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APOSTILA EM 4 MÓDULOS
SUMÁRIO
Introdução....................................................................................................................3
2. Evangelização e Discipulado.........................................................................................8
Anexos........................................................................................................................24
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Introdução
Disponibilizamos este material com o intuito de instrumentalizar igrejas locais para que seus
membros possam engajar-se no trabalho evangelístico. São quarto artigos escritos por três
componentes do blog Electus. Por fim, há um anexo que contém uma breve explicação do
evangelho, definições importantes e um esboço para que cristãos comuns possam
evangelizar utilizando o modelo Deus-Homem-Cristo-Resposta-Custo.
Desejamos que o SENHOR abençoe a todos que utilizarem estes textos em suas igrejas e
oramos para que os seus membros sejam edificados e estimulados para que compartilhem
as boas novas, fazendo o trabalho de Deus segundo Ele determina.
1. Teologia da Evangelização
Introdução
Ao examinarmos ainda que rapidamente o assunto evangelização – pelo prisma mais popular
– notamos que comumente algumas frases prontas são utilizadas como:
Essa é nossa base inicial para que compreendamos qual a posição do homem na
evangelização e qual a posição de Deus na salvação de pecadores. Notemos que o homem
não é o personagem principal no drama da salvação, mas Deus é. Por isso chamamos a
evangelização bíblica de Teocêntrica e não de Antropocêntrica, a evangelização bíblica tem
5
Deus no centro e não o homem. Visto que o homem quebrou esse pacto de obras, o próprio
Deus providenciou outro pacto para a salvação do homem caído vejamos:
Isso nos dá a base para afirmar que todo homem que não creu no Filho de Deus como seu
suficiente salvador está debaixo do pacto de obras, mas ele não pode cumpri-lo porque está
caído, está irredimido, destituído da glória de Deus como nos diz o Texto Sagrado: “...pois
todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3.23-NVI). O fato de o
homem não cumprir o pacto de obras o condena, porque a lei exige dele esse cumprimento.
Vejamos: “Pois quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se
culpado de quebrá-la inteiramente” (Tiago 2.10 – NVI). Fica claro que o homem por si
mesmo não pode ir a Deus sem que seja trazido pelo próprio Deus.
Entendido o fato que Deus é supremo na tarefa evangelizadora da Igreja, reconhecemos que
Deus é o Autor da Evangelização. A maior tarefa da Igreja é glorificar a Deus entre todos os
povos e a evangelização é um meio para que isso aconteça. É importante frisarmos que a
evangelização está no decreto eterno de Deus, e chamamos isso na teologia de Pactum
Salutis ou Aliança da Redenção como nos diz R.B. Kuiper:
pecadores à fé. Vejamos o que diz Romanos 10.17: “E, assim, a fé vem pela pregação, e a
pregação, pela palavra de Cristo”.
A pregação é o meio pelo qual o pecador é levado à fé pelo Espírito Santo. Essa é uma
verdade vital do Cristianismo bíblico.
O Breve Catecismo de Westminster nos diz em sua primeira pergunta: “Qual é o fim principal
do homem?” Eis a resposta: “O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para
sempre” [5].
Ao evangelizarmos não cumprimos somente uma ordem divina, mas, devemos pregar ao
mundo caído porque amamos a Deus e queremos proclamá-lo em todas as nações. Vejamos
o que nos diz o salmista no Salmo 67:
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe, e faça resplandecer o seu rosto sobre
nós, para que sejam conhecidos na terra os teus caminhos, e a tua salvação entre todas as
nações. Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos. Exultem e cantem de
alegria as nações, pois governas os povos com justiça e guias as nações na terra. Louvem-te
os povos, ó Deus; louvem-te todos os povos. Que a terra dê a sua colheita, e Deus, o nosso
Deus, nos abençoe! Que Deus nos abençoe, e o temam todos os confins da terra.
Fomos comissionados a glorificar a Deus entre todas as nações, render-lhe louvor entre
todos os povos línguas e nações. O livro do Apocalipse nos mostra vários cânticos de louvor
a glória da graça do Deus salvador e redentor, no capítulo 15, versos 3 e 4 nós lemos:
Diz o teólogo J.I. Packer – Glorificamos a Deus pela evangelização não somente porque a
evangelização é um ato de obediência, mas também porque na evangelização contamos a
todo o mundo quão grandes obras poderosas da graça de Deus se tornam conhecidas, ele é
glorificado [6].
Conclusão
Marcos 16.15
******
Notas:
[1] CFW, cap. 7.1. Jó 9.32-33; Sal. 113. 5-6; At 17.24-25; Lc 17.10.
[2] CFW, cap.7.2. Gal. 3.12; Rom. 5.12-14 e 10.5; Gen. 2.17; Gal. 3.10.
[3] CFW, cap. 7.3. Gal, 3.21; Rom. 3.20-21 e 8.3; Isa. 42.6; Gen. 3.15; Mat. 28.18-20; Jo
3.16; Rom. 1.16-17 e 10.6-9; At. 13.48; Ezeq. 36.26-27; Jo. 6.37, 44,45; Lc. 11.13; Gal.
