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AS SETE ÚLTIMAS PALAVRAS DE CRISTO NA CRUZ

LEVI MENEZES VARJÃO

SALVADOR-BAHIA
2019

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SUMÁRIO

1. Pré Prólogo
2. Prólogo
3. Introdução
4. As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz:
1º) A Primeira Palavra – A Palavra de Perdão
2º) A Segunda Palavra – A Palavra de Amor
3º) A Terceira Palavra – A Palavra de Salvação
4º) A Quarta Palavra – A Palavra de Necessidade
5º) A Quinta Palavra – A Palavra de Desamparo
6º) A Sexta Palavra – A Palavra de Vitória
7º) A Sétima Palavra – A Palavra Dependência,
Submissão e Confiança.
5. Conclusão
6. Considerações Finais
7. Recomendações e Encaminhamentos
8. Epílogo
9. Referência Bibliográfica

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1. Pré-Prólogo

Antes de entrarmos no mérito do prólogo, Introdução e do Sumário,


se faz necessário nessas Sete últimas Palavras de Cristo na Cruz, olhar para
a eternidade antes de Cristo proferir essas Palavras na Cruz.

É necessário levar em conta toda a Sabedoria e a Economia Divina,


porque cada Palavra de Jesus na Cruz foi cuidadosamente e estritamente
dita numa Ordem Perfeita, dentro do Eterno Plano de Salvação, Pré-
determinado por Deus, antes da Criação do Mundo, como diz a Palavra:

“Mas, pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem


mácula, o Sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da Fundação
do Mundo, porém manifestado no Fim dos Tempos.” (1ª Pe.1:19-20)

É necessário, também, levar em conta que nas Sete Últimas Palavras,


Cristo estava totalmente na Dependência ao Espírito Santo, e, que na
verdade, aquelas Palavras, não foram de Jesus, mas, do Próprio Pai que
estava falando através de Jesus, diretamente da Sala do Trono. (Apo.4:2).

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2. Prólogo

Quem poderia imaginar, por algum segundo, que um dia, no tempo


e no espaço, no céu e na terra, que veríamos aquela terrível Cena de
Crucificação de Deus, na Pessoa de seu Filho Amado, O Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo? (Jo.1:29).

Nem os anjos de Deus, em algum momento, pensariam que o Senhor


Deus, Criador de todas as coisas, Todo Poderoso, Onipotente, Onisciente e
Onipresente, morreria na Cruz, pelo homem criado por Ele, pois, assim
como diz a Palavra:

“Que é o homem mortal para que te lembres dele, e o Filho do


Homem, para que o visites?” (Heb.2:6-10).

Mas, na Economia Divina, o Cordeiro de Deus, foi conhecido antes da


Fundação do Mundo. (1ª Pe.1:19-20).

Portanto, já estava no Plano Eterno de Deus, morrer por todos os


homens, na Cruz do Calvário.

Jamais poderemos entender, completamente, agora e sempre, a


profundidade do Amor de Deus, revelado na História da Cruz, expresso
nas palavras da Poesia do Hino do Cantor Cristão 196.

Conta-me a História

Conta-me a história de Cristo; Grava-a no meu coração

Conta-me a história preciosa, Pois Ele dá salvação

Conta que os anjos em coro. Deram louvor a Jeová

Oh! Glória a Deus nas alturas. Pelo perdão que nos dá!

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II

Cristo sofreu no deserto, Dias amargos passou

Pelo maligno tentado, Mas em poder triunfou.

Conta dos seus sofrimentos. Que ele por nós padeceu

Quando em terrível angústia. Lá no Calvário morreu!

III

Conta do cálix amargo; Ele sofreu maldição!

Conta do triste sepulcro, conta da ressurreição.

Oh! Grande amor indizível! Graça e favor divinal!

Santos louvores cantemos. Ao Salvador eternal!

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3. Introdução
Não podemos entender As Sete Palavras de Cristo na Cruz, sem olhar
para o capítulo três de Gênesis.

Na verdade, todas As Sete Palavras de Cristo, estão contidas nesse


capítulo, e, se expressam na história da desobediência de Adão, na Queda,
na entrada do Pecado, e da Morte do homem. No capítulo três de
Gênesis, está revelado à totalidade do Amor de Deus, em Cristo, na Cruz
do Calvário, como nos diz o Evangelho de João:

‘Porque Deus amou mundo de tal maneira, que deu o seu Filho
Unigênito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mais tenha a
Vida Eterna’. (Jo.3:16).

E, também, como nos diz o Livro aos Romanos:

“Mas Deus prova o seu Amor para conosco, em que Cristo morreu

por nós, sendo nós ainda pecadores”. (Rom.5:8).

Dessa maneira, é revelada que, a Essência de Deus, é o Amor, e, a


Essência do Amor, é o Perdão.

Nesse sentido, podemos entender porque a Primeira Palavra de


Cristo na Cruz foi a Palavra de Perdão.

