24). Como escreveu o apóstolo Paulo: “Porque o fim da lei
é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). O mesmo Deus que nos
pede algo, também nos capacita a realizá-lo (2Co 3.5).

Na aliança da graça, Deus é quem toma a iniciativa, e, por Sua graça, Ele não se
apresenta apenas como um Deus soberano e bondoso, mas também, e
especialmente, como um Pai misericordioso e perdoador, disposto a perdoar o
pecado e a restaurar os pecadores à Sua bem-aventurada comunhão (Ef 2.4-8).
Segundo Shedd, Deus concede rica misericórdia aos rebeldes (Ef 2.2-4), e
oferece livre graça (salvação ou favor imerecido) aos perdidos (filhos da ira). Não
é nada mais, nada menos do que o Seu grande amor e a suprema riqueza da
Sua graça demonstrando uma bondade tão infinita.

2. O mover da graça na vida cristã

Em Tito 2.11-12, encontramos que a graça de Deus se manifesta para trazer


salvação e para nos ensinar a viver neste mundo. Assim, a graça divina nos
acompanha ao longo de toda a caminhada cristã.
2.1 A graça nos ensina

Interessante notar a ação da graça de Deus entre duas manifestações divinas:


“se há manifestado” (Tt 2.11); e “aguardando...o aparecimento” - a manifestação
(Tt 2.13). Assim, carecemos desta graça para salvação e para vivermos neste
mundo enquanto aguardamos a volta de Jesus Cristo. Após o novo nascimento,
a graça salvadora torna-se a graça de um Mestre, pois nos instrui. Bem-
aventurados todos os que, tendo iniciado a nova vida em Cristo, tornam-se
matriculados na “Escola da Graça”, como designou o escritor inglês
Canon Hay Aitken, em 1880.

A graça nos ensina a renunciar “à impiedade e às concupiscências mundanas" e


a viver “sóbria, e justa, e piamente", ou seja, uma vida prudente (moderada),
correta e dedicada a Deus. A superabundante graça de Deus se manifestou para
salvar, ensinar e capacitar a vivermos uma vida agradável ao Senhor até “o
aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo",
abrangendo os relacionamentos conosco mesmo, com nosso próximo e com
Deus.

2.2 A graça nos fortalece

No segundo livro de Timóteo, capítulo um, o apóstolo Paulo faz menção à prisão,
padecimento e deserção de cristãos na Ásia. Eram dias difíceis e trabalhosos.
Neste contexto, Paulo escreve a Timóteo: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na
graça que há em Cristo Jesus." (2Tm 2.1). Não importa o que os outros estão
pensando, falando ou fazendo: “fortifica-te"! Não se trata de sermos fortes em
nós mesmos, mas por meio da graça que está em Cristo Jesus. Não
encontraremos esta força em nós mesmos, mas em Cristo! O mesmo favor
gratuito de Deus que se manifestou para salvação, também intervém para
fortalecer-nos e, assim, podermos prosseguir.

É possível vencer, avançar e perseverar mesmo nos dias difíceis e de sofrimento.


Quando o apóstolo Paulo pediu a Deus que o livrasse do “espinho na carne", o
Senhor lhe disse: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza”, (2 Co 12.9). Hemandes Dias Lopes assim declarou: “Deus sabe
equilibrar, em nossa vida, as bênçãos e os fardos, o sofrimento e a glória...A
graça de Deus é melhor do que a vida. A graça de Deus é que nos capacita a
enfrentar vitoriosamente o sofrimento. A graça de Deus é o tônico para a alma
aflita, o remédio para o corpo frágil, a força que põe de pé o caído".

2.3 A graça nos capacita para o serviço

É importante refletir em Hebreus 12.28: “retenhamos a graça, pela qual sirvamos


a Deus agradavelmente, com reverência e piedade”. Notemos que a graça de
Deus atua nos diversos aspectos da vida cristã: salvação, ensino, fortalecimento,
serviço. Não há motivos para sermos inoperantes e nem indiferentes ao serviço
cristão. O início do versículo 28 relata que estamos herdando um Reino
inabalável. Portanto, se fomos alcançados por tão grande dádiva divina, temos
mais responsabilidades ainda de retermos, perseverarmos e sermos ativos
participantes servindo ao Senhor.

O apóstolo Paulo escreveu que trabalhava porque a graça de Deus estava com
ele (1 Co 15.10). Logo, a graça do Senhor também se manifesta fortalecendo-
nos para o serviço cristão. Um serviço que agrada ao Senhor. Não trabalhamos
para receber a graça, mas, sim, porque ela já está atuando em nós. Que não a
recebamos em vão (2Co 6.1).

3. A graça divina e doutrinas estranhas

Há um alerta bíblico para que não nos deixemos ser levados “por doutrinas várias
e estranhas” (Hb 13.9), para tanto se faz necessário que busquemos o
fortalecimento espiritual por meio da graça de Deus. Ao longo da história da
Igreja, várias doutrinas sem fundamentação bíblica, ou baseadas em distorções
do texto bíblico, têm surgido.

3.1 Antinomismo

É um termo de origem grega que significa “contra” (anti) a “lei” (nomos). Trata-
se de uma antiga heresia que distorce a doutrina bíblica da graça e dissemina a
ideia de que todos os que foram alcançados pela graça de Deus estão livres para
viver sem regras ou princípios morais. O apóstolo Paulo refuta esse pensamento
em Romanos 6. A manifestação da graça salvadora não é “passaporte” para
continuar vivendo em pecado. Ao contrário, quando a graça domina, ela
proporciona vida em Cristo Jesus (Rm 5.1) e a pessoa está morta para o pecado
(Rm 6.2).

O povo de Deus precisa estar alerta, pois as Escrituras Sagradas exortam a


combatermos a favor da fé (incluindo aí as doutrinas bíblicas). Infelizmente,
pessoas sem temor a Deus procuram influenciar os discípulos de Jesus, por
intermédio de ensinos que distorcem a pura mensagem bíblica acerca da graça
de Deus, para Justificar unia vida imoral "convertem em dissolução a graça de
Deus" (Jd 4). A palavra "dissolução”, no grego, admite vários sentidos:
“perversão em geral” “falta de moderação”; “libertinagem”, entre outros. Corno
diz o texto sagrado, os que assim vivem "negam a Deus, único dominador e
Senhor nosso, Jesus Cristo”.
3.2 Legalismo

É o oposto do antinomismo. Trata-se do outro extremo. Enfatiza a lei em


detrimento da graça (Gl 2.16). Considera e concentra toda a atenção no
comportamento humano, não como resultado da ação da graça de Deus na vida
humana, mas como requisito para alcançar mérito diante de Deus; como se fosse
necessário “completar” o processo de salvação. O texto sagrado afirma que a
salvação é pela graça, “por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2.8-9). Lembremo-nos de
Cornélio, que era piedoso, temente a Deus, fazia esmolas, orava a Deus, jejuava
(At 10.1-2, 30), porém não era salvo (At 11.14).

O apóstolo Paulo instruiu as igrejas acerca do perigo do legalismo (Cl 2.20-


22; Gl 2.16; 4.9-10), e afirma que, aqueles que não creem na suficiência de Jesus
Cristo para justificação por meio da fé nEle, “da graça tendes caído" (Gl 5.4). O
legalismo enfatiza o dever e a ação do Espírito Santo nos nascidos de novo opera
o querer. Russell Shedci declarou: “Qualquer ação, atitude ou esforço aceitável a
Deus resulta da atuação do Espírito no filho de Deus”.

3.3 A falta do uso da disciplina na Igreja

Eis um tema bíblico, mas que não tem sido muito exposto na igreja. Será que há
incompatibilidade entre a graça e a disciplina? São ações excludentes? A
sensação é que muitos evitam este assunto por considerá-lo não apropriado em
nossos dias. Contudo, biblicamente, a disciplina é um exercício de amor e graça
(Hb 12.1-15). A ausência de disciplina pode resultar em alguém abandonar a
graça de Deus (Hb 12.15). A disciplina na igreja visa corrigir para aperfeiçoar o
caráter e conduta do discípulo de Cristo. Visa restaurar o faltoso e manter a
pureza espiritual, pois contribui para que haja temor na igreja local.

O Senhor Jesus instruiu Seus discípulos quanto a lidar com o pecado de um irmão
(Mt 18.17-19). O apóstolo Paulo também tratou deste assunto nas epistolas (1
Tm 5.20; Gl 6.1; 2Co 2.5-8; 2Ts 3.14-15). Observando os diversos termos usados
nos textos bíblicos referenciados, concluímos que a aplicação da disciplina, de
acordo com as orientações bíblicas, está repleta de atitudes de graça: “irmão”;
“produzir temor”; “mansidão”; “perdão”; “consolo”. Assim, a ausência da
aplicação da disciplina na igreja contribui para a distorção da doutrina bíblica da
graça de Deus.

Conclusão

Louvemos a Deus por Sua superabundante graça, que se manifestou em Cristo


Jesus para nos trazer salvação, pois não há méritos em nós. Por nossos próprios
recursos não conseguimos satisfazer a justiça divina. Esta graça que trouxe
salvação, também é suficiente para nos sustentar até o dia final.

Questionário
1. Quando a graça assumiu seu significado pleno?
R.: Com a vinda de Cristo (2Co 8.9).
2. Qual foi o conselho de Paulo a Timóteo?
R.: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.” (2Tm 2.1).
3. O que o legalismo enfatiza?
R.: A lei em detrimento da graça (Gl 2.16).
4. O que é, biblicamente, a disciplina?
R. : É um exercício de amor e graça (Hb 12.1-15).
5. O que pode resultar a ausência de disciplina?
R. : Em alguém abandonar a graça de Deus (Hb 12.15).

CONHECENDO O ARREPENDIMENTO BÍBLICO E FRUTÍFERO

(Lição 04 - 22 de Outubro de 2017)

TEXTO ÁUREO

“Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3.8).

VERDADE APLICADA

O arrependimento vai além de uma confissão. Ele é gerado na alma,


exposto em palavras e vivido em atitudes.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

► APRESENTAR o significado do arrependimento, sua necessidade e os


agentes que o acionam;

► DISCORRER acerca das três coisas importantes que envolvem o processo


de arrependimento;

► APRESENTAR os frutos do arrependimento, o abandono das práticas


antigas e a nova vida.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Mt 21.28 – Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e,
dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha
vinha.

Mt 21.29 – Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois,


arrependendo-se, foi

Mt 21.30 – E, dirigindo-se ao segundo, falou de igual modo; e,


respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi.

Mt 21.31 – Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O


primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as
meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus.

INTRODUÇÃO

O arrependimento é o primeiro passo para receber, pela fé, a graciosa


salvação de Deus. O arrependimento alcança o perdão de nossos
pecados. Arrepender-se significa afastar-se do pecado, mudar a direção
de sua vida de egoísmo e rebelião contra as leis de Deus. Ao mesmo
tempo, você deve voltar-se para Cristo, depender do perdão, da
misericórdia, da direção e do propósito dEle. Não podemos salvar a nós
mesmos, somente Deus pode fazer isso. Observe o texto bíblico: “E
disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, cada um de vós seja batizado em nome
de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do
Espírito Santo”. Atos 2.38.

1. A NECESSIDADE DO ARREPENDIMENTO

O arrependimento é vital na vida de qualquer pessoa, pois o pecador


arrependido junto com a fé operam para a salvação. É a pessoa
arrependida que através da fé crer no sacrifício de Jesus Cristo na
cruz do calvário, levando-os a abandonar os pecados de outrora, o
pecador é perdoado e então passa a experimentar assim, a paz de Deus
em seu coração.

1.1. O arrependimento e seu significado


Charles Haddon Spurgeon define o arrependimento como um dom de Deus. É
um desses favores espirituais que asseguram a vida eterna. É uma
maravilha da graça divina que não somente providencie o caminho de
salvação, que não somente convide aos homens a receberem a graça, mas
sim que positivamente faça que os homens estejam dispostos a serem
salvos. No Antigo Testamento, arrependimento significa mudança de
ideia ou de propósito, no sentido de abandonar o pecado e voltar-se
para Deus de todo o coração, alma e força (Ne 1.9; Is 19.22). Já no
Novo Testamento, a expressão do verbo arrepender é mais forte, pois
significa “converter-se” ou “retornar”, esses termos expressam a
mudança de mente, a transformação do pensamento, da consciência, das
atitudes, caracterizando assim, uma verdadeira metanoia – do grego,
“mudança da mente”, mudança do homem interior, ou seja, há uma mudança
profunda e radical da mente. O arrependimento de verdade traz uma real
tristeza pelo pecado praticado (2 Co 7.10).

1.2. Por que necessitamos de arrependimento

O arrependimento nos livra das amarras do pecado, da culpa que


escraviza e tira a alegria de viver, ele nos leva a experimentar a
cura da consciência cauterizada pelo pecado (1 Tm 4.2). O
arrependimento é necessário para alcançamos o perdão de Deus. O É um
verdadeiro sinal de salvação eterna em Cristo; um arrependimento que
nos preserva em Jesus através desse estado temporal, e que quando
tenhamos passado à eternidade, nos proporciona uma bem-aventurança que
não pode ser destruída. Desse modo, a pessoa que se arrepende de
verdade, passa a viver a vida com a autoestima sadia, resultando em
alegria e paz no coração.

1.3. Os agentes provocadores do arrependimento

O arrependimento é obra de Deus no íntimo do homem gerando uma nova


vida em Cristo. É o Espírito que convence o homem do seu pecado e
chama ao arrependimento e revela o padrão da justiça de Deus para todo
aquele que nele crê. A pessoa que foi alcançada pela graça e teve o
perdão de seus pecados passa a viver em novidade de vida. É mudança de
vida: “Produzi pois frutos dignos de arrependimentos” (Mt 3.8).
2. O PROCESSO DO ARREPENDIMENTO

O arrependimento na vida do homem é ação do Espírito Santo, (Jo 16.8).


Somente Ele pode conhecer e esquadrinhar de forma profunda o coração
do homem, as pessoas abertas ao mover do Espírito percebem que
precisam de confissão sincera diante do Deus Eterno. Outrossim, é
preciso estar ciente de suas convicções e arrependimentos acerca dos
erros cometidos no cotidiano. A Bíblia diz: “O que encobre as suas
transgressões, nunca prosperará; mas os que as confessa e deixa,
alcançará misericórdia” (Pv 28.13). A dificuldade é que existe uma
tendência do ser humano em não reconhecer, nem confessar seus pecados,
continuando assim, a sofrer sob o peso dos pecados inconfessos (Sl
32.4,5).

2.1. A convicção

O homem que não tem a presença de Deus na vida, vive um vazio na alma,
não tem como sentir alegria e mesmo que sinta alegria, será apenas
momentânea, logo passa e vem a tristeza. Assim, a convicção faz parte
do arrependimento, a pessoa reconhece que precisa de mudança porque
algo está errado. Isso tudo é obra do Espírito Santo para trazer o
pecador nos caminhos de Deus. O arrependimento abrange o ser humano na
sua totalidade: intelecto,(Mt 21.29), as emoções (Lc 18.13) e a
vontade (Lc 15.18,19).

2.2. A contrição

O sofrimento por nossos pecados pode resultar em mudanças de


comportamento. Muitas pessoas sentem tristeza apenas pelos efeitos de
seus pecados ou por terem sido surpreendidas pecando (este é o
sofrimento sem arrependimento}. Compare o remorso e o arrependimento
de Pedro com a amargura e o ato suicida de Judas. Ambos negaram a
Cristo. Um se arrependeu, estava realmente contrito e quebrantado e
foi restaurado a fé e ao serviço: o outro tirou a própria vida. No
Salmo 51, Davi expressa plenamente a experiência pela qual passa a
alma que tem sido guiada ao arrependimento: sua humilde confissão de
pecado(v 3,4 e 5); seu desejo intenso de ser perdoado pelos méritos do
sangue de Cristo (v. 7); sua ansiedade para que o Senhor lhe conceda
um coração puro (v. 10) e sua vontade de oferecer algo a Deus por
todos os seus benefícios.

2.3. A confissão

O arrependimento se externa quando o pecador confessa o pecado, pois


ele reconhece sua condição pecaminosa e admite seus erros. Observe a
exigência de Deus através da mensagem do apóstolo Pedro: “E disse-lhes
Pedro: Arrependei-vos, e cada um seja batizado em nome de Jesus
Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”
(Atos 2.38). A Bíblia diz que há alegria no céu quando um pecador se
arrepende: “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador
que se arrepende, mas do que noventa e nove justos que não precisam
de arrependimento”. Quando confessamos os pecados através do
arrependimento os nossos pecados são apagados (At 3.19). arrependa-se,
confesse os seus pecados a Jesus e, pela fé mude de vida.

3. OS FRUTOS DO ARREPENDIMENTO

É evidente que toda pessoa que passa pela experiência do


arrependimento tenha sua vida transformada, se é que esse
arrependimento foi realmente genuíno, assim, se espera de tal pessoa.
Depois disso, a pessoa passa a desfrutar uma nova forma de viver,
produzindo frutos digno de arrependimento. Na época de João Batista,
ele chamou os judeus para algo maior do que ouvir suas palavras ou
praticar rituais: disse-lhes que mudassem de comportamento produzindo
frutos dignos de arrependimento. A frase: “Produzi, pois, frutos
dignos de arrependimento”, deve ser entendida como algo que demonstre
que a pessoa se arrependeu de seus pecados, aponta para o fato de que
Deus vê além de nossas palavras e atividades religiosas. Ele examina
se nossa conduta é coerente com o que dizemos, julga as nossas
palavras pelas ações que as acompanham.

3.1. Abandono das práticas do velho homem


Da mesma maneira que se espera que uma árvore frutífera produza os
devidos frutos, o povo de Deus deve produzir uma safra de boas obras.
Não há utilidade para as pessoas que, embora se autodenominem cristãs,
viverem de forma incompatível. Como nos dias de João Batista, muitos
são povo de Deus apenas nominalmente, mas isso não tem valor. Se as
outras pessoas não puderem comprovar nossa fé pela maneira como as
tratamos, não poderemos ser considerados, de forma alguma, povo de
Deus. Nossa antiga forma de vida, antes de crermos em Cristo, pertence
totalmente ao passado. Devemos deixá-la para trás. É como se fosse uma
roupa velha a ser jogada fora. Quando decidimos aceitar o presente de
Cristo, a salvação (Ef 2.8-10), não houve apenas uma decisão
momentânea, mas prosseguimos em um compromisso diário e consciente.
Não devemos ser dirigidos por desejos ou impulsos, mas vestirmos nossa
nova natureza, caminhamos em uma nova direção e assumimos a forma de
pensar concedida pelo Espírito Santo.

3.2. A novidade de vida

Em Cristo, somos novas criaturas, o passado ficou pra trás portanto,


devemos andar em novidade de vida. Procurando sempre fazer o bem ao
próximo e agradar a Deus que nos concedeu o perdão. Agora como pessoas
que andam na luz, nossos atos devem refletir a fé. Devemos ter uma
vida acima de qualquer censura moral. E, dessa forma, refletir a
bondade de Deus ao próximo. Jesus enfatizou esta verdade em seu Sermão
do Monte (Mt 5.15.16). Medite no conselho do apóstolo Paulo aos
filipenses: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o
que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é
amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai” (Fl 4.8).

3.3. Diligência

Sabemos que por natureza somos fracos para fazermos a vontade do


Senhor, assim, é necessário ser diligentes e nos esforçarmos para ser
fortalecidos por meio de sua graça. Por isso, o arrependimento deve
ser um ato contínuo durante a vida inteira. A vida cristã é cheia de
desafios e de muitas batalhas contra o pecado, o diabo e o fascínio do
mundo. As tentações se multiplicam ao nosso redor e no nosso próprio
interior, através de nossos desejos pecaminosos, de modo que
necessitamos estar continuamente revestidos pela graça para que
possamos viver de modo vitorioso. O Senhor é a nossa força, por isso
precisamos estar em comunhão e receber a graça devida para sermos
fortalecidos em Jesus Cristo.

CONCLUSÃO

O arrependimento é um desvio e afastamento contínuo de uma vida de mal


e desobediência a um caminho de pensar e viver obediente que resulta
num relacionamento pessoal com Deus e um relacionamento piedoso com as
pessoas. Por isso, devemos confiar totalmente em Jesus Cristo e
desfrutar de todas as bênçãos espirituais que Ele tem pra nós. Ao
cristão arrependido de seus erros, cabe esforçar-se para manter-se
longe do que outrora causou-lhe tanta dor. Agora, como nova criatura,
tudo é novo!.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Edição Revista e Corrigida,


tradução de João Ferreira de Almeida, CPAD, 2008.

Charles Haddon Spurgeon – Sermão Arrependimento para Vida.

Lição Bíblica CPAD. Mestre. 4º trimestre 2017. A Obra da Salvação.


Lição 09 – Arrependimento e fé para a salvação.

Revista do professor: Jovens e Adultos. Doutrinas Fundamentais da


Igreja de Cristo. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º Trimestre de
2017. Ano 27 n° 105. Lição 04 – Conhecendo o arrependimento bíblico e
frutífero.

Novos Convertidos: Doutrinas Fundamentais. Rio de Janeiro: Editora


Betel – Conhecendo sua nova vida em Cristo.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS
É NECESSÁRIO NASCER DE NOVO

(Lição 05 - 29 de Outubro de 2017)

TEXTO ÁUREO

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que


aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. (João
3.3).

VERDADE APLICADA

O novo nascimento é condição para entrar no Reino de Deus. É ação


divina no ser humano, tornando-o participante da natureza divina e
incluído na família de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

► EXPLICAR acerca da necessidade e importância do novo nascimento;

► MOSTRAR a maneira como se desenvolve o novo nascimento e como Deus o


gera;

► APRESENTAR os meios e os resultados do novo nascimento.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Jo 3.3 – Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo


que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.

Jo 3.4 – Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho?


Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?

Jo 3.5 – Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele


que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de
Deus.

Jo 3.6 – O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do


Espírito é espírito.
Jo 3.7 – Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de
novo.

INTRODUÇÃO

É imprescindível que todo aquele que pretende ser salvo, membro do


corpo de CRISTO (a igreja), tenha em sua mente o mínimo de preocupação
com o fato de ser ou não nascido de novo, pois em nenhum texto sagrado
existe apontamento de que alguém possa alcançar a salvação eterna sem
passar por este processo.

I - O NOVO NASCIMENTO E SUA IMPORTÂNCIA

A expressão novo nascimento não se restringe apenas ao simples fato de


que o homem pode e deve nascer de novo nos termos em que temos ouvido
e aprendido em nossas igrejas. O SENHOR JESUS CRISTO, trouxe em si
mesmo na qualidade de o Logos divino, todo um conjunto filósofo
doutrinário, alvissareiro que nos induz a ver significados bem mais
abrangentes. Não é à toa que o evangelho significa boas novas,
dispensação nova, novos tempos, nova aliança, testamento novo, nova
doutrina, novo e vivo caminho. Com certeza foi em razão desta novidade
que o SENHOR iniciou seu ministério transformando água em vinho o qual
foi chamado de bom vinho em relação ao anterior, velho, inferior e
decrépito (Jo 2.10). Nosso SENHOR falou também que não se pode por
remendo novo em pano velho e nem vinho novo em odres velhos (Mt 9.17).
Certamente se referindo ao fato de que seus novos ensinamentos, a vida
nova que ele oferece não pode ser vivida, dependente ou ancorada
naquilo que já caducou, ou seja, a lei. Mas para que o homem possa
vivenciar essa novidade de vida, (a graça), lhe faz necessário nascer
de novo, tema sobre o qual JESUS sabiamente preferiu discutir com um
dr. Da lei (Nicodemos).

II - A MANEIRA COMO SE DESENVOLVE O NOVO NASCIMENTO NO SER HUMANO

Principalmente de duas instâncias:

1ª – A palavra de DEUS entrando no coração do homem depois de ouvi-la


se torna nele uma espécie de antídoto à velha natureza, apresentando a
este todos os instrumentos capazes de destruí-la a fim de ensejar o
nascimento de uma nova criatura – “Sendo de novo gerado, não de
semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de DEUS, viva
e que permanece para sempre” (1º Pe 1.23).

