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ÉTICA MINISTERIAL

Pr. Alfredo Campos


Introdução
Estamos vivendo sem dúvida alguma os últimos dias da Igreja, eu acredito nisso.
Dias difíceis. Complicados mesmo, a bem da verdade estamos sentindo o mesmo desconforto das
narinas de Noé... O mundo se deteriorando lá fora e um certo mau cheiro exalando dentro da arca.
É tempo de alerta e reflexão, precisamos de paradigmas, exemplos para esta nova geração de
ministros do evangelho.
Tomo a liberdade de parafrasear o Senhor Jesus, dizendo: “A seara é realmente grande, mas são
poucos os exemplos”.
Gosto de escutar os testemunhos sobre os pastores que nos precederam, o que os marcou não foi
a capacidade teológica, mas o vigor moral e ético de uma vida santa, abnegada pela consciência do
que é ser um ministro do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Que estas marcas sejam alvo de nossas mais sinceras apreciações e que este também seja o selo
de nosso ministério.

I. Definindo o que é Ética


O termo “Ética” deriva-se do grego ethos: caráter, modo de ser de uma pessoa.
Ética, do ponto de vista teológico e filosófico, busca identificar o certo e o errado.
Teologicamente, a ética está fundamentada nos princípios esboçados na palavra de Deus.
Filosoficamente, a ética estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos.
Ética, portanto, se refere a amaneira de vida e conduta.
Ética pastoral é a aplicação de princípios fundamentados na palavra de Deus e nos valores morais
da sociedade, que orientarão o obreiro em sua conduta nas diversas áreas da vida, o maior
compendio sobre ética encontra-se sem dúvida no Evangelho de Mateus nos capítulos 5, 6 e 7.

II. A Ética na vivência pastoral


Um dos maiores desafios de um obreiro, tendo em vista suas inúmeras responsabilidades no
pastorado, é o cuidado de sua vida devocional e familiar, sem se eximir de suas tarefas.
O êxito ministerial tem a sua origem na vida particular do ministro, o obreiro precisa considerar:
1) Seu relacionamento com o Senhor
“Quem não tem tempo para Deus está perdendo o seu tempo”.
Todos nós sabemos que não há regras quanto a isso, mas deve ser um ponto claro para cada
obreiro do evangelho. Precisamos estar com o Senhor, precisamos ouvir as suas ordens,
precisamos de sua direção, como trataremos dos negócios do Senhor da seara se não estivermos
com Ele?
O nosso relacionamento com o Senhor deve estar acima de todos os outros relacionamentos. O
homem chamado por Deus deve possuir um comprometimento pessoal com suas crenças e
valores e por isso deve estar disposto a levantar-se um pouco mais cedo ou a deitar-se um pouco
mais tarde para buscar a presença daquele que afirma acreditar.
Dentre todas as outras qualidades que deve possuir um verdadeiro homem de Deus, não
conheço outra mais poderosa do que a sua familiaridade com o “Santo dos Santos”.
Observamos:
a. O ensino de Davi – “De tarde e de manhã e ao meio dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a
minha voz.” Sl 55.17
b. O costume de Daniel – “Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada,
entrou em sua casa (ora havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três

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vezes no dia se punha de joelhos e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também
antes costumava fazer.” Dn 6.10
c. O exemplo de Jesus – “E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a
noite em oração a Deus.” Lc 6.12; 11.1; Mc 1.35; Lc 5.16; Mt 14.23.
Perseverar em estar com Deus através da oração e pela leitura da Palavra nos levanta o véu
sagrado e dá-nos graça para entendermos a vontade de Deus. - C. H. Spurgeon dizia “Não
ministre no templo enquanto não se lavarem na pia, perto do altar”. O fato é que todo ministro
do evangelho deve separar sua vida com Deus do seu trabalho para Deus. É o nosso andar com
Deus, que dá credibilidade ao nosso falar de Deus. O nosso relacionamento com o Senhor nos
dará condições de suportar os fracassos e nos manter firmes no êxito.
Observe com atenção o exemplo do Apóstolo Paulo: At 20.13,14.