3.14.
[4] Kuiper. R.B. Evangelização Teocêntrica, Ed. PES, 2ª edição, 2013, p.9.
[5] Breve Catecismo de Westminster – Referências: Rom. 11.36; 1 Co 10.31; Sal 73.25-26;
Is 43.7; Rom.14.7-8; Ef. 1.5-6; Is. 60.21; Is. 61.3.
[6] Packer, J.I. Evangelização e a Soberania de Deus, Ed. Cultura Cristã, 2ª edição, 2011,
p.89.
[7] CFW, cap. 35.2. Jo 3.16 e 14.6; At 4.12; 1 Jo 5.12; Mc. 16.15; Ef. 2.4,8,9.
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2. Evangelização e Discipulado
Introdução
Antes de tudo, é importante saber a definição bíblica sobre o que é evangelização e o que é
discipulado. Temos visto muitos usarem esses termos de forma pragmática. Inclusive a
forma como isso tem sido feito é estranho à Escritura. A evangelização pós-moderna é
enfraquecida, mecânica e com rótulos atraentes. Atraem, porém de uma maneira deformada
- ao invés de transformar ou reformar a criatura. O sentido genuíno das cinco perspectivas
da grande comissão está se perdendo por tantos métodos e estratégias evangelizadoras. Em
poucas palavras, poderíamos dizer que: Evangelização é tornar conforme o Evangelho.
Então, o que é o evangelho? Esta palavra grega aqui referida, euaggélion, está registrada
124 vezes no Novo Testamento. Portanto, a Bíblia é um livro evangelístico. Nosso Deus é um
Deus evangelístico. De forma pontual e breve, evangelho significa boas novas de salvação.
Paulo declara ser o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Romanos 1.16). O
evangelho é Cristo, e pode ser explicado através de toda a Escritura - Criação, Queda e
Redenção.
Vejamos como diz o livro A Tocha dos Puritanos do Joel Beeke [1], "A tocha da
evangelização foi acesa originalmente, no Velho Testamento. Acesa pelo próprio Deus na
primeira promessa messiânica que Ele deu a Adão e Eva, lá no Éden (Gn 3.15)". A
evangelização bíblica está fundamenta na soberania divina, dessa forma Deus demonstra
que tem os meios para levar avante este projeto evangelístico. De acordo com a Escritura,
os meios seriam o discipulado, "fazei discípulos de todas as nações (Mt 28.19). Escolhendo
João Batista para transpor a tocha da evangelização à era do Novo Testamento, quando
Jesus ressurge dos mortos, comissionando seus discípulos para um grande desafio que
assegura seu sucesso (Mt 28.18).
Diante das boas novas (evangelho) da grande notícia de salvação, a pergunta é: o que é
evangelizar? "É tornar essas boas novas conhecidas, isto é, fazer Deus conhecido para que
os homens possam adorá-Lo", palavras de Tom Wells. O ato de evangelizar procede de alvos
atingidos pela evangelização. Só quem pode evangelizar é quem já foi evangelizado.
Evangelizar significa pregar a Cristo e esse crucificado, proclamar as boas novas através do
ensino de tudo que Jesus ordenou. Existe um alvo na evangelização. Esse alvo é a glória de
Deus. Como então devo evangelizar? A resposta está na Bíblia. Temos o exemplo do próprio
Cristo e dos apóstolos: devemos evangelizar através da proclamação e ensino. Em João
temos a perspectiva da grande comissão, de uma forma bem peculiar: “Novamente Jesus
disse: “Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio”. João 20.21.
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Verdadeiros discípulos são pequenos cristos cumprindo o envio para que o cordeiro que foi
morto receba a recompensa do seu sacrifício. Na Escritura encontramos a forma perfeita, a
motivação necessária e a certeza que essa missão está segura e consumada (Mt 28.18).
Digo consumada pelo fato soberano de quem dirige a evangelização: o próprio Deus. Ele é o
autor da grande comissão.
John Piper há muito tempo vem repetindo a máxima: "Missões não são o alvo final da Igreja.
A adoração é. Missões existem porque a adoração não existe. A adoração é o grande alvo,
não missões, porque Deus é o propósito final, não o homem". Precisamos entender que
evangelização deve produzir a glória de Deus, o fim último não pode nem deve ser o homem
em si mesmo. Tudo deve apontar para Deus, pois tudo é para Ele (Romanos 11.36). De fato,
é necessário entender a perspectiva bíblica sobre evangelismo, devido ao grande engodo que
é feito desses termos. Precisamos entender e definir a evangelização fundamentada na
soberania de Deus.
O que é evangelismo?
Uma frase muito conhecida do grande pregador Charles H. Spurgeon sobre evangelização diz
que evangelizar é o mesmo que "um mendigo contando a outro mendigo onde encontrar
pão". Deslocando a ênfase do mensageiro para o pão, a parte mais importante.
