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BACHAREL

LIVRE EM
TEOLOGIA
SOTERIOLOGIA
• Definição de Termos
• O propósito da salvação
• O alcance da salvação
• Consequências da morte de Cristo
ESQUEMA • A morte de Cristo foi uma substituição pelo pecado

DESTA AULA •
A morte de Cristo ofereceu a redenção pelo pecado
A morte de Cristo efetuou a reconciliação
• A morte de Cristo oferece a propiciação
• A morte de Cristo julgou a natureza pecaminosa
• A morte de Cristo oferece a base para a purificação do pecado do crente
O termo soteriologia deriva de duas palavras gregas: soteria e
logos. A primeira significa “salvação, livramento” enquanto a
segunda significa “discurso, palavra ou doutrina”. Sendo assim, o
termo soteriologia é conhecido como A DOUTRINA DA SALVAÇÃO.

Nesta matéria estudaremos o plano de Deus para a salvação


espiritual do homem, que só tem significado quando o ser humano
DEFINIÇÃO
reconhece sua situação espiritual, ou seja, sua alienação de seu DE TERMOS
Criador.

Para acabar com esse abismo que foi criado pelo primeiro pecado
cometido, o Senhor planejou e proveu um meio de fuga da
condenação do pecado.
O propósito da salvação
Para falar de propósito da salvação precisamos,
primeiro, entender quem necessita de salvação e
por que necessita desta. A palavra de Deus nos diz
que o homem, depois de pecar, se tornou um ser
totalmente depravado, alienado da glória de Deus
e destinado ao castigo eterno. Dessa forma, a raiz
do problema espiritual do homem se encontra na
sua própria natureza caída. Desde o nascimento
até a morte, o homem se encontra em inimizade
com seu Criador.
Não há homem algum que, por seu próprio mérito, consiga
se salvar, uma vez que todos são inescusáveis diante de
Deus, como escreveu o apóstolo Paulo em Romanos 3:10
“Não há homem justo, não há um sequer”.

Por melhor que sejamos, as Escrituras dizem que “todos nós


éramos como pessoas impuras, e as nossas boas ações
como um pano imundo. Murchamos todos como folhas que
secam, as nossas transgressões nos levam como o vento”
(Isaías 64:5).

Portanto, o propósito de Deus é salvar todos os homens,


porém muitos não querem se submeter aos conselhos de
Deus. Dessa forma temos duas classes de pessoas: os que
obedecem e os desobedientes.
A obediência é abençoada, pois ela glorifica a Deus (Romanos
4:20-21). A obediência desejada é entendida tanto antes do
pecado (Gênesis 2:16-17) quanto depois (Deuteronômio 10:12-
13). Pela obediência à Sua palavra, Deus é glorificado. Essa
observação contínua é o dever de todo homem (Eclesiastes
12:13).

A desobediência à Lei de Deus é pecado (1João 3:4; 5:17) e


provoca a separação eterna da presença de Deus (Gênesis 2:17;
Romanos 6:23). O pecado é uma abominação tamanha
justamente por não intentar dar glória ao único Deus (Números
20:12-13; 27:14; Deuteronômio 32:51).

Desde o início Deus requer uma obediência explícita. Essa


obediência desejada tem o fim de glorifica-Lo.
A maldição no jardim do Éden (Gênesis 3:14-19; 22-24) foi
expressa em razão de o homem não colocar o desejo de Deus
em primeiro lugar (Gênesis 2:17; 3:6).

A destruição da terra pela água nos dias de Noé (Gênesis 6:5-7)


foi anunciada sobre todos os homens por estes servirem à
carne e, por isso, não glorificarem a Deus (Mateus 24:38) .

A história bíblica mostra o povo de Deus sendo castigado,


repetidas vezes – um castigo que perdura até hoje, por uma
razão maior: adorar outros deuses (Jeremias 44:1-10). A
condição natural do homem – a de não ter temor a Deus
diante de seus olhos – é abominável diante de Deus (Romanos
3:18).

