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Em Terra de infiéis, os fiéis serã o cobertos de bênçã os

Provérbios 28:20 e Efésios 5: 1,2

Este estudo tem dois objetivos:

1)- Existe um padrão bíblico, ao qual ninguém pode desprezá-lo

1.1) _ Há um modelo (paradigma) exato para se imitar. Devemos ser imitadores de


Deus (Ef. 5:1). A meta é imitar nosso Pai celestial (1Jo. 3:2-3

1.2) - Há uma forma predefinida de como se imitar: Devemos imitar como filhos
amados.

1.2) - O infinito amor de Deus fez revelar o padrão de comportamento a ser imitado.
Andar em amor, como Cristo nos amou (Ef. 5:2)

2) A FIDELIDADE AOS PRECEITOS BÍBLICOS GARANTE UMA VIDA


PERENE E FRUTÍFERA.

2.1)- Fidelidade é parte do fruto do espírito (GL. 5:22-23)

Fidelidade é a lealdade de manter a palavra, cumprir as promessas e não trair aos


outros. No AT ao se mencionar o adjetivo “fiel”, na qual a palavra grega
correspondente é ”pistos”, o mesmo é empregado basicamente em dois sentidos: (a)
“passivo” significando digno de confiança, e refere-se na maioria dos casos ao próprio
Deus e (b) “ativo”, significando o próprio ato de crer e confiar. Assim pode-se concluir
pela própria definição que fidelidade está relacionada à fé (Gr. Pistis), sendo, portanto
virtudes na vida cristã. Outra prova desta verdade é que o adjetivo “fiel” era preferido
para referir-se aos crentes da igreja primitiva, (Ef. 1:1; Cl. 1:2). Empregados devem
mostrar esta qualidade em seu trabalho (Tito 2:10). Aqueles que ensinam o evangelho
têm de mostrar fidelidade em seu uso da palavra, percebendo que serão julgados por
Deus (2 Tm. 2:2 e 1Cor. 4:1-4). Aqueles que ensinam o Evangelho têm que ser
exemplo, em tudo, aos fiéis (1Tm. 4:12). Temos que ser “luzeiros” para este mundo
(Fp. 2:15). Com estaremos nesta condição se formos infiéis?

Portanto delimitamos em nosso ponto de partida que fidelidade é a expressão de nossa


fé, que nos torna dignos de confiança, aos olhos do Senhor da Seara, para execução de
sua obra, Lc. 12:42. Vejamos também como a fidelidade está em risco em nossa
sociedade e como seremos abençoados pelo Senhor se nós priorizarmos esta virtude.

2.2)- CRISE DE FIDELIDADE NOS DIAS ATUAIS

Podemos dizer com toda firmeza que, para a sociedade do século 21, fidelidade é uma
virtude destinada ao desaparecimento. Para a maioria, a palavra fiel é “cafona”, ou
“fora de moda” e não mais se enquadra aos padrões hodiernos. É impressionantes
como as virtudes outrora cultuadas por nossos pais é hoje objeto de risos e vitupérios,
especialmente por uma juventude subjugada pelos meios de comunicação e
entretenimento. Instituições tradicionais como o casamento tem sido bombardeado sem
trégua pelas ideologias liberais, abalando-se em seus alicerces. Com considerável

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sucesso estes pensamentos liberais tem tido repercussão até mesmo em nossas igrejas e
vem adquirindo forças com a indiferença de muitos quanto aos padrões bíblicos de fé e
conduta cristã. Como viver uma vida cristã desprezando-se a fidelidade? Já se trata de
uma impossibilidade pela própria definição de cristianismo. Ser “semelhante a Cristo”
ou seu discípulos, implica naturalmente em sermos fiéis como ele é fiel (1Ts. 5:24; 2Ts.
3:3; 2Tm. 2:13). Fidelidade e Vida Cristã andam lado a lado e precisamos ser incisivos
na exposição desta verdade.

2.3)- POR QUE SER FIEL

Sem pretender falar em demasia, podemos provar biblicamente que a fidelidade deve
ser vivida pelo povo de Deus pelos seguintes motivos: Deus é o justo juiz digno de toda
confiança e fidelidade.

1) Porque Deus é fiel. A fidelidade é um de seus atributos comunicáveis (isto é, uma


das características distintivas de Deus a qual Ele aprouve repartir com seu povo). Tal
atributo expõe o caráter de Deus como digno de confiança e amor por parte do homem
e nos dá a certeza de que Deus certamente cumprirá suas promessas a nosso respeito
(1Ts. 5:24). Sua fidelidade abrange bênçãos temporais (1 TM 4:8; Sl. 84: 11; Is. 33:16)
e espirituais (1 Cor. 1:9), socorro nas tentações (1 Cor. 10:13) e perseguições (1 Pe.
4:12, 13; Is. 41:10) bem como direção nas dificuldades (2 Cr. 32:22; Sl. 32:8). Apenas
Deus é fiel em si mesmo. Nós nos tornamos fiéis mediante a intervenção de sua
misericórdia.