Evangelização ocorre através do relacionamento. Se não há relacionamentos, então como
podemos evangelizar? O que falamos deve ser comprovado na nossa própria vida, o
testemunho confirma a mensagem do pregador. A grande questão é que devemos ensinar
tudo o que Jesus ordenou, como fazer isso se não for através do discipulado? Podemos
refletir que se você nunca discipulou, você nunca evangelizou. Nas palavras do Joel Beeke
[2]:
O que é discipulado?
O meio pelo qual cumprimos a grande comissão. "Evangelizar com uma missão e ter a
missão de evangelizar", José Bernardo [4]. Podemos afirmar que discipulado é o ensino fiel
das Escrituras, com o propósito de fortalecer pequenos cristos, isto é, cristãos.
É uma ordem, ou seja, um mandamento. Todo o cristão deve pregar todo o evangelho, em
todo lugar a toda criatura. Não há exceções, todos os que são chamados por Deus
evangelizam. A grande comissão foi uma ordem para discípulos e só os discípulos cumprirão
essa comissão. Como disse nosso grande teólogo missionário Charles H. Spurgeon: "Todo
cristão ou é um missionário ou um impostor". Podemos usar os quatro "todos", segundo o
missionário e pastor José Bernardo, para entender melhor: "TODOS os cristãos, pregando
TODO o evangelho, a TODA criatura e em TODO lugar”. Não é um convite aos cristãos e
sim uma ordem. Devemos realizar o cumprimento dessa ordem em todos os lugares onde
existir um pecador. Cumprindo com excelência e temor, ensinando tudo o que Jesus ordenou
(Mt 28.20). A todos que o Senhor trouxer (Jo 6.44), sem fazer assim acepção de pessoas (Tg
2.9).
Mt 28.18-20.
No verso 18 Jesus se aproxima e declara que toda a autoridade, ou seja έξουσια - poder, foi
dado a Ele no céu e na terra. Cristo, após sua humilhação e sofrimento, declara a missão
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possível e segura. A autoridade que Cristo recebe deve ser nossa motivação para a obra da
evangelização. A garantia que fortalece nossa convicção como discípulos é que o Senhor tem
nos céus e na terra autoridade e poder sobre tudo e todos. No verso 19, a palavra "portanto"
faz a ligação, como querendo dizer: portanto, por conta disso... “Ide!” É necessário entender
que isso é uma necessidade a ser cumprida para que a ordem principal seja satisfeita. A
palavra "ide" - πορευθεντες, é um particípio aoristo passivo e algo que devemos
compreender é: que quem vai sofre a ação de quem tem todo o poder no céu e na terra.
Certamente nesse ponto é necessário cautela e boa teologia bíblica. A discursão tem sido a
causa de uma errônea ideia sobre o ide ou enquanto vão. Nas palavras do Yago Martins [5]:
Só poderemos fazer discípulos se, alcançados por esse poder, obedecermos à ordem do ide.
Na verdade, acredito que alcançados por esse poder (Atos 1.8) que nos faz testemunhas -
μάρτυρες, estamos aptos para ir. Com isso não resistiremos a ordem da grande comissão.
No mesmo verso, Cristo nos ordena a fazer discípulos de todas as nações - μαθήτευσατε. O
verbo no imperativo enfatiza o meio para a evangelização. Do mesmo jeito que abrange
geograficamente a totalidade da grande comissão. A continuação do verso 19 e o início do
verso 20 nos indica a forma como a evangelização deve acontecer: batismo e ensino -
βαπτιζοντες, διδάσκοντες. Em nome do Deus triúno essa evangelização é fundamentada no
ensino do Filho. Ele diz que devemos ensinar tudo o que Ele tem ordenado. A palavra aqui
para observar é τηρειν. Cristo ordena que devemos ensinar a guardar todas os
mandamentos. No verso 20, Cristo finaliza - na perspectiva de Mateus - a grande comissão
dizendo que essa ordem está fundamenta na sua doce imanência, através do seu eterno
poder. A nossa vida terá a presença daquele que morreu e ressurgiu.
Em Mateus 28.19-20, nos é dito por Cristo que devemos ir e fazer discípulos de todas as
nações. Ele nos orienta os passos, nos diz que deve ser através do ensino e do batismo. Uma
questão que deve ser refletida é a seguinte: ninguém pode ser testemunha de quem ou
daquilo que não se conhece. Uma testemunha de algo ou alguém precede conhecimento.
Para ensinar é necessário conhecimento, aquele que não se esmera no conhecimento de
Deus através da Sua santa palavra, como poderá ensinar, ou seja, discipular? Portanto, não
há como a teologia, isto é, o estudo sobre Deus, está separado da evangelização. A
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importância desta união manterá longe dos atraentes métodos de evangelismo dos nossos
dias. Teologia e evangelização devem andar juntas.