Não obstante, todas essas coisas chegamos à seguinte conclusão,


exarada na Poesia do Livro aos Romanos:

“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conheci-

mento de Deus. Quão insondáveis são os seus juízos, e quão ines-

crutáveis os seus caminhos. Quem, pois, conheceu a mente do

Senhor? Ou quem foi o seu Conselheiro? Ou quem primeiro deu a

Ele, para que lhe venha a ser restituído? Porque dEle, e por meio

dEle, e para Ele são todas as coisas. A Ele , pois, a Glória

eternamente. Amém!’ (Rom. 11:33-36).

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Com Santa Reverência e Temor, devemos estudar as Sete Últimas
Palavras de Cristo na Cruz, isto porque, foram as suas últimas palavras
aqui na terra, ainda vivo, portanto, essas palavras expressam, revelam e
representam todo o conteúdo da História da Redenção.

Por isso, não podemos e nem devemos olvidar, nem negligenciar,


essa verdade, mas, devemos nos revestir de um espírito de reverência e
contrição diante dessas palavras.

Ademais, nem podemos imaginar falar dessas palavras sem a direção


do Espírito Santo de Deus, porque naquela Cruz, naquele momento,
estava morrendo o Cordeiro de Deus, Jesus, o Mediador de uma Nova
Aliança, de um Novo Testamento.

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4. As Sete Últimas palavras de Cristo na Cruz

1. A Primeira Palavra da Cruz – A Palavra de Perdão

“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).

O Perdão é a Primeira Palavra de Cristo na Cruz.

E, não podia ser diferente, pois, Jesus em todo o seu Ministério


ensinou sobre o perdão.

Não foi Jesus que disse: “Amai os vossos inimigos, bendizei os que
vos maldizem, e orai pelos que vos maltratam, e vos perseguem”.
(Mat.5:44).

O perdão era a tônica em todo Ministério de Jesus, isto porque, Ele


foi desprezado, rejeitado, maltratado, perseguido, odiado, e “Ele foi
ferido pelas as nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades,
foi oprimido, mas, não abriu a sua boca, a não ser para perdoar.
(Is.53:3,4).

Diante de toda essa cena de sofrimento e dor, pregado numa Rude


Cruz, que dela o dia fugiu, como emblema de vergonha e dor, o Senhor,
quando pela primeira vez na Cruz, abriu a sua boca, foi para pedir perdão
ao Pai pelos seus inimigos.

Esta cena nos remete a outra cena semelhante no Jardim do Éden,


na gênese da História da Humanidade, quando o Pai foi em busca do Filho
Pródigo, entre as árvores do Jardim, clamando e dizendo:

“Adão, onde estás?” (Gn.3:9).

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A Palavra onde pode assumir três categorias gramaticais:

1ª) Advérbio interrogatório:

- Onde você está?

2ª) Pronome relativo

3ª) Advérbio de lugar

O significado gramatical da palavra onde como advérbio


interrogatório, indica o lugar em que a pessoa está, ou no qual lugar, ou
em que parte essa pessoa está.

No caso de onde como pronome relativo e advérbio de lugar


possuem uma noção sempre estática, permanente, isto é; sem
movimento.

Ex: Onde você está?

Agora, podemos entender todo o conteúdo da pergunta que Deus


fez para Adão:

1º) Como advérbio interrogatório, onde, significa dentre outras


coisas, o lugar físico em que Adão se encontrava, mas, nesse caso em tela,
a pergunta do Criador vai além do lugar que Adão e Eva estavam,
escondidos entre às arvores do Jardim. (Gn.3:8). Isto porque, Deus já sabia
onde Adão estava, antes da pergunta, então à pergunta do Criador está,
também, identificando o lugar espiritual que Adão e Eva se encontravam,
no caso: Perdidos nas trevas do pecado, na escuridão, na morte e no
inferno.

2º) Como advérbio de lugar e pronome relativo, o Criador, também,


identificou que Adão e Eva, já estavam numa situação definitiva,
permanente, estática, parada e sem movimento, em outras palavras: sem
mais nenhuma esperança, pois, como nos diz o advérbio interrogatório,
Adão e Eva, já estavam perdidos eternamente no inferno, este sim, era o
lugar onde, também, Adão se encontrava, quando Deus fez a pergunta:

- Onde estás? (Gn.3:9).

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Então, podemos ver a grandeza do Amor, do Perdão, da Compaixão
e da Misericórdia de Deus, em ir ao encontro de Adão e Eva, perdido
eternamente no inferno, entre às árvores do Jardim Éden.

Nesse caso, “onde”, também, expressa e revela para o SENHOR Deus


e Criador de todas às coisas, até “onde” Ele teve que descer para Salvar e
Redimir o homem.

Outro ponto importantíssimo nesse fato é que Adão e Eva


morreram, se perderam, caíram, desobedeceram a Deus, e foram
condenados ao inferno, no Jardim do Éden, e, ao mesmo tempo, a
Serpente, também, se encontrava no Jardim do Éden, um lugar altamente
impróprio para ela está. Portanto, esses são exemplos, que nos chama
atenção, para que nunca subestimemos a ação da Serpente dentro da
Igreja.

Portanto, podemos entender, também, que a Bíblia, e todo o Plano


de Salvação, estão contidos, na Primeira Palavra do Criador, após a Queda,
na pergunta do Senhor Deus: “Onde estás?”. (Gn.3:9). Podemos entender
e compreender, também, a profundidade da pergunta de Deus a Adão:

- Onde estás?

