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A questão do favoritismo na igreja.

Tiago 2:1-13
Meus irmãos, à medida que o fim dos tempos se aproxima o mundo tem se tornado mais
hostil, mais violento, mais preconceituoso e a sociedade mais dívida.

Um dos sintomas desse problema e que tem sido motivo de estudos e debates entre os
sociólogos e cientistas políticos da atualidade é a chamada “divisão de classes”. Que é marcada
pela luta dos pobres contra os ricos e dos ricos contra os pobres.

Isso não é muito difícil de identificar. Experimenta visitar um desses shops de luxo das capitais
do Brasil. Dependendo da forma como você estiver vestido, e da cor de sua pele. Logo-logo os
seguranças estarão de olho em você.

A divisão de classe social está muito presente no mundo e é uma questão que precisa ser
enfrentada pela igreja do Senhor.

Tiago nos faz entender que essas questões não são modernas, desde que o pecado entrou no
mundo a humanidade enfrenta esses problemas.

Entretanto, mesmo que o favoritismo de classe social seja uma prática normal do mundo,

NA IGREJA DE CRISTO TODOS DEVEM SER TRATADOS COM A MESMA DIGNIDADE.

I. Primeira razão: Cristo é o Senhor da Igreja (v.1-4).


É cristo quem determina, com base em seu próprio caráter, os valores do seu reino.
Se Cristo que é o Senhor da Igreja não age com favoritismo, fazendo acepção de
pessoas, quem somos nós para fazê-lo?
Nesse texto, Tiago cria uma cena hipotética na qual a aparência visual do rico e do
pobre são enfatizadas.
Destacando, não somente a questão do favoritismo pela condição financeira, mas
também a prática mundana de julgar as pessoas pela aparência.
E, isso tudo revela uma mentalidade corrupta e maldosa. A qual é totalmente
incompatível com a mente de Cristo, que rege a vida dos cristãos.
No verso 5, Tiago revela a tolice desse julgamento mundano, pois do ponto de vista
espiritual esses valores são invertidos.
No reino de Deus, aqueles que parecem pobres e desvalorizados “aos olhos do mundo”
são, na verdade, ricos em fé e exaltados no Reino.
Ricos em fé, não somente no sentido escatológico como herdeiros do Reino de Deus,
mas também no sentido presente, no qual os cristãos financeiramente pobres têm
oportunidades mais constantes de confiar na provisão do Senhor, para o alimento,
trabalho, moradia, e assim por diante, por isso, acabam construindo uma fé mais forte
que a dos demais crentes que vivem em condições financeiramente melhores.

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II. Segunda razão: não há vantagens em favorecer os ricos (v.5-7).
As igrejas que cai na prática do favoritismo, imagina falsamente que terão mais
vantagens se conseguir agregar membros mais ricos em sua membresia.
Entretanto, Tiago argumenta contra a prática do favoritismo na igreja, destacando
algumas incoerências e desvantagens em se favorecer os mais ricos em detrimento dos
pobres.
a) Primeiro, é dos ricos que, muitas vezes, parte a opressão dos menos
favorecidos.
Eles usam do seu poder econômico para explorar a liberdade do mais pobre.
Opressão aqui tem o mesmo sentido da força tirânica que foi aplicada pelo Egito na
escravidão de Israel.
b) Segundo, é dos ricos que procede a maior parte das injustiças.
São os ricos que usam do poder econômico para torcer a justiça e tirar o direito do
pobre nos tribunais corruptos desse mundo.
c) Terceiro, São eles que difamam o bom nome do Senhor.
A opressão e injustiça usada pelos contra os mais pobres acabam por difamar o nome
de Deus. Mas como?
A difamação ocorre no sentido das pessoas mundanas concluírem que a fé em Deus é
inútil,
Pois Deus, aparentemente, não se moveu para defender os pobres que confiam nele
da opressão e injustiça dos ricos.
III. Terceira razão: Devemos agir em Conformidade com a lei do Senhor (v.8-13).
Nosso padrão e valores de vida devem ser determinados pela Palavra do Senhor e não
pelo secularismo desse mundo.
Aqui Tiago procura demonstrar como o favoritismo é o inverso da prática do amor ao
próximo, ordenado pelo Senhor Jesus. O que configura uma quebra geral da segunda
tábua Lei.
Tiago nos faz entender a gravidade do favoritismo de uma forma mais especifica
quando esta prática pecaminosa implica na quebra de pelo menos quatro dos dez
mandamentos:
a) Não matarás (6º mand.):
Assim como o homicídio é uma agressão à vida, o favoritismo torna-se uma
agressão à identidade da pessoa como filho de Deus.
b) Não furtarás (8º mand.): O favoritismo rouba a posição de honra que os pobres
(crentes) tem direito como filhos e herdeiros do Reino de Deus.

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c) Não dirás falso testemunho (9º mand.):
O favoritismo mente a respeito do real valor que as pessoas tem diante de
Deus.
d) Não cobiçarás (10º mand.):
O favoritismo nasce da cobiça por influência e pelo poder financeiro dos ricos.
Por fim, lembre-se que todos nós seremos julgados pela lei do Senhor.
Aqueles que fazem acepção de pessoas, dando um tratamento diferenciado aos ricos
em detrimento dos irmãos mais pobres, devem se lembrar que todos nós haveremos
de comparecer diante do tribunal de Cristo, para que nossas obras sejam julgadas por
Ele, no grande dia do juízo (2Co5:10).
Diante do tribunal de Cristo, tantos os ricos quanto os pobres serão julgados pelos
mesmos critérios da justiça do Senhor.
Somos chamados para demonstrar misericórdia, especialmente para com os pobres e
oprimidos.
Não temos o direito de assumir a posição de juízes, pois éramos devedores de uma
dívida de sangue, a qual jamais teríamos condições de pagar e Deus em sua imensa
compaixão teve misericórdia de nós e cancelou as nossas dívidas com a santidade de
Deus.
IV. Conclusão:
Não a espaço para o favoritismo mundano na igreja do Senhor.
Todos devem ser tratados com a mesma dignidade, como imagem e semelhança de
Deus, independente de sua condição financeira ou posição social.
“Conta-se que Tomás de Aquino, a quem o Papa Inocêncio IV tinham em alta
consideração, certo dia entrou nos aposentos do papa, e se deparou com uma grande
soma de dinheiro sendo contada. Então o papa, supostamente, comentou com Aquino:
‘Como vê, a igreja não está mais em uma era em que se pode dizer: “não tenho prata e
nem outro”.
É verdade, santo padre!”, respondeu Aquino. “E também não pode dizer para o
aleijado: ‘Levante-se e ande!’.
Essa história nos traz uma pergunta: que tipo de poder nós estamos almejando?
O poder daquele que diz: não tenho ouro e nem prata, mas o que tenho te dou,
levanta-se e anda.
Ou o na verdade o que estamos desejando é o poder e a glória desse mundo?

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