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Texto: João 20: 1-10

DOS ESPINHOS À COROA: A necessidade da ressurreição de Cristo

Assim como os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, o Evangelho de João também nos fala
com particularidade da morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Todos eles são enfáticos em anunciar que Cristo morreu pelos nossos pecados, mas e quanto a
ressurreição, qual foi o seu proposito dentro do plano de Deus?

De acordo com este relato que lemos em João,

É necessário compreender, conforme a Escritura, a necessidade da ressurreição de Jesus.

Qual é a necessidade prática da ressurreição de Jesus para nós?

I. GLORIFICAÇÃO DE JESUS (Atos 2:32, 33, 36).

O resultado final do estado de humilhação de Jesus até a sua morte na cruz foi a sua
ressurreição dentre os mortos.

E esta ressurreição não foi apenas um “reviver” como foi o caso de Lázaro (João 11:1-44) e
outros que foram ressuscitados por Jesus. Pois se fosse assim, Jesus continuaria sujeito à
fraqueza e ao processo de envelhecimento e, certamente, morreria de novo como todos os
outros seres humanos.

A ressurreição de Jesus foi a estreia de uma nova classe de vida humana, na qual o seu corpo
físico foi gloriosamente transformado e revestido de perfeição.

O corpo da ressurreição de Jesus não estava mais sujeito ao envelhecimento, fraqueza e morte.
Trata-se de um corpo habilitado para viver para sempre na eternidade.

Jesus é chamado de “o primogênito de entre os mortos” (Cl 1.18) porque ele foi o primeiro a
ressuscitar em glória e a receber um corpo glorificado.

A ressurreição de Jesus se fez necessária para que o resultado consequente de sua justiça e
retidão fosse declarado e então ele pudesse passar do estado de humilhação para o estado de
glorificação.

A passagem do capítulo 2 Filipenses resume essa transição de humilhação para exaltação de


uma forma muita clara.

Logo depois de apresentar o ápice da auto humilhação por sua morte na cruz Paulo declara
como resultado em Fp 2.9-11 que: “também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que
está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e
debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus pai”.

Percebam que trata-se de uma questão de legalidade judicial. A exaltação de Jesus,


promulgada por sua ressurreição em glória, deve ser considerada como resultado judicial de
sua perfeita obediência enquanto esteve no estado de auto humilhação aqui na terra.

Como nosso mediador e substituto legal, Cristo satisfez as exigências da lei de Deus (em todos
os seus aspectos: moral, civil e cerimonial):

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1) Por sua vida de perfeita obediência, Cristo satisfez as exigências da lei de Deus e,
tornou-se merecedor e digno da vida eterna;
2) Por sua entrega voluntária à morte, Cristo cumpriu a penalidade de nossos pecados.
O morte não podia retê-lo (Atos 2.24), porque de acordo com a justiça de Deus, Jesus tinha que
ser ressuscitado para que fosse declarada a sua justificação pela lei e ele pudesse receber
publicamente a sua devida recompensa e glorificação.

II. GLORIFICAÇÃO DOS CRENTES.

No contexto de Filipenses 2, é notável que Paulo mencione a exaltação de Cristo numa


passagem que se concentra na nossa necessidade de nos auto humilharmos.

Evidentemente, Paulo está dizendo que, se seguirmos Cristo humilhando-nos a nós mesmos,
Deus nos exaltará juntamente com Jesus.

A grande benção de seguir a Jesus (em seu exemplo de servo) é que, assim como ele foi
exaltado, nós também o seremos:

“humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos
exalte” (1Pe 5:6).

Até que a nossa glorificação com Cristo seja plenamente realizada (na segunda volta de Cristo),
existe algumas etapas que se antecedem:

II.1. REGENERADOS.

A ressurreição de Cristo garante nossa regeneração: Pedro diz que "por Sua grande
misericórdia, nos regenerou pela ressurreição de Jesus Cristo, por isso temos uma viva
esperança" (1 Pedro 1:3).

Pedro liga a ressurreição de Jesus diretamente com a nossa regeneração ou novo nascimento.

Em sua ressurreição, Jesus conquistou para nós uma vida nova como a sua.

No entanto, nós não recebemos toda a "vida de ressurreição" quando nos tornamos cristãos,
porque os nossos corpos ainda permanecem sob os efeitos do pecado, sujeito à fraqueza,
envelhecimento e morte.

Mas os nossos espíritos estão vivos pelo poder da ressurreição de Jesus.

Por isso, é através da Sua ressurreição que Jesus conquistou para nós um novo tipo de vida que
recebemos quando "nascemos de novo" pela fé em Cristo.

É por isso que Paulo pode dizer que Deus "nos deu vida com Cristo, quando ainda estávamos
mortos em nossos delitos"(Ef 2:1).

Também em Efésios 1:19-20, Paulo diz que o poder pelo qual Deus ressuscitou Cristo dentre os
mortos é o mesmo poder que está operando dentro de nós.

Para que vivamos uma vida nova de santificação, como mortos para o pecado e vivos para Deus
em Cristo Jesus "(Romanos 6:4, 11).

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II.2. JUSTIFICADOS.

A ressurreição de Cristo garante a nossa justificação. Paulo diz que Jesus "foi entregue à
morte por nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação" (Romanos 4:25).

A ressurreição de Cristo nos certifica da efetividade do perdão de Deus sobre os nossos


pecados.

Ao ressuscitar e exaltar a Cristo, Deus, o Pai, estava na verdade dizendo que o sacrifício de
Cristo por nossos pecados foi aprovado por sua justiça.

A tarefa foi cumprida, não havia mais nenhuma penalidade para pagar pelo pecado, já não
havia mais culpa ou dívida para ser paga.

Uma vez que estamos unidos a Cristo em sua ressurreição, somos efetivamente recebidos
como justos e inculpáveis diante de Deus.

Conforme Rm 5.1, estamos liberados para acessar sua presença em paz e podemos desfrutar
da comunhão como o Senhor.

II.3. SANTIFICADOS.

A ressurreição também tem aplicação em nossa obediência a Deus nesta vida. Depois de uma
longa reflexão sobre a ressurreição, Paulo conclui encorajando seus leitores:

"Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do
Senhor, sabendo que o vosso trabalho no Senhor não é em vão "(1 Cor. 15:58).

É porque Cristo ressuscitou dos mortos, devemos nos sentir encorajados para continuar firmes
na obra do Senhor.

Porque Cristo ressuscitou, devemos redirecionar nossas mentes nas coisas do céu:

Ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à
mão direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas coisas da terra, porque vós morrestes
e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, aparecer,
então também vós vos manifestareis com ele em glória. (Col 3:1-4).

Devemos usar o poder da ressurreição de Cristo que opera em nós pelo Espirito Santo para
neutralizar a influência do pecado em nossas vidas.

De modo que possamos de fato viver em novidade de vida, para a glória de Deus nosso Pai.

III. CONCLUSÃO:

Ao entendermos a necessidade da ressurreição de Jesus conforme as Escrituras, percebemos


que existe uma transição necessária da coroa de espinhos para a coroa de glória.

Depois da nossa regeneração, justificação e santificação, todos nós, os fiéis e sinceros crentes
no Senhor Jesus, serão plenamente glorificados.

A ressurreição de Cristo nos assegura que também receberemos corpos perfeitos e glorificados
a semelhança do corpo de Cristo.

"Pelo seu poder Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará" (1 Coríntios 6:14).

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