A condenação final do homem ímpio será simplesmente em


função de este não ter Deus nas suas cogitações (Salmo 10:4).
A salvação de Jesus é para todo mundo. Ele convida qualquer um
que estiver espiritualmente sedento e aproximar-se e receber a
salvação, conforme está escrito: “E o Espírito e a esposa dizem:
Vem! E quem ouve diga: Vem! Que o sedento venha, e quem o
deseja receba gratuitamente água da vida” (Apocalipse 22:17).

A Bíblia é clara em nos dizer que o sacrifício perfeito de Jesus Cristo


alcançou todos os habitantes da terra, como se pode observar em
O ALCANCE
1João 2:2: “E ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados e não
somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo”.
DA SALVAÇÃO
Apesar de Jesus ter disso morto pelos pecados do mundo inteiro,
nem todos aceitam o sacrifício vicário realizado na cruz. Desse
modo, apesar de a salvação estar à disposição de toda a
humanidade, de forma experimental ela se aplica exclusivamente
àqueles que creem.
Consequências da morte
de Cristo

A salvação é algo ligado à vida, morte e


ressurreição de Jesus Cristo. Assim, várias foram as
consequências que a morte de Cristo gerou:
substituição, redenção, reconciliação, propiciação,
julgamento e purificação.

Veremos a seguir cada uma delas, de forma


detalhada.
Há muitas facetas no significado da morte de Cristo, mas a principal –
sem a qual as demais não teriam qualquer significado eterno – é a
substituição. Isso significa simplesmente que Cristo morreu no lugar dos
pecadores. O uso da preposição grega anti claramente ensina isso, pois
significa “em lugar de”. Essa preposição é usada numa passagem que
oferece a interpretação do próprio Senhor Jesus Cristo sobre a Sua
morte: “Desse modo, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas
A morte de para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mateus 20:28;
Marcos 10:45).
Cristo foi uma Sua morte, disse Ele, seria um pagamento em lugar de muitos. Outra
substituição preposição grega, huper, é usada também no Novo Testamento e tem
dois significados: às vezes significa “em benefício de” e, em outros
pelo pecado momentos, “em lugar de”. É claro que a morte de Cristo foi ao mesmo
tempo em nosso lugar e em nosso benefício, e não há razão pela qual o
termo huper não possa incluir ambas as ideias ao ser usado em relação
ao assunto (2Coríntios 5:21 e 1Pedro 3:18).
A expiação de Cristo é o cerne do cristianismo; é a marca distintiva da
religião cristã. Assim, podemos dizer que o cristianismo é
exclusivamente uma religião de redenção.
A doutrina da redenção é edificada sobre três significados para a palavra
redenção no Novo Testamento. O primeiro é redimir, que significa
“compensar, ressarcir, reparar, expiar etc. É usada com sentido
cotidiano, comum, na parábola do tesouro escondido no campo, que
motivou o homem a comprar (redimir) o campo (Mateus 13:44). Em
relação à nossa salvação, a palavra significa “pagar o preço que nosso
pecado exigiu para que pudéssemos ser redimidos”.
A morte de O segundo significado é comprar, da mesma raiz da palavra anterior,
prefixada por uma preposição que intensifica o sentido. Em português
Cristo ofereceu significa adquirir, pagando, conseguir com muito esforço. Assim a ideia
dessa segunda palavra é que a morte de Cristo, além de pagar o preço
a redenção do do pecado, retirou-nos do mercado de escravos do pecado (como José,
quando vendido por seus irmãos e comprado por Potifar).
pecado O terceiro significado para redenção é soltar, e isso significa que a
pessoa resgatada é libertada no sentido mais completo da palavra. O
meio pelo qual essa libertação é obtida é a substituição realizada por
Cristo; sua base é o Sangue de Cristo (Hebreus 9:12); o seu resultado é a
purificação de um povo zeloso e de boas obras (Tito 2:14). Assim, a
doutrina da redenção significa que, devido ao derramamento do sangue
de Cristo, os crentes foram comprados, libertos da escravidão e postos
em plena liberdade.