2ª – O ESPÍRITO SANTO responsável pelo trabalho de convencimento junto


ao homem do pecado da justiça e do juízo, como um pássaro pousando
sobre essa palavra viva semeada no coração humano faz nascer uma nova
criatura. Obs: Em João 12:24, JESUS proferiu a metáfora do grão
dizendo que se este não morrer ao ser lançado no solo, fica ele só,
mas se morrer, dele nasce milhares de outros. Disse isso se referindo
ao fato de que ele mesmo iria morrer e ser lançado no sepulcro, mas
ressuscitaria e produziria milhões e milhões de frutos os quais somos
nós. Mas no caso da palavra lançada ao coração do homem acontece
diferente, pois o coração humano é naturalmente terreno infértil,
(morto) e a palavra é viva, esta ao ser lançada no terreno árido que é
o coração do homem não morre, mas tem o poder de sarar o terreno e
proporcionar o novo nascimento.

Assim como o arrependimento a conversão e a santificação, o novo


nascimento também tem dois momentos em que acontece no crente. O
primeiro é no ato do aceitar a fé e arrepender-se, este é o novo
nascimento básico, é posicional e é meramente para a salvação. O
segundo acontece processualmente, juntamente com o crescimento na
graça e no conhecimento - “Mas a vereda do justo é como o romper da
aurora, que vai rompendo até ser dia perfeito” (Pv).

Outro pensamento bíblico que nos faz entender melhor esse processo, é
sem dúvida a necessidade de o cristão carregar a cruz. Carregar a cruz
significa conviver pacífica e conscientemente com o conjunto de
provações naturais à vida cristã que tem como propósito mortificar aos
poucos o eu humano, levando-o à morte até que CRISTO reine em nós –
“Já estou crucificado com CRISTO; e vivo, não mais eu, mas CRISTO vive
em mim.” (Gl. 2:20).

III - RESULTADOS DO NOVO NASCIMENTO


1 – A adoção de filhos – “Porque não recebestes o espírito de
escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o
espírito de adoção, baseados no qual: clamamos, Aba Pai.” (Rm 8.15).

2 – Participação na natureza de DEUS – “Visto como pelo seu divino


poder nos tem sido doadas que conduzem à vida e à piedade, pelo
conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória
e virtude; Pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui
grandes promessas para que por elas vos torneis co-participantes da
natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no
mundo.” (2º Pd. 1:3,4).

3 – Cidadania celeste – “E juntamente com ele nos ressuscitou e nos


fez assentar nos lugares celestiais em CRISTO JESUS. Assim já não sois
estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da
família de DEUS.” (Ef 2.8,19).

4 – Herdar a promessa – “Ouvi meus amados irmãos. Não escolheu DEUS os


que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do
reino que ele prometeu aos que o amam?” (Tg 2.5).

5 – Poder para entender a palavra de DEUS - “Ora, o homem natural não


aceita as coisas do espírito de DEUS, porque lhes são loucura; e não
pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porem o
homem espiritual julga todas as coisas.” (1º Co 2.14,15).

IV - EVIDÊNCIAS DO NOVO NASCIMENTO

1 - Aversão ao pecado – “Todo aquele que é nascido de DEUS não vive na


prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora,
esse não pode viver pecando, porque é nascido de DEUS” (1ª Jo 3:9).
2 - Facilidade para praticar o amor - “Amados, amemos-nos uns aos
outros, porque o amor procede de DEUS, e todo aquele que ama é nascido
de DEUS, e conhece a DEUS” (1º Jo 4.7).

3 – Afinidade com o seu CRISTO – “Todo aquele que crê que JESUS é o
CRISTO é nascido de DEUS: e todo aquele que ama ao que o gerou, também
ama ao que dele é nascido.” (1º Jo 5.1).

4 – Viver sempre vencendo o mundo – “Porque tudo o que é nascido de


DEUS vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.”
(1º Jo 5.4).

V - AS CONTRA-EVIDÊNCIAS DO NOVO NASCIMENTO

1 – Aquele que embora não expresse com palavras, mas com atitudes
demonstram ser autônomos, autossuficientes e não buscam DEUS - “Se
dissermos que não temos pecado nenhum, a nos mesmos nos enganamos, e a
verdade não está em nós. Se confessarmos nossos pecados, ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso e a
sua palavra não está em nós.” (1º Jo 1.8-10).

2 – Aquele que ama só de palavras - “Aquele que diz está na luz e


odeia seu irmão, até agora está nas trevas. Aquele que possuir
recursos deste mundo e vir a seu irmão padecer necessidade e fechar-
lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de DEUS? Se alguém
diz: amo a DEUS, e odiar seu irmão, é mentiroso, pois aquele que não
ama seu irmão, a quem ver, não pode amar a DEUS a quem não vê.” (1º Jo
2.9; 3.17,20).

CONCLUSÃO

É farta a lista das características de quem é nascido de novo, mas a


maior delas é o amor para com os outros evidenciando-o, com atitudes,
tais como: socorrer, não ofender, oferecer e pedir perdão quando
necessário, respeitar os direitos alheios e não se eximir dos seus
deveres. Esta é a base de toda vida cristã peculiar somente aos
nascidos de novo, os quais não são nascidos da vontade da carne, mas
da água e do ESPÍRITO.

BIBLIOGRAFIA

Pequena enciclopédia bíblica (Orlando Boyer).

Bíblia revista e atualizada JFA, (comentários do dr. Scofield)

Novo comentário bíblico contemporâneo, (organizado por F. Davidson).

Enciclopédia Ágnos (A bíblia comentada versículo por versículo).

Revista dominical Betel (4º trimestre 2017).

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

A GRANDE E PERFEITA SALVAÇÃO DE CRISTO JESUS

(Lição 06 - 05 de Novembro de 2017)

TEXTO ÁUREO

“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”.


(Lucas 19.10).

VERDADE APLICADA
A salvação é um presente oferecido por Deus à humanidade. Um benefício
que não depende de nenhuma obra humana.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

► EXPLICAR como e onde a salvação foi elaborada, o que ela é e porque


necessitamos dela;

► MOSTRAR três importantes aspectos da salvação na vida humana;

► APRESENTAR como essa tão grande salvação produziu benefícios para as


nossas vidas.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Rm 3.19 – Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão
debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo
seja condenável diante de Deus.

Rm 3.20 – Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas
obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.

Ef 2.8 – Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem
de vós, é dom de Deus.

Ef 2.9 – Não vem das obras, para que ninguém se glorie;

Ef 2.10 – Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as


boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.

INTRODUÇÃO

A doutrina da salvação é um dos assuntos centrais de toda a Bíblia e


tem profundo significado e infinito alcance. Ela não significa apenas
livramento da condenação do pecado, abarca também todas as ações, atos
e processos redentores e transformadores da parte de Deus para com o
homem, alcançando todas as suas dimensões, quer seja no passado, no
presente ou no futuro. A salvação em Cristo Jesus é sem dúvida um dos
mais perfeito e precioso presente da parte de Deus para nós (Ef 1.3).
É algo tão extraordinário que a Bíblia a chama de “grande salvação”
(Hb 2.1-4).

1. A NECESSIDADE DE SALVAÇÃO

Para compreender corretamente a necessidade de salvação se faz


necessário saber como, onde, quando e porque se está condenado e qual
pena estabelecida. É necessário ainda compreender o porque da
necessidade de um salvador e como Deus justifica aquele que está
condenado sem invalidar Sua justiça. Sumariamente, o homem necessita
de salvação por causa da condenação de morte à que se sujeitou Adão e
consequentemente a humanidade no passado. A Bíblia é clara ao dizer
que o pecado de Adão afetou não só a ele próprio (Rm 5.12-21; 1 Co
15.21-22), mas foi também transmitido a todo restante da humanidade
(Rm 5.12,18,19).

1.1. A salvação foi elaborada desde a eternidade

Antes de um arquiteto desenhar a planta de um edifício ele já tem em


sua mente uma ideia de como começará seu projeto. Do mesmo modo, nosso
grande arquiteto Criador também traçou um projeto de salvação antes
mesmo de o homem pecar. Assim, a salvação do homem não foi elaborada
por Deus no momento que surgiu o pecado no mundo, como que por um
plano de emergência diante de uma tragédia imprevista, pelo contrário,
a Bíblia diz que antes de criar os céus, a terra e o próprio homem,
Deus havia traçado todo um plano para salvar o homem, caso ele viesse
pecar. Portanto, mesmo antes da fundação do mundo, já era propósito de
Deus salvar o homem de uma forma grande e perfeita (1 Pe 1.18-21; 2 Tm
1.9; Ef 1.4-5). Assim que Adão e Eva pecaram tiveram uma conversa com
Deus, o qual logo revelou Seu plano (Gn 3.15) e em seguida matou um
cordeiro para revesti-los de pele (Gn 3.21), e isso apontava para o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).

1.2. A salvação é o resgate do perdido


Haja vista que a salvação nos é concedida mediante a graça de Deus
manifesta em Cristo Jesus e está baseada na morte, ressurreição e
exaltação de Jesus Cristo, o Filho de Deus. A base da doutrina da
salvação concentra-se no plano divino resgatar o homem do pecado e,
consequentemente, livrá-lo da condenação do inferno (1 Ts 1.10). No
Novo testamento Jesus é tanto o “resgatador” quanto o “resgate”. Os
pecadores perdidos são os resgatados. Ele próprio declara que veio
“para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28; Mc 10.45). É o
resgate efetivado mediante a morte de Cristo, que liberta da ira
retributiva de Deus e da penalidade merecida do pecado. O alto preço
do resgate pago por Cristo em nosso favor deve nos levar a glorificar
a Deus em todas as dimensões da nossa vida.

1.3. A salvação é a união entre o homem e Deus

A salvação é também caracterizada como a união espiritual do crente


com Deus. O pecado prejudicou nosso relacionamento com Deus, mas Jesus
nos trouxe o ministério da reconciliação. Por Ele fomos reconciliados
e ligados. Quando alguém confessa Jesus como Senhor e Salvador de sua
vida, passa do estado de separação para viver em união com Deus (Rm
3.23). Um dos propósitos de Deus na salvação é perdoar aquele que se
arrepende, apagando todo e qualquer resquício ou mancha que possa
impedir sua união com Ele. Por isso, nossa união com Ele deve ser o
primeiro passo que devemos dar para alcançar a vitória (At 11.24). Um
dos maiores exemplos dessa união está figurado na videira e seus ramos
(Jo 15.1-5). Sem estar ligado a Cristo não tem como haver crescimento
espiritual (Ef 4.15).

2. OS PROCESSOS QUE ENVOLVEM A SALVAÇÃO

O processo bíblico de salvação se dá basicamente por meio da


regeneração, justificação santificação e glorificação do ser humano. O
processo como um todo é alcançado pela fé na morte e ressurreição de
Jesus Cristo. No processo de salvação a regeneração nos leva da morte
para a vida (Jo 5.24); a justificação modifica nossa situação diante
de Deus; a santificação nos faz andar em retidão diante de Deus e
corretos diante dos homens (Ef 2.10); e a glorificação no qual coroará
a todos com a plenitude de Cristo (Rm 8.29-30). Em suma, Deus primeiro
recria sua natureza em nós e nos concede nova vida (regeneração),
depois nos declara justos e livres de qualquer culpa (justificação),
depois nos ensina a nossa nova maneira de viver diante de Deus
(santificação), e, por fim, etapa final de todo esse processo
(Glorificação), que é a salvação propriamente dita. Se alguém
fracassar em alguma fase desse processo de salvação, não será por
falta da graça ou amor divino (Rm 8.31-32), nem por causa dos poderes
adversários ou do mal (Rm 8.35-39). Mas porque tal pessoal foi
negligente na comunhão com Cristo e na sua santificação (Jo 15.6).
Embora o comentarista da lição tenha incluído a adoção como parte do
processo que envolve a salvação, entende-se que este e outros termos
e/ou expressões como perdão, conversão, remissão, purificação,
propiciação, etc, são desdobramentos desses processos em si, ou outros
aspectos da natureza da salvação.

2.1. A regeneração

A regeneração é uma milagrosa transformação espiritual, operada na


alma e no caráter de toda pessoa que, pela fé, recebe Jesus Cristo
como único salvador (Mt 3.2). Portanto, o termo refere-se à
purificação e renovação espiritual do individuo (Tt 3.5; Jo 3.5). Ela
consiste na ação poderosa, criativa, decisiva e instantânea do
Espírito Santo, mediante a qual recria a natureza divina no interior
do pecador arrependido. Este termo é oriundo do grego “pallingenesia”
que literalmente significa “o retorno das coisas ao seu primitivo
estado”. Assim como o nascimento é o portão de entrada para o mundo
natural, o novo nascimento ou a experiência da regeneração é a porta
de entrada para a salvação ou o reino de Deus. Temos que nascer de
novo, da parte de Deus, para alcançar o direito, a posse e a certeza
da vida eterna. No primeiro nascimento nosso nome é registrado nos
cartórios da terra. Pelo novo nascimento, nosso nome é registrado no
Livro da Vida.

2.2. A justificação

A justificação é outro pilar no processo da salvação. Consiste no ato


de Deus declarar justo o pecador que pela fé aceita Jesus como seu
Salvador (At 13.38-39; Rm 5.1,33), tornando sem efeito todos os atos
praticados por ele na velha natureza. Visto que a finalidade da
justificação é tornar os homens justos, e isso é feito proporcionado
pela própria justiça de Deus, segue-se que os justificados devem agora
manifestar a espécie de justiça que há em Deus. Este procedimento é
chamado de “imputação da justiça de Deus”, isto é, lançar à conta de
alguém as consequências do ato de outrem, quer seja um ato bom ou mal
(Rm 4.6-8). No caso da justificação, as consequências do pecado do
homem foram creditadas à conta de Cristo, e as consequências da
obediência de Cristo foram creditadas à conta do crente. Em outras
palavras, os méritos de Cristo foram creditados na conta dos que foram
justificados, enquanto que os pecados dos que foram justificados foram
creditados na conta de Cristo (Jr 23.6; Fp 3.9; 1 Co 1.30). É por
isso, que através da justificação, Deus torna sem efeito qualquer tipo
de cobrança à nossa vida anterior e declara nossa nova vida livre de
toda culpa do pecado e de suas consequências eternas (Rm 1.16-17;
3.23; 4.7; 6.23).

2.3. A adoção

A adoção é a garantia divina de que fazemos parte da família de Deus e


herdamos com Cristo as grandes e inefáveis promessas de Deus em nossa
vida. É considerado um desdobramento do processo de regeneração. A
regeneração dar à pessoa a natureza e o caráter de filhos de Deus,
enquanto que a adoção garante-lhe a posição de filhos (Jo 1.12; 1 Jo
3.1; Gl 4.4-6). Somos tirados da condição de criaturas e/ou filhos da
desobediência para ser chamados de filhos de Deus (Jo 1.12). É através
da adoção que somos legalmente colocados à posição de filhos de Deus e
isto nos irá garantir certos direitos, deveres e privilégios (Rm 8.13-
17; 2 Co 6.13-18; 1 Pe 1.14-15; Mt 5.44-45; Ef 5.1; Hb 4.16; 12.5-11).
Vale aqui ressaltar que a adoção é um ato livre, soberano e gratuito
da parte de Deus em favor da criatura humana (Ef 1.5), e, não existe
qualquer mérito ou influência humana nesse ato. É Deus, com base na
redenção que Cristo consumou na cruz do calvário, quem soberanamente,
nos oferece a adoção (Ef 2.19). Esta nova posição em Cristo nos coloca
em condições de nos aproximarmos de Deus e do trono da sua graça (Hb
4.16). Devemos ser infinitamente gratos a Ele por tão grande
privilégio de não apenas colocar Sua divina natureza e caráter em nós,
como também de nos receber e de nos chamar de Seus filhos.

3. VIVENDO COMO SALVOS

Para viver como salvos é preciso primeiro ser salvo. Uma coisa é dizer
que é crente, outra coisa é viver como crente. Apenas dizer que é
crente não é suficiente para se tornar salvo. Não basta o crente só
“achar que morreu para o mundo” é necessário que ele viva para Deus. O
cristianismo não é apenas uma forma de “ver”, é, sobretudo uma forma
de viver. Estão enganados aqueles que pensam que pode viver para o
mundo e o pecado e também pertencer a Deus ao mesmo tempo (Ef 4.24).
Mas, como devem viver os salvos? Embora estejamos neste mundo e em nós
ainda coabita a natureza terrena, a Bíblia diz que essa velha natureza
ou as inclinações da vida pecaminosa dessa velha natureza devem ser
subjugadas ou controladas a ponto de morrerem na pessoa que assume o
compromisso de vida cristã (Rm 6.1-14; 8.4-13; Cl 3.4-5; Gl 5.24; 1 Ts
4.3-4). Por isso, a santificação é um processo importante no plano de
salvação. Ela é extremamente necessária e sem ela ninguém verá o
Senhor (Hb 12.14; 1 Ts 5.23-24). Deus é absolutamente santo, tudo e
todos quantos com Ele se relacionam devem ser igualmente santos (2 Pe
1.15-16; Lv 11.44-45).

3.1. Seguros na obra de Jesus Cristo


O mundo em que vivemos está cheio de perturbação, insegurança e ruína
em todos os seus aspectos. Somente a obra redentora de Cristo garante
plena vitória ao homem, quer seja físico, moral ou espiritual, pois
Nele se cumpriu o plano perfeito e eterno da salvação. A obra
realizada por Jesus o torna diante de Deus fiador da nossa herança,
isto é, aquele que oferece garantia de que havemos de receber a
herança prometida (Hb 7.22,25). A Bíblia diz ainda que depois de
crermos em Cristo, somos também selados com o Espírito Santo como
sinal de que agora pertencemos a Deus (Ef 1.13-14; 2 Co 1.22). O selo
é uma segurança e o penhor uma garantia espiritual da nossa salvação
(Ef 4.30). Embora essa segurança e garantia sejam reais, pois vem de
Deus, não devemos esquecer que nossa parte precisa ser feita se
queremos obtê-la (Jo 6.27).

3.2. Firmados na Palavra de Deus

Em uma parábola Jesus nos convida a edificar nossas vidas sobre uma
rocha. Nesta parábola a rocha é tanto o próprio Jesus, como a Sua
Palavra. Conforme a parábola somente praticando seus ensinos, somos
capacitados a enfrentar as enxurradas da vida e nos manter seguros (Mt
7.24-27). Isto significa dizer que somente aqueles que são firmados na
Palavra e nos ensinos de Cristo tem plena convicção de estar seguro e
salvo. O próprio Jesus nos deu essa garantia quando disse: “Quem ouve
a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não
entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24).
Como é importante receber a Palavra de Deus e nela se firmar (Jo
15.10)! Aqueles que não se firmam na Palavra não conseguem nem mesmo
entender o porquê que os verdadeiros cristãos têm essa segurança e
certeza. E não poderia entender, pois não é algo visível ou palpável,
mais experimental, pois se trata de uma obra do Espírito Santo de Deus
no interior daqueles que recebem a Palavra. Escrevendo aos
Tessalonicenses o apóstolo Paulo disse: “Porque o nosso evangelho não
foi a vós somente em Palavras, mas também em poder, e no Espírito
Santo, e em muita certeza” (1 Ts 1.5). Quando cremos e firmamos na
Palavra é o Espírito Santo quem opera nossa regeneração, comunicando-
nos a certeza de que somos filhos de Deus (Rm 8.16-17). Ao receber
essa convicção pela obra do Espírito Santo devemos ficar seguros na fé
e na Palavra de Deus permanecer, não dando ouvidos às insinuações do
adversário.

3.3. Revestidos na armadura de Deus

No processo de salvação já fomos justificado e estamos agora no tempo


da santificação, aguardando o tempo da glorificação. É por isto que a
Bíblia nos admoesta dizendo: “Andemos honestamente, como de dia; não
em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em
dissoluções, nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor
Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências”
(Rm 13.13-14). Entretanto, nossa luta na vida cristã não é apenas
contra a nossa velha natureza e o mundo, mas também contra os
principados e potestades do mal, que atua no mundo espiritual, e para
isto a Bíblia nos recomenda a que estejamos revestidos também da
armadura de Deus (Ef 6.10-18). Elas são tudo que precisamos para
resistir aos ataques do diabo e manter-se firmes na presença de Deus.

CONCLUSÃO

O alto preço da salvação pago por Cristo em nosso favor leva-nos a


glorificar a Deus em todas as dimensões da vida. Somente por
intermédio de um cordeiro tão perfeito, de um sacrifício tão completo
e de um Deus tão amoroso se poderia realizar essa obra tão grande de
maneira a raiar a luz para os que estavam em trevas (Mt 4.16).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

REVISTA BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. Doutrinas Fundamentais da


Igreja de Cristo. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º Trimestre de
2017. Ano 27 n° 105. Lição 06 – A grande e perfeita salvação de Cristo
Jesus.
BÍBLIA DE ESTUDO MATTHEW HENRY. Português. Tradução Elen Canto, Eliane
Mariano e outros. Editora Central Gospel Ltda. 1ª Edição. Rio de
Janeiro – RJ. 2014.

BÍBLIA DE ESTUDO NVI - Português. Tradução de Nota: Chown, Gordon.


Editora Vida.

PEARLMAN, MYER. Conhecendo as doutrinas da Bíblia.

REVISTA BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. Salvação. Rio de Janeiro:


Editora Betel – 2º Trimestre de 1999. Ano 09 n° 31.

LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. CPAD (Casa Publicadora das


Assembleias de Deus) – 2º Trimestre de 1983.

LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. CPAD (Casa Publicadora das


Assembleias de Deus) – Nº 22 - 2º Trimestre de 1990.

LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. A Obra da Salvação - CPAD (Casa


Publicadora das Assembleias de Deus) – 4º Trimestre de 2017.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS:

A ORDENANÇA DO BATISMO EM ÁGUAS

TEXTO ÁUREO
“De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na
morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela
glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de
vida.” (Rm 6.4).

VERDADE APLICADA
O batismo em água é uma ordenança de Jesus que simboliza o
que já aconteceu na vida de quem foi regenerado.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
► EXPLICAR o que é o batismo em águas e o seu significado;
► APRESENTAR o batismo como sentido de justiça, autoridade
e de fidelidade à missão;
► MOSTRAR o batismo como ordenança, celebração e troca de
autoridade.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Mt 3.13 - Então, veio Jesus da Galileia ter com João, junto
do Jordão, para ser batizado por ele.
Mt 3.16 - E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis
que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus
descendo como pomba e vindo sobre ele.
Mt 28.19 - Portanto, ide, ensinai todas as nações,
batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo;
At 2.38 - E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de
vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos
pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.

INTRODUÇÃO
As origens do batismo nas águas acontecem em uma era muito
remota bem mesmo antes de João Batista. Sua origem se deu
no movimento judaico chamado Proselitismo, o apóstolo
Paulo, refletindo a partir da experiência do batismo
cristão, vê na bem conhecida travessia do Mar Vermelho,
narrada pela Bíblia, o acontecimento em que todo o povo
israelita foi, simbolicamente, batizado (1 Coríntios 10:1-
2).
1. ASPECTOS GERAIS DO BATISMO
O batismo nas águas simboliza a confiança total e
dependência completa do crente no Senhor Jesus Cristo, bem
como o compromisso de viver obedientemente a Ele. O batismo
também expressa a unidade com todos os santos (Efésios
2:19), isto é, com cada pessoa em cada nação na terra que é
um membro do Corpo de Cristo (Gálatas 3:27-28). O batismo
nas águas transmite isso e mais, mas não é o que nos salva.
Em vez disso, somos salvos pela graça através da fé, não
por obras (Efésios 2:8-9). Somos batizados porque o nosso
Senhor assim ordenou: “Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo”. (Mateus 28:19).