2) Porque é uma ordenança bíblica para todos em todas as épocas. Jesus ordenou a
igreja de Esmirna: “Sê fiel até a morte...”, (Ap. 2:10). Também ao repreender Tomé
por sua incredulidade Jesus ordena: “não sejas incrédulo, mas fiel” (Gr. Pistos = fiel,
crente), Jo 20:27.

3)-Porque fidelidade é um dos aspectos do Fruto do Espirito (Gl 5:22) Uma vida
guiada pelo Espírito de Deus, com toda certeza evidenciará fidelidade.

4) – Porque todos aqueles que viveram uma vida de fidelidade a Deus mesmo em
meios a oposições, foram agraciados com toda sorte de bênçãos pelo criador. São
abundantes na Bíblia os exemplos de servos do Senhor que mantiveram sua fidelidade
mesmo em face de abundante perigo, e que foram exaltados por Deus por esta
excelente virtude. É neste item que nos deteremos em maior profundidade nos próximos
parágrafos.

2.4) – A FIDELIDADE E SUAS RAÍZES NA FAMILIA (Gn. 10:5; 12:3)

A fidelidade de um povo é um reflexo de lares que praticam a fidelidade. A própria


sobrevivência da família depende da fidelidade. É fundamental que entendamos como é
importante praticarmos a fidelidade no âmbito familiar mesmo antes de procurarmos
ensiná-la em nossas igrejas. Muitos são infelizes neste sentido por fazerem da
fidelidade um mero tema de discussões, sem antes vivê-la no âmbito de sua família.

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Nosso exemplo pessoal terá influencia decisiva na formação do caráter de filhos fiéis
ao Senhor.

Uma das coisas mais comuns e interessantes, mas que muita gente não dá a devida
atenção, é que se queremos nos ver e nos ouvir, devemos prestar a atenção no(s)
nosso(s) filho(s). A influência que exercemos sobre eles reflete-se na forma como falam
da linguagem não verbal. Entretanto, essa influencia pode se fortalecer ou se debilitar
com o tempo, dependendo da postura do pai.

Por este motivo devemos mostrar-nos aos nossos filhos como exemplo de nossa
fidelidade bíblica. È certo que a relação pais e filhos são em extrema prática, nossos
filhos são influenciados pelo que falamos ou fazemos. Como pais, devemos nos
constituir como exemplos de vida e santidade. Não se engane! Se nossos filhos não
encontrarem em nós modelos de vida, certamente farão para si modelos dentre àqueles
que estão fora do convivo familiar. Daí surge à maioria das contendas entre pais e
filhos, através das más influencias. (1 Cor. 15:33).

Como primeira referência e exemplo a ser seguida, residem na pessoa do pai, cuja
postura vai determinar em sua maior extensão importantes aspectos do caráter dos
filhos. Tal influência será ainda percebida até a idade adulta. É o pai quem vai
promover o desenvolvimento ou determinar a sua influencia sobre os filhos. Segundo
John Maxwell, “Liderança é influencia – nada mais, nada menos”. Para Maxwell, se
não há influencia, não há liderança. São coisas Correlatas.

2.5) FIDELIDADE EM MEIO A INFIDELIDADE

Deus exige fidelidade aos seus mandatos (Ex.4:14-16; 17: 8-13)

Como não se corromper em meio a tanta infidelidade e baixos padrões morais? É a


desculpa de alguns que naufragaram na fé por se dizerem “pressionados” pelas
circunstancias. Já sabemos pelas Escrituras que estes são inescusáveis diante de Deus.
Ser controlado pela maioria jamais foi uma virtude aos olhos do Senhor.

Lembremos do ocorrido com Aarão. Ao contrário, aqueles que se opuseram à opinião


das massas e mantiveram-se inabaláveis em sua fé foram honrados por Deus de forma
especial.

É preciso aprender a confiar em Deus Ele sabe o que faz. (Ez. 14:14; Gn. 6:14-22).

Tal aconteceu com Noé, a quem foi dada á graça de sobreviver ao dilúvio por manter-
se fiel à revelação celestial apesar da oposição de seus contemporâneos. Deus honrou
a ele e sua família com o privilegio de se tornarem ancestrais de todas as raças que
hoje existem sobre a terra.

É preciso disposição para imitá-lo e adorá-lo em qualquer circunstancia (Gn 3:9; At.
7:2-4). Mesmo vivendo em meio a infiéis, Abraão foi honrado por sua fidelidade ao
Deus das promessas. O que dizer de Abraão, que se tornou Pai de “uma grande

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multidão” (Gn. 12:6, 7), por manter-se fiel ao Deus que lhe fez tais promessas? Ainda
diante das impossibilidades e improbabilidades (incerteza, dúvidas), Abraão foi
“fortalecido na fé, dando Glória a Deus” (Rm. 4:20).

Alguns eruditos consideram a peregrinação do patriarca na terra da promessa como a


maior demonstração de fé da historia do Antigo Testamento. Lembre-se, porém, que
esta se deu no seio do povo cananita, comprovadamente um dos mais devassos da
história. Isto nos mostra como as influencias externas não tiveram efeito sobre as
convicções de Abraão e também como Deus sabe recompensar a fidelidade de seus
servos.