A totalidade do Amor de Deus se manifestou e nos foi revelado na


gênese da desobediência, da queda, do pecado e da morte dos nossos
primeiros pais.

Ali estava Adão e Eva, no “fundo do poço” do inferno, condenado


eternamente nas trevas do pecado, alienado da Família Divina e da
Comunhão com Deus, morto no pecado, mas, Deus, no seu Infinito Amor,
nos amou, estando o homem perdido foi encontrado no Jardim do Éden.
(Lc.15:11-32).

Nessa pergunta, feita pelo Criador ao homem: “Onde estás?”, o


Senhor nos revela a sua compaixão, seu amor, e, ao mesmo tempo, como
um Deus Santo, Onipotente, Onisciente e Onipresente, teve de descer ao
abismo e ao lamaçal do pecado, para salvar e resgatar o homem perdido e
nas garras do diabo. (Lc. 15:32).

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A pergunta também revela a Primeira Palavra da Cruz:

A Palavra de Perdão, (Lc.23:34).

Deus já estava revelando que para resgatar Adão e Eva, custaria o


Sacrifício do seu Filho Amado, Jesus Cristo, O Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo. (Gn.3:15 – Jo.1:29).

Em outras palavras, o Criador estava nos revelando o alto custo da


Operação, do Sacrifício que teria que fazer para salvar e redimir o homem
das trevas do pecado e do inferno, tudo porque nos ama.

Na Primeira Palavra da Cruz, Jesus também revela que a sua Oferta e


seu Sacrifício pela humanidade, até o final, na última palavra, fosse aceito
pelo Pai, e ao mesmo tempo se apresentar ao Pai, no Verdadeiro
Santuário, não feito por mãos humanas, como disse o Livro de Hebreus,
mas, o Santuário, Eterno nos Céus, o Senhor, como o Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo, teria que ser um Cordeiro sem mancha, sem
mácula, sem defeito e sem pecado, como exigia a Lei Cerimonial de
Moisés. Esse detalhe envolvia naquele primeiro momento, naquela
Primeira Palavra, o pedido de perdão pelos seus inimigos, ao Pai, isto por
que, essa verdade foi estabelecida pelo próprio Jesus, no Sermão do
Monte, quando Ele disse:

“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que


teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta,
vai primeiro reconcilia-te com teu irmão: e, então voltando faze a tua
oferta”. (Mat.5:23,24).

Duas verdades, Jesus apresentou aqui nesse Modelo:

1ª) A Primeira Verdade, está no exemplo maligno de Caim, ainda no


início da História da humanidade, e, sendo, também, Caim, o primeiro
homem mencionado na Bíblia a trazer uma oferta a Deus.

Ao trazer a oferta a Deus, Caim já estava em pecado, em delito, em


desobediência, porque ele se encontrava em demanda com seu irmão, em
outras palavras, com ódio e inveja de Abel, na verdade, Deus já sabia, mas,
foi na oferta que Caim levou a Deus, que ficou patente o seu ódio para

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com seu irmão. Por isso, também, Deus rejeitou a oferta de Caim, porque
já estava nesse primeiro momento, da história da humanidade, fora do
Modelo que Deus tinha estabelecido no Éden, com Adão e Eva, e, agora,
retomado pelo Jesus.

2ª) A Segunda Verdade, está no exemplo do próprio Jesus na Cruz,


isto porque, o Senhor, além de ser Ele a própria oferta, isto é: “O Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo”. (Jo.1:29), o Senhor, também, era
o Sumo Sacerdote de Deus, como nos diz o Livro aos Hebreus, querendo
dizer como isso, que quando O Sumo Sacerdote, entrava uma vez por ano
no Santo dos Santos, no Dia da Expiação, ele entrava com o Sangue do
Cordeiro sem mácula, que tipificava Jesus, mas, com sangue
alheio.(Hb.9:6-8; 1114; 23-25). Além do mais, o Sumo Sacerdote aspergia
o Sangue do Cordeiro Pascal primeiro nele, para purificação dos seus
pecados, antes de entrar no Santo dos Santos, para não morrer diante do
Senhor.

Agora podemos entender, que Jesus, era ao mesmo tempo, o Sumo


Sacerdote, e, Cordeiro sem mácula, perfeito que entrou no Santo dos
Santos, no Santuário Celeste, como seu próprio Sangue, para se
apresentar como oferta e sacrifício para o Perdão de todos os pecados da
humanidade, e, ao mesmo tempo completar todo o Plano de Redenção e
Salvação do Homem, que foi prometido por Deus a Adão e Eva, ainda no
Jardim do Éden.

Esse era um dos motivos, porque a Primeira Palavra de Cristo na


Cruz foi a Palavra de Perdão.

