Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
A salvação é um presente que Deus nos dá e isso se efetiva somente por meio da fé, jamais
pelas obras humanas. Lutero compreendeu que não eram as penitências, sacrifícios ou
compra de indulgências que podiam livrar o homem da condenação eterna, mas a graça de
Deus, através da fé (Ef 2.8). Após meditar no texto de Rm 1.17, que diz: “O justo viverá da
fé”, Martinho Lutero percebeu que a justiça de Deus nessa passagem, é a justiça que o
homem piedoso recebe de Deus, pela fé, e não uma conquista humana.
Na teologia católica, obras de justiça são consideradas meritórias para a salvação, além da
fé, enquanto que, na teologia protestante, obras de justiça são vistas como o resultado e
evidência de uma verdadeira justificação e regeneração que o crente recebeu somente pela
fé.
Na teologia católica, o meio pelo qual a justificação é aplicada para a alma é o sacramento
do batismo. No batismo, mesmo das crianças, a graça da justificação e santificação são
"infundidas" na alma, tornando o destinatário justificado, mesmo antes que ele exerça sua
própria fé. No entanto, as Escrituras nos ensinam o contrário e esta verdade foi libertadora
para Lutero: “O justo viverá da fé”. Logo, a fé é o fundamento de uma vida justificada e é por
si mesma a resposta eficiente e suficiente do indivíduo para os efeitos da justificação.
Nós, os cristãos protestantes, cremos que as Escrituras Sagradas são a única regra de fé e
de prática: 2 Tm 3.16-17: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra". Entendemos que as tradições, as
bulas, as decisões dos concílios e os escritos papais não possuem autoridade e não podem
servir de instrumento de fé e prática para o rebanho de Cristo. Somente as Escrituras
Sagradas estão habilitadas para isso. Elas foram escritas por homens inspirados por Deus,
são instrumentos de revelação da vontade de Deus para nossa vida. Ao lê-la, somos
iluminados pelo Espírito Santo para entendê-la. “Não são as experiências que julgam a bíblia,
mas a Bíblia que julga as experiências. A igreja não está acima da Palavra, mas é governada
por ela” (Rev. Hernandes Dias Lopes).
Celebrar os 502 anos da Reforma Protestante é mais que um evento em nossa agenda
eclesiástica; é retornar aos seus princípios originais, assim como os reformadores voltaram
à doutrina dos apóstolos, as quais eram baseadas na Palavra de Deus. A Igreja Primitiva
conheceu a Cristo através dos apóstolos. Os primeiros irmãos creram pela fé apostólica. At
2.42: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas
orações”.
Nenhuma obra, por mais justa e santa que possa parecer, poderá dar ao homem livre acesso
a salvação e ao reino dos céus. Isso somente ocorrerá pela graça de Deus. "Porque pela
graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para
que ninguém se gloria" (Ef 2.8,9).
É o ensinamento de que Cristo é o único mediador entre Deus e a humanidade, e que não
há salvação através de nenhum outro, o que significa que a salvação é "somente por Cristo".
O Protestantismo não tem por princípio o desprezo à memória e importância histórica
de Maria, mãe de Jesus, nem de nenhum dos outros santos exemplares. O que nós
rejeitamos, pela Palavra de Deus, é o sacerdotismo, ou seja, a crença de que não existe
relacionamento com Deus sem a intermediação de sacerdotes ordenados por Roma ou dos
santos venerados pelo catolicismo.
Lutero pregou o "sacerdócio universal dos crentes", que indica o acesso a Deus de todo
aquele que crê em Jesus Cristo, o único mediador: “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai a não ser por mim” Jo 14.6.
Sobre este tema, a Declaração de Cambridge diz: Reafirmamos que nossa salvação é
realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua
expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai. O
homem nada poderá fazer para sua salvação, pois Jesus Cristo realizou a obra da redenção
ao ser sacrificado na cruz do calvário, vertendo o seu sangue como sacrifício por nossos
pecados. "E não há salvação em nenhum outro: porque abaixo do céu não existe nenhum
outro nome, dentre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" At 4.12.
Ef 3.14-21: “Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, Para que, segundo as riquezas da
sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem
interior; Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e
fundados em amor, Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a
largura, e o comprimento, e a altura, a profundidade, E conhecer o amor de Cristo, que excede
todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é
poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou
pensamos, segundo o poder que em nós opera, A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em
todas as gerações, para todo o sempre. Amém”.