1.1. Aspectos históricos


É provável que esta interpretação citada pelo apóstolo
Paulo na introdução deste comentário não seja originalidade
sua, mas que fosse a interpretação comum dos mestres
judeus, tanto mais que, desde o fim do Cativeiro babilônico
começou a surgir entre o povo judeu a prática do “batismo
dos prosélitos”, que consistia numa cerimônia em que os
gentios convertidos ao Judaísmo eram mergulhados ou lavados
em água para passarem também sob a nuvem do Mar Vermelho.
Esta é a primeira forma de batismo administrada na
Palestina, segundo os estudiosos este batismo foi a base
usada por João Batista para instaurar o batismo de
arrependimento, visto que não há nenhuma passagem da
revelação bíblica do Antigo Testamento onde alguém tenha
recebido de Deus o mandamento de “ir e batizar” indivíduos
ou grupos. Um tal mandamento só aparece no Novo Testamento,
em Jesus Cristo (Mateus 28:19).

1.2. Definição da Palavra Batismo?


A Palavra Batismo vem do original grego βαπτισμόςv
(Baptismos) que é um verbo. A palavra batismo é muito rica
de significados. Em virtude disto, encontramos várias
opiniões sobre a mesma: Segundo o Dicionário Brasileiro
GLOBO (1987) a palavra batismo vem do grego “Baptismu”, que
significa imersão; ablução. O Dicionário Eletrônico Houaiss
(2001) define a palavra batismo como vinda do gr.
“Baptismós”, adaptada para o latim “baptismus”, com
significado de ablução e imersão. O Dicionário Grego-
Português de Pereira (1976, p. 101) traz as seguintes
definições: “Baptós” = Submergido, Mergulhado; Tingido,
Colorido; de onde se pode tirar água. “Báptô” (bapsô) =
Submergir, Mergulhar; Temperar (o ferro, o aço); tirar
água; Afundar-se submergir-se, dar mergulhos. “Baptismô” =
Submergir, Mergulhar; tirar (água). “Baptismós” = Imersão;
Ablução; Como vemos, os dicionários mostram a riqueza de
significados da palavra batismo, norteando-a
principalmente, para ablução e imersão, isto possibilita
duas vertentes para a defesa teológica do batismo por
imersão e por aspersão que é praticada na igreja
Presbiteriana e no clero Católico Romano, este é um assunto
que por si só já merece uma lição inteira.

1.3. A importância do Batismo


O batismo nas águas simboliza a confiança total e
dependência completa do crente no Senhor Jesus Cristo, bem
como o compromisso de viver obedientemente a Ele. O batismo
também expressa a unidade com todos os santos (Efésios
2:19), isto é, com cada pessoa em cada nação na terra que é
um membro do Corpo de Cristo (Gálatas 3:27-28). O batismo
nas águas transmite isso e mais, mas não é o que nos salva.
Em vez disso, somos salvos pela graça através da fé, não
por obras (Efésios 2:8-9). Somos batizados porque o nosso
Senhor assim ordenou: "Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo O batismo nas águas é para os crentes.
Antes de sermos batizados, devemos chegar a crer que somos
pecadores necessitados de salvação (Romanos 3:23). Devemos
também crer que Cristo morreu na cruz para pagar pelos
nossos pecados, que Ele foi sepultado e que ressuscitou
para assegurar nosso lugar no céu (1 Coríntios 15:1-4).
Quando nos voltamos para Jesus, pedindo a Ele que perdoe
nossos pecados e seja nosso Senhor e Salvador, nascemos de
novo pelo poder do Espírito Santo. Nossa salvação eterna é
garantida, e começamos a morrer para nós mesmos e viver
para Cristo (1 Pedro 1:3-5). Sendo assim, nesse momento
estamos biblicamente qualificados para sermos batizados
(Mateus 28:19).

2. BATISMO: FORMA, FORMULA E CONDIÇÃO


Conforme fizemos um breve comentário para não sermos
exaustivo no tópico 1.2, existem várias controvérsias sobre
a maneira “adequada” de se proceder o batismo, a bíblia não
procede um manual litúrgico de como deve ser feito esta
prática, uma vez que seu simbolismo é maior do que a
cerimônia em si, se a salvação fosse condicionada a isto,
ela não seria por graça e sim por obras, o ato do batismo é
uma confissão pública de fé e esta é sua essência.

2.1. A forma do batismo


Batismo por imersão - Batismo por imersão ou batismo por
submersão (do latim immersione; ato ou efeito de imergir;
mergulho, Afogar) é a forma de batismo caracterizada pela
imersão total em água, adotada por algumas das igrejas
cristãs, especialmente, dentre batistas, adventistas e
pentecostais e antes deles anabatistas, cátaros,
albigenses, donatistas e, no entender daqueles que adotam
essa forma de batismo, a própria igreja primitiva. É também
a forma utilizada pelos mórmons. Conforme ja citamos na
etimologia da palavra nada mais é que o étimo grego "βαπτο"
(bapto), ao qual se acrescentou o sufixo “-ismós” para
formar "βαπτισμα" (baptisma), inarredavelmente significa
“imersão”, posto que exatamente esta é a etimologia do
verbo “βαπτιζειν” (baptizein, "imergir"/"mergulhar").
Batizar, portanto, deve ser semanticamente compreendido
como sendo o ato mergulhar um corpo dentro de outro corpo,
no caso, um corpo liquido, a água. Por extensão, a ação o
efeito de sepultar um morto comporta também inteira e
perfeitamente toda a sematologia da palavra batismo.
Efusão - Efusão ou afusão, significa derramar ou entornar.
Denomina também uma forma de batismo, onde a água é
derramada sobre a cabeça do neófito. Na prática é similar à
aspersão como modo de batismo. Fusão é uma outra maneira
possível de realizar um batismo. É a situação em que o
neófito entra na água sem submergir, mas também lhe é
derramada água sobre a cabeça.
Aspersão - Em um contexto religioso, chama-se aspersão ao
ritual de borrifar água com o aspersório. No batismo por
aspersão, a água é borrifada, espalhada ou chuviscada sobre
o batizando. Na prática, a aspersão é muito similar à
efusão, na qual a água é derramada sobre a cabeça do
batizando. Esta forma de batismo é adotada por algumas
igrejas cristãs, em especial a Igreja Católica e os
primeiros movimentos protestantes surgidos com a Reforma,
tais como o Luteranismo, o Anglicanismo, o
Presbiterianismo, o Congregacionalismo e a Igreja Metodista
do Brasil.
2.2. A fórmula do batismo
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo” (Mt 28:19). O batismo deve ser feito em nome do Pai,
do Filho e do Espirito Santo, no batismo, nascemos de novo
para entrar no reino de Deus (João 3:5), onde temos
comunhão com o Pai (João 14:23), o Filho (João 14:23;
Gálatas 3:27) e o Espírito Santo (1 Coríntios 6:19). A
mesma preposição usada em Mateus 28:19 aparece, também, em
Atos 8:16 e 19:5. Esses dois versículos, como Gálatas 3:27,
afirmam que entramos em Cristo através do batismo. Pelo
fato que Cristo é perfeitamente unido com as outras pessoas
divinas, quando entramos em comunhão com ele, gozamos,
também, de comunhão com os outros (João 17:20-21). Em Atos
2:38 e 10:48 por esta ocasião temos no livro de Atos um
novo batismo, na sua terceira viagem, Paulo encontrou, em
Éfeso, uns doze homens que haviam sido batizados no batismo
de João, depois de ouvir o ensinamento de Paulo, foram
batizados em o nome de Jesus (Atos 19:1-7). Por que foi
necessário esse segundo batismo? O próprio Paulo não disse,
em Efésios 4:5, que há um só batismo? O caso citado, em
Atos 19, esclarece vários pontos importantes. Observe: Há
um só batismo válido para cada pessoa. O batismo de João
teve um papel importante numa época anterior. O próprio
Jesus foi batizado por João, cuja pregação veio de Deus
(João 1:6). Mas, como veremos nas observações abaixo, o
batismo de João não estava mais em vigor quando Paulo
chegou a Éfeso. Para aqueles homens, o batismo de João não
foi suficiente, o batismo de João, por ser pregado antes da
morte de Jesus, foi um batismo de arrependimento, apontando
assim como os sacrifícios do antigo testamento para sua
finalidade que era o batismo em nome da Trindade. Continuar
praticando esse batismo, décadas depois da morte e
ressurreição de Jesus, não traria nenhum benefício
espiritual. A pergunta de Paulo (Atos 19:2) foi uma maneira
direta de verificar qual batismo foi pregado aos doze em
Éfeso. O Espírito Santo desceu no dia de Pentecostes (Atos
2) e foi pregado para judeus e gentios a partir daquele
momento. Esses homens haviam ouvido uma mensagem incompleta
de Apolo (Atos 18:24-28) ou de alguém com o mesmo
entendimento parcial do evangelho.

2.3. Condição para ser Batizado


“E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e
disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja
batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o
coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo
é o Filho de Deus” (Atos 8:36,37). Jesus e os apóstolos, ao
revelarem a nova aliança, instruíram seus ouvintes sobre
vários pré-requisitos que devem ser observados antes do
batismo. Vamos considerar alguns trechos que falam a
respeito dessas exigências divinas. Antes de voltar ao céu,
Jesus disse aos apóstolos: “Ide por todo o mundo e pregai o
evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será
salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Marcos 16:15-
16). Destes versículos aprendemos dois pré-requisitos
importantes:
Ouvir - Para ser batizada, a pessoa tem de ouvir (entender)
a pregação do evangelho. Percebemos, portanto, a
importância da pregação da palavra de Cristo (veja Romanos
10:14-17). Também aprendemos que somente pessoas capazes de
compreender a mensagem do evangelho podem ser batizadas.
Uma criança pequena ou outra pessoa incapaz de entender que
Jesus morreu por nossos pecados, foi sepultado e se
ressuscitou não tem condições de ser batizada.
Crer - Muitos ouvem, mas nem todos aceitam o testemunho dos
apóstolos. Temos o privilégio de ler e estudar os relatos
bíblicos da vida de Cristo, que “...foram registrados para
que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para
que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20:31). Esta
fé no divino Filho de Deus é essencial para a nossa
salvação, como Jesus mesmo disse: “...se não crerdes que EU
SOU, morrereis nos vossos pecados” (João 8:24). Obviamente,
a pessoa que crê em Jesus como Cristo e Senhor abertamente
confessará a sua fé (Romanos 10:9-10; Atos 8:37). No dia de
Pentecostes, Pedro falou da obediência a Cristo para
receber a salvação: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos
pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38).
Baseado neste versículo, podemos incluir mais um pré-
requisito:
Arrepender-se - O arrependimento é a decisão de mudar a
nossa direção na vida. Antes de ouvir a palavra de Cristo,
o homem serve ao pecado (Efésios 2:1-2,12). Se aceitar a
palavra de Deus com um coração bom (veja Lucas 8:11,15),
decidirá mudar a sua vida, morrendo para o pecado (Romanos
6:2-3). A decisão de mudar (o arrependimento), se for
sincera, terá um efeito na prática. João Batista descreveu
este efeito como “frutos dignos de arrependimento” (Mateus
3:8). Qualquer pessoa que ainda não pecou (por exemplo,
crianças inocentes) não precisa se arrepender. Uma pessoa
ainda incapaz de tomar as suas próprias decisões não pode
se arrepender, e assim não tem condições de ser batizada.
Mas, se ainda não cometeu pecado, continua segura nas mãos
de Deus. O batismo é para aqueles que já pecaram. Estes,
sim, podem ouvir, crer, arrepender-se e ser batizados.

3. O SIGNIFICADO DO BATISMO
O entendimento do batismo é fundamental para a consolidação
deste “mandamento” que é ordenança do culto quando
propício.

3.1. União com Cristo


Muitos têm ensinado que o batismo significa morte e
ressurreição com Cristo. Isso é parte da verdade, mas
confunde um pouco o próprio batismo com as suas
consequências. O batismo é basicamente uma coisa: união com
Cristo, a consequência direta e imediata de sermos unidos a
Ele. Enumeramos abaixo todas as realidades espirituais que
estão diretamente associadas ao batismo. A morte de Jesus é
a nossa morte. Portanto estamos mortos para o pecado (Rm
6.3,4,6; Cl 2.12; 3.3), para o mundo (Gl 6.14) e para a lei
(Rm 7.4; Gl 2.19). A sua ressurreição é a nossa nova vida
para servimos a Deus (Rm 6.4,8,11; 2Co 5.17; Ef 2.5,6; Cl
2.12). Sua exaltação é a nossa vitória sobre todas as
potestades (Ef 1.20-23; 2.6). Embora esses textos não se
refiram ao batismo, é evidente que a nossa posição é n’Ele.
E é no batismo que somos colocados nesta posição. Temos o
perdão dos pecados (At 2.38). Somos lavados e purificados
(At 22.16). Somos introduzidos no corpo de Cristo que é a
igreja (1Co 12.13).

3.2. Morte e sepultamento do nosso velho homem


“Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus
Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos
sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como
Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do
Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.”
(Romanos 6:3-4). O batismo anuncia a morte, sepultamento e
a ressurreição de Cristo, e também nossa comunhão com Ele.
Seu ensino tem dois pontos. Primeiro, pensem na união
representativa com Cristo, de tal forma que, quando nosso
Senhor foi morto e enterrado, foi para nosso próprio
benefício, e desta forma fomos enterrados com Ele. Isso nos
ensina do batismo na medida que declara abertamente uma
crença. Declaramos através do batismo que cremos na morte e
Jesus, e desejamos comungar de todo Seu mérito. Mas há
outro assunto tão importante quanto este: trata-se da
realização da nossa união com Cristo, que é demonstrada por
meio do batismo, não tanto como uma doutrina da nossa
confissão, mas como uma experiência nossa. Há um tipo de
morte, de sepultamento, de ressurreição, e de viver em
Cristo que deve se apresentar em todos nós que realmente
somos membros do corpo de Cristo.

3.3. Andar em novidade de vida


Compreender que morremos com Cristo, na cruz, que fomos com
Ele sepultados e nascemos de novo, para vivermos em
novidade de vida, vivermos segundo a justiça de Deus, sendo
seus servos, para revelarmos a mundo a Sua glória e assim,
andarmos de maneira digna do reino, respondendo de maneira
efetiva ao nosso chamado e ao propósito de Deus. Paulo fala
sobre estas coisas no capítulo seis da carta aos romanos,
como ele afirma no verso três, sobre termos morrido com
Cristo: “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos
batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?”
(Romanos 6:3, BEARA), e ele responde no verso quatro:
”Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo;
para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos
pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de
vida.” (Romanos 6:4, BEARA). E nos versos seis e sete, ele
diz: ”sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso
velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e
não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu
está justificado do pecado.” (Romanos 6:6-7, BEARA), por
isso, como está no verso doze: ”Não reine, portanto, o
pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às
suas paixões” (Romanos 6:12, BEARA). E no verso dezesseis,
ele deixa claro quanto a quem servir e de quem somos
servos: ”Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como
servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois
servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a
justiça?” (Romanos 6:16, BEARA) e responde no verso
dezoito, que devemos ser servos da justiça: ”e, uma vez
libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.”
(Romanos 6:18, BEARA). E podemos ler que devemos oferecer
os nossos membros para servir a justiça, como ele afirmou
no verso dezenove: ”Falo como homem, por causa da fraqueza
da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros
para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade,
assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à
justiça para a santificação.” (Romanos 6:19, BEARA). E
temos que entender que oferecemos os nossos membros a
justiça quando nos empenhamos na jornada de santificação,
abandonando as práticas da velha natureza (despindo da
mesma), e adotando em nossa vida os valores eternos do
reino de Deus, como ele afirmou nos versos vinte e dois e
vinte e três: ” Agora, porém, libertados do pecado,
transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para
a santificação e, por fim, a vida eterna; porque o salário
do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 6:22-23,
BEARA). Crer em tudo isso que Paulo escreveu aos romanos é
um ato de fé, é viver por fé, é crer naquilo que Deus
falou, na obra que Cristo realizou na cruz em nosso favor,
para nos libertar do poder e domínio do pecado, para que
não mais sejamos escravos do mesmo, para que não mais
vivamos segundo a natureza humana, mas nos oferecermos a
Deus, como servos da justiça, para fazer a Sua vontade,
andando entre os homens como Seus filhos, como cidadãos do
reino, isto é, andando de forma digna da nossa vocação,
revelando entre os homens obras que glorificam a Deus.
Temos que entender que fomos libertos, estamos livres do
domínio do pecado, não precisamos mais nos submeter aos
desejos da carne, nem fazer qualquer coisa que fazíamos.
Fomos libertos para servir a Deus e revelá-lo ao mundo por
meio da igreja, a assembleia dos santos por meio dos
relacionamentos que desenvolvemos. “De sorte que fomos
sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como
Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do
Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.”
(Romanos 6:4).

CONCLUSÃO
O Batismo é um sacramento instituído no novo testamento
para a igreja no período da graça e precisa ser mantido até
que Jesus retorne para buscar sua igreja.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

A ORDENANÇA DA CEIA DO SENHOR


(Lição 08 - 19 de Novembro de 2017)

TEXTO ÁUREO

“Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice,
anunciais a morte do Senhor, até que venha.” (1 Co 11.26).

VERDADE APLICADA

A Ceia do Senhor é uma ordenança de Cristo, um memorial de Sua morte


redentora e um alerta de Seu retorno.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

► EXPLICAR o significado da Ceia, sua origem e seu propósito;

► APRESENTAR a Ceia como uma celebração de unidade e comunhão com o


Senhor;

► MOSTRAR os aspectos importantes da Ceia e revelar seu caráter


profético.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

1 Co 11.23 – Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que


o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;

1 Co 11.24 – E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei;


isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de
mim.

1 Co 11.25 – Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice,


dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto,
todas as vezes que beberdes, em memória de mim.

1 Co 11.26 – Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes


este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.
INTRODUÇÃO

No contexto da lição número 8, tornam-se importante situar o objetivo


e as raízes históricas da Ceia como uma instituição, ordenança e
memorial do Senhor, suscitando para a Igreja dos dias atuais a
necessária pausa para a reflexão já proposta por Paulo no texto base
situado em 1 Coríntios 11.

1. A CEIA DO SENHOR E SEU SIGNIFICADO

Segundo a Teologia Sistemática, “Uma Perspectiva Pentecostal”, escrito


por Stanley Horton, o termo “ordenança” também se deriva do
latim “ordo” = “uma fileira”, “uma ordem”. Relacionada ao batismo nas
águas e à Santa Ceia, a palavra “ordenança” sugere que essas
cerimônias sagradas foram instituídas por mandamento, ou “ordem”, de
Cristo. Ele ordenou que fossem observadas na Igreja, não porque
transmitem algum poder místico ou graça salvífica, mas porque
simbolizam o que já aconteceu na vida de quem aceitou a obra salvífica
de Cristo. [...] As ordenanças, determinadas por Cristo e celebradas
por causa do seu mandamento e exemplo, não são vistas pela maioria dos
pentecostais e evangélicos como capazes de produzir por si mesmas uma
mudança espiritual, mas como símbolos ou forma de proclamação daquilo
que Cristo já levou a efeito espiritual nas suas vidas.

Como um memorial, a Ceia foi instituída pelo Senhor Jesus, no contexto


histórico da Páscoa Judaica, antecedendo sua traição, prisão, escárnio
e sacrifício final. Desta forma, a primeira Ceia foi celebrada por
Jesus no momento da refeição da Páscoa e junto com seus doze
discípulos. A Ceia do Senhor tem alguns paralelos com a Páscoa
Judaica, que é constituída de sombras das coisas futuras, conforme
quadro abaixo:
PÁSCOA JUDAICA SIMBOLOGIA

Antiga Aliança Libertação do Egito

Cordeiro macho e sem defeitos Sacrifício substituindo os


primogênitos

Sangue do cordeiro Identificação para salvação do anjo


da morte

Participar da refeição da Representava a identificação com a


Páscoa morte do cordeiro

Atitude do participante Comiam adequadamente vestidos e


calçados Prontos para sair do estado
de escravidão para libertação
(mudança de vida)

CEIA DO SENHOR SIMBOLOGIA

Nova Aliança Memorial do Sacrifício. Libertação


do pecado pela morte de Cristo.

Pão O corpo de Cristo (o cordeiro)


“partido” por nós

Suco de Uva O sangue de Cristo derramado para


remissão dos pecados

Ato de participar da Ceia É um ato de comunhão com Cristo e


com a Igreja e de participação nos
benefícios de sua morte sacrificial.

Atitude do participante Autoexame das motivações, do coração,


santo temor e reverência.

Como evento do ministério terreno de Jesus, a ceia recebe referências


em quatro passagens bíblicas, sendo elas: Mateus 26; Marcos 14; Lucas
22 e I Coríntios 11. Participar da Ceia é participar da Nova Aliança
de Deus através de seu Filho Jesus Cristo. Segundo o comentário da
Bíblia de Estudos Nova Versão Internacional, a Ceia do Senhor deve ser
realizada com regularidade (“todas as vezes que comerdes... e
beberdes... anunciais a morte do Senhor...”), mas não há instruções
categóricas quanto ao intervalo de tempo entre uma celebração e outra,
apenas a indicação “Até que Ele venha”. Comer o Pão e beber o Cálice
mostra que estamos relembrando a morte de Cristo por nós e renovando
nosso compromisso de servi-lo.

2. A IMPORTÂNCIA DO DISCERNIMENTO
Desde a igreja primitiva, os cristãos apontam várias possibilidades
diferentes de compreensão para o que Cristo quis dizer por “Isto é o
meu corpo”. Embora a maioria dos crentes concorde que o Senhor está
presente à sua mesa, sua presença é interpretada de diferentes
maneiras. A doutrina católica romana para a Ceia, oficialmente adotada
no IV Concílio Laterano (1215) e reafirmada no Concílio de Trento
(1551), é chamada transubstanciação. Essa doutrina defende que quando
o sacerdote abençoa e consagra o pão e o vinho ocorre uma mudança
metafísica de modo que o pão é transformado no corpo físico de Cristo
e o vinho no sangue literalmente. Existem ainda outras duas posições
teológicas, mais presentes entre os protestantes (evangélicos). Uma
delas considera que o pão e o vinho permanecem inalterados, mas Cristo
está espiritualmente presente no pão e no vinho (consubstanciação). A
outra posição defende que o pão e o vinho simbolizam o corpo e o
sangue de Cristo (memorial).

É ponto pacífico entre os cristãos que participar da Ceia do Senhor é


um elemento essencial na fé Cristã. Participar da Ceia é cumprir a
ordenança de Cristo e fortalecer os pilares da fé em Cristo. Através
da Ceia, a Igreja vem proclamar, não um herói morto, mas um Salvador
ressuscitado e vencedor. E é perante esse Grande Salvador, ressurreto,
que nos reunimos para celebrar a Ceia. Então fica a pergunta: Alguém
seria digno de participar da mesa do Senhor? O que torna o homem apto
a tomar parte do corpo e do sangue do cordeiro imaculado? Seus
esforços pessoais? Sua santidade? Seus talentos? Os títulos a ele
conferidos? Sua humildade? Seu conhecimento profundo dos costumes
evangélicos? O quê? “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e
isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que
ninguém se glorie.” (Ef 2.8-9). Sendo assim, a participação na Ceia do
Senhor, é precedida de arrependimento dos pecados cometidos e de uma
real conversão (At. 3.19). Não se trata de um ritual externo, com foco
na aparência, mais que isso, a celebração é espiritual e se vincula
diretamente a uma relação individual e particular com o próprio
Cristo. Portanto, é necessário que haja em cada um a autoconsciência e
a averiguação sobre a seguinte questão: Como entendo o significado da
Ceia e de minhas ações nesse memorial? Questão que se devem buscar
respostas a partir de um autoexame, dirigido pelo Espirito Santo e sob
o parâmetro da Palavra de Deus. Esta atitude honra ao sacrifício de
Cristo, pois ninguém seria digno de participar da Ceia do Senhor; uma
vez que somos pecadores e carecemos de sua graça para alcançar a
salvação. Logo, devemos nos preparar para a Ceia por intermédio de uma
saudável introspecção, da confissão dos nossos pecados e da solução
das diferenças com as outras pessoas. Essas ações removem as barreiras
que afetam nosso relacionamento com Cristo e com os outros crentes,
sua Igreja. Portanto, o passaporte que dá direito aos da fé de
participarem da Ceia do Senhor é a lavagem regeneradora no sangue de
Cristo, pois esse sangue é o único capaz de purificar o homem de toda
e qualquer iniquidade, “mas, se andarmos na luz, como ele na luz está,
temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu
Filho, nos purifica de todo pecado.” (1 Jo 1.7).