Com grande certeza podemos concluir que o exemplo de Abraão foi cuidadosamente
transferido para seus descendentes até a terceira geração, onde encontramos José que,
nos moldes de seu bisavô, encontrou na fidelidade a Deus segurança e fortaleza ara os
tempos de escravidão e aprisionamento no Egito. O Senhor mudou sua sorte coroando-
o de bênçãos mesmo na terra da sua aflição (Gn 41:52).

É preciso valorizar sua presença conosco. Porque também não mencionar o profeta
Daniel? (Dn. 1:8-16), que mesmo em terra estranha não deixou se contaminar pela
licenciosidade e devassidão reinantes na Babilônia. Mesmo estando em seu poder
livrar-se das acusações de seus adversários, como no episódio em que foi lançado aos
leões, Daniel preferiu sofrer as conseqüências de sua fidelidade do que banquetear-se
com os inimigos de Deus. Por isso, o Senhor o abençoou de forma copiosa (Dn. 6:10-
24). Testifica-se que, em todas as ocasiões em que Israel foi infiel a Deus, seus inimigos
prevaleceram com facilidade. Porém, a mesma história mostra que, quando Israel
estava firme com seu Deus, mesmo em menor número, prevalecia contra um mais forte
adversário, tal como Davi e Golias. (1Sm. 17:26,34,49).

É necessário arrancar toda raiz de ingratidão (Cl. 3:20; 1Tm. 1:12; 1Pe. 2:20); Para
com Deus,para com nossa família,para com nosso próximo e para conosco mesmo.

Sabemos que os exemplos são sobejos. Mas o que eles nos mostram vividamente? Em
primeiro lugar, que viver no meio de uma sociedade corrompida pelo pecado não é
motivo para nos distanciarmos do padrão de vida que Deus preparou para sua Igreja.
Ao contrário, um cenário nacional e mundial como descrevemos no inicio deste estudo,
nos dá a OPORTUNIDADE de demonstrarmos ao Senhor nossa fidelidade a ele, acima
de quaisquer influencias. Em segundo lugar, se nos desempenharmos bem nesta
primeira tarefa, sabemos com certeza que as bênçãos do Senhor serão plenas sobre
nossa vida, família e ministério.

2.6) COMO DEMONSTRAR FIDELIDADE?

Agora passaremos a alguns aspectos práticos do tema.

É precisamente nesta área que nossos conceitos intelectuais mais encontram


dificuldade de expressão. Podemos agrupar tais aspectos práticos em dois grupos: vida
secular e ministério.
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FIEL NOS NEGOCIOS SECULARES

Mantenha a sua palavra, cumpra as suas promessas e jamais traia a confiança de seus
superiores ou subordinados. Fidelidade não se expressa apenas na igreja!

Seja fiel a seus superiores mesmo aqueles não crentes (Ef.6: 5-8).

FIEL NO EXERCICIO DE SEU MINISTÉRIO (AT. 20:24; 2Tm. 4:11)

Sejam fiéis aos seus companheiros de ministério, em especial a seus pastores e líderes e
o seu pastor presidente. Não aceite acusação ou fomente contendas contra seu
ministério.

2.7) TODO PROBLEMA DEVE SER LEVADO À PRESENÇA DE DEUS (NM.


20:5-8).

Guardar para si mesmo as dificuldades nos desestabiliza: EMOCIONALMENTE,


ESPIRITUALMENTE E FISICAMENTE.

Devemos levar nossas cargas a Deus (Nm.20:6ª; Mt. 11:28), em Deus encontramos
refúgio e descanso, Se invocarmos seu poder, Deus responde (Nm. 20: 6b).

Se obedecermos fielmente a Deus, teremos resultados porque seus mandatos são:


Específicos (Nm. 20: 8) e não há lugar para relatividade.

A Fidelidade aos mandatos deve ser total (Nm. 20: 9-11).

Deus se agrada da fidelidade a toda prova (Nm. 20:12-13)

CONCLUSÃO

Paulo exclama: “o que se requer dos despenseiros é que cada um se ache fiel” (1 Cor.
4:2). Temos a imenso privilégio de cuidar do maior projeto em andamento sobre a face
da terra: a edificação da igreja de Cristo. Ser fiel neste mérito implica em empenhar-se
na obra, dar o meu/seu melhor sem jamais depreciar a obra do Mestre em face de
valores seculares. Jesus já nos alerta que aquele que “lança mão do arado e olha para
trás não é digno de mim” se referindo aqueles que, mesmo havendo abraçado o
ministério, vivem fomentando dúvidas sobre o valor de seu chamado.

Imitemos o exemplo de Paulo neste sentido. (Fp. 3: 13,14).

Aqueles que se dedicam ao ensino da Palavra têm sobre si a responsabilidade de


mostrar empenho e autenticidade no uso da Palavra, percebendo que serão julgados
por Deus (2 TM. 2:2; 1Cor. 4:1-4). Estes devem portar-se como exemplo dos fiéis
(1Tm. 4:12).

Elaborado por: NESTOR GONÇALVES DE OLIVEIRA

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