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Tema: Getsêmani, agonia do Senhor

Texto: Lucas 22:39-46

Análise: A agonia do Senhor Jesus no Jardim do Getsêmani contém elementos que os mais
sábios expositores não puderam expor plenamente. Ninguém jamais passou pelo que Jesus
experimentou no Getsêmani. Seu sacrifício vicário, em completa obediência à vontade do Pai,
era o único tipo de morte que poderia salvar os pecadores. O inferno, como ele é, veio até
Jesus no Getsêmani e no Gólgota, e o Senhor desceu até ele, experimentando todos os seus
horrores. Moisés Ribeiro diz que aquela era a batalha decisiva de Jesus.

Lucas não menciona o jardim do Getsêmani, mas a penas o monte das Oliveiras, onde ele está
localizado. Esse jardim fica do lado ocidental do ribeiro de Cedrom (João 18:1), defronte do
monte Moriá, onde ficava o glorioso templo. Getsêmani significa “prensa de azeite, lagar de
azeite”. Foi neste lagar, onde as azeitonas eram esmagadas, que Jesus experimentou a mais
intensa agonia. Enquanto o primeiro Adão perdeu o paraíso num jardim, o segundo Adão o
reconquista noutro.

Vs 39- Como de costume Jesus foi para o monte das Oliveiras e os seus discípulos o seguiram
- Jesus buscou esse lugar de oração não apenas na hora da agonia. Lucas nos informa que este
lugar secreto de oração era caro para Jesus. Ir a esse lugar de oração era o seu costume (Lc
22.39). Porque Judas conhecia o hábito de Jesus de ir ao Getsêmani à noite, dispôs-se a liderar
a turba para prendê-lo nesse jardim.
Lucas, diferentemente dos outros evangelistas sinóticos, não menciona o fato de Jesus deixar
oito discípulos assentados no jardim e ir um pouco adiante para orar, levando consigo Pedro,
Tiago e João (Mt 26.36,37; Mc 14.32,33).
Muitas coisas Jesus disse às multidões. Quando, porém, falou de um traidor, foi apenas para os
doze. E unicamente para três desses doze é que ele disse: A minha alma está profundamente
triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo (Mt 26.38; Mc 14:34).
Spurgeon escreveu: “A dor de sua alma era a alma de sua tristeza”.3 Esses mesmos discípulos
já haviam sido testemunhas do poder de seu mestre na ressurreição da filha de Jairo, e
também testemunhas da glória de seu mestre no monte da transfiguração; mas, agora, eram
testemunhas da agonia de seu mestre, no jardim de Getsêmani.

Vs 40 – Chegando ao lugar, ele lhe disse: “Orem para que vocês não caiam em tentação”
Lucas destaca mais o cuidado pastoral de Jesus, alertando a todos eles acerca da necessidade
de orar para não entrar em tentação. Robertson diz: “Aqui, trata-se de uma tentação real, e
não apenas de uma provação. Jesus conhecia o poder da tentação e a necessidade da oração.
A oração é um antídoto contra o medo e uma armadura contra as investidas do mal. Diante do
cerco das trevas, não resistiremos à tentação sem oração. Quando Jesus retorna de suas
orações e encontra os discípulos dormindo, ele novamente os exorta: Levantai-vos e orai, para
que não entreis em tentação (Lc 22.46). Que tentação? A tentação de negá-lo!

Vs 41 – Ele se afastou deles a uma pequena distancia, ajoelhou-se e começou a orar: -


Lucas dá mais ênfase do que Mateus e Marcos à agonia da luta solitária de Jesus. Tendo dito
aos discípulos que orassem para evitar a tentação, Jesus orou a fim de vencer a sua própria. Na
hora mais intensa da peleja, Jesus se afastou, cerca de um tiro de pedra, e, de joelhos, orava.
Nessa hora, ele estava só.
Mas ali, na solidão do jardim, Jesus ganhou a batalha.
Quando o apóstolo Paulo estava na prisão romana, na antessala do martírio, disse:

Na minha primeira defesa, ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram

(2Tm 4.16).