A Ceia é do Senhor! É Ele quem estabelece quem deve ou não participar


de sua mesa, a partir dos parâmetros já estabelecidos em sua Palavra.
Sendo assim, fica a pergunta: será que eu tenho fundamento para
impedir ou mesmo para impor a participação de outra pessoa na Ceia que
é do Senhor? Somos chamados a testar nossas próprias motivações e
sondar nossas intenções de coração, é a isso que Paulo nos
desafia “examine-se cada um a si mesmo” (1 Co 11.28). Mesmo com a
participação rotineira, como costume na Ceia, não devemos permitir que
a nossa reverência neste ato seja diminuída ou anulada, uma verdade
também válida para os demais cultos.

A consciência de nossos pecados não deve nos afastar da Ceia do


Senhor, mas essa consciência deve dirigir o modo como participamos
dela. É necessário que o crente tenha convicção que sua fé em Cristo e
o genuíno arrependimento e confissão dos pecados cometidos - sejam
quais forem esses pecados - é que o torna digno de assentar-se à mesa
do Senhor. É o poder regenerador do sacrifício de Cristo que nos
purifica! Portanto, a Ceia do Senhor, embora seja realizada na reunião
de crentes, é uma ordenação para cada um de nós. O pão é partido para
cada um; de igual modo o cálice. Sendo assim, a responsabilidade de
cumprir essa ordenança é individual; e o fazer de forma indigna também
traz consequências individuais.

3. LIÇÕES DA CEIA DO SENHOR

Aprendizagens podem ser proporcionadas e acumuladas pelo devido


espírito reflexivo e de discernimento que viermos a cultivar para a
participação na Ceia do Senhor. Aprendizagem e vivência de igreja
enquanto corpo – comunhão horizontal – percepção e preocupação com o
meu próximo, exercício do amor fraterno “nisto conhecereis que sois
meus discípulos se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35).

Conforme Horton em Teologia Sistemática, “A comunhão com Cristo também


denota comunhão com o seu corpo, a Igreja. O relacionamento vertical
entre os crentes e o Senhor é complementado pela comunhão horizontal
de uns com os outros. Amar a Deus está vitalmente associado com o amor
ao nosso próximo (Mt 22.37-39)” (p.574).

O aprendizado da comunhão tem sido posto em lugar de fragilidade nos


dias atuais. A partir da construção de muros relacionais a cada dia
mais altos e mais espessos; abordar, cumprimentar, escutar e se
envolver, importar-se, ou seja, estar em comunhão – tem se tornado
mercadoria rara nas prateleiras, ou melhor, nos bancos das igrejas.

Rememorar com gratidão e alegria as garantias remidoras do sacrifício


de Jesus na cruz, o qual tem valor para a eternidade, o privilégio do
“novo pacto”, firmado por este sacrifício perfeito e sem máculas de
Cristo é “Trazer à memória aquilo que nos traz esperança” (Lm 3.21).
Esta memória pode ser considerada a maior de todas as aprendizagens
resultantes da participação na Ceia do Senhor com o devido
discernimento. Por isso anunciamos a Morte do Senhor até que Ele
venha, pois, fazendo isso, tomamos parte na sua morte para vivermos
também a sua vida gloriosa. Logo, a Ceia do Senhor produz em nos da fé
um olhar em:

 Retrospectiva para a cruz, como um memorial de sua morte e


motivação para vencermos o pecado – passado (1 Co 11.26);

 Interior – presente – para a consciência da necessidade de


comunhão com Cristo (1 Co 11.28);

 Futuro – quando todos os crentes entrarão na presença do nosso


Senhor Jesus (Mt 26.29; 1 Co 11.26).

REFERÊNCIAS:

Bíblia de Estudo Pentecostal

Bíblia de Estudo e Aplicação Pessoal

Bíblia de Estudo Nova Versão Internacional

Bíblia a Mensagem em Linguagem Contemporânea

WILLMINGTON, Harold L. Manual De Discernimento Bíblico. Rio de


Janeiro: CPAD, 1996.

HORTON, Stanley M, Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal.


Trad. Jorge Camargo, Lena Aranha, Regina Aranha. São Paulo: Templus,
2012.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS:

A FÉ QUE NOS UNE A DEUS E NOS TORNA PRODUTIVOS

(Lição 09 – 26 de novembro de 2017)

TEXTO ÁUREO
“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está
escrito: mas o justo viverá da fé.” (Rm 1.17).

VERDADE APLICADA

A fé é a virtude pela qual acreditamos em Deus e em tudo que Ele disse


e revelou, porque, sendo Ele a própria verdade, jamais falhará.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

► APRESENTAR a fé como um dom, seu fundamento e seu impacto;

► EXPLICAR a nossa responsabilidade com as Escrituras e como a fé sem


obras é morta;

► MOSTRAR como a fé nos une a Deus, nos faz ser produtivos e nos
recompensa além dessa vida.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Rm 1.17 – Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como


está escrito: mas o justo viverá da fé.

Hb 11.1 – Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a


prova das coisas que se não veem.

Hb 11.2 – Porque, por ela, os antigos alcançaram testemunho.

Hb 11.3 – Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus,


foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é
aparente.

Hb 11.6 – Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário


que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é
galardoador dos que o buscam.

INTRODUÇÃO

A fé que nos une a Deus e nos torna produtivos são demonstradas não
por obras sacrificiais, que trazem glória para o nosso ego, mas por
obediência, que traz o fruto do Espírito. Nossas vitórias são
conquistadas e demonstradas por confiança e obediência total a Deus e
à sua Palavra.

1. O FIRME FUNDAMENTO DA FÉ

Após ser colocado, um fundamento não pode ser removido. Ninguém


modifica, aperfeiçoa, faz reparos em fundamento algum. Quantas
construções são embargadas pela Defesa Civil ou pelo CREA, por terem
seus fundamentos mal feitos, por não ter capacidade suficiente para
suportar a construção e assim, são demolidas. O firme fundamento das
coisas que se esperam, significa o convicto, o concreto, sólido e
seguro fundamento, a base, a origem das coisas que se esperam. Então,
se não há esperança não há fé. O homem não pode viver sem esperança!
Mas, ao mesmo tempo a fé existe algo concreto, uma certeza, uma prova
da existência das coisas que não se veem. Ou seja, se eu realmente
vejo uma coisa ou já a possuo, eu não preciso ter fé. Quando o homem
não havia inventado o avião, ele tinha que ter fé que um dia voaria.
Mas, a partir do momento que o avião existe e voa, não necessitamos
mais de ter fé que este aparelho realmente voa. Isto é muito claro.
Então, a prova das coisas que não se veem é tão importante quanto a
esperança. Um claro exercício de fé, pode ser visto, com muita ênfase,
quando conjugado com a gratidão. Quando oramos agradecendo a Deus
pelas dádivas e bênçãos futuras, convictos de que, em breve as
receberemos, estamos exercitando a fé da melhor forma. Não é a toa que
Abraão foi chamado o pai da fé. Quando Abraão garantiu aos seus servos
que voltaria com seu filho estava firmado na promessa de que de Isaque
surgiria uma grande nação e pronto! Ele cria nesta promessa e, sem
saber como Deus ia fazer, estava disposto a sacrificar o filho que,
tinha convicção, que seria pai de uma grande nação. Por isso, garantiu
aos seus criados que voltaria com filho(Gn 22; Rm 4.17).

1.1. Conceito bíblico da fé

Para a pessoa ter uma confiança firme, ela precisa de fortes motivos.
Na realidade, “firme confiança” vem de uma palavra que significa mais
do que um sentimento ou pensamento positivo. Por isso, fé é ter
certeza de algo que se baseia em provas. As qualidades invisíveis de
Deus — isto é, seu poder eterno e Divindade — são claramente vistas
desde a criação do mundo, porque são percebidas por meio das coisas
feitas.’ (Rm 1.20). Muitos acreditam em Deus porque foram ensinados
assim desde criança. Talvez digam: ‘Eu fui criado assim.’ Mas Deus
quer que as pessoas que o adoram acreditem mesmo que Ele existe e que
as ama. É por isso que a Bíblia deixa bem claro que precisamos nos
esforçar para confiar e nos aproximar de Deus. Isso vai nos ajudar a
conhecê-lo de verdade.

1.2. Alguns tipos de fé

Fé natural. É inato ao homem, ele já nasce acreditando em alguma


coisa; acredita que, ao entrar no avião, ele chegará ao seu destino;
come acreditando que o alimento o fará bem; trabalha acreditando no
salário do final do mês, arrisca em oportunidades acreditando que
chegará ao sucesso, arrisca em projetos, muitas vezes nunca
imaginados, mas acredita que dará certo e, aconteça o que acontecer
ele se determina em continuar fazendo aquilo, muitas vezes contra a
opinião de todos. Em detrimento a tudo isso ele afirma que vai dar
certo, chegando, muitas vezes, ao sucesso pleno (são conhecidos como
visionários).

Fé Salvadora. Já mencionada anteriormente, é a que faz com que o homem


se aproxime de Deus, pois para agradar-lhe é necessário acreditar que
ele existe e é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6). Ela é
imprescindível para aqueles que acreditam e decidiram entrar nas
fileiras dos fiéis, certos de que, um dia, estarão para sempre com o
Senhor em Glória.

Fé Sobrenatural. Através dos dons do Espírito Santo, nossa fé é


acrescentada e é, através dela, que acreditamos em milagres fora da
razão humana. A Bíblia e a história moderna têm muitos exemplos dessa
fé. Muitas vezes, na modernidade, essa fé tem chocado até os
especialistas na medicina.
1.3. A fonte da fé

Acreditamos que Deus existe e é muito superior ao homem, na realidade


Ele foi o criador do próprio homem e é Ele quem nos dará a certeza de
algo que ainda não vemos ou exista de fato. A fé, então, é um
presente, um dom? As Escrituras afirmam que a fé é um dom, um presente
que Deus deu ao homem (Ef 2.8). Na verdade, se a fé é um dom de Deus,
então, Deus é a própria fonte de fé. Ora, como cremos que Ele de fato
existe e é real, a fé que vem dEle também é real. Se cremos que Ele
criou o universo, ciou o homem pela palavra de fé, como vimos, então,
o maior desejo de Deus é que o homem receba de presente a fé a qual
será um instrumento, um veículo, um modo pelo qual podemos com Deus
nos relacionar e por este instrumento entender as leis da criação e do
universo.

2. A FÉ QUE FAZ A DIFERENÇA

A fé que faz a diferença deve ser uma fé consciente. Quem tem, sabe
que tem. Tiago afirmou que a fé deve ser produtiva, caso contrário, é
uma fé morta, que não serve para nada. A vitória que vence o mundo é a
nossa fé: crendo que Jesus Cristo é o Filho de Deus e tomando posse da
vida com Ele; tendo por base esse fundamento sólido, a fé verdadeira
nos levará a romper barreiras. No capítulo 11 da carta aos Hebreus, o
autor faz uma lista de exemplos de Fé que fez a diferença para a
história do cristianismo e da humanidade como um todo. Lá está
registrado a galeria dos Heróis da Fé que, através de suas atitudes,
deixaram exemplos de fé que faz a diferença. Pena que não há tempo
para comentar. Mas o que dizer de Abel, Noé, Abraão, Sara e outros
mais. Foram exemplos extraordinários da FÉ QUE FAZ A DIFERENÇA.

2.1. Baseada na revelação de Deus

A fé está baseada e descansa sobre a Palavra de Deus prometida para


cada tempo. Por exemplo, temos a Noé que recebeu a revelação da
Palavra e sobre essa revelação estava sua fé, a fé para construir a
arca onde ele e sua família se salvariam. Era a fé em ação quando ele
estava trabalhando na construção da arca. A fé tem de estar
fundamentada na Palavra de Deus prometida para o tempo em que a pessoa
está vivendo. Quando Pedro saiu do barco para andar sobre a água, ele
fez isso pela fé. Jesus o chamou, e Pedro confiou que o poder de Deus
o sustentaria assim como estava sustentando Jesus. Da mesma forma,
quando nos dedicamos a servir a Cristo, nós fomos motivados pela fé.
Jesus nos chamou para ser seus discípulos e seguir os seus passos. Nós
tivemos de exercer fé em Jesus e em Deus, confiando que eles nos
sustentariam de várias maneiras. Por isso fazemos questão de aguardá-
lo na firme esperança e cientes de que um dia estaremos sempre com o
Senhor.

2.2. Move à obediência

Quando perguntamos a alguém se tem fé, logo a resposta e sempre


positiva sim, claro, Deus existe; Mas se mudar de foco, e perguntamos
se você obedece aos conselhos de Deus, as respostas, já mudam
de figura, muitas vezes Deus nos propõe desafios que parece
loucos, para justamente, ver nossa fé, e nossa obediência. Na
obediência é a parte onde mais erramos, é onde as bênçãos de nossas
vidas são recolhidas, ou adiadas. Será que Deus é perverso? Ou agimos
por conta própria, e impedimos a vitória chegar em nossas vidas e
famílias. Você irmão, está esperando algo em Deus? O que você está
fazendo para conseguir? Tem exercitado sua fé? Tem sido obediente a
palavra do Senhor? Tem praticado de fato? Ou você está pensando
conseguir bênçãos sem compromisso com a causa de Deus? Não adianta
negociar com Deus, Deus não é Deus de barganha.

2.3. Fé singular

Tendo visto o objeto da fé, partamos agora em direção à forma ou à


essência singular e natureza da fé. A essência de algo é aquilo que
faz com que este algo seja o que é. A essência de uma coisa a
identifica e a distingue de todas as demais coisas. Uma coisa pode
possuir apenas uma única essência. Logo, se há duas essências, há
também duas coisas. Portanto, de semelhante modo, a fé possui uma
essência que lhe é exclusiva. A fé verdadeira é a fonte das boas
obras. Estas são frutos e característica da fé, tornando-se evidente,
portanto, que onde as boas obras estão ausentes, também a fé
verdadeira está ausente. “Porque, assim como o corpo sem espírito é
morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tg 2:26). Certamente o
corpo está morto, caso a respiração tenha cessado. Semelhantemente,
tal fé está morta, isto é, a verdadeira fé não está presente quando
ela não se manifesta. Mesmo se sustentarmos que o amor e a observância
dos mandamentos não são a forma ou natureza essencial da fé, longe
esteja de nós sustentar que a fé pode existir sem o amor. Quando um
homem torna-se um crente, ele não apenas recebe iluminação aos olhos
do entendimento e, em certo grau, se torna familiarizado com o
Mediador e os benefícios da aliança, mas também se torna, desse modo,
amorosamente cativo. O crente se regozija no fato de que há salvação,
perdão de pecados e um Espírito que o santifica. Ele se regozija no
fato de que há um Cristo e que Ele lhe é oferecido. Ele tem amor pela
verdade (2 Ts 2:10). Tendo agora recebido e tendo sido unido a Cristo
pela fé, seu amor para com Deus e Cristo é inflamado, e com toda sua
disposição ele deseja ser obediente. Nós O amamos porque ele nos amou
primeiro (1Jo 4:19).

3. EFEITO DA FÉ QUE FAZ A DIFERENÇA

A fé que faz a diferença é a fé que leva à ação. É aquela fé cujos


efeitos Justifica e dar paz (Rm 5.1), que transforma a fraqueza em
força e converte a confiança em esperança (1 Co 16.13; Rm 1.17), que
nos faz produzir frutos dignos de louvor e para glória de Deus.

3.1. Produz obras

Muitos irmãos ficam perplexos com a passagem de Tg 2.14, pensando que


Tiago contradiz Paulo, quando, inúmeras vezes, disse que um homem é
salvo e justificado através da fé no Senhor Jesus Cristo e na Sua
ressurreição, sem a necessidade de obras. Algo que devemos esclarecer
do princípio é que a Palavra de Deus nunca se contradiz. O que
geralmente acontece, e está acontecendo nesta passagem, é um problema
de compreensão daquilo que a Palavra de Deus nos diz. Tenho aqui a
intensão de ajudar o leitor tanto no entendimento desta passagem de
Tiago 2 quanto oferecer uma visão mais ampla sobre a salvação. A
confissão sendo genuína é uma confissão de fé que já está
internalizada no coração. Neste caso a consequência natural desta fé
são os frutos e as obras. Colocando-o de forma diferente: ainda que as
obras não precedam a salvação e a fé (pois nós não somos salvos pelas
obras), elas são, contudo, uma consequência natural da salvação, elas
surgem como um fruto, como um resultado da fé presente no coração.
Enquanto algumas religiões pregam que seremos salvos se formos bons e
fizermos boas obras, o verdadeiro Cristão deve pregar que, somos
levados a fazer boas obras, como fruto e convicção da Salvação que nos
foi garantida na cruz do Calvário, sendo, as boas obras, fruto dessa
novidade de vida em Cristo Jesus. O que deverá dar muito mais prazer e
satisfação.

3.2. Produz resistência

A Palavra de Deus se confirma na resistência do Crente. Primeiro,


Pedro diz que é preciso resistir, ficar sóbrio, vigilante. Depois,
Paulo diz que é para resistir no dia mau, usar a armadura de Deus.
Todos nós enfrentamos lutas e dificuldades. Não podemos pregar um
evangelho de vida fácil e divertida, como se fosse um parque de
diversão. Ora, se precisamos de armadura é porque temos que entrar
numa luta, numa batalha, significa que somos o exército de Cristo. Um
exército só resiste à guerra, à batalha, quando está bem preparado,
armado e equipado. Um exército vencedor tem, por exemplo, táticas de
guerra, estratégias de ataque e de defesa e armas bem desenvolvidas e
eficazes. Numa guerra, um exército é composto por soldados unidos,
lutando por uma causa. Há, também, um general dando as ordens, bem
como alimento e água para permanecerem muito tempo no campo de
batalha. Veja 2 Timóteo 2:3-4: “Participa dos meus sofrimentos como
bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se envolve em
negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o
arregimentou”. Nós somos soldados de Cristo. E qual é a comparação que
podemos fazer? A nossa batalha são as circunstâncias, os problemas, as
vicissitudes e as adversidades que sobrevêm às nossas vidas. Onde
estão as nossas táticas? Na Bíblia Sagrada. Quais são as nossas armas?
São espirituais e poderosas em Deus. Estamos unidos em um só Corpo. O
nosso homem interior é renovado, por isso temos resistência. O nosso
alimento e a nossa água são a Graça Genuína. Temos todos os pré-
requisitos para vencermos todas as batalhas e para vermos todos os
nossos inimigos batendo em retirada, pois o nosso General é Cristo.

3.3. Produz vitória

A fé nos conduz a ver as vitórias sobre situações que as


circunstâncias apresentam como derrotas, isto é, a ver o possível de
Deus operando nos impossíveis dos homens. É o sobrenatural operando no
natural. Fé é trazer esperança onde não há perspectivas. É trazer a
alegria e a paz de Deus sobre todas as frustrações e inquietações.
Assim como a fé nos aproxima de Deus, a falta dela nos afasta. A
manifestação de que se crê em Deus está nas atitudes de fé. Quando há
fé, os milagres acontecem. O milagre é algo que não depende da
inteligência nem do conhecimento, depende da fé. Jesus não opera
maravilhas onde há incredulidade. Ele só pode agir mediante a nossa
fé. Na verdade, a fé não é nossa, ela é um dom de Deus derramado em
nossos corações, operando para a justiça. Através dela, trazemos a
existência o poder, a glória e as maravilhas de Deus para as nossas
vidas. A fé é um poderoso recurso, é o sobrenatural de Deus para os
homens. Todo homem de fé encara os problemas com vistas nas soluções
que vêm do alto, pois a fé constrange o coração de Deus a nosso favor.
A fé é conhecida e confirmada através dos frutos presentes em nós. É o
canal de comunicação entre Deus e os homens, sem ela não agradamos e
não temos como nos comunicar com Ele, pois “é necessário que aquele
que se aproxima de Deus creia que Ele existe…” (Hb 11.1). Através da
fé, Deus chama à existência aquilo que não existe. Em verdade, no
mundo da fé, as vitórias que buscamos já aconteceram. Quem vive pela
fé sempre é vitorioso, pois a fé não conhece derrota – “…e esta é a
vitória que vence o mundo, a nossa fé.” (1Jo 5.4).

CONCLUSÃO

Assim, podemos concluir que a fé deve estar muito íntima à gratidão. O


Servo de Deus que vive de fé em fé, deve viver uma vida de gratidão,
ainda que em meio a grandes batalhas; pois ele consegue, pela fé,
enxergar a grande vitória que está por vir e, com isso, agradecer a
Deus, muitas vezes, sem saber como Ele vai agir, mas, como ele tem,
como “firme fundamento”, a certeza da vitória, e vive os momentos de
luta com alegria como “prova” do que ainda não viu, mas certo de que a
vitória, em todas as situações, Deus já as tem garantidas.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

REVISTA DO PROFESSOR: Jovens e Adultos. Doutrinas fundamentais da


Igreja de Cristo, O legado da Reforma Protestante e a importância de
perseverar no ensino dos Apóstolos. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º
Trimestre de 2017. Ano 27 n° 105. Lição 9 – A fé que nos une a Deus e
nos torna produtivos.

Bíblia de Estudo Pentecostal, Revista e Corrigida, Traduzida em


Português por João Ferreira de Almeida com referências e algumas
variantes. Edição 1995.

Links:

http://palavracristaviva.blogspot.com.br/2012/11/fe-o-firme-
fundamento.html

https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/despertai-n3-junho-2016/fe-
o-que-a-biblia-diz/

http://ebdinterativa.com.br/estudo-sobre-fe-tipos-de-fe/

http://cder.com.br/cderweb/2017/05/14/a-fe-basedas-nas-promessas-
divinas/

http://www.webservos.com.br/gospel/estudos/estudos_show.asp?id=13174
https://bereianos.blogspot.com.br/2015/12/a-essencia-singular-da-fe-
12.html

http://www.jba.gr/Portuguese/F%C3%A9-e-Obras.htm

http://www.casadosenhor.com.br/estudo/?id=209

http://com12.com/estudos-da-celula/a-fe-que-conduz-a-vitoria/

http://www.pastorwanderley.com.br/poder/a-verdadeira-fe-faz-a-
diferenca/

COMENTARISTA ADICIONAL:

SANTIFICAÇÃ VONTADE E CHAMADO DE DEUS PARA NÓS


(Lição 10 – 03 de Dezembro de 2017)

TEXTO ÁUREO

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o


Senhor” (Hebreus 12.14).

VERDADE APLICADA
A santificação é o aspecto prático da salvação, consistindo de um
processo que envolve mudança do caráter e da maneira de viver.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

► ENSINAR que a santificação em todo cristão deve progredir cada vez


mais;
► REVELAR a importância da santificação interior; pois a batalha contra
o pecado é dedicada no campo da mente;

► MOSTRAR que a santificação é a vontade de Deus para a sua igreja.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
1 Ts 4.2 – Porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo
Senhor Jesus.

1 Ts 4.3 – Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que


vos abstenhais da fornicação;

1 Ts 4.4 – Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação


e honra;
1 Ts 4.7 – Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a
santificação.

1 Ts 4.8 – Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas sim
a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo.

INTRODUÇÃO

A santificação é processo que tem seu inicio a partir da regeneração, e


tem que ser aplicada no viver diário do naquele que nasceu de novo, pelo
Espírito Santo de Deus e a palavra de Deus.