2) Seu relacionamento com sua família


Se há um lugar em que o obreiro precisa ser ético é dentro de sua própria família, como marido
e como pai, lutamos para que as nossas inflamadas mensagens pronunciadas do púlpito não sejam
vítimas de incoerência em nossa maneira de viver entre os nossos familiares.
“Os valores de um líder são pessoais – mas nunca são privados”. Myles Munroe.
Se o fogo de Deus há de brilhar em algum lugar, que seja primeiro em nossas casas, entre
nossas esposas e filhos. Que nossas esposas e filhos nunca tenham dúvidas sobre o nosso ofício e
se algum dia for solicitado a se pronunciar, sobre ele, que afirmem com toda a verdade “– É um
pastor!”, nunca “– É um ator”. Lc 12.1.
Basear-se na ética é fundamental para o sucesso e a longevidade do ministério.
A graça de Deus se faz extremamente necessária em nossas vidas tendo em vista os exemplos
de verdadeiros homens de Deus que tiveram dificuldades nesta área:
a. Abraão – Gn 16;21
b. Moisés – Nm 12.1
c. Samuel – 1 Sm 8.1-5
Diante disso, todo cuidado é pouco. Queira Deus que nossas casas estejam edificadas nestas
bases apontadas por Paulo:
a. Amor – “Vós, maridos, amai vossas mulheres como também Cristo amou a igreja, e a si
mesmo se entregou por ela.” Ef 5.25
b. Respeito – “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor.” Ef 5.22
c. Autoridade – “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.” Ef
6.1
Nossas famílias precisam de saúde espiritual. É muito triste o lar de um obreiro ter cheiro de
hospital, porque tem sempre alguém sendo atendido na emergência.
Quero relacionar algumas coisas que devem ser observadas:
a. Deixe sempre claro que você é o pastor, não sua mulher e filhos.
b. Não reúna sua família para falar mal dos outros.
c. Nunca abra dificuldades do seu casamento para as ovelhas.
d. Não exponha publicamente sua esposa ou filhos de forma negativa.
e. Sempre diferencie o que lhe pertence e o que pertence à igreja.
f. Jamais banalize as coisas sagradas.
Quando o homem não põe limite a si próprio, está armando uma queda para si mesmo.
Que Deus nos ajude e que as palavras ditas por Josué “Porém eu e a minha casa serviremos ao
Senhor” sejam verdadeiras em nossos lábios.
3) Seu relacionamento com o trabalho
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Um dos modos mais seguros de ver a autenticidade de uma chamada para o ministério é a
importância e a responsabilidade que o obreiro dispõe para realizar a sua tarefa - “Porque diz a
escritura: não ligaras à boca ao boi que debulha e digno é o obreiro do seu salário.” 1 Tm 5.18
Paulo está dizendo: “Aqueles que trabalham, merecem pagamento”. Porém é bom lembrar
“aqueles que trabalham”.
O ministério pastoral não é lugar de desocupados.
O ministério pastoral não é lugar de acomodados.
O ministério pastoral não é lugar de desinteressados.
Conta-nos a história que Nero, imperador romano, tocava violino enquanto Roma ardia em
chamas e enviava navios à Alexandria no Egito em busca de areia para arena, enquanto a
população morria de fome. A irresponsabilidade é uma das características mais grosseiras a serem
observadas na vida de um pastor.
Se marcar um compromisso, cumpra. Se alguém lhe pedir auxílio e orientação, não se esquive.
Se chegar aos seus ouvidos um pedido de socorro, não se faça de surdo. Mt 14.13,14.
Que Deus nos guarde para que o Senhor Jesus nunca venha olhar para o lugar em que
trabalhamos e chegue à seguinte constatação: “Saindo, viu uma grande multidão, e teve
compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor.” Mc 6.34
Por fim, seja zeloso, honesto e trabalhador, o púlpito não pode transformar-se em escada pela
qual suba a ambição, porque todos que se deixaram levar por esse espírito nunca deram em nada.

III. Princípios éticos inegociáveis de um ministro


1) O ministro nunca deve tocar na glória que pertence a Deus. Is 42.8
2) O ministro nunca deve desrespeitar a autoridade espiritual que está sobre ele. Nm 16
3) O ministro nunca deve revelar um segredo que lhe foi confiado.
4) O ministro nunca deve ser descuidado com sua palavra. Mt 5.37
5) O ministro nunca deve fazer crítica a uma ovelha perto de outra.
6) O ministro nunca deve agir com intenção de tirar vantagem. II Rs 5.15,16
7) O ministro nunca deve ser partidarista. I Co 3.4.
8) O ministro nunca deve colher o êxito para si e creditar o fracasso aos seus auxiliares. Fp 1.1.
9) O ministro nunca deve descuidar dos seus compromissos financeiros. Pv 22.1.
10) O ministro nunca deve desconsiderar um companheiro de ministério. II Pe 3.15.
11) O ministro nunca deve se considerar acima de toda e qualquer tentação. I Co 10.12.
12) O ministro nunca deve ser infiel à estrutura a que pertence.