Mas foi nessa arena da solidão que ele contemplou a coroa e ganhou sua mais esplendida
vitória.
Quando o apóstolo João foi exilado na Ilha de Patmos, o imperador Domiciano o jogou no
ostracismo da solidão, mas Deus lhe abriu a porta do céu. E, no vale escuro de sua solidão, ele
contemplou as glórias do céu.

Vs 42 – “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade,
mas a tua”. –

Primeiro, no que não consistia a angústia de Jesus. Sua angústia não foi causada pelo medo do
sofrimento e da morte. Por que Jesus estava triste, então? Era porque ele sabia que Judas
estava se aproximando com a turba assassina? Era porque estava dolorosamente consciente
de que Pedro o negaria? Era porque sabia que o Sinédrio o condenaria? Era porque sabia que
Pilatos o sentenciaria? Era porque sabia que o povo gritaria diante do pretorio romano:
“Crucifica-o, crucifica-o”? Era porque sabia que seus inimigos cuspiríam em seu rosto e lhe
esbordoariam a cabeça? Era porque sabia que o seu povo preferiría Barrabás a ele? Era porque
sabia que os soldados romanos rasgariam sua carne com açoites, feririam sua fronte com uma
zombeteira coroa de espinhos e o encravariam numa cruz no Gólgota? Era porque sabia que
seus discípulos o abandonariam na hora da sua agonia e morte? Certamente, essas coisas
estavam incluídas na sua tristeza, mas não era por essas razões que Jesus estava triste até a
morte. Jesus estava tomado de pavor e angústia pela antevisão de que seria desamparado
pelo Pai (27.46). Este era o cálice amargo que estava prestes a beber (Jo 18.11) e que o levou
aoforte clamor e lágrimas (Hb 5.7). O mestre provou a borra amarga do cálice da morte pelo
pecado. Rendeu-se completamente à vontade do Pai e bebeu o cálice da ira de Deus contra o
pecado até a última gota.

Segundo, no que consistia a profunda tristeza de Jesus. Egidio Gioia diz que a essência dessa
profundíssima tristeza de Jesus estava no seu extremo horror ao pecado. Jesus sentia que a
pureza imaculada de sua alma seria manchada e completamente enegrecida pelo pecado não
dele, mas dos pecadores. Ele sentia a realidade da maldição da cruz. Sentia que seria maldito
pela justíssima lei de Deus. Sentia que a espada da justiça divina cairia, inexorável, sobre ele,
traspassando-lhe o coração.6 Muitas pessoas já o haviam deixado (Jo 6.66), e os seus
discípulos também o abandonariam (26.56). Pior de tudo era que, na cruz, ele clamaria: Deus
meu, Deus meu, por que me desamparaste? (27.46). Robert Mounce diz, com razão, que a
agonia de Jesus no Getsêmani não foi a antecipação da dor e crueldade da crucificação, mas a
verdade horripilante de que ele era o cordeiro prestes a ser sacrificado pelos pecados do
mundo. A tristeza de Jesus era porque sua alma pura estava recebendo toda a carga do nosso
pecado. O Getsêmani foi o prelúdio do Calvário. Ele foi a porta de entrada para a cruz. Foi no
Getsêmani que Jesus travou a maior de todas as guerras. Ele se entristeceu porque sorveu o
cálice da ira de Deus e sofreu a condenação que nós deveríamos sofrer.

Vs 43 – Aparece-lhe então um anjo do céu que o fortalecia -


É curioso que Lucas registre o conforto trazido pelo anjo antes da agonia mais intensa (Lc
22.43,44). E como se o anjo viesse prepará-lo para a hora mais escura da agonia. O anjo não
apenas o consola na angústia, mas o conforta para lidar com a agonia mais intensa. Vale
destacar que é no Getsêmani que Jesus enfrenta sua mais profunda angústia. Aqui o inferno
lança sobre ele todo o bafo do diabo. A partir do Getsêmani, não há mais nenhum vestígio de
angústia em Jesus. Mesmo sendo cuspido, esbordoado, vilipendiado e exposto ao mais
horrendo espetáculo público no topo do Gólgota, Jesus não demonstrou mais nenhum sinal de
angústia. Foi no Getsêmani que ele travou a mais sangrenta batalha e foi lá que ele conquistou
a mais retumbante vitória!