Diante da definição e análise sobre o que é evangelização e sua forma de execução ser o
discipulado. É necessário pontuar o que não é evangelização. Ir contra a cultura pragmática
e reducionista da evangelização pós-moderna tem de ser um desafio primordial. Primeiro,
evangelização não é falar: "Jesus te ama", inclusive tal frase tem varias implicações,
devendo preceder de um conhecimento de quem é Jesus, o que é e o que significa este
amor, ou seja, o propósito deste amor incondicional e quem é este pecador, o agente
passivo dessa ação redentora. Quem é este homem, depravado totalmente e destituído da
glória de Deus. Segundo, evangelização não é fazer parte de um grupo de dança ou teatro,
enquanto muitos grupos prestam mais um desserviço à teologia bíblica do que trazer um
genuíno ensino da Escritura. Terceiro, evangelização não é ostentar camisas com versos
bíblicos, nem muito menos pôr uma faixa no semáforo entregando uma literatura. O último
exemplo não passa de um método ou uma estratégia que implica numa oportunidade para
realmente explicar o que é o evangelho através do discipulado. Quarto, evangelização não é
ação social. Ninguém pode dizer que está evangelizando quando entrega um prato de sopa.
Isto não deve ser evitado, pelo contrário, é responsabilidade da igreja alimentar o faminto;
vestir o nu; visitar o órfão e a viúva e ajudá-los nas suas tribulações; prestar socorro ao
preso e dar de beber a quem tem sede. Isso significa o cumprimento do mandamento que
manifesta o amor ao próximo. Mas, a evangelização acontece através de relacionamento
acompanhado de ensino das Escrituras. Sobre a evangelização dos nossos dias, Paul D.
Washer nos diz: "Não é por esse tipo de evangelização que Deus manifesta a Sua graça e
sim apesar dessa evangelização".
A evangelização tem um alvo excelente, a glória de Deus. Temos uma missão de evangelizar
para evangelizarmos com a missão de ensinar tudo o que Jesus ordenou para que seja
obedecido (Mt 28.20). Quais são as nossas motivações para evangelização? Mark Dever [6]
diz de forma acertada:
Conclusão
A evangelização é uma ordem, a todo cristão. Negar isso seria como negar a Escritura.
Desobedecer a grande comissão é o mesmo que desobedecer a Deus. A motivação da
evangelização não deve ser primariamente o amor e a compaixão pelos perdidos. Nossa
maior motivação consiste na glória de Deus. O conteúdo da evangelização deve ser a Palavra
de Deus. O exemplo é claro na igreja primitiva, o evangelho era pregado (Mc 1.15) e Deus
dava o crescimento (Atos 2.47), pois somente Ele é o responsável pelo resultado. Pregamos
somente o evangelho e oramos para que a graça do nosso Cristo alcance corações eleitos. A
obra da evangelização é triúna e segura, pois, o Filho recebeu todo o poder no céu e na terra
(Mt 28.18), o Espírito Santo convence o homem (João 16.8) e o Pai garante o resultado (Fp
2.13).
Leonardo Sahium.
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Notas:
[1] BEEKE, Joel R. A Tocha dos Puritanos. São Paulo: PES, 1995. p 12-13.
[2] BEEKE, Joel R. A Tocha dos Puritanos. São Paulo: PES, 1995. p 12.
[5] MARTINS, Yago. Você não precisa de um chamado missionário (Versão Kindle - Cap. 9).
[6] Dever, Mark. O evangelho e a evangelização. São José dos Campos, SP: Editora Fiel,
p.127-128.
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3. Evangelização e Cultura
Introdução
Definir o termo cultura não é tarefa das mais fáceis, uma vez que desde comer determinado
tipo de alimento, morar em certo tipo de casa e pensar e agir de uma maneira “X” são coisas
que definem a cultura de um povo. Seguindo a definição de um conceituado antropólogo,
cultura é “todo comportamento aprendido, assimilado, avaliado e sujeito a progressos; tudo
aquilo que independe de uma transmissão genética” [1]. Em 1978, o grupo de Teologia e
Educação da Comissão de Lausanne reuniu-se num hotel nas Ilhas Bermudas para examinar
a questão do evangelho e da cultura. Desta consulta saiu o relatório de Willowbank que
define cultura nos seguintes termos:
Como podemos ver, a crença tem um valor cultural determinante, pois, é a partir do que se
crê que o homem enxerga e interpreta o mundo que o rodeia (cosmovisão). Disso surgem as
demais “camadas”: valores, costumes e instituições. Por isso é importante estudar a relação
do Evangelho com a cultura.
O Cristão e a Cultura
H. Richard Niebuhr em sua famosa obra Cristo e Cultura, publicado em 1951, formulou cinco
formas majoritárias utilizadas por cristãos ao lidar com diversos aspectos culturais.
Obviamente não são categorias que abrangem toda a forma de se relacionar com a cultura,
todavia, dão um excelente norteamento para a abordagem em questão. As categorias são as
seguintes:
O grupo de cristãos que adota esta categoria afirma que todo elemento cultural é mal,
demoníaco e, por isso, deve ser rejeitado.
b) O Cristo da Cultura
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Este grupo incorpora toda cultura ao evangelho, defendendo que existe uma ligação íntima
entre a Palavra de Deus e as estruturas culturais vigentes.