Amados irmãos, é claro que ainda caberiam diversas observações, porém, devido ao tempo,
limitamo-nos apenas a essas. Algumas observações ainda são imprescindíveis de lembradas, como:
1) Pastores são simples, não vaidosos;
2) Pastores conduzem ovelhas, não seduzem ovelhas;
3) Pastores alimentam ovelhas, não se alimentam das ovelhas;
4) Pastores buscam a discrição, não a autopromoção;
5) Pastores são servos humildes, não chefes orgulhosos;
6) Pastores vão para o púlpito, não para o palco.
A Ética de um ministro do evangelho deve estar fundamentada na palavra de Deus, dela provem
os valores que conduzam a sua conduta em todos os relacionamentos.
IV. Uma última consideração
Ética denota também em reconhecer a nossa posição em função, junto ao pastor presidente da
igreja.
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Quero dizer com isso, que bem-aventurado é o obreiro que entende o que é ser um pastor
auxiliar, ele saberá que não estará nesta posição para seguir sua própria visão ou vontade, mas
encontrará verdadeira satisfação em participar da visão que Deus entregou ao pastor da igreja.
Uma das piores coisas que pode acontecer à Igreja é ter obreiros mal intencionados. Todo
verdadeiro servo de Deus não procura ser grande, e sim ser útil.
Dez características que apontam um obreiro mal intencionado:
1) O obreiro que não é sincero com o pastor da igreja.
2) Obreiro que não ama o pastor, apenas o respeita por depender financeiramente da igreja.
3) Obreiro que, ouvindo algum comentário depreciativo sobre o pastor, fica passivo.
4) Obreiro que apenas tira proveito da confiança e proximidade do pastor.
5) Obreiro com espírito de insubordinação ao pastor.
6) Obreiro que tem sempre uma palavra crítica sobre o pastor.
7) Obreiro que não ensina em sua filial a orarem pelo pastor e por sua família.
8) Obreiro que não deixa claro publicamente que sua função é de pastor auxiliar e não de pastor
presidente da igreja.
9) Obreiro que está sempre descontente e apático com o trabalho da igreja.
10) Obreiro que não sonha os sonhos do pastor e nem se envolve legitimamente na visão da
igreja.
Convém que o pastor auxiliar seja um homem dotado de humildade, obediência, prontidão e
honestidade e que respeite o pastor presidente da igreja, porém nunca seja um bajulador, pois o
exagero, mesmo numa coisa boa, causa indigestão e desagrado.
Um pastor sem ética é um poder desprovido de princípios, o que fatalmente terminará em
desastre.
Encerro estas notas citando o apóstolo Paulo em Cl 4.17: “... Atenta para o ministério que
recebeste no Senhor: para que o cumpras.”.

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ÉTICA II
Continuando a falar sobre ética, assim como o direito e outras profissões têm sua ética
peculiar, já está claro que o ministério pastoral tem a sua.
Há sem dúvida, diversos outros princípios que deveriam ser abordados, mas devido ao tempo
destacaremos apenas alguns.

V. ATENTANDO PARA ESSES PRINCÍPIOS


1) O Princípio da Imparcialidade
Ser imparcial é, sem dúvida, um dos grandes segredos para o êxito de um homem que lida
diariamente com diversos tipos de conflitos. O ministro não pode tomar partido a favor ou contra,
ele jamais poderá sacrificar a justiça ou a verdade em favor desse ou aquele, ou dele próprio, o
apóstolo Tiago nos orienta sobre isso:
"Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em
mansidão de sabedoria.
Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis nem
mintais contra a verdade:
Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.
Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda obra perversa.
Mas a sabedoria que do alto vem, é primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável,
cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. Ora o fruto da justiça
semeia-se na paz, para os que exercitam a paz." Tg 3.13-18.