1. A IMPORTÂNCIA DA SANTIFICAÇÃO

A santificação tem um começo definido na regeneração. Uma mudança moral


definida ocorre em nossa vida no momento da regeneração, porque Paulo
fala sobre “o lavar regenerador e renovador do Espirito Santo” (Tt 3.5),
ela é imprescindível para vida cristã.

1.1. Santidade, um dos atributos de Deus

Sendo Deus um ser infinito, é impossível que qualquer criatura o conheça


exatamente como ele é. No entanto, bondosamente revelou-se por meio de
uma linguagem compreensível a nós. Essa revelação esta nas Escrituras.
Por exemplo, Deus diz acerca de si mesmo: “Eu sou santo”; portanto
podemos afirmar: Deus é santo. A santidade é assim um atributo de Deus,
porque a santidade é uma qualidade que podemos atribuir ou aplicar a
ele. Deus sendo santo exige que todo aquele que se aproxime dele seja
santo, porquanto está escrito: “Sede santos, porque eu sou santo. Mas,
como é santo aquele que vos chamou sede vós também santos em toda a
vossa maneira de viver” (1 Pedro 1.15-16).

1.2. Santificação: sentidos e significados

Santificação significa "tornar santo", "consagrar", "separar do mundo”


e "apartar-se do pecado", a fim de termos ampla comunhão com Deus e
servi-lo com alegria. A santificação é obra do Deus trino, mas é
atribuída particularmente ao Espírito Santo como podemos observar na
epistola aos Romanos. “E, se o Espírito daquele que dos mortos
ressuscitou a Cristo Jesus há de vivificar também os vossos corpos
mortais, pelo seu Espírito que em vos habita” (Romanos 8.11). O papel
de Cristo na santificação é muito importante porque ele conquistou nossa
santificação para nós. Deus fez com que Cristo se tornasse sabedoria,
justiça, santificação, redenção, além disso, o senhor Jesus é nosso
maior exemplo no processo da santificação. Corramos a carreira da vida
olhando firmemente para o autor e consumador da fé Jesus. “Olhando para
Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava
proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra
de Deus” (Hebreus 12.2). O apóstolo Paulo, escrevendo suas epistolas nos
revela que o crente tem que ser ativo em desempenhar seu papel na
santificação, se observou está atividade na epistola aos romanos. “Porque
se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas se pelo Espírito
mortificardes as obras do corpo e vivereis” (Romanos 8.13).

1.3. Santificação: chamado e vontade de Deus

A santificação é um chamado de Deus para seu povo, essa é sua vontade,


que seu povo se santifique e tenha uma vida de santificação: “Mas agora,
libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para
santificação, e por fim a vida eterna” (Romanos 6.22). Visto que a
santificação é principalmente uma obra de Deus, a oração de Paulo torna-
se apropriada. “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o
vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1
Tessalonicenses 5.23). A santificação exige separação do pecado e do
mundo. Para ser participante da natureza divina e consagrados à comunhão
e ao serviço de Deus só por meio do nosso mediador Jesus Cristo. Portanto
é dever de cada pessoa como cristãos crescer cada vez mais na
santificação, assim como antes cresciam cada vez mais em pecado. Antes
oferecíamos nossos membros para a escravidão da impureza e da maldade,
agora oferecemos nossos membros para servirem a justiça, para
santificação. Falo como homem, pela fraqueza da vossa; pois que, assim
como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e a
maldade, assim apresentai agora os ossos membros para servirem à justiça
para santificação (Romanos 6.19).

2. O CAMINHO DA SANTIFICAÇÃO

O caminho da santificação exige muito esforço por parte daquele que esta
trilhando este caminho porque exige que nós renunciemos varias coisas
nesta vida, inclusive renunciar os manjares que mundo nos oferece, por
isso temos que nos santificar constantemente. Porque não nos chamou Deus
para a imundícia, mas para a santificação (1 Tessalonicenses 4.7).

2.1. Não confundir com legalismo


A palavra “legalismo” não é encontrada na Bíblia; esta palavra é um
sinônimo de legalidade ou observância da Lei. No Novo Testamento, o
legalismo foi introduzido na igreja cristã pelos crentes oriundos do
Judaísmo que, interpretando erroneamente o Evangelho de Cristo, forçavam
os gentios a guardarem a Lei de Moisés. A Lei do Velho Testamento era a
sobra das coisas vindouras até que viesse o Messias o nosso salvador,
por isso o Velho Testamento não se deve usar como doutrina para o tempo
da graça, pois a salvação aos gentios não veio pela lei, mas pela graça
de nosso Senhor Jesus Cristo. Se fosse pela Lei então Cristo morreu em
vão (Gl 3.18-19). O legalismo tem causado muitos transtornos aos
cristãos, principalmente nas doutrinas da Bíblia, exemplo:
(Soteriologia). O legalismo distorce os alicerces da doutrina da
salvação. Paulo nos informa que “... pela graça sois salvo, por meio da
fé, e isso não vem de vocês, é dom de Deus” (Ef. 2.8). Quando dizemos
que determinado individuo, precisa observar regras e normas para ser
salvo estão anulando o sacrifício de Cristo na Cruz no Calvário que é o
único meio do pecador arrependido alcançar a salvação. “È somente em
Cristo que temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados” (Cl 1.14).
Jesus tinha muito a dizer sobre santificação em João 17. No versículo
16, o Senhor diz: "Eles não são do mundo, como eu também não sou", e
isso é antes de seu pedido: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a
verdade." Santificação é um estado de separação para Deus; todos os
crentes entram neste estado quando são nascidos de Deus: "É, porém, por
iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou
sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção" (1
Coríntios 1.30). Esta é uma separação que acontece de uma vez por todas,
eternamente a Deus. É uma parte intrincada da nossa salvação, a nossa
ligação com Cristo (Hebreus 10.10).

2.2. Não confundir com manifestações espirituais


Nos dias atuais os dons espirituais é uma necessidade para todo discípulo
de Jesus Cristo, e dever todo cristão buscar ousadia e fervor pelo
Espírito para podemos proclamar o Evangelho, mas temos que tomar cuidado
porque manifestação espiritual não é santificação. Muitos me dirão
naquele dia: “Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu
nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas
maravilhas” (Mateus 7.22). Os dons espirituais são um revestimento de
poder enquanto que a santificação é uma separação do pecado, uma
dedicação a Deus para alcançarmos uma comunhão mais intima com o Senhor.
“Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”(1 Coríntios 1.30).

2.3. O caminho do estar e andar

Estar "em Cristo" significa que aceitamos o Seu sacrifício como pagamento
por nosso próprio pecado. O nosso “registro criminal” contém todos os
pensamentos, atitudes ou ações pecaminosas que já cometemos. Nenhuma
quantidade de autolimpeza pode nos tornar puro o suficiente para garantir
o perdão e um relacionamento com um Deus santo (Romanos 3.10-12). A
Bíblia diz que em nosso estado pecaminoso natural somos inimigos de Deus
(Romanos 5.10). Quando aceitamos o Seu sacrifício em nosso favor, Ele
troca de registro conosco. Ele troca nossa lista de pecados por Sua
conta perfeita que é totalmente agradável a Deus (2 Coríntios 5.21). Uma
troca divina ocorre ao pé da cruz: nossa antiga natureza do pecado pela
Sua perfeita (2 Coríntios 5.17). Para entrar na presença de um Deus
santo, devemos estar escondidos na justiça de Cristo. Estar "em Cristo"
significa que Deus já não vê nossas imperfeições; Ele vê a justiça do
Seu próprio Filho (Efésios 2.13, Hebreus 8.12). Somente "em Cristo" é a
nossa dívida do pecado cancelada, nosso relacionamento com Deus
restaurado e nossa eternidade garantida (João 3.16-18, 20.31).

3. ABRANGÊNCIA E APLICAÇÃO
A santificação abrange nosso intelecto e conhecimento quando Paulo
escreve aos Colossenses. Para que possais andar dignamente diante do
Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e
crescendo no conhecimento de Deus (Cl 1.10). A santificação abrange todo
nosso ser e deve ser aplica constantemente em nosso viver diário.

3.1. Abrangência da santificação


A Santificação envolve todas as áreas humana conforme (1 Ts 5.23),
envolvendo portanto todas as áreas da nossa vida. A santificação é
explicada no Novo Testamento como a nossa posição em Cristo pelo fato
de sermos separados para Deus e para a sua glória. Esta posição torna-
se evidente a partir do momento em que o crente recebe a salvação (1 Co
6.11). Mas encontra-se, também, o ensino claro de uma santificação
progressiva que deveria ser real na vida de todos os crentes abrangendo,
inclusive aspectos do seu dia a dia (1 Ts 4.3; 1 Pe 1.15,16; Hb 12.14).
E, finalmente o Novo Testamento mostra eterna condição dos remidos na
glória eterna de Deus. Este ensino fala de nossa condição futura no céu,
quando seremos “confirmados em santidade” (1 Ts 3.13). A santificação
tem que ser aplicada e nossas vidas diariamente.

3.2. Meios da santificação

A purificação faz parte da santificação, portanto os objetos dedicados


ao serviço para Deus devem estar limpos de contaminação com o pecado.
Quando o Senhor escolhe e separa uma pessoa ou um objeto para seu serviço,
ele opera ou faz que esse objeto ou pessoa se tornem santos, como
observamos nos escritos sagrados do livro de Êxodo. “Então, tomarás o
azeite da unção e ungirás o tabernáculo e tudo que há nele; e o
santificarás com todos seus móveis, e será santo” (Êxodo 40.9). Para
uma viver de santidade temos que nos consagrar para Deus, ter uma vida
santa e justa, a santidade é a vida regenerada em conformidade coma a
natureza divina e dedicada ao serviço divino como o apóstolo Pedro cita
em sua primeira epistola. “Mas, como é santo aquele que vos chamou sede
vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pedro). a) A
oração é indispensável ao crescimento espiritual e à santificação na
leitura da Bíblia, Deus fala conosco, e através da oração podemos abrir
o coração com Deus e falar com ele a oração é a janela da nossa alma que
se abre para Deus. b) A adoração a Deus, no culto público, é indispensável
nossa atitude de adoração implica em nosso relacionamento com os demais.
Participar dos cultos é um elemento poderoso na santificação. c) O jejum
também é parte desses meios para santificação, porque ele serve para
mortificar a carne. Durante o jejum o espírito fica mais à vontade, pois
os desejos da carne são anulados pela força do espírito. Por isso
consideramos o jejum uma oração mais fervorosa do que a feita com os
lábios, porque nela há gemidos inexprimíveis da própria alma humana, em
busca de benefícios individuais ou coletivos. “Naqueles dias, eu, Daniel
pranteei durante três semanas. Manjar desejável não comi nem carne, nem
vinho, entraram em minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que
passaram as três semanas” (Daniel 10.2,3). Podemos observar no texto em
que Lucas relata o jejum que Jesus fez: “E quarenta dias foi tentado
pelo diabo, e naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles,
teve fome” (Lucas 4.2).
3.3. A participação do discípulo
O homem tem o privilégio de cooperar com o Espírito de Deus, só pode
fazê-lo em virtude das forças que o espírito lhe comunica dia após dia.
O desenvolvimento espiritual do homem não é uma realização humana, mas
é obra da graça divina. À vontade colocada pelo Espírito Santo, na medida
em que nos entregamos mais e mais a Deus, ninguém é salvo contra sua
vontade. Da mesma forma, ninguém é santificado contra sua vontade.
Entretanto para Grudem (1999, p.629). Diz que o papel que desempenhamos
na santificação é tanto passivo, pelo qual dependemos de que Deus nos
santifique, como ativo, pelo qual nos esforçamos para obedecer a Deus e
dar os passos que aumentarão a nossa santificação. Paulo fala aos seus
leitores romanos: Oferecei-vos a Deus como ressurreto dentre os mortos
e também, apresentais o vosso o corpo por sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que
apresentai o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus,
que é o vosso culto racional” (Romanos 12.1). Como a santificação tem
inicio na regeneração e se desenvolve por toda a vida cristã, ela aparece
em níveis diferentes na vida de cada crente que busca se aproximar do
Altíssimo.

CONCLUSÃO

Todo aquele que é nascido de novo tem que se esforçar para alcançar a
santificação, em toda sua maneira de viver.

REFERENCIAS

Bíblia de Estudo Genebra, 2ª ed. Barueri SP: Cultura Cristã 2009.

GRUDEM Wayne. Teologia Sistemática, São Paulo: Ed. Vida Nova, 1999.

PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. São Paulo: Ed. vida,


2009.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS:

A IMPORTÂNCIA DA BÍBLIA COMO ÚNICA REGRA DE FÉ


(Lição 11 – 10 de Dezembro de 2017)

TEXTO ÁUREO

“Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para


redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3.16).
VERDADE APLICADA
A Bíblia é a única fonte de tudo o que precisamos entender sobre Deus e
Seu plano para a humanidade.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
► ENFATIZAR a importância da Bíblia, sua exatidão e seu poder de
influência;

► MOSTRAR como a Bíblia pode nos moldar e nos tornar mais eficazes na
vida;

► APRESENTAR a Bíblia como fonte inesgotável e sua superioridade a todos


os demais livros.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Sl 119.89 – Para sempre, ó Senhor, a tua palavra permanece no céu.


Sl 119.93 – Nunca me esquecerei dos teus preceitos, pois por eles me
tens vivificado.

Sl 119.105 – Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu
caminho.

Hb 4.12 – Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante


do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e
do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e intenções do coração.

INTRODUÇÃO

A Bíblia é a palavra de Deus para os homens, e como tal, precisa ser


encarada como inerrante, infalível, e regra única de fé para todo
cristão.

1. A IMPORTÂNCIA DA BÍBLIA
Por milênios Deus se revelou ao homem através de suas obras, está é
chamada revelação natural através da criação, que ainda é válida até os
dias atuais (vide Romanos 1.19-20). Porém, segundo o seu propósito,
chegou o tempo em que Ele determinou alcançar o homem com uma revelação
maior, mais ampla e de forma mais clara, o que fez de duas maneiras: a)
Através da Bíblia, a Palavra Escrita; b) Através de Jesus Cristo - a
Palavra Viva. Esta dupla revelação é muito especial, e consolidou-se
como necessária com à queda do homem. Deste modo, os estudos das
Escrituras se impõem, como o principal meio do homem natural vir a
conhecer a Deus e a sua vontade para com a nossas vidas.

1.1. O livro que tem transformado o mundo


Nenhum outro livro tem sido tão largamente disseminado, nem exercido tão
forte influência sobre o curso dos acontecimentos mundiais do que a
Bíblia. As Escrituras Sagradas têm sido traduzidas em mais línguas, têm
sido impressas em maior número de exemplares, têm influenciado mais o
pensamento, inspirado mais as artes e motivado mais as descobertas do
que qualquer outro livro. A Bíblia foi traduzida em mais de mil línguas,
abrangendo mais de 90% da população do mundo. Suas tiragens somam alguns
bilhões de exemplares. Os best-sellers que têm vindo em segundo lugar,
ao longo dos séculos, nunca chegam perto do detentor perpétuo do primeiro
lugar, a Bíblia. A influência da Bíblia e de seu ensino sobre o mundo
ocidental está bem à mostra para todos quantos estudam a história. O
papel de forte influência desempenhado pelo Ocidente sobre o desenrolar
dos acontecimentos mundiais fica igualmente evidente. As Escrituras
judeu-cristãs têm influenciado mais a civilização que qualquer outro
livro ou combinação de livros do mundo. Na verdade, nenhuma outra obra
religiosa ou de fundo moral no mundo excede a profundidade moral contida
no princípio do amor cristão, e nenhuma apresenta conceito espiritual
mais majestoso sobre Deus do que o conceito que a Bíblia oferece. A
Bíblia apresenta ao homem os mais elevados ideais que já pautaram a
civilização. A evidência da manifesta indestrutibilidade da Bíblia. A
despeito (ou talvez por conta) de sua tremenda importância, a Bíblia tem
sofrido muito mais ataques perversos do que seria de esperar, em se
tratando de um livro. No entanto, a Bíblia tem resistido a todos os
ataques e a todos os seus atacantes. Diocleciano tentou exterminá-la (c.
303 d.C.); no entanto, a Bíblia é hoje o livro mais impresso e mais
divulgado do mundo. Críticos da Bíblia no passado taxavam-na de composta,
na maior parte, por historietas mitológicas, mas a arqueologia lhes
comprovou a historicidade. Seus antagonistas atacam seus ensinos,
taxando-os de primitivos e obsoletos, mas os moralistas exigem que seus
ensinos a respeito do amor sejam postos em prática na sociedade moderna.
Os céticos têm lançado dúvidas sobre a confiabilidade da Bíblia; todavia,
mais pessoas hoje se convencem de suas verdades do que em toda a história.
Prosseguem os ataques da parte de alguns cientistas, de alguns psicólogos
e de alguns líderes políticos, mas a Bíblia permanece ilesa,
indestrutível. Ela se parece com uma muralha de um metro e meio de altura
por um metro e meio de largura: é inútil tentar derrubá-la com assopros.
A Bíblia continua mais forte que nunca, depois desses ataques. Assim se
manifestara a seu respeito o Senhor Jesus: “Passará o céu e a terra, mas
as minhas palavras não passarão” (Mc 13.31). Uma contribuição inegável
das escrituras vem da reforma protestante, onde um de seus lemas o Sola
Scriptura, evidenciava a necessidade central de embasar todas
afirmativas nas escrituras e não em apologias da igreja e seus costumes
dissociado do conhecimento da palavra, esta dissociação permitiu que a
ciência investigasse livremente fatos que antes eram tido como intocáveis
e sagrados pela igreja romana, junto ao ideal da reforma protestante,
soma-se a influência de Max Weber Sociólogo Alemão que anos mais tarde
já no século 19, editou uma obra chamada “A ética protestante e o espírito
do capitalismo” que trouxe um novo viés, sobre o capitalismo e a maneira
de exercer a política econômica dos países, a partir de então muitos
conceitos de mutações sociais avanços financeiros mudanças de classe
social, livre comercio foram aplicadas e isto possibilitou a evolução
do sistema capitalista.

1.2. Um livro amado e odiado


Acima de todos os outros livros combinados, a Bíblia tem sido odiada,
vilipendiado, ridicularizada, criticada, restrita, proibida, e
destruída, mas tem sido em vão. Vejamos alguns ataques ao longo de sua
existência:

Ano Quem O que? Intenção Resultado

Escreveu os
livros
Luciano, Tentar
Século Dialogo dos
Escritor ridicularizar a Falhou
II Deuses e
Grego Bíblia
Dialogo dos
Mortos

50 anos
depois seu
Publicou um sucessor
Destruir a
Diocleciano, decreto Constantino
Ano 303 igreja e queimar
Imperador contra a mandou
d.C. todas as Bíblia
Romano Bíblia e os publicar 50
do império
cristãos Bíblias à
custa do
estado

Escreveu 15 Falhou, e
Porphyry, livros Tentar provar seus livros
Ano 304
Escritor contra a que a Bíblia era são
d.C.
Grego Bíblia e o uma fraude desconhecido
Cristianismo s

Depois de
sua morte a
Sociedade
Afirmou:
Bíblica de
Voltaire, Dentro de
Acabar com o Genebra usou
filósofo, 100 anos a
Seculo cristianismo e sua casa
escritor, Bíblia e o
XVIII instaurar o para
líder do cristianismo
antropocentrismo imprimir e
iluminismo serão
distribuir
varridos
milhares de
cópia da
Bíblia

Robert Morreu
Declarou:
Ingersoll. exatamente
Dentro de 15
Seculo Líder Descredibilizar 15 anos
anos terei a
XIX ateísta e a Bíblia depois e foi
Bíblia em um
político para o
necrotério
americano necrotério.

Os céticos liberais do século 19 tentaram destruir a autoridade da


Bíblia, afirmando que ela é cheia de mitos e que é historicamente
imprecisa. Eles alegaram que a escrita não existia nos dias de Moisés.
Eles duvidaram da existência de Ur dos Caldeus, das avançadas antigas
cidades-estado e torres religiosas mencionadas em Gênesis 10-11, dos
complexos códigos legais naquela época, de camelos na Palestina nos dias
de Abraão, da existência do rei Davi e do Rei Salomão, da existência dos
hititas e dos filisteus, de Sargão e Nabucodonosor e Beltsasar, para
citar alguns. Eles disseram que o livro de Atos estava cheio de
imprecisões históricas. Em todos esses casos e centenas mais, os céticos
foram provados que estavam errados e a Bíblia foi provado que estava
certa, como temos documentado neste curso na seção de arqueologia.
Através dos séculos, muitos ataques contra a Bíblia se tornaram amargas
perseguições junto com fortes tentativas de destruí-la. Muitos ataques
contra a Bíblia vieram de escarnecedores. Mas houve alguns que, depois
de examinarem os fatos, mudaram suas opiniões e foram convertidos. Aqui
estão alguns exemplos:

 Gilbert West, um poeta inglês, que foi incluído em Lives of the Most
Eminent English Poets, escrito por Samuel Johnson, enquanto era um
estudante em Oxford resolveu desbancar o relato bíblico da ressurreição
de Cristo. Em vez disso, ele provou para sua própria satisfação que
Cristo ressuscitou dos mortos e publicou Observations on the History and
Evidences of the Resurrection of Jesus Christ.

 George Lyttelton, um estadista Inglês, escritor e poeta que foi educado


em Oxford, determinou-se provar que Paulo não foi convertido como a
Bíblia diz. Em vez disso, Lyttelton escreveu um livro fornecendo
evidências de que a conversão de Paulo foi real e que é evidência de que
Jesus realmente ressuscitou dos mortos. O livro foi intitulado
Observations on the Conversion and Apostleship of St. Paul.

 Frank Morison, um advogado, jornalista e romancista, começou a escrever


um livro para disprovar a ressurreição de Cristo. Em vez disso, ele se
converteu e escreveu um livro em defesa da ressurreição intitulado Who
Moved the Stone?

 Simon Greenleaf, Professor Royall de Direito na Universidade de Harvard


e uma das mentes mais célebres entre os juristas da América, determinou-
se expor o "mito" da ressurreição de Cristo, de uma vez por todas, mas
a sua análise aprofundada obrigou-o a concluir que Jesus ressuscitou
dentre os mortos. Em 1846, ele publicou An Examination of the Testimony
of the Four Evangelists by the Rules of Evidence Administered in the
Courts of Justice.

 General Lew Wallace era um Governador Territorial nos dias que se


seguiram à Guerra Civil Americana. Ele era um senador em Indiana com a
idade de 29 anos e era considerado um homem muito estudioso. Ele não
confiava no Cristianismo ou na Bíblia, assim ele se pôs a escrever um
livro cético disprovando a ambos. Nos seus estudos ele descobriu que a
Bíblia e Cristo são verdadeiros e se tornou um cristão devoto. O general
Wallace nunca escreveu seu livro contra a Bíblia, ao invés ele escreveu
a clássica novela cristã Ben Hur.

 William Ramsey, um renomado arqueólogo e estudioso inglês, foi para a


Ásia Menor com o propósito expresso de provar que a Bíblia é
historicamente imprecisa. À medida que esmeradamente se debruçava sobre
antigos artefatos e detalhes, para sua surpresa ele descobriu que a
Bíblia era precisa no menor dos detalhes. Ele concluiu, que o livro de
Atos foi escrito durante a vida dos apóstolos e que é historicamente
absolutamente preciso. A evidência foi tão convincente que Sir Ramsey
se tornou um cristão e um grande estudioso e erudito da Bíblia,
particularmente do Novo Testamento.
 Josh McDowell era um cético quando ele entrou na universidade para
cursar direito, mas ele aceitou um desafio por alguns cristãos para
examinar a alegação de que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Ele diz: "Eu
decidi escrever um livro que iria fazer do cristianismo uma piada
intelectual." Ele viajou por todo os EUA e Europa para reunir provas
para provar o seu caso, mas em vez disso ele se converteu a Cristo e
escreveu um livro defendendo a Bíblia, intitulado Evidence That Demands
a Verdict (publicado em português como Evidências que Exigem um
Veredicto). McDowell concluiu: "Depois de tentar esmigalhar a
historicidade e a validade das Escrituras, cheguei à conclusão de que é
historicamente [absolutamente] confiável. Se alguém descarta a Bíblia
alegando que ela não é [totalmente] confiável, então deve-se descartar
quase toda a literatura da Antiguidade. ... Eu acredito que nós podemos
manter as Escrituras em nossas mãos e dizer: "A Bíblia é merecedora de
[toda nossa] confiança e é historicamente [absolutamente] confiável"
(The New Evidence, p. 68).