Aqui a religião cristã torna-se o elemento central da cultura, de modo que elementos
culturais são confundidos com o cerne da vida cristã.
Os que pertencem a esta categoria enxergam uma tensão entre o reino deste mundo e o
reino de Cristo, e como somos de Cristo, mas ainda estamos no mundo, vivemos nesta
tensão, participando de ambos até o dia em que o Senhor virá para buscar os seus.
Esta categoria aponta Cristo como sendo aquele que redime a cultura, pois, de início ela era
boa, assim como o homem e toda a criação. Uma vez que o Senhorio de Cristo é sobre todas
as coisas, ele também tira o que há de pecaminoso nas estruturas culturais e as converte
para o louvor de sua glória.
O Pacto de Lausanne afirma, no seu décimo artigo, o seguinte: “Porque o homem é criatura
de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade; porque ele experimentou a
queda, toda a sua cultura está manchada pelo pecado, e parte dela é demoníaca”. Isto é
verdade e através do que teologicamente chamamos de graça comum, Deus possibilitou que
homens caídos pudessem realizar empreendimentos benéficos e dotados de beleza. Basta
ver as obras de arte e avanços tecnológicos e medicinais realizados por homens, mesmo que
estes homens não sejam cristãos. Logo, a categoria Cristo contra a Cultura deve ser
rejeitada. O próprio Jesus foi alguém que vivenciou diversos elementos da cultura de seu
tempo. Os monges medievais e grupos radicais de anabatistas como os amish’s são
exemplos desta categoria, que demonstrou ao longo da história a insalubridade de uma
espiritualidade que se isola radicalmente da cultura.
Também devemos rejeitar a segunda categoria, O Cristo da cultura, pois, é falsa a ideia de
que o evangelho pode se adaptar a toda e qualquer estrutura cultural. Esse é um
posicionamento muito comum entre teólogos liberais, universalistas e sincretistas. Ainda de
acordo com o Pacto de Lausanne “O evangelho não pressupõe a superioridade de uma
cultura sobre a outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de verdade e
justiça, e insiste na aceitação de valores morais absolutos, em todas as culturas”. Sendo
assim, a cultura tem que se adequar aos ditames do evangelho e não o oposto.
A terceira categoria, Cristo Acima da Cultura, gerou muitos prejuízos à fé cristã. A Igreja
Católica adotou esta posição e durante o período medieval, ser cristão era o mesmo que ser
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Muitos atribuem a Lutero a existência da categoria Cristo e a Cultura em Paradoxo, pois, ele
por diversas vezes explanou sua ideia dos Dois Reinos. O problema com esta ideia é que
vocações que não tinham nenhuma atribuição cristã eram tidas como tarefas que embora
precisassem ser feitas eram tarefas que conflitavam com as tarefas do reino de Deus,
resultando num dualismo prejudicial à fé. Portanto, a categoria que melhor exprime a forma
de nos relacionarmos com a cultura é a última, Cristo, transformador da Cultura. Nela se
enquadram os teólogos do segmento reformado, de Calvino à Kuyper. O Pacto de Lausanne
também corrobora com ela ao dizer que “as igrejas têm de procurar transformar e
enriquecer a cultura; tudo para a glória de Deus”. Aqui temos um equilíbrio que nos faz viver
no mundo sem sentir culpa por consumir cultura. Mas, é óbvio que não é qualquer tipo de
cultura que deva ser consumida. Como cristãos, precisamos ser influentes e nos envolver na
produção cultural a fim de termos o que consumir, e que não agrida ou gere tensão ao nosso
estilo de vida, que é marcado por santidade.
O Fator Supracultural
O Evangelho, como vimos, não pode ser moldado por uma cultura. Ele é supracultural, ou
seja, está acima de elementos culturais que são dinâmicos, isto é, variam de lugar para lugar
e de tempo em tempo. Portanto, não importa a região ou a época, o seu conteúdo sempre
terá valor absoluto e deve reinar sobre todas as coisas. Isto não quer dizer que todos os
elementos da cultura devem ser desprezados por aqueles que se convertem (Fato é que
alguns devem ser rechaçados de imediato). Em algumas culturas a idolatria e a prostituição
fazem parte do dia-a-dia de muitas pessoas. Relativizar tais práticas sob a desculpa de ser
“cultural” fere a moral bíblica. Todavia, hábitos secundários, como alimentares e higiênicos
não precisam ser abandonados, uma vez que eles não entrem em conflito com o conteúdo do
Evangelho, o que é pouco provável por se tratar de algo periférico.
O Desafio da Contextualização
Acabamos de ver que o Evangelho é supracultural em seu cerne. Mas repassar o seu
conteúdo, isto é, evangelizar, demanda comunicação. E comunicar-se envolve o encontro de
culturas. No caso da evangelização, é preciso entender a cultura da Bíblia, a sua própria e a
de quem é evangelizado. Por isso contextualizar a abordagem é necessário. Não podemos
achar que contextualizar é adaptar o evangelho ao “gosto do freguês”. A contextualização
envolve sensibilidade para tornar a mensagem de Cristo palatável ao ouvinte de modo que
ele compreenda da melhor maneira possível que é pecador e que só em Jesus ele receberá,
por graça, o perdão dos pecados.