Também, não podemos esquecer que, ao redor da Cruz, estavam os


fariseus, os saduceus, os mestres da lei, os sacerdotes, os escribas, os
soldados e o povo, que vieram assistir a Crucificação, todos concorriam
pedindo para Jesus descer da Cruz, até os dois ladrões da Cruz, todos
zombando de Jesus diziam:

“Ó tu que destróis o santuário e em três dias p reedificas! Salva-te


a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da Cruz. De igual modo, os
principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: é
rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele. Confiou em Deus; pois

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venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho
de Deus. E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que
haviam sido crucificados com Ele”. (Mat.27:40-44).

Não devemos esquecer também, que, por trás de toda aquela cena,
estava a Serpente do Éden, pois, ela já sabia que seu fim havia chegado,
com a Crucificação do Cordeiro de Deus, e a sua cabeça seria esmagada,
segundo a promessa do Pai, no Éden.

Finalmente, após mais de quatro mil anos de História, a Promessa do


Descendente da mulher que esmagaria a cabeça da Serpente, estava se
cumprindo literalmente, na Pessoa de Jesus e, a Serpente, nada podia
fazer.

É interessante notar que, em toda aquela Cena de Crucificação, a


única pessoa que estava calma, serena, tranqüila, confiante e com todas
as suas faculdades cognitivas em perfeito estado, era justamente o
Senhor Jesus Cristo.

Concluindo, a Primeira Palavra da Cruz, foi a Palavra de Perdão por


que:

1º) Porque estava em consonância com todo o Modelo do Ministério


de Jesus.

2º) Porque estava em consonância com o Modelo de Deus, desde o


Jardim do Éden, após a Queda.

Nesse caso, nunca devemos esquecer a semelhança entre o Pai em


busca de Adão e Eva no Jardim do Éden, e, de Jesus na Cruz.

O Pai perdoou os pecados de Adão e Eva, sem eles terem pedido


perdão, justamente com o sacrifício do sangue do cordeiro derramado
para cobrir, vestir e perdoar Adão e Eva. (Gn.3:21).

Outro fato digno de nota na Bíblia, é que, Adão viveu novecentos e


trinta anos, e, não existe registro na Bíblia que Adão e Eva pediram
posteriormente, perdão a Deus. Mesmo, assim, Deus perdoou ambos, e
nos deixou esse Modelo de Perdão.

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Por conseguinte, Jesus seguiu esse Modelo de Perdão do Pai no
Éden, quando, também, perdoou todos os seus inimigos ao redor da Cruz,
sem eles terem pedido perdão ao Senhor.

Portanto, a Palavra nos revela a grandeza do Amor, do Perdão e da


Compaixão do Pai e do Filho, pelos pecadores perdidos.

3º) Porque justamente para perdoar os pecados dos homens, que


Deus enviou seu Filho ao Mundo.

4º) Porque o Perdão fazia parte do Caráter, da Natureza e da


Essência de Deus.

5º) Porque o Cordeiro de Deus tinha que ser sem mácula, perfeito e
sem defeito.

6º) Porque só com a Palavra de Perdão, Jesus, como o Sumo


Sacerdote, e ao mesmo tempo o Cordeiro de Deus, poderia adentrar do
Santo dos Santos, na presença de Deus, no Santuário Celeste, como Oferta
e Sacrifício pelos pecados da Humanidade.

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2. A Segunda Palavra de Cristo na Cruz – A Palavra de Amor, Consolo e
Amparo.

“Mulher, eis ai o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis ai a tua


mãe”. (Jo.19:26,27).

A Voz do Senhor Deus que soou no Jardim, foi uma “Voz de amor”,
tão terna e graciosa, como diz a Poesia do Hino 384 do Cantor Cristão:

A Voz de Jesus

Que doce Voz tem meu Senhor! Voz de Amor tão terna e graciosa

Que enche o coração dá consolação, que só o crente goza.

CORO - Qual maior prazer que Lhe ouvi dizer: Vem meu filho, vem
escutar.

O que fiz por ti, tudo que sofri; na Cruz pra te resgatar!

II

Chamou-me não só uma vez; Tantas te que eu, triste, humilhado

Pude a voz ouvir, Pude então sair. Das garras do pecado

III

Jesus me não deixa sofrer, Sua voz me ensina o caminho

De vencer o mal, Com firmeza tal. Que nunca estou sozinho

A Voz do Senhor Deus, soou mais de uma vez no Jardim, como diz a
Poesia do Hino: “Chamou-me não só uma vez”, mas, Adão e Eva, ao ouvir
a Voz do Senhor, esconderam-se entre as árvores do Jardim.

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Interessante notar, que, não foi assim que Eva reagiu, ao ouvir,
também no Jardim, a voz da Serpente:

“Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o


Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não
comereis de toda a árvore do Jardim?” (Gn.3:1).

Assim como a Voz do Senhor Jesus soou amorosa, consoladora,


graciosa, acolhedora, mansa, humilde e bondosa aos ouvidos de Maria,
sua mãe, e João, o seu Discípulo Amado, naquele momento de sofrimento,
assim, também, a Voz do Senhor Deus, soou aos ouvidos de Adão e Eva,
no Jardim.