 Dr. Richard Lumsden, professor de Parasitologia e de Biologia Celular,


foi reitor da escola de pós-graduação da Universidade de Tulane e treinou
30 doutores [seus orientandos]. Quando ele foi desafiado por um estudante
a conseguir apresentar alguma evidência a favor da evolução, ele procurou
refutar o aluno demonstrando a evidência científica da evolução. Em vez
disso, ele se convenceu de que a evidência está faltando [não havia
nenhuma evidência]. Isso o levou a um exame da Bíblia, o que levou à sua
conversão a Jesus Cristo.

“Ao longo dos anos, a Bíblia tem sido uma poderosa bigorna que tem
consumido os franzinos martelos dos escarnecedores.”

1.3. O livro mais exato da humanidade

A Bíblia tem se mostrado infalível ao longo dos anos, mesmo quando não
conseguimos respostas, e encontramos questões onde não podemos fechar a
conta, o tempo tem ainda prevalecido e mostrado o quanto da sua eficácia,
um dos últimos casos conciliados entre a história e a bíblia é a afirmação
de um rei por nome de Belsazar no comando da Babilônia, esta informação
divergiu dos registros históricos durante séculos, Belsazar era filho
de Nabonido e Nitócris, filha de Nabucodonosor e viúva de Nergal-
sharezer, Durante muito tempo, a ausência de registros arqueológicos do
nome deste rei pôs em dúvida o texto do Livro de Daniel, porém em 1854
Sir Henry Rawlinson encontrou uma inscrição de Nabonido na qual ele se
referia ao seu filho mais velho. No final do século XIX, foram
encontrados documentos de recibos e contratos, com a data do terceiro
ano de Marduk-sar-uzur, que corresponde a Belsazar.
Durante muitos anos ciência, história e Bíblia andaram em lados opostos,
mas a presente era mostra mais uma vez que por mais que a ciência tente
provar a inexistência de Deus, ela somente esclarece a sua grandeza,
recentemente Steven Meyer doutor em filosofia da ciência pela Cambridge
university afirmou: “Eu acho que há um grande sorriso nos lábios de
Deus, pois nos últimos anos todos os tipos de evidência apontando para
a confiabilidade da Bíblia e sua criação do universo e da vida vieram à
luz”. O corpo humano fornece uma grande quantidade de provas. É uma
criação maravilhosa do ápice da obra física de Deus. Um corpo adulto
compreende cerca de 75 trilhões de células, qualquer uma das quais é tão
complexa a ponto de ser quase além da compreensão. Cada célula do corpo
humano contém mais informação do que em todos os trinta volumes da
Enciclopédia Britânica. A complexidade da célula humana mudou o
pensamento da filosofia britânica do professor Antony Flew, considerado
por muito tempo o maior e mais conhecido ateu do mundo. Em um simpósio
em Nova Iorque em maio de 2004, ele chocou a todos, afirmando que havia
chegado à conclusão de que Deus existe. Ele escreveu: “Para a surpresa
de todos os interessados, como havia anunciado no início que agora eu
aceito a existência de um Deus” (Existe um Deus, 2007, pág. 74).

Não existe prova maior do que a história se escrevendo desde o sonho do


rei Nabucodonosor e a interpretação de Daniel dada por Deus sobre os
reinos do mundo antigo. Nabucodonosor era um dos grandes conquistadores
da história antiga. Numa série de batalhas, ele venceu os assírios, o
povo que dominara a Mesopotâmia durante os séculos anteriores. Defendeu-
se contra os egípcios e estabeleceu as fronteiras de um império extenso
e próspero. Conseguiu dominar a pequena, mas importante terra que
conhecemos hoje como a Palestina, uma região por onde passavam as
principais rotas comerciais entre a Ásia e a África. Passou por Jerusalém
em 605 a.C. e levou os jovens mais inteligentes e nobres para a Babilônia,
onde seriam educados na sabedoria babilônica e teriam oportunidades de
até participar do governo do império. Daniel foi um desses jovens, certa
noite este rei tem um sonho, o rei sonhou com uma grande estátua de
quatro partes principais. A cabeça era de ouro, o peito e os braços, de
prata e o ventre e os quadris, de bronze. As pernas de ferro se apoiaram
em pés feitos de uma mistura de ferro e barro. De repente, uma grande
pedra, cortada sem ninguém tocar nela, esmagou os pés da estátua, e
então esmagou o resto da imagem. O que restou da estátua foi levado pelo
vento, mas a pedra se tornou em uma montanha que encheu a terra toda. A
grande estátua do sonho do rei foi composta de quatro partes principais.
Daniel as identifica como quatro reinos, começando com a própria
Babilônia (a cabeça de ouro). Depois da Babilônia, teria uma sucessão
de mais três reinos humanos. O próximo reino seria inferior à Babilônia,
e foi representado pelo peito e os braços de prata. O terceiro seria
maior, exercendo domínio “sobre toda a terra”. O mais forte dos quatro
reinos seria o quatro, feito de ferro. Mas a mistura de barro mostra um
reino dividido, com um lado frágil. Este reino seria esmiuçado pela
grande pedra.

A parte mais importante da interpretação começa no versículo 44. A pedra


representa o reino eterno de Deus. Ela não surge da terra; é cortada de
um monte e desce para esmagar os reinos humanos. Diferente dos reinos
dos homens que levantam e caem, este reino seria eterno e superior a
qualquer império humano. Um detalhe que devemos observar é a profecia
sobre a época na qual o reino de Deus seria estabelecido. Deus permitiu
que Daniel olhasse para o futuro para afirmar que Deus ia fundar os seu
reino “nos dias destes reis”, ou seja, durante o quarto império. Numa
profecia feita 600 anos antes do nascimento de Jesus, Deus falou para
os homens o tempo aproximado do estabelecimento do reino messiânico. Os
quatro reinos humanos do sonho: No momento da interpretação dada por
Daniel, o rei não tinha como saber a identidade dos outros impérios
envolvidos nesta profecia. Neste capítulo, Daniel identificou apenas o
primeiro reino, o de Nabucodonosor. Nós, porém, temos três vantagens
quando estudamos o texto hoje. Primeiro, temos o resto do livro de
Daniel, em que mais dois dos reinos são identificados por nome. Segundo,
temos a história mundial que confirma a identificação dos próximos
impérios e mostra, também, o quarto reino. Terceiro, temos os relatos
bíblicos, que mostram quando o Cristo veio para estabelecer o reino de
Deus. Juntando essas informações, podemos identificar as quatro partes
da estátua do sonho de Nabucodonosor. Inegavelmente a Bíblia se mostra
infalível e exata ate mesmo onde não conseguimos compreende-la.
2. A BÍBLIA APLICADA A VIDA CRISTÃ
A palavra Bíblia significa O Livro. Um livro que possa sustentar
simplesmente o título de “O Livro” deve ser um livro muito importante.
É melhor chamá-lo de As “Sagradas Escrituras”. De qualquer modo, todo
mundo sabe que o conteúdo é Deus e religião. Portanto, queremos saber
quem o escreveu. Ele foi escrito por alguém como Hitler e Stálin, nos
quais ninguém deveria crer? Ele foi escrito por um autor competente e
popular como Churchill? Ele foi escrito por um pesquisador
especializado, talvez o mais competente? Quem reivindica conhecer o
suficiente sobre Deus e religião para escrever um volume de, digamos,
1.300 páginas em coluna dupla? É preciso perguntar também, que método
foi usado para agrupar todas essas informações em 1.300 páginas de
colunas duplas? Nós podemos facilmente ver os nomes da maioria dos
escritores: Moisés, Davi, Isaías, João, e Paulo. Mas o que, se é que,
algo, os fez serem mais competentes que Faraó, Absalão, Sargão, Herodes
e Nero? A resposta para esta última questão é encontrada com grande
clareza em dois versículos, o primeiro dos quais afirma o princípio
geral, enquanto o segundo dá um exemplo particular: 2 Pedro 1.21 afirma:
“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas
os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. O
segundo versículo é Atos 1.16: “Convinha que se cumprisse a escritura
que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi”. O primeiro destes dois
versículos mostra que os profetas não iniciaram a escrita da Bíblia. Não
foi como se eles estivessem procurando Deus e tentando fabricar uma
religião, e então escreveram os resultados de suas buscas e ingenuidades.
Pedro diz bastante claramente que suas profecias não vieram da própria
vontade deles. O original grego é até mais forte que a tradução
portuguesa. Ele diz: “Profecia nunca veio pela vontade do homem.” Há
alguns teólogos que põe grande ênfase sobre a vontade do homem. Ora,
indubitavelmente a vontade do homem opera em certa área; mas há algumas
coisas que um homem não pode fazer voluntariamente. Uma destas é iniciar
uma mensagem de Deus. O homem pode inventar uma mensagem e reivindicar
que ela vem de Deus. Assim também, há algumas religiões das quais pode
ser dito apropriadamente que são o resultado da busca do homem por Deus.
Mas não o Cristianismo. Os profetas hebreus e os apóstolos do Novo
Testamento falaram a medida que foram conduzidos pelo Espírito Santo. O
segundo desses dois versículos citados mostra que embora em um sentido
os profetas realmente tenham falado – se você estivesse nas ruas de
Jerusalém, você poderia ouvir Jeremias – contudo isto é só meia verdade.
A parte mais importante é que o Espírito Santo falou. Ele não só
“conduziu” os profetas; ele falou pelas bocas deles. Claro, o versículo
só menciona Davi, e não Moisés ou Jeremias. Mas outros versículos, que
serão dados agora, irão mostrar que os outros profetas, assim como Davi,
falaram as palavras de Deus. E isso, porque o autor da Bíblia é Deus.
Portanto, considere e tente sumarizar os seguintes versículos:

 Números 22:38: “Porventura poderei eu agora de alguma forma falar alguma


coisa? A palavra que Deus puser na minha boca essa falarei”.

 Números 23:5, 12, 16: “Então o Senhor pôs a palavra na boca de Balaão...
Porventura não terei cuidado de falar o que o Senhor pôs na minha boca?...
Encontrando-se o Senhor com Balaão, pôs uma palavra em sua boca”.

 Deuteronômio 18:18: “Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus


irmãos, como tu, e porei, as minhas palavras na sua boca; e ele lhes
falará tudo o que eu lhe ordenar”.
 2 Samuel 23:2: "O Espírito do Senhor falou por mim, e sua palavra esteve
em minha língua”.

 Isaías 1:20; 40:5; 55:14: “A boca do Senhor o disse”.

 Isaías 59:21: “Quanto a mim, este é o meu conserto, diz o Senhor: o meu
espírito está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não
se desviarão da tua boca nem da boca da tua posteridade, nem da boca da
posteridade da tua posteridade, diz o Senhor, desde agora e para todo o
sempre”.

 Jeremias 1:9: “E estendeu o Senhor a sua mão, e tocou-me na boca; e


disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca”.

 Jeremias 13:15: “Escutai, e inclinai os ouvidos: não vos ensoberbeçais;


porque o Senhor falou”.

 Jeremias 30:4: “E estas são as palavras que disse o Senhor, acerca de


Israel e de Judá”.

Fundamentados nisto a Bíblia procede de Deus para o homem, e deve ser a


única fonte confiável para um cristianismo saudável, “Sola Scriptura”.

2.1. A Bíblia deve ser o alimento da vida Diária

A igreja cristã e ortodoxa tem declarando que a revelação da palavra de


Deus é absoluta e simplesmente necessária para a salvação da humanidade,
visto que a palavra é a semente que causa o novo nascimento (1 Pedro
1:23), a lâmpada pela qual somos guiados (Salmos 119:105), o alimento
pelo qual somos nutridos (Hebreus 5:13-14), e o fundamento sobre o qual
estamos (Efésios 2:20).

Nas obras da criação e providência Deus manifesta a si mesmo claramente


– de forma que “o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles,
porque Deus lhes [aos homens] manifestou” e sua natureza invisível tem
sido claramente percebida desde a criação do mundo (Rm. 1:19-20) – essa
revelação natural não pode ser suficiente para a salvação após o pecado,
não apenas no sentido subjetivo, pois ela não tem, como um
acompanhamento, o poder do Espírito, pelo qual a cegueira e rebelião
humanas são corrigidas; mas também no sentido objetivo, pois não contém
nada concernente aos mistérios da salvação, e a misericórdia de Deus em
Cristo, sem quem não há salvação (Atos 4:12). O que pode ser conhecido
sobre Deus é de fato apresentado, mas não o que deve ser crido.
Deus é conhecido a partir da criação como criador, mas não como redentor;
seu poder e divindade, isto é, a existência do ser (numen) divino e seu
poder (virtus) ilimitado são conhecidos, mas não sua graça e misericórdia
salvadora. Sendo clara a revelação especial de Deus através das
escrituras é fator de alimentação da alma para o homem se servir de sua
palavra diariamente, pois somente ela tem o poder de transformar dia a
dia a natureza pecadora de um homem, também como sustenta-lo no caminho
da salvação.

2.2. A Bíblia e o Espirito Santo


“O Espírito é revelador de toda a divina verdade. Portanto, a autoria
de toda a Bíblia deve ser atribuída ao Espírito”. Estas foram as palavras
do grande teólogo americano Charles Hodge (1797-1878) que apresentou em
sua Teologia Sistemática o real pensamento reformado acerca de inspiração
das Escrituras. A doutrina que envolve o Espírito Santo em união com a
Palavra talvez seja uma das doutrinas que mais tem sofrido ataques em
nossos dias, visto que “fábulas bem engenhosas” tem adentrado no
pensamento evangélico, em uma camuflagem de “intelecto” e “piedade”,
isto é, o liberalismo racionalista. Esta é uma ideologia que tem
arrebanhado a mente de muitos pastores, teólogos e cristãos em geral, e
é nesse contexto de discussões e turbações que o cristão fiel volta à
origem, retornando assim à antiguidade, à “velha” fé de nossos pais, às
Sagradas Escrituras.

A Palavra de Deus, separada da ação poderosa do Espírito Santo, será


apenas como mais um livro qualquer. “A palavra só, sem a iluminação do
Espírito Santo, não nos serve nem se aproveita nada”.
A pessoa que não possui o Espírito Santo e por Ele não é iluminada não
consegue, por mais esforço que essa pessoa faça, compreender a amplitude
graciosa da Fonte de Vida que está registrada na Sacra Revelação Escrita
dada por Deus. Por isso, “Se o Espírito de Cristo não vivificar a lei,
ela não terá apenas proveito nenhum mas também será letal”.
A razão humana, por sua limitação, não compreende as profundezas
da revelação da Palavra. “Ainda que as Escrituras levem consigo o
crédito que se deve, para ser admitida sem objeção alguma, não está
sujeita a provas nem argumentos, não obstante ela alcança a certeza que
merece pelo testemunho do Espírito Santo. O homem, por sua própria
natureza, é incapaz de enxergar a majestade divina em Sua revelação
escriturística, pois “...o testemunho que o Espírito Santo dá, é muito
mais excelente do que qualquer outra razão”. E nem mesmo os salvos, os
filhos de Deus, possuem capacidade para se auto sustentarem na
continuidade do entendimento bíblico. Isto mostra que o Espírito Santo
ilumina o homem para a compreensão da Sua doutrina. “A Sua iluminação
pode ser denominada a vista de nossas almas”.

2.3. A Bíblia forma o caráter humano

Em face das dúvidas relativas à eficiência pessoal numa época que


questiona a validade da pregação precisamos de uma lembrança do desígnio
de Deus para a transformação espiritual do ser humano. No final das
contas, a pregação cumpre seus objetivos espirituais não por causa das
habilidades do pregador, mas por causa do poder da Escritura proclamada.
Os pregadores exercerão seu ministério com grande zelo, confiança e
liberdade quando compreenderem que Deus retirou de suas costas as
artimanhas da manipulação espiritual. Deus não está confiando em nossa
destreza para a realização dos seus propósitos. Por certo, Deus pode
usar a eloquência e deseja esforços adequados à importância do assunto
em questão, porém sua própria Palavra cumpre o programa de salvação e
santificação. Os esforços pessoais dos maiores pregadores são ainda
demasiado fracos e manchados pelo pecado para serem responsáveis pelo
destino eterno das pessoas. Por essa razão Deus infunde sua Palavra com
poder espiritual. A eficácia da mensagem, mais que qualquer virtude do
mensageiro, transforma corações. Somente a palavra de Deus tem a
capacidade de moldar o caráter do homem mesmo que ele esteja perdido nas
mais densas trevas, isto não provem de outra fonte senão do poder do
Espírito de Deus atuando por meio da sua palavra.

2. A BÍBLIA É O LIVRO DOS LIVROS

A pesquisa do Ibope, encomendada pelo Instituto Pró-Livro, registrou que


50% das pessoas que não estão estudando e 31% dos estudantes
entrevistados citaram a Bíblia Sagrada como o “gênero” de livro mais
lido. A Bíblia Sagrada continua sendo o livro mais lido, em qualquer
nível de escolaridade. Esse é o resultado da 4ª edição da pesquisa
Retratos da Leitura no Brasil, que destaca o Livro Sagrado em primeiro
lugar nas listas entre os “livros mais marcantes” e os “últimos livros
mais lidos”. Este é o terceiro ano consecutivo em que a Bíblia aparece
nesta colocação. No “gênero” de livro que mais costuma ser lida a Bíblia
foi citada por 50% das pessoas que não estão estudando e por 31% das que
estão estudando. Nesta pesquisa, foi registrado, ainda, que entre as
“principais motivações para ler um livro” estão os motivos religiosos
(11%). Já o “local preferido para comprar livros”, 44% dos entrevistados
prefere a livraria física, 19% pelas bancas de jornal e revista, 15%
pelas livrarias online e 9% preferem as igrejas e outros espaços
religiosos. Desenvolvida pelo Ibope, sob encomenda do Instituto Pró-
Livro (IPL), entidade mantida pelo Sindicato Nacional dos Editores de
Livros (SNEL), Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Associação Brasileira
de Editores de Livros Escolares (Abrelivros), a pesquisa foi anunciada
durante seminário, realizado em 18 de maio, em São Paulo. Foram
entrevistadas 5.012 pessoas. No ano passado, a Sociedade Bíblica do
Brasil (SBB), distribuiu 7.622.674 Bíblias. O número representa um
aumento de 0,13% em relação ao ano anterior. “A Bíblia Sagrada é o livro
mais lido, traduzido e distribuído de todos os tempos. Essa pesquisa
reforça a importância que a Palavra de Deus tem na vida das pessoas. Ela
é fonte de orientação e conforto. Além disso, seus ensinamentos têm
aplicação para todos os momentos da vida”, analisa o secretário de
Comunicação, Ação Social e Arrecadação da SBB, Erní Seibert. Para
incentivar o hábito da leitura e fazer com que cada vez mais pessoas
tenham acesso à Palavra de Deus, a SBB realiza uma série de programas.
Entre eles, destaca-se o movimento “A Bíblia em Cada Casa”, que tem o
desafio de colocar, até 2050, a Bíblia nos cerca de 50 milhões de lares
brasileiros. Outro importante programa é o “Clube Uma Bíblia por Mês”,
que reúne pessoas que se dispõem a doar, mensalmente, o valor de um
exemplar da Bíblia Sagrada. Os recursos arrecadados permitem levar a
Bíblia para pessoas que ainda não possuem um exemplar.

3.1. A bíblia é uma fonte inesgotável

Por mais que se pregue, se estude, se analise a Bíblia sagrada, ela


continuará sendo uma fonte inesgotável e atualizada de ensinamentos, a
Bíblia tem esta capacidade de se renovar frente as situações da vida,
não que a palavra do senhor seja mutável, o que muda e a perspectiva e
a maneira com que o Espirito Santo fala ao nosso coração, assim como as
suas misericórdia que são novas a cada manhã (Lm 3:22-23) todos os dias
o espirito santo pode falar novamente ao nosso coração.

3.2. A Bíblia é superior a todos os demais livros


Vejamos uma comparação entre a Bíblia e outros livros que tentam relatar
a história dos homens e da criação. Nos mitos politeístas o universo é
eterno e os deuses nasceram depois, na Bíblia, Deus é Eterno e Criador
do Universo. (Até pouco tempo atrás imaginava-se que o universo fosse
eterno, depois de E. Huble, a posição de que o Universo teve um começo
passou a ter força.). O único livro antigo que fala que o Universo teve
um começo são as escrituras do Deus de Israel. Nos mitos mesopotâmicos
os deuses criaram um jardim para seu próprio gozo e os homens para serem
seus empregados. na Bíblia o jardim foi criado para proveito do próprio
homem. Nos mitos sumerianos a humanidade foi destruída por um dilúvio
porque o barulho dos humanos trabalhando estava atrapalhando o sono dos
deuses. Na Bíblia a humanidade foi destruída por um dilúvio porque se
tornou corrupta. A Bíblia é a única capaz de transformar, nenhuma outra
leitura religiosa (religiões antigas ou atuais) é capaz de tirar alguém
da droga, da depressão, etc.

3.3. A Bíblia revela a pessoa de Cristo e a Salvação do Homem


Todo homem deveria ser grato a Deus pela sua palavra. Jonh Piper escreveu
um excelente artigo relatando a sua gratidão, veja:

1) A Bíblia produz fé, a fonte de toda obediência. “De sorte que a fé é


pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10:17);

2) A Bíblia liberta do pecado. “E conhecerão a verdade, e a verdade os


libertará” (João 8:32);

3) A Bíblia liberta de Satanás. “Ao servo do Senhor não convém brigar


mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente. Deve
corrigir com mansidão os que se lhe opõem, na esperança de que Deus lhes
conceda o arrependimento, levando-os ao conhecimento da verdade, para
que assim voltem à sobriedade e escapem da armadilha do Diabo, que os
aprisionou para fazerem a sua vontade” (2 Timóteo 2:24-26);
4) A Bíblia santifica. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a
verdade”. (João 17:17);

5) A Bíblia livra da corrupção e produz piedade. “Seu divino poder nos


deu tudo de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do
pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e
virtude. Dessa maneira, ele nos deu as suas grandiosas e preciosas
promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza
divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça” (2
Pedro 1:3-4);
6) A Bíblia opera o amor. “Esta é a minha oração: Que o amor de vocês
aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção” (Filipenses
1:9). “O objetivo desta instrução é o amor que procede de um coração
puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera” (1 Timóteo 1:5);
7) A Bíblia salva. “Atente bem para a sua própria vida e para a doutrina,
perseverando nesses deveres, pois, agindo assim, você salvará tanto a
si mesmo quanto aos que o ouvem”. (1 Timóteo 4:16). “Portanto, eu lhes
declaro hoje que estou inocente do sangue de todos. Pois não deixei de
proclamar-lhes toda a vontade de Deus” (Atos 20:26). [Eles] estão
perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar
(2 Tessalonicenses 2:10);
8) A Bíblia dá alegria. “Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo
esteja em vós, e o vosso gozo seja completo” (João 15:11);

9) A Bíblia revela o Senhor. “Todo o Israel, desde Dã até Berseba,


reconhecia que Samuel estava confirmado como profeta do SENHOR” (1 Samuel
3:21). PORTANTO, a Bíblia é o fundamento da felicidade no lar, vida e
ministério, bem como a esperança da eternidade com Deus.

