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A NECESSIDADE DE SERMOS PACIENTES (Tiago 5:7-11).

A ansiedade é um dos grandes problemas da atualidade (a sua forma mais


comum se manifesta no desejo e/ou na tentativa de controlar coisas que
ainda estão no futuro, e que logicamente está fora de nosso alcance).

Na pratica, esse tipo de ansiedade é uma tentativa de assumir o lugar de


Deus. O que configura-se num pecado do qual devemos nos arrepender.

Mas, esse não é um desafio novo, desde os tempos da igreja primitiva que
os cristãos vem sendo exortados e desafiados a vencer a ansiedade,
principalmente quando estão passando por momentos de sofrimento.

Esse texto alcança esse proposito ao destacar o tema da “paciência”


cristã.
É NECESSÁRIO TERMOS PACIÊNCIA ENQUANTO AGUARDAMOS A VINDA DE
NOSSO SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO.

I. A PACIÊNCIA ESTÁ CONDICIONADA À VINDA DO SENHOR JESUS


(5.7).

É interessante considerar o significado de paciência em comparação com


a perseverança para entendermos esse ponto:

 Perseverança – enfatiza a tensão da espera, significando


prosseguir num objetivo suportando dificuldades e adversidades
até alcançá-lo.
 Paciência – enfatiza o tempo da espera, significando aguardar o
tempo que for necessário, apesar das dificuldades, até a
concretização do objetivo.
É justamente este aspecto do “tempo” que está focalizado no versículo
sete (5.7): “Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor.”

Este “até” condiciona o exercício de nossa paciência durante toda a nossa


vida cristã até que sejamos revestidos da glorificação que Cristo trará
sobre nós no dia de sua volta a este mundo.

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Tiago nos traz uma ilustração da agricultura que deixa o seu ensino ainda
mais prático e claro de se entender.

Ele nos lembra da paciência do lavrador que espera o tempo das


primeiras e das últimas chuvas para colher os seus frutos.

Do mesmo modo, assim com o agricultor que espera com paciência pelo
fruto de sua plantação, nós também que aguardados às bênçãos da
eternidade, devemos esperar com paciência pela vinda de Jesus.

Além da paciência em aguardar o tempo da colheita, essa ilustração


também nos revela a dependência de Deus em esperar que as chuvas
caiam do céu. Pois se Deus não enviar o bom tempo não teremos a
colheita dos frutos.

Essa verdade nos ensina mais uma vez que esperança do crente não se
limita e nem pode depender das coisas desse mundo.

Pelo contrário, devemos exercitar a nossa paciência, em todo o tempo,


independente das adversidades do momento, na esperança de que Deus
é fiel para cumprir todas as suas promessas com a vinda de Jesus.
II. A PACIÊNCIA SE ALIMENTA DA ESPERANÇA NA VINDA DO
SENHOR JESUS (5.8).

A palavra “próxima” no contexto dessa passagem une dois fatores


importantes: o tempo e o espaço aonde as coisas acontecem.

 Tempo: “A vinda do Senhor está próxima” (v.8b) no sentido de


algo que está certo para acontecer em breve.
 Espaço: “A vinda do Senhor está próxima” (v.8b) no sentido de
algo que está certo para acontecer neste mundo e que já
exerce influência na realidade da vida das pessoas.
Em suma, trata-se de um futuro breve com realidades espirituais do
Reino de Cristo que já podem ser vistas e comtempladas agora, mesmo
que ainda parcialmente.