Como o Senhor, era Onisciente, Ele já sabia a situação pecadora de


Adão, e, mesmo sabendo de tudo, a Voz do Senhor foi de Amor, e,
também, foi como a Voz do Servo Sofredor (Is. 53), que estava morrendo
na Cruz para cumprir a Promessa feita pelo Pai a Adão e Eva, no Jardim do
Éden, em Gênesis 3:15. Dessa maneira, ao acolher o homem pecador na
nascente da História do Pecado da Humanidade, o Criador, revelou na sua
Palavra, consolo, esperança, amparo, misericórdia, compaixão na
Promessa do Descendente que esmagaria a cabeça da Serpente.
(Gn.3:15).

Agora podemos entender que, a Segunda Palavra da Cruz, que soou


no Calvário, a Maria e João: “Mulher, eis ai o teu filho!”, foi semelhante, à
Voz do Criador que soou no Jardim, no sentido amoroso, carinhoso,
compassivo e de amparo.

Pai e Filho estavam unidos no mesmo propósito, no mesmo ideal, e


no mesmo Espírito.

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3. A Terceira Palavra da Cruz – A Palavra de Salvação e Refúgio.

“Em verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”

(Lc.23:43).

A Palavra de Salvação ao ladrão à direita na Cruz veio quase no final,


alguns minutos antes de Jesus render o seu Espírito ao Pai, e, também, da
Palavra de Vitória: “Está consumado”. (Jo.19:30).

O fato que esse ladrão, no último momento, buscou salvação e


refúgio em Jesus, e encontrou independente, de minutos antes, também
juntos com as autoridades da lei, o povo, e o ladrão à esquerda, está
zombando de Jesus, e dizendo impropérios, foi acolhido, porque se
arrependeu e creu, no último momento.

Esse fato do ladrão à direita de Jesus, nos deixa arrebatados por


cinco coisas:

1ª) A Primeira coisa que nos arrebata é vendo o Amor, o Perdão, e a


Compaixão do Pai em Jesus, em naquele momento, acolher o pedido de
perdão do ladrão à sua direita, se cumprindo a Palavra: “Todo aquele que
invocar o nome do Senhor, será salvo”. (Rm. 10:13).

Vemos nesse acolhimento de Jesus, ao pedido do ladrão à direita na


Cruz, que, como está escrito:

“Porque para com Deus não há acepção de pessoas”. (Rm.2:11).

2ª) A Segunda coisa que nos arrebata é vendo que quando Jesus foi
Crucificado no meio dos dois ladrões, o ladrão da direita não era melhor
do que o ladrão da esquerda, pois, ambos insultavam o Senhor, como nos
diz o Evangelho de Marcos: “Os que com ele foram crucificados o
insultavam”. (Mc.15:32).

3ª) A Terceira coisa que nos arrebata é ver “in loco”, na


Crucificação, como o Amor de Deus e o Evangelho, tem o poder de
transformar o homem instantaneamente, como ocorreu àquele ladrão
blasfemo e incrédulo, de acordo a Palavra:

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“Pois não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus
para a salvação de todo aquele que crê”. (Rm.1:16).

4ª) A Quarta coisa que nos arrebata, nos eleva e nos deixa
maravilhados, é o exemplo de Jesus, em relação ao pedido do ladrão que
estava à direita na Cruz. Esse Modelo, esse Padrão estabelecido pelo
Senhor na terceira Palavra da Cruz, está de acordo a todo o Plano
estabelecido por Deus, em relação ao Amor, ao Perdão e a Comunhão,
desde o Jardim do Éden.

O exemplo maravilhoso, celestial, grandioso e divino do Senhor,


naquele momento na Cruz, na Terceira Palavra, nos remete a exortação
do Livro aos Hebreus 12:2, que diz: “Olhando firmemente para o Autor e
consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava
proposta, suportou a Cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está
assentado à direita do Trono de Deus”.

Isto porque, é imperioso que todos os cristãos devem obedecer e


seguir o mesmo Modelo, o mesmo Padrão e o mesmo Exemplo de vida
deixado pelo Senhor, no caso específico e em tela, o exemplo da terceira
Palavra da Cruz.

Esse Modelo de Perdão deixado por Jesus está acima infinitamente


de tudo e de todos, sendo quase impossível traduzir em palavras
meramente humanas, finitas, passageiras e efêmeras, mas, vamos
destacar a grandiosidade do Perdão do Senhor, naquele momento, na
Cruz ao ladrão à sua direita em Quinze Detalhes:

1º) O Primeiro Detalhe, que vemos, não é a grandeza do pedido


de perdão do ladrão á direita na Cruz, feita, nos últimos momento a Jesus,
mas, sim, o que podemos ver é a grandeza da resposta de Deus em Jesus.

2º) O Segundo Detalhe, que vemos, é a grandeza, é a compaixão,


é a misericórdia, o amor e a infinita graça de Deus em Cristo, que depois
de ouvir, minutos antes os insultos e os impropérios dos ladrões na Cruz,
Cristo atender o seu pedido, e clamor de socorro, e de perdão.

3º) O Terceiro Detalhe, que vemos é que Cristo naquela situação


que se encontrava na Cruz, com o clamor de toda aquela multidão,

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poderia, co justiça, não ter ouvido o pedido de perdão do ladrão, dessa
forma ele estaria perdido eternamente.