2) Princípio da consciência
O que estamos presenciando é uma total destruição das coisas que realmente são importantes,
nessa época "pós moderna" em que a troca de valores é evidente e gritante, faz-se necessário que
o pastor como guardador do rebanho esteja alerta, principalmente no que tange a sua
consciência. "Nossos pensamentos e decisões serão confirmados ou desafiados pelas exigências
da consciência." MILYES MUNROE
A consciência exige do ministro do evangelho a percepção dos meios para se alcançar os fins.
Será um péssimo obreiro aquele que anula sua consciência, pois mais cedo ou mais tarde perderá
a confiança do rebanho, e confiança é elemento indispensável na relação "ovelha e pastor".
Precisamos a todo custo preservar nossa consciência, ela é o poderoso agente para subjugar as
emoções e nos dar a certeza moral do certo e errado.
Por isso, quando for fazer suas escolhas, pare para pensar,verifique, escute sua consciência e
reflita sobre as prováveis consequências de suas decisões.
O pastor deve sempre ter em vista as questões que lhes são apresentadas para
aconselhamento, não são por parte da ovelha simples elemento rotineiro, é preciso ajuda de Deus
e sensibilidade para dar orientação e direção oportuna.
Nunca esqueça, o testemunho que damos de Deus não é mais importante que o testemunho
que Deus dá de nós, mantenha sua consciência sadia, amado irmão.
3) O Princípio do decoro
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O exercício do ministério sagrado exige também daquele que o desempenha seriedade e
comportamento equilibrado. O decoro pode ser observado na linguagem do ministro, aja visto
que o apóstolo Paulo faz recomendações a dois obreiros que trabalhavam com ele, a Tito diz:
"Linguagem sã e irrepreensível."Tt 2.8, a Timóteo recomenda: "Mas rejeita as fábulas profanas."
I Tm4.7.
É triste, constrangedor e vergonhoso, se observar em um homem que ocupa o púlpito sagrado
toda espécie de palavras indecorosas,chulas e torpes.
O decoro também manifesta-se em nossa maneira de se trajar. Ao obreiro cabe discernir como
deve se vestir, avaliando cada ocasião. Não é conveniente a um pastor em um velório:
a) Ir a cerimônia fúnebre, vestido com roupas que usaria em momentos de lazer;
b) Usar neste momento qualquer tipo de gracejo;
c) Fazer qualquer tipo de agenda, há outros lugares e momentos para estes assuntos;
d) Fazer colocações inadequadas durante a cerimônia;
O decoro pressupõe comportamentos com ele compatível, decência, respeito e conveniência,
estende-se também ao comportamento do obreiro em público, principalmente. O ministro do
evangelho deve evitar qualquer tipo de leviandade, gestos e olhares comprometedores, palavras
irrefletidas e chocarrices, não estamos falando contra o bom humor, não é bom que o semblante
do obreiro lembre as carrancas dos barcos do rio São francisco, porém, deve lembrar-se sempre
que tudo tem o seu momento oportuno. Ec 3.1.
4) O Pincípio da disciplina
Este ponto engloba uma das questões mais sensíveis no ministério pastoral, o momento em
que o pastor para preservar a saúde do rebanho precisa exercer a disciplina.
Isso deve ser feito com o maior cuidado possível, o pastor não deve temer a impopularidade e
jamais deve curvar-se a omissão, porém, ele deve ser prudente e diligente nesta área, jamais
expondo de maneira vexatória ou constrangedora a quem quer que seja.
A disciplina, não é perder ou jogar uma vida fora da igreja, mas restaurar, curar a ferida,
reconduzir aos trilhos "a cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega: em
verdade produzirá o juízo." Is 42.3.
A disciplina é necessária, mas sempre deve ser aplicada com amor, nunca com qualquer outro
sentimento, também se deve dar ao ofensor todas as oportunidades possíveis para o
arrependimento "irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido em alguma ofensa, vós
que sois espirituais encaminhai ao tal com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo para que
não seja também tentado." Gl 6.1.
A disciplina pode ser instrutiva, corretiva e exclusiva. O pastor que tratar esse assunto
eticamente tem 90% de possibilidade de não perder a ovelha.
5) O Princípio da hospitalidade
Acho esse um ponto interessante de se tocar, aja vista que estou pastor em uma igreja no
interior do estado do Espírito Santo e quase sempre recebemos visitas de alguns irmãos.
Considero a hospitalidade uma forma de servir a Deus. Considero também uma forma de
exercermos a generosidade "comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a
hospitalidade." Rm 12.13.
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Tratar com educação, respeito e cortesia uma pessoa é nosso dever, principalmente se você a