17
O apóstolo Paulo foi mestre em contextualizar. Quando lemos a sua pregação no areópago
de Atenas (ler Atos 17), ficamos deslumbrados com a forma que ele apresenta o evangelho
para aquela plateia composta por amantes da filosofia. No entanto, Cristo é o maior modelo
de contextualização. Com a encarnação, tornou-se homem. Foi um homem judeu do
primeiro século e identificado com tal e semelhante a qualquer outro de seu tempo cumpriu
o seu ministério. Para evangelizar precisamos “encarnar” na cultura de quem evangelizamos
e nos identificarmos com ela. O desafio da contextualização envolve estudo. Conhecer o
contexto da Bíblia, um livro que possui uma extensa linha do tempo e foi escrito em três
idiomas (hebraico, aramaico e grego) ajuda a tornarmos a sua mensagem mais clara. Assim,
aplicar os postulados do Evangelho aos dilemas do homem pós-moderno é crucial na
propagação da verdade que liberta.
Conclusão
Para que haja eficácia na transmissão do Evangelho, estudar a cultura e investir nela é
essencial. Obviamente que o resultado final é obra do Espírito Santo, pois, Ele é quem faz o
homem reconhecer sua condição de pecador e é Ele quem salva. Não queremos dizer aqui
que o êxito parte do esforço humano. Porém, o Espírito Santo é aquele que nos auxilia, como
Igreja, a realizar a sua obra com competência e excelência. Portanto, clamando por um
auxílio que vem do alto, continuemos a investir tempo na preciosa tarefa da evangelização,
que é o método ordinário no qual Deus se utiliza para ser glorificado.
******
Notas:
[2] O relatório foi publicado pela ABU Editora sobre o título O Evangelho e a Cultura
18
Existe uma tensão entre a evangelização e a ação social em alguns círculos de discussão. O
Dr. Shedd é feliz quando afirma que “os evangélicos precisam contender que a primeira
responsabilidade da igreja é a proclamação do evangelho” [1]. É preciso dizer que Jesus é o
único e suficiente salvador. É preciso anunciar que os homens pecaram e destituídos foram
da glória de Deus, e por isso necessitam de salvação. Temos que falar da doença e da cura,
todavia, se nosso anúncio permanecer apenas no campo semântico, a nossa pregação carece
do que Francis Schaeffer chamaria de apologética final, que nada mais é do que o amor.
Palavras são importantes e Deus sempre usou a fala e a escrita como meios revelacionais,
todavia, sua Palavra se fez carne e habitou entre nós. Stott comenta:
O que John Stott defende é bíblico e ninguém melhor do que Jesus aliou ensino com atos de
misericórdia. O divórcio entre evangelismo e ação social – boas obras – não tem origem na
Escritura, pois, elas atestam à cumplicidade de ambas as tarefas que estão sob a
responsabilidade da igreja:
Podemos criticar as teologias que fazem da ação social um fim em si mesma, negligenciando
o anúncio de que a salvação se dá exclusivamente por meio de Cristo Jesus, ignorando a
necessidade de conversão e confissão de fé. Isto é abominável, no entanto, ao anunciarmos
as boas novas, devemos propagar em conjunto as boas obras. Grandes homens na história
da igreja foram atuantes na evangelização e na ação social. Calvino, o grande exegeta e
pregador do século 16 criou um ministério social ativo na cidade de Genebra, criando um
hospital administrado pela diaconia. No avivamento do século 18, homens como Whitefield -
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que pregava diariamente ao ar livre - e Wesley fundaram escolas e orfanatos. Robert Rikes,
criador da escola dominical ensinava as crianças pobres, inglês e matemática, utilizando a
Bíblia para desenvolver as lições. Charles Spurgeon, chamado de príncipe dos pregadores,
tinha um ministério ativo voltado para atender as necessidades das crianças carentes de
Londres.
Há um relato de dois jovens moravianos que ao descobrirem uma ilha no Leste da Índia em
que 3000 escravos africanos trabalhavam nas terras de um senhor britânico, ateu confesso,
se despuseram a pregar para que aqueles milhares de homens não morressem sem ter
conhecido o evangelho. Contudo, o dono daquelas terras disse que ninguém pisaria ali para
falar desta mensagem sem sentido. Os dois rapazes, tempo depois, fizeram a proposta de ir
para aquela ilha como escravos, e nessas condições o velho agricultor ateu aceitou a
proposta. Com o dinheiro de sua venda, os dois jovens custearam a viagem de barco e
nunca mais se teve notícia deles. Pois bem, se não tivermos dispostos para nos
identificarmos com a condição das pessoas que evangelizaremos, a nossa pregação tem tudo
para ser uma palavra jogada ao vento. Boas novas e boas obras precisam coexistir.