4º) O Quarto Detalhe, que vemos, é diante de toda a violência


que Cristo sofreu desde o tribunal, sem nenhuma misericórdia, estando
desfigurada no rosto e no corpo, seus ouvidos poderiam estar com
limitação na audição, dessa maneira, justificaria, também, o Senhor não
ter ouvido o clamor do pedido do ladrão à direita na Cruz.

5º) O Quinto Detalhe, que vemos, é que o emocional, a cognição,


o intelecto do Senhor Jesus Cristo, simplesmente, estar abalado e ter
sofrido alterações psicossomáticas, então, dessa maneira, poderia não
entendido e ter compreendido, o pedido de perdão do ladrão à sua
direita.

6º) O Sexto Detalhe, que vemos, é que na verdade toda aquela


multidão estava com suas mentes dominada pelo maligno, inclusive os
dois ladrões na Cruz, o único que estava com as suas faculdades mentais
completamente sob controle do Espírito Santo de Deus, era a Mente de
Jesus.

7º) O Sétimo Detalhe, que vemos, é quando o Senhor abriu a sua


boca na Terceira Palavra, foi para perdoar o ladrão à direita da Cruz.

8º) O Oitavo Detalhe, que vemos, é que o Senhor poderia ter


ouvido perfeitamente o pedido de perdão do ladrão à direita da Cruz,
mas, simplesmente ficar indiferente ao seu pedido.

9º) O Nono Detalhe, que vemos, é que o Senhor ouviu, sim, o


pedido de perdão do ladrão à direita da Cruz, mas, simplesmente não
responder ao seu pedido.

10º) Décimo Detalhe, que vemos, é que o Senhor, no momento


que o ladrão à direita da Cruz, ter clamado a Jesus, o Senhor,
simplesmente, poderia ter virado o rosto para outro lado, e, não ter dado
crédito ao seu pedido.

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11º) O Décimo Primeiro Detalhe, que vemos, é que o Senhor,
poderia ter considerado uma farsa, um falso arrependimento uma
encenação, uma mentira, toda aquele cena do ladrão à direita da Cruz.

12º) O Décimo Segundo Detalhe, que vemos, é que o Senhor


poderia, sim ter ouvido o pedido de perdão do ladrão à direita na Cruz, e
simplesmente rejeitar o seu pedido de perdão, justificando que, minutos
antes, ele fazia parte da multidão que zombava e dizia impropérios ao Ele.

13º) Décimo Terceiro Detalhe, que vemos, é que o Senhor, sim,


ouviu o pedido de perdão do ladrão à direita da Cruz, e lhe perdoou, isso
é: Cristo disse que o ladrão estava perdoado, mas, ele jamais iria entrar no
Céu, ele jamais gozaria das delícias eternas, ele jamais iria viver com o
Senhor nos Céu, e/ou ter alguma comunhão ou algum galardão do Senhor.

14º) Décimo Quarto Detalhe, que vemos, em tela, naquele


últimos minutos finais da vida do Senhor, que logo renderia o Espírito ao
Pai Celeste, e, também, os ladrões, que suas pernas seriam quebradas
sem misericórdia, e morreriam minutos depois.

O que vemos em toda aquela cena da Crucificação, é a


Grandiosidade do Amor, da Compaixão, da Misericórdia, do Perdão e da
Infinita Graça de Deus, revelada na Cruz, através do seu filho querido, o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, em estender, na Terceira
Palavra da Cruz, em ouvir o pedido e o clamor de perdão e de salvação,
além de garantir que hoje mesmo ele estaria com Jesus no Paraíso. Toda
essa Palavra de Cristo na Cruz foi dita a um ladrão, sem nenhum
merecimento da Infinita Graça de Deus, na Pessoa de Jesus Cristo.

15º) Décimo Quinto Detalhe, é que a Terceira Palavra de Perdão


na Cruz, só foi possível, porque o Pai ouviu e atendeu o pedido de Perdão
de seu Filho na Primeira Palavra da Cruz, quando Cristo pede ao Pai:
“Perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”, a resposta do Pai ao
pedido de Perdão do seu Filho, foi imediata, à toda aquela multidão,
incluído toda a humanidade, desde Adão, até o último Período da Grande
Tribulação, que estava representada naquela multidão na Cruz ensejando,
à salvação imediata do ladrão à direita da Cruz, e, por extensão, a todos

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aqueles que “com a sua boca confessar a Jesus Cristo como Senhor, e,
em seu coração crê que Deus o ressuscitou dos mortos, será salvo”.

4ª) A Quarta coisa que nos arrebata é ver que quando Adão é Eva
se perderam, eles estavam livres, vivos, na luz e em plena comunhão com
Deus, no Paraíso.

No entanto, o ladrão a direita de Jesus, estava preso na Cruz,


símbolo de maldição, sem nenhuma liberdade, perdido nas trevas, morto
no pecado, condenado e sem nenhuma esperança de salvação. Mas, foi
nessa circunstância, totalmente adversa e paradoxal, que ele foi salvo por
Jesus.