CONCLUSÃO

A Bíblia é, e continuará sendo nossa única fonte de fé e bussola que nos


direciona a uma vida piedosa na presença de Deus.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

http://www.sbb.org.br/sem-categoria/biblia-sagrada-1o-lugar-no-
ranking-dos-livros-mais-marcantes-e-lidos-do-pais-3.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

A NECESSIDADE DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO


(Lição 12 – 17 de Dezembro de 2017)

TEXTO ÁUREO

“E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na
cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”
(Lucas 24.49).

VERDADE APLICADA

O batismo com o Espírito Santo é a promessa do Senhor de revestimento


de poder para cumprimento da missão.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

► EXPLICAR acerca da necessidade e da importância de se receber o


Espírito Santo;

► APRESENTAR o Espírito Santo como fonte de vida, consolador e agente


santificador da Igreja;

► APONTAR três qualidades importantes que foram acrescentadas pelo


Espírito Santo à Igreja.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Atos 1.4 – E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem
de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de
mim ouvistes.

Atos 1.5 – Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis
batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.

Atos 1.8 – Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir


sobre vós; e ser-me eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a
Judeia e Samaria, e até aos confins da terra.
Atos 2.1 – E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos
reunidos no mesmo lugar.

INTRODUÇÃO

Ser batizado com o Espírito Santo é uma necessidade imperiosa na vida


de todo aquele que deseja ser usado por Deus no Seu serviço. Sem a
unção e poder do Espirito Santo teremos enormes dificuldades para
testemunhar e revolucionar o mundo com o evangelho (At 1.8). Os
discípulos e os cristãos primitivos jamais teriam sido instrumentos
tão poderosos nas mãos de Deus para alcançar e abalar o mundo de sua
época, se não houvessem recebido o batismo com o Espírito Santo (2.1-
4). O batismo com o Espírito Santo não só nos introduz em uma nova
dimensão espiritual como também nos capacita a cumprir integralmente
nossa missão aqui na terra. Muitos, hoje, infelizmente não estão
recebendo essa gloriosa, imensurável e rica bênção de Deus porque não
buscam, não conhecem ou não compreendem o que ela representa para suas
vidas.

1. CONHECENDO O SIGNIFICADO E PROPÓSITO

O batismo com o Espírito Santo, conforme o cumprimento integral e


total da promessa de Deus, significa revestimento de poder (Lc 24.49)
e tem como propósito principal nos capacitar a realizar com êxito o
serviço cristão (At 1.8), e, nos credenciar a uma vida de poder,
adoração e devoção diante de Deus e dos homens (Jo 7.38-39). O
evangelista e teólogo Stanley Jones (1884 – 1973) é incisivo quando
disse: “A vida do cristão começa no calvário, mas o trabalho
eficiente, no Pentecoste”. Depois da salvação esta é a maior bênção
que Deus concede aos seus filhos!

1.1. Significado do Batismo com o Espírito Santo

Há muitos que acreditam que já receberam o batismo com o Espírito no


momento de sua conversão. No entanto, a Bíblia deixa claro que o
batismo com o Espírito Santo não é uma experiência que se recebe
automaticamente junto com a conversão. As Santas Escrituras fazem
clara distinção entre a presença do Espírito Santo como habitação e
como manifestação. Todo salvo, em Cristo, por exemplo, tem em si a
habitação do Espírito Santo (Jo 14.16-17; 1 Jo 4.12-13; Rm 8.9-11).
Mas, nem todos são ou foram revestidos com o poder do Espírito Santo
(At 19.1-6). Ao aceitarmos Jesus como salvador e Senhor recebemos
automaticamente o Espírito Santo como selo de Deus em nossa vida (Ef
1.13-14; 2 Co 1.21-22), que além de testificar com o nosso espírito
que somos filhos de Deus (Rm 8.16), também, nos guia em toda a verdade
(Jo 16.13; Gl 5.18). O apóstolo Paulo vai mais além quando escreve aos
Romanos dizendo que se alguém não tem o Espírito de Deus ou de Cristo
esse tal não é Dele (Rm 8.9). No entanto, nem todos os que têm o
Espírito Santo significa dizer que estão cheios d'Ele (Ef 5.18; At
19.1-6). O batismo com o Espírito Santo significa um transbordamento
ou derramamento de poder (Pv 1.23; Jl 2.28-29; At 2.33; 10.45), ou
ainda, um revestimento de poder concedido por Jesus aos salvos no
intuito de torná-los servos e testemunhas mais eficazes (Lc 24.49; At
1.5,8).

1.2. A diversidade das operações do Espírito

Vivemos hoje a imensurável e rica Dispensação da Graça, também


conhecida como a “Dispensação do Espírito Santo”, por causa de suas
multiformes funções e manifestações. Dentre as diversas ações e
operações do Espirito Santo, nesta dispensação, podemos destacar Sua
ação de convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-
11), manifestar virtude e unção indispensável aos crentes para
testemunhar de Cristo e do seu evangelho (At 1.8), distribuir e
administrar dons espirituais colocados por Deus à disposição de sua
Igreja (1 Co 12.1-11), etc. São estas multiformes ações, operações e
manifestações do Espírito que mantém a Igreja de Cristo viva, dinâmica
e atuante na terra. Entretanto, nos últimos anos a ausência de ensino
sobre o batismo com o Espírito Santo e a introdução de conceitos
errôneos, distorcidos e alheios à autenticidade bíblica, pelos nossos
próprios líderes e dirigentes, sob o pretexto de que havia muito
“exagero”, “fanatismo”, “meninices” ou “coisas do tipo”, têm provocado
receio, medo e desinteresse entre os crentes mais novos, privando-os
de experimentarem as “manifestações” e “operações” do Espírito Santo,
causando com isto, enormes prejuízos espirituais não só aos nossos
adolescentes, jovens e novos convertidos, como também frieza
espiritual nos mais antigos (1 Co 14.39). Não é à toa que a igreja dos
dias atuais vive sua pior crise espiritual e de identidade!

1.3. Propósito do batismo com o Espírito Santo

Diferente do batismo nas águas, que é para o arrependimento (Mt 3.11),


o batismo com o Espírito Santo é uma promessa de Deus segundo os seus
soberanos propósitos para nossa vida. Isto significa que devemos
compreendê-las sob a perspectiva do cumprimento desses propósitos e
não para atender “prestígios pessoais” ou ser “mais espirituais” que
outras pessoas. Assim, como Deus prometeu e enviou Jesus para ser o
nosso salvador, também prometeu enviar e derramar do Seu Santo
Espírito sobre os crentes, habilitando-nos a dar continuidade com mais
eficácia, a obra do Senhor Jesus Cristo aqui na terra. Portanto, o
soberano propósito de Deus no batismo com o Espírito Santo, vai mais
além do que simplesmente nos capacitar a viver de forma santa e digna,
visa também nos preparar para o serviço cristão (Lc 24.47-49; At 1.8;
8.1-40) e testemunhar de Jesus com poder e ousadia (At 4.7-31). Os
discípulos de Cristo, antes do Pentecoste, eram tímidos e temerosos
(Jo 18.15-18; 20.19-20), porém, após receberem o poder do Espírito
Santo, passaram a pregar ousadamente a Palavra de Deus e realizar
sinais, milagres e maravilhas (At 4.33; 3.4-10). Antes do pentecoste a
Igreja estava em declínio (apenas 120 irmãos perseveraram em oração),
depois do pentecoste, na primeira pregação, quase 3 mil almas se
converteram (At 2.41), e, na segunda quase 5 mil (At 4.4). O sucesso
ministerial deles, depois do Pentecoste, pode ser resumido assim:
“Testificando Deus juntamente com eles, por sinais e prodígios, e por
múltiplos milagres e dons do Espírito Santo, distribuídos segundo a
sua vontade” (Hb 2.4).

2. ATUALIDADE DA PROMESSA E RECEBIMENTO

Embora o Batismo com o Espírito Santo seja um manancial de bênção para


a nossa vida e uma chama pentecostal imprescindível às atividades,
crescimento e desenvolvimento da Igreja. Muitos hoje, não recebem mais
o batismo com o Espírito Santo. O que será que está acontecendo? Será
o batismo com o Espírito Santo é coisa do passado? Não! Muito pelo
contrário! Muitos, hoje, não recebem o batismo com o Espírito Santo
porque não buscam mais, outros porque não compreendem devidamente o
que ele representa para suas vidas, e outros, não pasme! É porque nem
sabe o que é batismo com o Espírito Santo! Lamentavelmente, esse
genuíno movimento vem sendo substituído por inovações, modismos e
práticas descabidas e antibíblicas, e, por isso, é atualmente pouco
buscado e pouco pregado. A estratégia de Satanás nestes últimos tempos
não é mais afastar as pessoas das igrejas, mas mantê-las nos templos
espiritualmente frias, com corações distantes e acostumados com uma
vida de pecado e sem frutos. Precisamos deixar a frieza espiritual, a
carnalidade e o secularismo, voltar ao primeiro amor, e buscar
urgentemente um avivamento espiritual.

2.1. Atualidade da promessa

Cremos na atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons


espirituais, conforme prometeu o próprio Cristo e ensinam as
Escrituras Sagradas (Lc 24.49; 1 Co 12.1-11; 14.1). Ao contrário do
que alguns pregam, o batismo com o Espírito Santo não se limitou ao
Dia de Pentecoste. Não encontramos nada nas Escrituras que prove que o
falar em línguas seja uma experiência restrita àquele tempo. Ao
contrário, a Bíblia diz que o derramar do Espírito Santo é universal e
alcançável não só em nossos dias (At Jl 2.28-29), como será também no
futuro, no milênio, quando ele continuará a ser amplamente derramado
(Zc 12.10; Ez 39.29). O apóstolo Pedro foi claro e incisivo ao dizer
que todos os crentes podem e devem buscar esta plenitude do Espírito,
quando disse: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos
filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quanto Deus nosso
Senhor chamar” (At 2.39). Além do mais, a Bíblia e a própria história
da Igreja mostra que, do Pentecoste em Jerusalém até os dias de hoje,
houve continuidade dessa tão inefável promessa (At 8.14-17; 10.44-48;
9.1-18; 19.1-7). Centenas, milhares e milhões de pentecostais,
espalhados pelo mundo afora, têm experimentado o batismo com o
Espírito Santo. O escritor aos Hebreus disse: “Não vos façais
negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência
herdaram a promessa” (Hb 6.12).

2.2. Importância do batismo com o Espírito Santo


A importância do batismo com o Espírito Santo se evidencia a partir da
promessa feita pelo próprio Deus (Pv 1.23; Jl 2.28-29; Is 44.3) e
ratificada pelo próprio Senhor Jesus Cristo (Jo 7.37-39; At 1.5; Lc
24.49), como um evento que marcaria os últimos dias (At 2.17-18). A
expressão “últimos dias”, conforme preceitua a Bíblia, abrange o tempo
desde a primeira vinda de Cristo ao mundo até o fim dos tempos (Hb
1.2). A promessa de salvação é a maior dádiva de Deus para o mundo (Mt
Gn 3.15; Mt 1.21;Jo 19.16-30), assim, como o Espírito Santo é a maior
dádiva de Deus para a Igreja (Jl 2.28-29; Is 44.3; Lc 24.49; At 1.4-5;
2.1-4). Muitos desperdícios de energia e muitos trabalhos infrutíferos
seriam evitados se a igreja estivesse empenhada em buscar a presença,
direção e o batismo com o Espírito Santo.

2.3. Como receber o batismo com o Espírito Santo

Deus em sua infinita sabedoria não deixou nenhuma regra ou fórmula


definida de como receber o batismo com o Espírito Santo. Em alguns
textos as Escrituras diz que os crentes estavam reunidos quando “de
repente” foram cheios do Espírito Santo (At 2.1-4; 10.44) Em outros,
diz que foi necessário alguém “orar” e “impor as mãos” (At 8.15-18;
9.17-18). Cremos que a experiência do batismo com o Espírito Santo
pode ocorrer de várias formas e situações, dependendo apenas da
vontade do Senhor e do Espírito Santo que são os agentes batizadores.
No entanto, se faz necessário da parte do crente: arrepender (Pv 1.23;
At 2.37-38); crer (Jo 7.37-39); desejar ardentemente (Jo 7.37; Sl
143.6; Is 41.17-18; 44.3; Ap 21.6); Pedir, buscar e bater
insistentemente (Lc 11.9-13; Mt 7.7; Tg 1.6). Quando buscamos com fé o
batismo com o Espírito Santo, Deus atende os desejos dos justos (Jr
29.13: At 1.14; Lc 18.1).

3. OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A PROMESSA

Há várias outras considerações sobre a promessa e o batismo com o


Espírito Santo, que ainda poderiam ser exploradas, tais como: A
essência, natureza e cumprimento da promessa do batismo com o Espírito
Santo; evidência, capacitações e realidades operadas pelo batismo com
o Espírito Santo; distorções, equívocos e ofensas em relação ao
batismo com o Espírito Santo; relações entre o fruto, dom e batismo
com o Espírito Santo; o viver cheio do Espírito é condição
indispensável a todo crente que deseja crescer, prosperar e viver de
forma frutífera (At 8.5,35); como manter nossa vida cheia do Espírito
Santo; o símbolo do fogo significa que o Espírito Santo seria nos
corações semelhantes ao fogo, para purificar ou destruir os
sentimentos incompatíveis com sua natureza santa (Mt 3.11-12); o
recebimento do batismo com o Espírito Santo não está vinculado a
mérito, pois é dom de Deus (At 10.45); etc. No entanto, vamos nos ater
apenas ao que foi proposto na lição.

3.1. O falar em línguas

O Espírito Santo manifestou-se de diferentes formas no Antigo


Testamento. Todavia, não há nenhum indício de que alguém tenha “falado
em línguas”. A manifestação do falar em línguas, seja como sinal do
batismo, seja como o dom espiritual, é uma operação divina encontrada
somente a partir do Novo Testamento: O falar em línguas como sinal do
batismo com o Espírito Santo teve seu início no dia de pentecoste e
atua como sinal ou evidência a todos que são batizados: “E todos foram
cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4 - veja
também 10.46 e 19.6). Segundo o Pastor Antônio Gilberto, essa
manifestação é uma imersão do crente no espiritual e sobrenatural de
Deus. Já o falar em línguas, como dom de variedade de línguas, segundo
ele “é um milagre linguístico sobrenatural” e nem todos os crentes
batizados com o Espírito Santo tem este dom, pois são distribuídos
segundo a vontade e o propósito de Deus (1 Co 12.30). Não depende do
querer do homem, mas da soberania divina (1 Co 12.11). Cabendo a cada
um buscar com zelo os melhores dons (1 Co 12.31).

3.2. Cheios do Espírito Santo

Durante o período do Antigo Testamento o Espírito Santo era concedido


por medida e de forma restritiva (Dt 34.9; Ex 28.3; 31.3; 35.31),
conforme declara o próprio Jesus (Jo 3.34). O viver cheios do Espírito
no Novo Testamento é condição indispensável a todo crente que deseja
crescer e viver de forma frutífera e vitoriosa (At 8.5,35).
Atualmente, temos duas classes de pessoas na igreja: uma, que apesar
das dificuldades, ainda mantêm suas características pentecostais e
procuram viver a plenitude do Espírito Santo. São os pentecostais de
fato; e, outra, formada por aqueles que, de propósito ou por
negligência, estão mantendo o Espírito Santo fora dos seus projetos de
vida. Embora façam parte de uma igreja pentecostal e dizem ser
pentecostais, parecem desconhecer por completo a origem e os
propósitos do batismo com o Espírito Santo.

3.3. Outros esclarecimentos

É bem verdade que muitas dúvidas sobre o batismo com o Espírito Santo
existem os quais precisariam serem esclarecidos: Quando se sabe que um
cristão foi ou não batizado com o espírito Santo? O que sente uma
pessoa no momento em que é batizada com o Espírito Santo? É bíblico
criar “subterfúgios” ou “estratégias” para que as pessoas venham
receber o batismo? O batismo com o Espírito Santo deve ser requisito
para alguém ingressar no ministério? O batismo com o Espírito Santo é
um pré-requisito para se receber os dons espirituais? Por que no
momento de ser batizado surge dúvidas se devemos ou não falar em
línguas? Como eliminar essas dúvidas? Por que atualmente quase não
mais se ver pessoas sendo batizadas com o Espírito Santo? O que devo
fazer para ser batizado com o Espírito Santo? ... No entanto, este
pequeno espaço não permite esclarecer todas estas e outras dúvidas. No
entanto, para fechar o comentário desse último subtópico, gostaria
apenas de refletir a última pergunta acima citado: O que devo fazer
para ser batizado com o Espírito Santo? Inicialmente, é importante
compreender que o recebimento do batismo com o Espírito Santo não está
vinculado a mérito, pois é dom de Deus (At 10.45). Como já falamos,
não há um método nem formula precisa para se alcançar o batismo com o
Espírito Santo. Na prática, tem alcançado esta bênção aqueles que têm
demonstrado ardente desejo e buscam constantemente. Não importa qual
seja a sua denominação, se está frio na fé, ou se está passando por
alguma dificuldade na sua vida espiritual! Pela fé podemos e devemos
buscar o batismo com o Espírito Santo! Jesus disse: “Se alguém tem
sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim como diz as Escrituras rios
de águas viva correrão do seu ventre. E isso, disse Ele do Espírito
Santo, que haviam de receber...” (Jo 7.37-39). Disse ainda Ele: “Pedi,
e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir–ser-vos-á ... Pois
se vós sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto
mais dará o Pai Celestial o Espírito Santo àqueles que Lho pedirem?”
(Lc 11.9-13).

CONCLUSÃO

A igreja do Senhor necessita de um real e poderoso mover do Espírito


Santo nos dias de hoje. Buscar a concretização dessa promessa nos dias
atuais é uma necessidade àqueles que, embora salvos, ainda não
alcançaram. Se estivermos dispostos a pagar o preço e dermos liberdade
ao Espírito Santo, Ele certamente irá operar em nossas vidas da mesma
maneira que operou no passado, ratificando de maneira extraordinária
as promessas divinas e levando-nos a vivenciar um grande despertamento
espiritual. A Bíblia diz: “Convertei-vos pela minha repreensão; eis
que abundantemente derramarei sobre vós o meu Espírito Santo e vos
farei saber as minhas palavras” (Pv 1.23).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

REVISTA BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. Doutrinas Fundamentais da


Igreja de Cristo. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º Trimestre de
2017. Ano 27 n° 105. Lição 05 – A necessidade do batismo com o
Espírito Santo.

BÍBLIA DE ESTUDO MATTHEW HENRY. Português. Tradução Elen Canto, Eliane


Mariano e outros. Editora Central Gospel Ltda. 1ª Edição. Rio de
Janeiro – RJ. 2014.

BÍBLIA DE ESTUDO NVI - Português. Tradução de Nota: Chown, Gordon.


Editora Vida.

REVISTA JOVENS E ADULTOS: Atos dos Apóstolos. Editora Betel – 1º


Trimestre de 2011. Ano 21 n° 78. Rio de Janeiro.
LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. CPAD (Casa Publicadora das
Assembleias de Deus) – 3º Trimestre de 1988.

LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. CPAD (Casa Publicadora das


Assembleias de Deus) – 4º Trimestre de 1989.

LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. CPAD (Casa Publicadora das


Assembleias de Deus) – 1º Trimestre de 1998

LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. CPAD (Casa Publicadora das


Assembleias de Deus) – 1º Trimestre de 2004.

LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. CPAD (Casa Publicadora das


Assembleias de Deus) – 3º Trimestre de 2006.

LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. CPAD (Casa Publicadora das


Assembleias de Deus) – 4º Trimestre de 2007.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS:
A ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS
(Lição 13 – 24 de Dezembro de 2017)

TEXTO ÁUREO
“Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais
ignorantes” (1 Co 12.1).

VERDADE APLICADA
Dom espiritual é a capacitação especial e sobrenatural concedida
à Igreja para cumprir sua missão.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
► APRESENTAR brevemente os dons espirituais, suas funções e como
zelar por eles;
► DISCORRER sobre situações concernentes aos dons;
► MOSTRAR como Deus tem um plano perfeito para a Igreja e como
devemos trabalhar com o dom.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
1 Co 12.1 – Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que
sejais ignorantes.
1 Co 12.7 – Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para
o que for útil.
1 Co 12.11 – Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas,
repartindo particularmente a cada um como quer.
1 Co 12.31 – Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu
vos mostrarei um caminho mais excelente.
1 Co 14.12 – Assim, também vós, como desejais dons espirituais,
procurai abundar neles, para edificação da igreja.

1. OS DONS ESPIRITUAIS E A IGREJA


Os dons espirituais são concedidos pelo Espírito aos membros do
corpo de Cristo, os dons eram indispensáveis no ministério e na
vida da igreja primitiva. DEUS quer que esses dons continuem em
ação na igreja até a volta de Jesus.

1.1. O evangelho chega em Corinto


Corinto ficava bem próxima de Atenas e lá ficava um dos mais
importantes portos da época, o porto de Cencreia. A cidade de
Corinto era cosmopolita, isto é, existiam pessoas de vários países
diferentes, o mundo inteiro estava dentro dela. Era uma cidade
com rota comercial importante e o comércio do mundo passava por
ali. Implantar uma igreja em Corinto era abrir janelas de
evangelização para o mundo, era, também, uma cidade
importantíssima na área dos esportes, devido a isso, atraía gente
do mundo inteiro para a prática esportiva. Não somente isso,
Corinto era uma cidade com muitos deuses e muitos ídolos. Para o
apóstolo Paulo, evangelizar Corinto era um plano estratégico, pois
o evangelho a partir de Corinto poderia se espalhar e alcançar o
mundo inteiro. Em dias de extrema indiferença espiritual,
precisamos vivenciar o avivamento que Paulo experimentou quando
anunciou o evangelho em Corinto, assim, poderemos transformar
vidas e alterarmos destinos eternos, pois o evangelho ainda é o
poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. (Rm 1.16).
1.2. Características da igreja em Corinto
A igreja de Corinto foi fundada pelo apóstolo Paulo em sua segunda
viagem missionária, onde pregou o evangelho de Cristo por um ano
e seis meses (At 18.11), de início, no capítulo um encontramos a
falta de unidade na igreja, havia vários grupos dentro dela,
aqueles que diziam: “Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de
Cefas, e eu, de Cristo”. Então, Paulo pergunta: “Acaso, Cristo
está dividido?” (1 Co 1-13). A igreja de Corinto estava cercada
por problemas, porém, em 1 Coríntios 1.2, o apóstolo Paulo
escreve: “à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados
em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em
todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor
deles e nosso”. Chama-nos a atenção sendo a igreja de Corinto com
tantos problemas, o apóstolo Paulo se referir a ela como sendo “a
igreja de Deus que está em Corinto”, isso nos mostra que a igreja
não foi criada por vontade ou mão humana, por isso até hoje ela
permanece firme como o alicerce da verdade aqui na terra, pois a
natureza da igreja é espiritual e divina. Além de divisões, outras
características negativas rondavam a igreja de Corinto: a igreja
de Corinto era abundante em dons espirituais (l Co 1.7), porém
não eram utilizados de forma equilibrada, visando o crescimento
da obra do Senhor. Os crentes exerciam os dons para demonstrar
níveis de maturidade e de santificação, tornando-se assim, carnais
(I Co 3.1), ignorantes (I Co 12.1) e meninos (I Co 14.20). Coisas
boas também caracterizavam a igreja de Corinto, vejamos: a) Havia
crentes “santificados em Cristo” (I Co 1.2); b) Paulo dava “graças
ao meu Deus” pelos crentes de Corinto, apesar de seus problemas
(I Co 1.4); c) Paulo chama os crentes coríntios de “irmãos”,
apesar de muitos deles, na Segunda Epístola, falarem mal da pessoa
de Paulo e do seu ministério (I Co 1.10.11); d) Os crentes de
Corinto, de um modo geral, com suas fraquezas, defeitos, falhas e
pecados, pertenciam a Cristo, porque foram salvos por Ele (I Co
1.30); e) Os crentes de Corinto melhoraram à medida que o apóstolo
e pai na fé, Paulo, os admoestava biblicamente (I Co 11.2).