convida para ministrar na igreja, é intransferível ainda que devido a outras obrigações o pastor
não possa acompanhar o visitante em todo tempo, recomendo que sua atenção seja constante.
Em Lucas capítulo 7, a partir do versículo 36, temos uma clássica história de falta de hospitalidade
que foi condenada por Jesus. "A alma generosa engordará, e o que regar também será regado."
Pv 11.25 ; IPe 4.9.
Além dos assuntos que já foram abordados, apenas citaremos algumas regras fundamentais ao
bom desenvolvimento da ética pastoral:
1 - Guarde a honra de seu ministério - preservando seu caráter
2 - Não vincule seu nome a coisas duvidosas - Lc 12.13,14
3 - Não alimente, nem promova contenda - II Tm 2.24
4 - Procure se aprimorar - Ec 12 9a
5 - Não seja ladrão de ovelhas -
6 - Não lute para se promover, deixe que Deus o promova - Lc 1.80
7 - Lembre-se, a soberania de Deus não anula nossa responsabilidade - At 16.9
a) Filipos
b) Tessalônica
c) Beréia
d) Atenas
e) Corinto
f) Éfeso
Tendo em vista o mundo ao nosso redor cada vez mais mergulhado em um mar de lama, pois os
homens se distanciam de Deus dando lugar a uma filosofia de desespero, tornando as práticas
pervertidas cada vez mais comuns, nessa total inversão de valores, o obreiro do evangelho deve sim,
com bastante seriedade considerar as questões éticas no desempenho do ministério.
Um dos ministérios de maior sucesso dos últimos tempos foi o do evangelista Billy Graham. Em
1948 na cidade de Modesto, estado da Califórnia, Billy Graham e sua equipe tomaram uma decisão,
pautada na palavra de Deus e na ética que lhes assegurou sem dúvida alguma o futuro grandioso que
tiveram.
"Certa tarde, durante os trabalhos em Modesto, reuni a equipe para discutirmos o problema. Pedi-
lhes que permanecessem em seus quartos durante uma hora e relacionassem todos os problemas que
poderiam estar prejudicando os evangelistas e a evangelização.
Quando todos retornaram, notamos que as listas eram bastante semelhantes, em curto espaço de
tempo tomamos uma série de decisões e assumimos compromissos mútuos que serviram de
orientação para nossos trabalhos evangelísticos futuros. Na realidade, isso representava um acordo
informal entre nós - um compromisso de fazer o possível para defender a integridade e a pureza dos
evangelistas, tendo a bíblia como padrão de comportamento.
O primeiro ponto da lista a ser debatido era o dinheiro. Quase todos os evangelistas daquela época
- inclusive nós - eram sustentados pelas ofertas recolhidas durante as reuniões. Alguns evangelistas
eram fortemente tentados a extrair o máximo de oferta do público, em geral fazendo uso de
veementes apelos emocionais. Além disso, havia pouco ou nenhum controle sobre o dinheiro
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arrecadado. A condição dava margem a se pensar em abusos, levando os evangelistas a serem
acusados de realizar as reuniões apenas por dinheiro.
O segundo item da lista era o perigo da imoralidade sexual. Conhecíamos evangelistas que haviam
cometido atos imorais por estar longe da família.
Comprometemo-nos a evitar qualquer situação passível de levantar a mínima suspeita. Daquele
dia em diante, não viajei, não fiz refeições, nem estive a sós com nenhuma mulher, a não ser minha
esposa. Decidimos que a ordem do apóstolo Paulo ao jovem Timóteo seria também a nossa:
"Foge....das paixões da mocidade." II Tm 2.22.
O terceiro ítem refería-se á tendência da maioria dos evangelistas em desvincular seus trabalhos
da igreja local, chegando a criticar os pastores e as igrejas da cidade de forma explícita e mordaz.
Estávamos convencidos de que além de ser contraproducente, essa conduta contrariava os
ensinamentos bíblicos. Estávamos decididos a cooperar com todos aqueles que cooperassem conosco
para a proclamação do evangelho e evitar atitudes antieclesiásticas e anticlericais.
O quarto e último ítem relacionava-se á autopromoção. Alguns evangelistas tinham o hábito de
exagerar o próprio sucesso ou o número de pessoas presentes nas reuniões. Esse tipo de
comportamento também prejudicava o conceito de evangelização e levantava suspeita contra o
trabalho em geral. Com isso a imprensa passou a desconfiar dos evangelistas, recusando-se a tomar
conhecimento de suas obras.
Comprometemo-nos em Modesto a manter integridade tanto em nossa promoção como nos
comentários acerca das reuniões." (GRAHAM,1998).
Concluindo, pedimos a Deus que essas notas sirvam de ajuda e orientação no desempenho do
ministério que temos recebido do Senhor Jesus Cristo. Salta-nos á lembrança a citação de Paulo aos
Romanos "A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens."
Rm 12.17.
Que Deus nos ajude!

Pr. João Ribeiro


Servo de Jesus Cristo

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