5ª) A Quinta coisa que nos arrebata é que nessa situação


totalmente adversa e paradoxal, é que o ladrão a direita reconheceu Treze
Virtudes de Jesus:

1ª) A Primeira, reconheceu o “Temor do Senhor”, quando disse,


não só ao ladrão a sua esquerda, mas a todos os que estavam ao redor da
Cruz, e, a toda humanidade:

“Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença?”.


(Lc.23:40). E:

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”. (Pv.1:7).

2ª) A Segunda, reconheceu a justiça do seu próprio castigo:

“Nós na verdade com justiça, porque recebemos o castigo que os


nossos atos merecem”. (Lc.23:41).

3ª) A Terceira, reconheceu a inocência, o caráter sem pecado e


sem mácula de Jesus, sua pureza e a sua perfeição.

“Mas, este nenhum mal fez”. (Lc.23:41).

4ª) A Quarta, reconheceu que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira


o pecado do mundo. (Gn. 3:21 ; Jo.1:29), quando diz:

“Mas, este nenhum mal fez”. (Lc.23:41).

22
5ª) A Quinta, reconheceu a Divindade de Jesus:

“Nem ao menos teme a Deus”. (Lc.23:40.

6ª) A Sexta, reconheceu um Jesus vivo além da Cruz, da morte e


da sepultura:

“E acrescentou: Jesus lembra-te de mim quando vieres, e/ou


entrares no teu Reino”. (Lc.23:42).

7ª) A Sétima, reconheceu que Jesus era o Messias e o Cristo de


Deus:

“E acrescentou: Jesus lembra-te de mim quando vieres, e/ou


entrares no teu Reino”.(Lc.23:42).

8ª) A Oitava, reconheceu que Jesus era Rei de Israel, e, Rei


Celestial:

“E acrescentou: Jesus lembra-te de mim quando vieres, e/ou


entrares no teu Reino”. (Lc. 23:42).

9ª ) A Nona, reconheceu que Jesus era da Descendência de Davi.


(Apo.22:16).

“E acrescentou: Jesus lembra-te de mim quando vieres, e/ou


entrares no teu Reino”. (Lc.23:42).

10ª) A Décima, reconheceu um Rei e um Reino além da Cruz,


sendo Jesus o seu futuro Rei.

“E acrescentou: Jesus lembra-te de mim quando vieres. e/ou


entrares no teu Reino”. (Lc.23:42).

11ª) A Décima Primeira, reconheceu a Segunda Vinda de Jesus:

“E acrescentou: Jesus lembra-te de mim quando vieres, e/ou


entrares no teu Reino”. (Lc.23:42).

12ª) A Décima Segunda, reconheceu um Futuro Reino Milenar de


Jesus aqui na terra:

23
“E acrescentou: Jesus lembra-te de mim quando vieres. e/ou
entrares no teu Reino”. (Lc.23:42).

13ª) A Décima Terceira, reconheceu Jesus como Filho de Deus:

“Nem ao menos temes a Deus”. (Lc.23:40).

Concluindo todas essas coisas na cena da Crucificação, vemos no


exemplo do ladrão, em uma situação totalmente adversa, paradoxal e
contrária a qualquer razão humana, que ele creu em Jesus como Deus e
Rei de um futuro Reino, além da Cruz, mesmo vendo aquela cena de um
Jesus totalmente desfigurado, humilhado, sendo zombado por todos, que
nem mesmo podia salvar a si mesmo.

Portanto, quem em sã consciência, olhando aquela cena de um


homem, completamente a mercê de seus algozes, ousaria a crê que ele
fosse Deus, e, ao mesmo tempo, ter alguma esperança em um Reino
futuro? Quem colocaria o seu futuro, a sua vida e a sua esperança,
naquele homem? Quem naquele momento confiaria e creria em Jesus? A
resposta é simples e cristalina: Humanamente falando, ninguém.

Como diz a Palavra, todos os seus discípulos, com exceção de João, o


abandonaram: “Então, os discípulos todos, deixando-o, fugiram”. (Mat.
26:56). Além do mais, Pedro o negou três vezes: “De novo, Pedro o
negou, e, no mesmo instante, cantou o galo”. (Jo.18:27).

É digno de nota que, estava no Projeto Eterno do Pai, que em


primeiro lugar na História da Salvação e da Redenção do homem,
prometida pelo Criador em Gn. 3:15 e 21, que fosse justamente um
ladrão, que, em primeiro lugar, no final de todo o Plano de Redenção,
ainda na Cruz, tivesse a oportunidade e o privilégio de confessar a Jesus
Cristo, como seu Senhor e Salvador, como diz a Palavra: “Se com a tua
boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus
o ressuscitou dos mortos, serás salvo”. (Rom.10:9).

Além de ser o primeiro a ter esse privilégio de confessar a Jesus


como seu Senhor e Salvador, o ladrão, também, teve o privilégio, de ser o
primeiro homem na História da Salvação, de ouvir do próprio Jesus, ainda
vivo e na Cruz, a garantia da sua Salvação Eterna, e, ao mesmo tempo, a

24
garantia da sua entrada, naquele mesmo dia, no Paraíso: “Em verdade te
digo que hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”. (Lc.23:43).