Quando Deus chamou um povo para si, queria que este povo fosse uma referência de
justiça, por isso, deixou registrado leis que visavam o bem-estar de toda a nação, sem
deixar ninguém de fora. Embora não houvesse igualitarismo, na legislação mosaica havia
uma série de leis que permitia o desenvolvimento do pobre. As leis do Antigo Testamento
deixam claro que pode haver harmonia entre ricos e pobres, desde que os ricos cumpram a
vocação de serem responsáveis pelo estabelecimento da justiça, acolhendo o órfão, a viúva e
o estrangeiro.
Outra lei que visava o cuidado com os pobres era a “respingadura” (Lv 19.9-10). Os donos
das lavouras não deveriam ficar com tudo, uma parte deveria ser deixada para que os mais
necessitados pudessem colher. E aqui vemos que os pobres teriam que colher, isto é,
20
trabalhariam para conseguir o seu próprio mantimento. Uma lição de que até uma bem-
feitoria deve custar o mínimo de esforço para não resultar em acomodação. Não está nos
planos divinos criar um ambiente que fomente a preguiça, até o pobre deve comer o pão do
suor do seu rosto.
Continuando na lei mosaica, vemos que o dízimo trienal era destinado para que os pobres
pudessem se fartar (Dt 14.28-29). E por fim, temos a mais surpreendente das leis: O
Jubileu. Registrado em Levítico 25, o Jubileu era o ano em que além das dívidas serem
perdoadas, as terras seriam devolvidas aos seus donos originais. Este ano deveria ocorrer
após sete anos sabáticos, logo, a cada meio século, aqueles que tiveram suas propriedades
vendidas para pagar dívidas, receberiam de volta e poderiam recomeçar do zero. Este é o
elevadíssimo conceito do que é justo, segundo os mandamentos do SENHOR.
Quando passamos para o Novo Testamento, podemos observar que a preocupação com os
menos favorecidos economicamente continuou no ministério de Jesus e dos apóstolos. Keller
ao falar sobre a semelhança de Jesus e os profetas ao se identificar com os mais pobres,
observa a convergência entre graça e justiça, que nos parece contraditória. Vejamos o que
ele diz:
Na igreja primitiva é possível destacar essa ligação entre graça e justiça e perceber a
preocupação com os mais vulneráveis. Havia um ambiente de solidariedade muito profundo.
Leiamos Atos 4.33-35:
Seria a igreja do século I era comunista? Não, não era. Aqui temos a relação entre graça e
justiça que redundou numa ação espontânea para atender as necessidades daqueles irmãos,
não é nem de longe uma política igualitarista que emana do poder estatal. Note que o texto
fala que os que vendiam suas propriedades doavam a quantia para que os apóstolos
distribuíssem com os mais pobres, todavia, uns ganhavam mais e outros menos, ia depender
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de cada necessidade específica. Entenda “todos que vendiam” e não “todos vendiam”.
Ademais, esta prática não virou uma lei e não perdurou, foi algo pontual no nascedouro da
igreja. O meio mais habitual para atender a necessidade dos cristãos mais pobres foi a coleta
(Rm 15.26, 1 Co 16.1-3 e Fl 4.16).
Por mais bonito que soe aos ouvidos, não podemos fazer da erradicação da pobreza o alvo
para a ação social, pois, segundo a Escritura, a pobreza é resultado do pecado e este só será
extirpado quando Jesus voltar em definitivo. Por isso a pobreza persistirá enquanto o
coração dos homens for governado pelo pecado. No relato da Queda, em Gênesis 3, há uma
maldição que recai sobre o homem. A terra torna-se hostil, produz espinhos e abrolhos
(v.18). O homem terá que se esforçar para conseguir o seu sustento (v.19), prosperar neste
cenário é algo muito dificultoso, Armstrong disserta acerca deste panorama:
Está na Escritura a sentença de que os pobres sempre estarão presentes neste mundo
corrompido. Uma sentença presente em ambos os testamentos (Dt 15.11 e Mt 26.11). O
motivo, como já vimos, é o pecado. Pode-se objetar que esta é uma resposta
demasiadamente simplista e que as razões para que exista um abismo entre ricos e pobres é
muito mais complexa. Afirmar que o pecado é a causa da pobreza não anula o estudo do
desdobramento das configurações socioeconômicas. Uma coisa é a raiz, a outra são os
ramos. O pecado se manifesta de maneiras variadas, em pensamentos e ações, de igual
modo, a pobreza pode ser o resultado de uma combinação de fatores, todos eles encadeados
na natureza pecaminosa do ser humano.
O pensamento esquerdista tende a ver o pobre como uma vítima da sociedade, o isentando
da culpa. Sabemos que a exploração é massiva em diversas partes do mundo e precisamos
denunciar profeticamente todo o cenário opressor, contudo, a pobreza também é – em
muitos casos – produto de falha moral. O pastor Antônio Carlos Costa, fundador da ONG Rio
de Paz, e que atua nas favelas cariocas com evangelismo e trabalho social diz com
propriedade que “tratar o pobre como vítima do sistema pode ser péssimo para a formação
do seu caráter, pois o torna indolente e leva a uma apatia capaz de aprofundar sua
miséria” [6]. Deste modo, as alternativas que buscam deixar o pobre sobre a eterna tutela
estatal, o que muitas vezes é proposto pelos movimentos sociais, não resulta em progresso.