Um dos significados da palavra reconciliar é “estabelecer a paz, a
harmonia entre; consagrar”. A reconciliação efetuada pela morte de
Cristo significa que o estado de alienação em relação a Deus em que
A morte de o homem vive foi mudado, de modo que ele agora pode ser
reconciliado com Deus, como escreveu o apóstolo Paulo: “Pois era
Cristo efetuou Deus que em Cristo reconciliava o mundo consigo, não imputando
aos homens as suas faltas e colocando em nós a palavra da
a reconciliação reconciliação” (2Coríntios 5:19).
Quando o homem crê, seu antigo estado de alienação é mudado e
ele se torna membro da família de Deus.
Propiciar significa “apaziguar; satisfazer; tornar propício; favorável”.
Esse significado naturalmente levanta a seguinte questão: Por que a
divindade precisa ser apaziguada? A resposta bíblica a essa pergunta é
simplesmente que o verdadeiro Deus está irado com a humanidade em
razão de seu pecado. O tema da ira de Deus aparece frequentemente na
Bíblia. Ira não é apenas o desdobramento impessoal e inevitável da lei
da causa e efeito, mas é também a intervenção pessoal de Deus na vida
da humanidade (Romanos 1:18; Efésios 5:6).
A morte de A morte de Cristo propiciou a Deus, extinguindo Sua ira e permitindo
que Ele recebesse em Sua família aqueles que colocam sua fé naquele
que O satisfez, a saber, Jesus Cristo. A extensão da sua obra
Cristo oferece propiciatória de Cristo é universal, e a base da propiciação é o Seu
sangue derramado (Romanos 3:25).
a propiciação Pelo fato de Cristo ter morrido pelo pecado, Deus está satisfeito.
Portanto, não devemos sem precisamos pedir a alguém que faça
alguma coisa para satisfazê-Lo. Isso significaria tentar apaziguar
alguém que já está apaziguado, algo totalmente desnecessário. Antes
da Cruz, o indivíduo não podia ter certeza de que Deus ficaria satisfeito
com a oferta que Lhe trouxera. É por isso que o publicano orou: “Ó
Deus, tem misericórdia de mim, pecado!” (Lucas 18:13). Hoje, tal oração
seria desnecessária, pois Deus já foi propiciado pela morte de Seu Filho
Jesus Cristo.
A morte de Cristo nos trouxe outro benefício importantíssimo ao
tornar inoperante o poder dominador de nossa natureza
pecaminosa, como disse o apóstolo Paulo em Romanos 6:1-7.
Embora esse conceito não seja fácil de entender, Paulo diz que
nossa união com Cristo pelo batismo envolve participar de sua
morte, de modo que estamos mortos para o pecado. A ideia de
A morte de morte, tão proeminente nessa passagem, não significa extinguir ou
cessar, mas, como sempre na Bíblia, separar, afastar.
Cristo julgou a A crucificação do cristão com Cristo significa a separação do
domínio do pecado sobre a sua vida. A pergunta “devemos
natureza permanecer no pecado?” é respondida com um enfático “não”, com
base em nossa morte com Cristo. Isso “destruiu” o corpo do pecado.
pecaminosa “Destruir” não significa “aniquilar”, pois, se o fizesse, a natureza
pecaminosa seria erradicada, um fato que nossa experiência
dificilmente comprovaria! Significa, isto sim, tornar ineficaz a
natureza pecaminosa. O cristão está livre, portanto, para viver uma
vida agradável a Deus. Embora ainda seja possível ouvir e seguir as
sugestões do pecado, nunca será possível ao pecado reconquistar o
domínio e o controle que possuía antes da conversão.
A morte de O sangue (a morte) de Cristo é a base de nossa purificação cotidiana
Cristo oferece do pecado, como disse o apóstolo João: “Mas se caminhamos na luz
como ele está na luz, estamos em comunhão uns com os outros, e o
a base para a sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1João 1:7).

purificação do Significa que o sacrifício definitivo de nosso Senhor oferece


purificação constante ao crente quando pecar. Nossa posição de
pecado do membros da família de Deus é mantida por Sua morte; nossa
comunhão familiar é restaurada pela confissão do pecado.
crente
Obrigado
pastor@carloribas.com.br

Referência bibliográfica:
Teologia Sistemática – Editora Intersaberes

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