Vs 44 – Estando angustiado, ele orou ainda mais intensamente, e o seu suor era como gotas
de sangue que caiam no chão -
Porque Jesus suou gotas como de sangue, que caíram no chão, no Getsêmani? Getsemani era
um dos muitos hortos , espalhados pelas férteis encostas no Monte das Oliveiras, separado
Jerusalém pelo Cedron. O significado de Getsêmani é Prensa de Azeite, lá erá um lugar que se
produzia Azeite. Eles pegavam todas as azeitonas que estavam no monte, no alto do monte e
colhendo quando era época da colheita, descia com essas azeitonas todas para Getsemani ,
para a prensa de azeite, para a fábrica. A azeitona passava porque alguns processo

1ª – Processo eles iriam pegar, encher vários sacos com as azeitonas e colocar um saco sobre
o outro. O peso de uma azeitona em cima da outra, em cima da outra, em cima da outra, saco
sobre sacos, sobre se fazia um peso natural. Começava a sangrar o caldo, este processo se
chama Sangria, que é o azeite que era o caldo dessas azeitonas. E ai eles pegavam esse óleo,
esse azeite, que era o melhor azeite, e eles levavam esse azeite para um lugar que era o
Templo, para acender a Menorah do Templo (o Candeladro de Ouro, Candeladro de 7 bração).
Quando Jesus vai orar e ele aceita tomar o cálice da redenção, da ira de Deus, ele aceita
derramar o sangue dele por toda a humanidade. Para que aquilo fosse aceito como pureza por
Deus, precisaria ser como primícia. Quando Jesus está ali, orando, aceitando esse cálice, ele
está aceitando sobre seu corpo, que representa a carne dessa azeitona, ele está aceitando
sobre seu corpo a carne de todos as azeitonas do mundo – de todas as pessoas do mundo,
sobre a carne dele. Essa é a pressão que ele estava sofrendo ali naquela hora. Por isso , o
versículo fala que Jesus começa a orar com mais intensidade, por causa da pressão natural da
humanidade sobre ele. E ali ele diante do Templo, ele estava entregando o seu sangue como
primícia para o Templo, entregando como primícia para o Senhor. E assim sucessivamente, o
sangue de Jesus vai ser derramado por toda Jerusalém, em cada lugar que o sangue de Jesus
toca , ele toca uma área da vida, uma área politica, uma área social. E quando o sangue de
Jesus toca a Menorah, ele se torna luz não apenas apara o Templo, mas ele se torna luz para as
Naçoes. (1 Cor 15:20)

2ª – Processo na Prensa- era prensado pela primeira pedra e saia o extrato do segundo azeite
que servia para ser usado, para alimento, Jesus é o Pão Vivo (João 6:48)

3ª – Processo na Prensa – com o peso da segunda pedra saia o azeite, o extrado do terceiro
azeite era para ungir feridas, para cura (Isaias 53:5)

4ª – Processo na Prensa – era prensado pela terceira pedra e saia que era o extrado do quarto
azeite, que este servia para iluminar, eram depositados em lâmpadas e essas eram o principal
instrumento de iluminação daquela época , Jesus é a luz do mundo (João 8:12).

5ª – Processo na Prensa – com o peso de uma quarta pedra na prensa, era extraído o quinto
azeite, ele já vinha com um certo farelo da azeitona e servia para fazer sabão (Purificação,
Santificação). O poder do sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado (1 João 1:7)
Vs -45-46 – Quando se levantou da oração e voltou aos discípulos encontrou-os dormindo,
dominados pela tristeza. ‘Por que estão dormindo?”, perguntou-lhes. “Levantem-se e orem
para que vocês não caiam em tentação”.

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