Atentemos mais uma vez para as palavras do pastor Antônio Carlos: “Esse paternalismo
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estatal de forma leviana jamais emancipa o pobre; pelo contrário, o mantém dependente de
projetos assistencialistas de governantes que apenas almejam se perpetuar no poder” [7].
Alguns acreditam que o fato de sempre existir pobres no mundo é um desestímulo, quando
na verdade deveria ser o contrário. Quando Jesus falou isso para os discípulos, sua intenção
era a de que eles trabalhassem e não cruzassem os braços. Ao invés de pensar que o
trabalho social é semelhante a “enxugar gelo”, pense que é uma oportunidade de se
desempenhar um papel semelhante ao do seu Senhor e desfrute de cada contato com os
vulneráveis e desprezados pela sociedade. Saber que a pobreza não será eliminada da terra
tem seu lado estimulante.
Primeiro: você não se sentirá culpado ao perceber que a cada pobre que cuida surgem
outros na mesma condição, ou até pior. Você sabe que não é porque tem trabalhado mal,
sabe que é uma realidade presente por conta do pecado. Segundo: você faz o que faz sem a
tensão de cumprir uma meta ou obter reconhecimento, mas executa um trabalho que
glorifica a Deus, pois Ele ama a justiça e se identifica com os vulneráveis. Terceiro, e último:
você tem a garantia de que todo o teu trabalho no SENHOR não é vão (1 Co 15.58) e sabe
que quando Jesus vier entre as nuvens, acabará com toda dor, com toda opressão, pois
destruirá o pecado em definitivo (Ap 21.1-4).
Concluímos instando aqueles que são os eleitos de Deus a não ficarem inertes e de maneira
simples, porém efetiva, unirem forças para exercer o trabalho social que está subordinado à
evangelização, levando boas obras e boas novas para os necessitados, pois o nosso Deus
escolheu ”...aos que são pobres aos olhos do mundo para serem ricos na fé e herdeiros do
reino que prometeu aos que o amam (Tg 2.5)”. Como afirma um trecho da seção 5 do Pacto
de Lausanne: “A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade
de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta”. [8]
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Notas:
[1] SHEDD, Russel. A Justiça Social e a Interpretação da Bíblia. Edições Vida Nova, p.11.
[2] STOTT, John. Ouça o Espírito, Ouça o Mundo. ABU Editora, p.153.
[7] Ibidem.
[8] www.lausanne.org
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Anexos
Deus, nosso criador, é santo justo e amoroso. Somos seu povo, feitos à sua imagem. Um dia
estivemos em comunhão com Deus e fomos amados por ele, mas agora estamos separados
dele. A separação entre Deus e seu povo teve início com a rebelião de nossos antepassados.
A rebelião se trata, essencialmente, de nossa escolha de não crer em Deus e da tentativa de
nos tornarmos deuses no lugar dele. Essa rebelião traiçoeira fracassou, e o juízo foi a morte
eterna. De modo terrível, o pecado da rebelião é passado de geração a geração como uma
maldição: todas as pessoas herdam o pecado e o juízo. Nossa natureza pecaminosa
impossibilita que alguém conquiste o acesso de volta a Deus.
Jesus, plenamente Deus e plenamente homem, viveu na terra como mestre dos caminhos de
Deus e operador de milagres. Ele viveu de modo perfeito e se tornou o sacrifício perfeito, a
fim de nos redimir da maldição do pecado e da morte. Jesus pagou a pena merecida pelos
nossos pecados por meio de sua morte na cruz. Ressuscitou dos mortos, venceu a morte e
comprovou a veracidade de suas palavras. Por meio de sua morte, comprou o direito de nos
oferecer o perdão dos pecados e o direito para que qualquer pessoa que se volte a ele se
torne filho de Deus.
Quem ouvir esse anúncio das boas-novas e corresponder a Jesus não será rechaçado. Jesus
nos chama a abandonar uma vida de incredulidade, bem como os pecados que nos enlaçam,
depositando toda confiança e fé somente nele para sermos resgatados da maldição. Assim,
para nos tornarmos seguidores de Jesus, entregamos a vida a ele em fé e nos
comprometendo a segui-lo como Senhor por todos os nossos dias.
Definições
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h) crença – confiança e dependência completas em Deus e em sua graça salvadora por meio
de Cristo.
Você deve conhecer vários versículos da Escritura sobre esses temas. As passagens a seguir
oferecem afirmações básicas a respeito de Deus, do homem, de Cristo e da resposta, e
também a respeito do preço de seguir Jesus:
Deus
Homem
Cristo
-Romanos 6.23: O dom da vida eterna oferecido por Deus acontece por meio de Cristo.
Resposta
Custo