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Por isso, a importância de fortalecer nossos corações na esperança da
vinda do Senhor (v.8a).
Os nossos olhos devem estar sempre voltados para o alto, para o
futuro glorioso que se aproxima, porque, logo-logo o Senhor trará
soluções definitivas para todos os problemas do sofrimento humano
que foram gerados pelo pecado.
Mas, enquanto o Senhor não volta, essa mesma esperança deve
influenciar as nossas atitudes desde já, ainda no presente.
II.1. Manifestemos paciência em nossos relacionamentos fraternos
(5:9).
Nesse versículo nove (5.9), Tiago retoma a exortação anterior, no qual
alerta para não maldizer o irmão e nem antecipar um julgamento que
somente o Senhor pode fazer (ver Tiago 4.11,12).
Aqui vale abrir um parêntese para relembrar que a ordenança de não
julgar o outro não impede a prática da disciplina eclesiástica, a qual
também é ordenada pela Escritura.
Julgar é diferente de aplicar disciplina. O julgamento aplicado por nós é
veneno e mata, mas a disciplina é um santo remédio, amargo, mas que
produz cura. Portanto não façamos confusão entre essas duas práticas.
Quando se falar em julgar, diz respeito a um ato que é próprio do
Senhor, o justo Juiz, que está vindo justamente para fazer isso através
do juízo final.
Cristo vem para julgar os vivos e os mortos e esse juízo vai proferir
uma sentença definitiva, sem possibilidade de ser revogada (vide, credo
apostólico).

Tiago nos alerta: evite fazer mal juízo ou lançar sentenças


condenatórios sobre outro irmão, para que o efeito não seja contrário
e venha o Senhor e nos julgue por tentar usurpar o lugar de Deus.

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Sendo assim, tenhamos mais paciência no trato uns com os outros,
sempre que for necessário ande mais uma ou duas milhas junto com o
seu irmão.
II.2. Sigamos exemplos bíblicos de paciência:
a) A paciência dos profetas:
Os profetas foram homens que andaram com Deus, ouviram a voz de
Deus, falaram em nome de Deus, mas passaram também por grandes
aflições.
Mas, nem por isso, os profetas deixaram de esperar com paciência no
Senhor, mesmo tendo morrido sem ver o cumprimento pleno de suas
profecias em seu próprio tempo.
Isaías não foi ouvido pelo seu povo; Jeremias foi jogado num poço e
maltratado por pregar a verdade. Daniel foi jogado na cova dos leões.
Estêvão foi apedrejado e Paulo foi perseguido e preso várias vezes, até
o seu martírio.
Quando você estiver enfrentando sofrimento, não coloque em dúvida
o amor de Deus, pois pessoas que andaram com Deus como você,
também passaram pelas aflições.
Alegue-se na esperança da volta de Cristo e seja paciente na
tribulação (Rm 12:12)!
b) A paciência dos patriarcas (Jó):
Não sabemos com precisão em que tempo viveu Jó, os estudiosos o
consideram como um homem do período patriarcal.
O que sabemos de fato é que era um homem íntegro, que temia a
Deus e se afastava do mal (Jó 1.1).
Jó foi um dos personagens bíblicos mais provados e afligidos pelo
sofrimento. Jó perdeu todos os seus bens, perdeu todos os seus filhos,
perdeu a sua saúde (Jó 1.22; 2.10), Jó perdeu o apoio da sua mulher, Jó
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perdeu o apoio dos seus amigos. E, para agravar os seus sofrimentos,
Deus não respondia aos seus “porquês”.
Mas, mesmo em meio ao seu terrível sofrimento, ele disse para Deus:
“Eu sei que o meu Redentor vive...” (Jó 19.25).
Resultado: No final do livro de Jó, podemos ver que Deus restaura a
sorte de Jó, restituindo tudo que foi perdido.
Jó nos dá testemunho de que Deus deu a ele muito mais do que
possuía antes, Jó esperou pacientemente no Senhor e Deus revelou a
ele a glória de seu caráter “Eu te conhecia só de ouvir, agora os meus
olhos de veem” Jó 42.5.
O exemplo dos profetas e do patriarca Jó destaca o caráter de Deus,
como digno de confiança. Todos eles esperaram com paciência e
experimentaram as bênçãos da graça do Senhor.
Mantenha sua fé firme no Senhor e espere com paciência, pois ele
haverá de se manifestar a nós como um Deus cheio de bondade e
misericórdia (Tiago 5.11).
Conclusão:
A perspectiva futura da vinda do Senhor deve produzir resultados
práticos na vida dos cristãos ainda no presente.

 Rejeite a ansiedade, não tente assumir o lugar de Deus, confie e


espere a solução do Senhor.
 Tenha paciência uns com os outros, não desista da comunhão
da igreja por nada, se você feriu ou foi ferido por alguém, a
única solução é o perdão.
 Tenha paciência na tribulação. O Senhor está perto de nós e em
breve voltará!

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