1.3. Significado dos dons espirituais


Os dons são dádivas espirituais, concedidas pelo Espírito Santo,
sem que haja merecimento humano, a fim de favorecer a edificação
da igreja. Esses dons, conforme nos instrui o apóstolo Paulo, são
dados para “cada um para o que for útil” (I Co 12.7) e visam à
edificação da igreja (I Co 14.12). Esses dons são espirituais
concedidos de acordo com a vontade do Espírito Santo (I Co 12.
11). A igreja da atualidade também pode usufruir dos dons
espirituais com ordem e decência, segundo a graça que nos é dada
(Rm 12.6-8), até a vinda do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo
(I Co 1.7).
2. A IGREJA E O PROPÓSITO DOS DONS
O propósito dos dons espirituais para a igreja é para que haja
edificação de todos os membros do Corpo, são dádivas divinas
entregues aos seus servos. Em II Timóteo capítulo 3 versículo 1,
lemos que “nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos”, por
isso, precisamos ser cheios do Espírito Santo e procurar com
dedicação os dons espirituais (1Co 12.31).

2.1. A unidade do Corpo de Cristo


A unidade do Corpo de Cristo é produzida pelo Espírito Santo (Ef
4.3), Para mantermos a comunhão entre os irmãos, precisamos
cultivar, uma boa relação de amizade. I Pedro 3.8-9 diz:
“Finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos,
cheios de amor fraternal, misericordiosos, humildes, não
retribuindo mal por mal, nem injúria por injúria; mas, pelo
contrário, bendizendo, porque para isto fostes chamados, a fim de
que recebais bênção por herança”. Diante disso, percebemos que
por meio da união Deus ordena a bênção para sua igreja! Em suma,
a comunhão uns com os outros se desenvolve e prevalece por meio
do esforço comum e da boa vontade de todos. A nossa maior
prioridade deve ser cuidarmos uns dos outros, unir-nos uns aos
outros em amor, isso é mandamento do Senhor (I João 4.11), por
isso, no que depender de nós, devemos cultivar e preservar a
unidade do corpo de Cristo.

2.2. O propósito dos dons espirituais


Os dons são dados por Deus para que a igreja seja edificada,
fortalecida, visam principalmente o compartilhamento entre os
irmãos a fim de suprir a necessidade de cada um. Assim, se um está
doente, aquele que tem o dom de curar orará para que este seja
curado, e assim por diante. Todos serão abençoados, edificados,
exortados e consolados nas diversas manifestações do Espírito
Santo. Os dons espirituais são concedidos pela graça de Deus aos
cristãos para que o mesmo divida com outros essas maravilhosas
bênçãos, tudo movido pelo amor.

2.3. O membro do Corpo e seu papel no ministério dos dons


Na igreja cada membro tem um ministério diante de Deus, cada um
deve servir, e todos devem funcionar (Rm 12:4-8). Os dons variam
conforme a graça recebida e cada um devem concentrar a sua atenção
no seu serviço. Cada um precisa saber perante Deus o que pode e
deve fazer qual o dom o Senhor lhe deu, assim que descobrir, deve
exercer este dom ou função. O Senhor não chama a todos para fazerem
a mesma coisa, nem todos tem a mesma responsabilidade na igreja
(1 Co 12.11,12). O Espírito dá aos membros do corpo de Cristo
ministérios conforme a necessidade do corpo, e o Senhor, sendo a
cabeça, sabe coordenar o corpo. Ele jamais fará do corpo todo um
olho ou um pé, etc. Ele dá ao corpo diferentes tipos de ministérios
para suprir as necessidades da igreja. Qual o meu dom? Qual a
função que Jesus escolheu para eu exercer na igreja? Como eu vou
descobrir? Salmo 25.12 nos orienta: "Ao homem que teme ao Senhor,
Ele o instruirá no caminho que deve escolher."

3. A ATUALIDADE, ABUSOS E ESCLARECIMENTOS


Devemos acreditar na atualidade dos dons como ferramentas
presenteadas por Deus para nos aperfeiçoar a pregarmos sua santa
palavra, que é a revelação de Jesus, para a salvação do pecador
perdido, os dons estão em plena vigência, até porque em Atos 2.39
está escrito que a “promessa vos diz respeito a vós, a vossos
filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso
Senhor, chamar”.

3.1. A atualidade dos dons espirituais


Os dons espirituais são atuais e estão disponíveis para qualquer
cristão ser instrumento de Deus e disposto a expandir o seu reino
e edificar a igreja de Cristo no mundo, não há fórmulas mágicas
para se receber um dom espiritual. Pela sua infinita e amorosa
graça, Deus concede a cada crente lavado e remido pelo sangue de
Jesus a oportunidade de ser instrumento disponível para o mundo e
a igreja de Cristo. Para sermos portadores dos dons, de acordo
com a Bíblia, precisamos rogar ao Pai dons da sua parte, e aguardar
essas promessas em oração, leitura da palavra, e adoração a Deus.
Todos os dons espirituais são necessários e imprescindíveis tanto
para a igreja como para os seus membros em particular, por isso,
devemos buscar na atualidade, os dons espirituais com zelo, pois
eles são uma grandiosa dádiva da graça divina a nossa disposição.
O nosso relacionamento com o Pai precisa ser aperfeiçoado, pois
quando nos aproximamos Dele, Ele se aproxima de nós.

3.2. Tratando os abusos no uso dos dons


Deus criou os dons, e concedeu para sua igreja, a fim de capacitá-
la a cumprir sua missão aqui neste mundo. Os dons são para a
edificação e crescimento do corpo de Cristo e não para divisão na
igreja ou orgulho pessoal. O desconhecimento ou a não utilização
correta dos dons trazem grande prejuízo para a igreja e para a
própria vida cristã daquele que não utiliza os dons da maneira
que Deus quer. Acerca do abuso no uso dos dons, devemos atentar e
saber que é uma falsa ideia imaginar que o possuidor do dom
espiritual seja mais santo ou espiritual que os outros, a
santidade ou espiritualidade de um cristão não se mede pela
manifestação de um dom, o Espírito Santo não depende do mérito da
santidade de ninguém para operar. Os dons pertencem ao Espírito
Santo, e eles não devem ser manipulados por ninguém, e não se pode
atribuir a terceira pessoa da Trindade algo que Ele não inspirou,
e nem autorizou a dizer ou fazer. O Espírito Santo manifesta-se
no coração humilde e sincero, somos para Ele apenas os
instrumentos para a realização de sua obra.

3.3. Outros esclarecimentos


Os dias são maus e o que mais necessitamos é de um relacionamento
profundo com o Espírito (2 Co 13.13), para que Ele siga esvaziando
nossa mente do egoísmo e da falta de amor no trato com as pessoas.
Se dia após dias for batizado ou mergulhado em Sua Pessoa
maravilhosa, manifestaremos ao longo de nossa caminhada cristã o
“fruto” ou qualidades do caráter Dele. Passaremos a ver a religião
como uma oportunidade de nos aproximarmos daquele que é infinito,
de crescermos como pessoas e uma chance para aliviarmos o
sofrimento das pessoas até a volta de Cristo (Tg 1.27). Deixaremos
de lado a racionalização excessiva que levam a criticar qualquer
manifestação de alegria cristã durante os cultos (Fp 4.4).

CONCLUSÃO
Um cristão cheio do Espírito trata as pessoas como Jesus trataria,
e não vai para o extremo do neopentecostalismo moderno, nem para
o extremo do ultraconservadorismo. Então, não fiquemos preocupados
se o dom que estamos usando é um dom que se destaca e que é visto
por todos, mas nos preocupemos em usar o nosso dom, seja ele qual
for, para a honra e glória de Deus e, também, para edificar aqueles
que fazem parte da igreja. Neopentecostalismo moderno: (nova
crença religiosa baseada em atributos espirituais referidos no
Novo Testamento, como, por exemplo, falar línguas estranhas, etc.)
ultraconservadorismo. (Aquele que compartilha de ideologias
tradicionais e conservadoras).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- REVISTA JOVENS E ADULTOS – 4º Trimestre de 2017 (Doutrinas
Fundamentais da Igreja de Cristo.);

- A BÍBLIA DA MULHER: leitura, devocional, estudo. 2ª edição,


Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011.

- HORTON, S. M. - I e II Coríntios - os problemas da igreja e suas


soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. MORRIS, L. I Coríntios:
Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2007.
- AURELIO, O minidicionário da língua portuguesa. 4a edição
revista e ampliada do minidicionário Aurélio. 7ª impressão – Rio
de Janeiro.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS:

A BEM AVENTURADA ESPERANÇA DA IGREJA


(Lição 14 - 31 de dezembro de 2017)

TEXTO ÁUREO

”Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do


grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.” (Tt 2.15).

VERDADE APLICADA

A graça de Deus se manifestou e agora vivemos em novidade de vida,


aguardando o retorno de Cristo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

► FALAR sobre o presente e o futuro da Igreja;

► APRESENTAR os acontecimentos apartir da segunda vinda de Cristo;


► IDENTIFICAR os efeitos da bem-aventurada esperança na Igreja.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Jo 14.3 – E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos


levarei para mimmesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também.
At 1.11 – Os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando
para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há
de vir assim como para o céu o vistes ir.

1 Co 15.52 – Num momento, num abrir e fechar de olhos, antes a última


trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados.

Ap 22.20 – Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho.
Amém! Ora, vem, Senhor Jesus!

INTRODUÇÃO
Pela graça de Deus, chegamos à última lição do trimestre. Neste domingo
finalizando o ciclo de lições de nossa revista. Durante o ano em curso,
nossos alunos desfrutaram de preciosos ensinos da Bíblia, a inerrante
Palavra de Deus. Nesta última lição, o comentarista da revista, Bispo
Abner trata de um tema muito importante para a vida cristã “A Bem-
aventurada esperança da Igreja”. A segunda vinda de Jesus Cristo é a
bendita esperança de todo cristão, incluíndo a ressurreição, (cf. Rm
8.22,23; 1 Co 15.51-58; Fl 3.20-21; 1Ts 4. 13-18). Portanto, firmados
em Deus aguardaremos a maravilhosa volta de Cristo com grande expectativa
e esperança.

1. O PRESENTE E O FUTURO DA IGREJA

Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens,


(Tito 2.11). Somente quem tem esperança é alguém que aguarda, vive no
tempo entre a manifestação da graça em humildade (v. 11) e a aparição
em glória do nosso Senhor Jesus Cristo (v. 13). Manifestação (da graça),
viver e aguardar; observe que esses três verbos determinam o passado, o
presente e futuro. Pela graça de Deus somos fortalecidos em entendimento
e poder para vivermos de acordo com sua vontade e para fazermos o bem,
enquanto aguardamos a vinda de nosso Senhor e Salvador. É a graça que
gera em nós uma viva esperança que anima e beatifica. A manifestação do
Senhor em glória é a essência e o auge da expectativa escatológica que
nos encoraja a dizer: Venha o teu reino… tua é a glória. A santa vontade
divina de amor alcançará seu cumprimento pleno para toda a criação na
aparição do Redentor.

1.1. O presente e a bem-aventurada esperança


A esperança do futuro não é permissão para viver irresponsavelmente no
presente. É verdade que estamos no mundo, mas Jesus não pediu a Deus que
tirasse os cristãos do mundo, pediu que os usasse no mundo. Dessa forma,
não devemos tentar escapar do mundo, nem evitar todos os relacionamentos
com os não cristãos. Enquanto aguardamos a volta de Cristo, devemos
viver de forma digna e honesta. Somos chamados para sermos sal e luz (Mt
5.13-16), e devemos fazer a obra que Deus nos enviou a fazer esperando
com expectativa o dia da vinda do Senhor.

1.2. Identificação da bem-aventurada esperança


A promessa da segunda vinda de Jesus é uma santa e alvissareira mensagem.
Por meio dessa bendita promessa da Igreja, o crente encontra consolo e
alívio em sua peregrinação neste mundo (1 Ts 4.18). O som ruidoso das
intempéries espirituais e morais deste mundo tenebroso não são maiores
do que o alarido celeste que convocará os santos à glória (1 Ts 4.16).
Neste glorioso dia, a incredulidade será vencida pela fé; o medo dará
lugar à esperança e, a morte, será vencida pela vida eterna (1 Co 15.51-
56). “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre
abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no
Senhor” (1 Co 15.58).

1.3. A certeza da bem-aventurada esperança


O início do livro de Atos narra os últimos momentos do Senhor com os
discípulos em Jerusalém. É quando lhes dá as últimas instruções e os
prepara para a missão proclamadora do Evangelho (At 1.8). Enquanto Ele
falava, elevou-se às alturas, perante os discípulos. Nesse momento, os
anjos lhes reacendem a esperança para que jamais se esquecessem do que
Jesus lhes dissera antes (v.11). Assim como outras promessas do Senhor
foram já cumpridas, esta também há de se cumprir na íntegra: Ele voltará
para levar a sua Igreja para o céu (Ap 3.11). Essa mensagem não pode
jamais ser abandonada pela Igreja. A promessa da segunda vinda de Cristo
é, portanto, uma mensagem de grande alegria; quem tem essa esperança não
pode ficar contristado ou atemorizado. Somente os que se acham
despreparados é que têm medo da vinda de Jesus; por isso, abandonam a
vigilância, conforme preconiza a parábola das Dez Virgens (Mt 25.1-13).
Mas o anelo daqueles que permanecem fiéis é a bem-aventurada esperança
de sua vinda (Tt 2.13).

2. ACONTECIMENTOS DA SEGUNDA VINDA


Deus enviou seu Filho ao mundo para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna. (cf Jo 3.16). Jesus mesmo sem pecado
algum sofreu em nosso lugar. Mesmo assim, Jesus, por ser a Palavra de
Deus encarnada, realizou todos aqueles milagres maravilhosos, ensinando
a fé em Deus. Jesus morreu na para que todos nós, através de seu sangue
vertido na cruz, pudéssemos ser feitos filhos de Deus também, tamanho o
amor de Deus por todos nós. Se em sua primeira vinda, Jesus veio para
ser humilhado, levar todos os nossos pecados sobre si e morrer por nós,
em sua segunda vinda, Jesus virá como Rei dos reis e Senhor dos
senhores (Ap 19.16).

2.1. Ressurreição dos que morreram em Cristo

Pelo fato de Jesus Cristo ter ressuscitado, todos os crentes que morreram
em Cristo serão ressuscitados. Todos os cristãos, inclusive aqueles que
estiverem vivos quando Cristo voltar viverão com Ele para sempre. Todos
os crentes que viveram em todas as épocas da história estarão reunidos
na presença do próprio Deus. Assim, como Paulo confortou os
tessalonicenses com a promessa da ressurreição, devemos confortar e
tranquilizar uns aos outros com esta grande esperança. A ressurreição
de Cristo é o centro da mensagem do evangelho. Por Jesus ter
ressuscitado, Ele vive e nos representa diante de Deus. Por ter
ressuscitado e derrotado a morte, sabemos também que seremos ressuscitado
e teremos vida eterna. Glória a Deus. As Escrituras falam de forma clara
com respeito a uma ressurreição, quer seja do crente, quer seja do
incrédulo. Na ressurreição recebemos um novo corpo, eterno e glorificado
(2 Co 5.1). Este corpo “glorificado” ou ressurrecto somente será dado
ao crente quando ocorrer o arrebatamento da Igreja (1 Co 15.52; 1Ts
4.16). Temos nas Escrituras a menção de dois tipos de ressurreição: a
ressurreição para a vida, que também é chamada de primeira ressurreição
(os salvos em Cristo) e a ressurreição para o juízo, também chamada de
segunda ressurreição (os incrédulos). A primeira ressurreição, para a
vida, deverá acontecer na Segunda Vinda de Cristo, no arrebatamento (1
Co 15.23; 1 Ts 4.16,17), sendo que os mártires da tribulação deverão ser
ressuscitados no final da tribulação quando Cristo retornar a esta terra
para inaugurar o milênio, o Seu Reino. Juntamente com eles, os santos
do Velho Testamento deverão ser ressuscitados aqui. Depois de mil anos
haverá a ressurreição para o julgamento, o que nas Escrituras é comumente
chamada de Segunda Ressurreição (Jo 5.29). O apóstolo Paulo afirmou que,
sem a ressurreição de Cristo, a nossa fé seria vã (1 Co 1 5.14,17).

2.2. O arrebatamento da Igreja

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo,
e com a trombeta de DEUS; e os que morreram em CRISTO ressuscitarão
primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados
juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim
estaremos sempre com o Senhor.” (1Ts 4.16,17). O termo “arrebatamento”
deriva da palavra raptus em latim, que significa “arrebatado rapidamente
e com força”. O termo latino raptus equivale a harpazo em grego,
traduzido por “arrebatado” em 4.17. Esse evento, descrito aqui e em (1
Co 15, refere-se à ocasião em que a igreja do Senhor será arrebatada da
terra para encontrar-se com Ele nos ares. O arrebatamento abrange apenas
os salvos em CRISTO. A ressurreição dos “que morreram em CRISTO” ocorrerá
instantes antes do arrebatamento, quando Cristo vier do céu para buscar
a sua igreja. (1 Ts 4.16). Ao mesmo tempo que ocorre a ressurreição dos
mortos em CRISTO, os crentes vivos serão transformados; seus corpos se
revestirão de imortalidade (1Co 15.51,53). Isso acontecerá num instante,
“num abrir e fechar de olhos” (1Co 15.52). Ambos os crentes ressurretos
como os que acabaram de ser transformados serão “arrebatados juntamente”
(4.17) para encontrar-se com CRISTO nos ares, ou seja: na atmosfera
entre a terra e o céu. A esperança de que nosso Salvador logo voltará
para nos tirar do mundo, a fim de estarmos “sempre com o Senhor” (4.17),
é a bem-aventurada esperança de todos os redimidos (Tt 2.13). É fonte
principal de consolo para os crentes que sofrem (4.17,18; 5.10).

2.3. O julgamento divino

Embora a vida eterna seja um dom gratuito, concedido com base na graça
de Deus (Ef 2.8,9), cada um de nós ainda será julgado por Cristo. No dia
do juízo, todos deverão prestar contas do modo como viveram , portanto,
o julgamento divino é uma realidade. Isso ocorrerá na segunda
ressurreição, a parte da ressurreição que trata de incrédulos (Jo 5.29;
Ap 20.5,11-13). A ocasião desta ressurreição dar-se-á mil anos após ter
sido completada a primeira ressurreição, ou logo após o chamado Reino
Milenar de Cristo nesta terra. Concluímos isso da declaração feita por
João de que “os restantes dos mortos não reviveram até que se
completassem os mil anos” (Ap 20.5). Ainda temos mais esclarecimentos
em Ap 20.11,12, onde percebemos que os “mortos” são aqueles que são
mortos espiritualmente, aqueles que não aceitaram a o Senhor Jesus Cristo
como Único e suficiente Senhor e Salvador pessoal de suas vidas. Estes
são todos os mortos ímpios, os incrédulos desde o começo da história da
humanidade até o fim dos tempos. São aqueles que foram deixados, aqueles
que não participaram da primeira ressurreição, nem um sequer irão
escapar. Estes são aqueles que irão receber a ressurreição do juízo ou
a condenação eterna, “banidos da face do Senhor” (2 Ts 1.9). São
vivificados para participar do julgamento eterno. (2 Co 5.10). Porque
todos deverão comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um
receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.
3. EFEITOS DA BEM-AVENTURADA ESPERANÇA
Quem confia em Deus e na sua Palavra é capacitado pelo Espírito Santo
para viver de modo digno, honesto, justo e ter uma vida de pureza. Isso
significa que apesar das provas que enfrentamos, a pessoa que confia em
Deus permanece estabilizada, enquanto aguarda a vinda de nosso Senhor
Jesus. Pois, assim, como o Cristo ama a Noiva e suspira por sua chegada
aos céus, também devemos nós, como o seu corpo místico, almejar por sua
vinda: “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o
Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também
a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8). Você realmente ama a
vinda de Cristo? Em breve Ele voltará. Amém. Ora vem Senhor Jesus!

3.1. Estabilidade cristã


Nossa grande prova na vida cristã é permanecer firme na fé, em meio às
lutas espirituais. Vivemos em um mundo instável e somos instáveis por
natureza. Diante disso, a Bíblia contém mensagens de incentivo e
encorajamento espiritual, a fim de motivar os crentes à estabilidade
cristã. (Cf. Js.1.7-9). O apóstolo Paulo em Filipenses (4.1-9), incentiva
aos leitores a permanecerem firmes na fé. Paulo disse que em virtude da
ressurreição, nada do que fazemos é em vão. Saber que Cristo ganhou a
suprema vitória, pois venceu a morte e ressuscitou, deve afetar o modo
como vivemos hoje. Portanto, não podemos permitir que o desânimo nos
impeçam de fazer a obra do Senhor. “Portanto, meus amados irmãos, sede
firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o
vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Co 15.58).

3.2. Constante purificação

É evidente que todo cristão que deseja ter a vida estabilzada deve ser
sincero e verdadeiro e ter uma vida íntegra, onde seu modo de viver
coaduna com aquilo que prega. Mas para isso acontecer, temos que está
em contante oração e vigilância, buscando sempre a força do Senhor e a
capacitação do Epírito Santo, pois, nós mesmos, somos incapazes de
permanecer firmes, a nossa força e vitória vem do Senhor Jesus que nos
ajuda a vencer todas as tentações e adversidades de nossa caminhada
cristã. Na segunda vinda de JESUS, somente subirão os crentes que
estiverem vigiando e orando em santificação. “Não durmamos, pois, como
os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrios” (1Ts 5.6).

3.2. Constante vigilância

Vigilância e uma vida sóbria são essenciais à vida cristã. Vigiar e orar
foi o conselho que JESUS deixou para seus discípulos, para que estes não
entrassem em tentação. Isso significa que não adianta o crente orar
muito e vigiar pouco. Tendo em vista essa necessidade em todos os
momentos, Paulo recomenda a vigilância como um estado contínuo do crente
que aguarda a volta do Senhor. Paulo adverte que o Senhor voltará de
repente e inesperadamente. Ninguém sabe o dia, nem a hora em que Ele
virá. Por isso, a Bíblia alerta o crente a vigiar. A Igreja está agora
aqui, mas não é daqui. Somos “peregrinos e forasteiros” (1 Pe 2.11).
Então, não devemos nos acostumar com o mundanismo, mas sim preparar-nos
para a vinda do Senhor em oração, vigilância, santidade e sobriedade.
Pelo fato de ninguém saber quando Jesus voltará a terra, devemos estar
prontos a toda hora.

CONCLUSÃO

A gloriosa promessa da segunda vinda de Cristo é a maior esperança da


Igreja. É “a bem-aventurada esperança” de que trata Tito 2.13. Esse tão
aguardado evento significará, para a Igreja, o ápice de sua peregrinação
neste mundo (Mt 16.18). Desde a sua inauguração, no dia de Pentecostes
(At 2.1-4), até o momento presente, os verdadeiros cristãos clamam todos
os dias com santa e bendita expectativa: “Ora, vem, Senhor Jesus!” (Ap
22.20).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Edição Revista e Corrigida, tradução


de João Ferreira de Almeida, CPAD, 2008.

Bíblia de Estudo MacArthur. Edição Revista e Atualizada. Baueri, SP:


SBB, 2013.

Lição Bíblica CPAD. Mestre. 3º trimestre 2005. Tema: Vida Santa até a
volta de Cristo. Lição 10 - A vinda de Jesus e a vigilância do crente.

PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. São Paulo: Editora


Vida, 2006.

Revista do professor: Jovens e Adultos. Doutrinas Fundamentais da Igreja


de Cristo. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º Trimestre de 2017. Ano
27 n° 105. Lição 14 – A bem-aventurada esperança da Igreja.

Ressurreição: Uma Esperança Gloriosa. Pr. Cleverson de Abreu Farias.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

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