Portanto, o ladrão na Cruz, um condenado e um pária na sociedade,


foi escolhido pelo Pai, para que ficasse demonstrado, patente e, ao
mesmo tempo fosse revelada a Maravilhosa Graça Inigualável,
Incomparável e Imorredoura e Eterna, cujo Amor foi derramado na Cruz
para a salvação de todos os homens, outrora, revelado desde a gênese da
história do homem, ainda no Jardim do Éden, com os nossos primeiros
pais, Adão e Eva, na Promessa do Descendente e do Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo. (Gn. 3:15, 21).

Nesse caso singular do ladrão da Cruz, podemos ver também duas


coisas em Deus, como nos diz a Palavra: “A bondade e a severidade de
Deus”. (Rom.11:22).

1ª) A Primeira coisa é a bondade de Deus, em não poupar, isto é,


sacrificou o seu Cordeiro, o seu próprio Filho, entregou na Cruz por todos
nós. (Rom. 8:32).

2ª) A Segunda coisa é a severidade de Deus, pois, Ele não poupou


os ramos naturais, também não te poupará. (Rom.11:21).

Ademais, havia dois ladrões na Cruz, um se perdeu, e, o outro foi


salvo diante de toda aquela multidão incrédula, que, provavelmente,
também se perdeu. Portanto, devemos confiar e descansar na bondade do
Pai, entretanto, aquele que rejeitar tal oferta de Amor, ou calcar aos pés
do Filho de Deus, ou profanar o Sangue da Aliança, será réu da severidade
do juízo de Deus. (Heb.10:26-31).

Portanto, naquela Cruz, as palavras de João 3:16, se cumpriram


literalmente:

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho
Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a
Vida Eterna”.

25
Essa cena do ladrão na Cruz é semelhante à Voz de Deus que soou a
Adão, no Éden: “Onde estás?” (Gn.3:9). Essa é uma palavra carregada de
Salvação para o homem perdido.

Analisando gramaticalmente a palavra do Criador, encontramos em


primeiro, o advérbio de lugar: “Onde”. Significa, dentre outras coisas que,
Deus está perguntando, em que lugar, ou em qual lugar Adão está. Onde,
também indica permanência, o lugar em que a pessoa está, ou se
encontra.

A segunda palavra do Criador é: “Estás’, que é a flexão do verbo


“estar”, na terceira pessoa do singular, do presente do indicativo. (Eu
estou, tú estás ele/ela está). Ou na segunda pessoa do imperativo, uma
condição. Pode sugerir a posição de um ser ou coisa.

Deus deixa claro na sua pergunta, que sabia onde o homem estava,
pois Ele é Onisciente, mas, faz a pergunta para revelar o estado e a
realidade atual da condição do homem. Revela, também, que “Deus amou
o mundo de tal maneira...”. (Jo.3:16), e que, “Deus prova o seu amor
para conosco”. (Rom.5:8).

Ademais, ali estavam Adão e Eva no fundo do poço do inferno, das


trevas, do lamaçal do pecado, mesmo no Jardim do Éden, na presença de
Deus, já estavam perdidos e alienados do Amor e da Comunhão com o
Criador. Estavam perdidos entre às árvores do Jardim, e foi encontrado.
(Lc.15:11-32). Estava morto, e, reviveu. (Lc.15:32).

Concluindo a Palavra do Senhor Deus: “Onde estás”? Revela,


também, até onde (Advérbio de Lugar), o Deus de Amor, Santo, Bondoso e
Misericordioso, teve que descer para estender a mão e salvar Adão, e,
semelhante da mesma maneira, como o Criador, teve que sofrer na
Pessoa de seu Filho, na Cruz do calvário, para buscar e salvar o que se
havia perdido, como diz as Escrituras Sagradas:

“Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo


por meio de Cristo, e, nos deu o Ministério da Reconciliação, a saber,
que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não
imputando aos homens as suas transgressões. (2ª Cor.5:18,19).

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Também, cai por terra, a hipótese daqueles que dizem que, naquele
momento, Deus abandonou seu Filho na Cruz, ficando sozinho, porque,
naquele momento, Jesus estava carregando o pecado do mundo. Tudo
falso, pois a Palavra fala justamente o contrário, a essa idéia, de que Jesus
morreu sozinho, de acordo o Brado: “Deus meu Deus meu, porque me
desamparaste’. (Mc.15:34).

Finalmente, a Palavra de Deus “Onde estás?”, revela, naquele


momento no Éden, juntamente com a Promessa do Descendente, em
Gênesis 3:15, a Pessoa de Jesus Cristo, como o Servo Sofredor, no Livro do
Profeta Isaías. (Is.52:13-15: Is.53:1-12).

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4. A Quarta Palavra de Cristo na Cruz – A Palavra de Necessidade e
Solidão

“Tenho Sede” (Jo.19:28 ; Sal.69:3,21).

De imediato, observamos que A Quarta Palavra da Cruz: “Tenho


Sede”, proferida pelo Senhor, nesse momento, não era uma sede física,
como alguns estudiosos afirmam, para ficar provada a sua humanidade,
também, os soldados romanos, pensaram que o Senhor estava com sede.

Acontece que, nesse exato momento na Cruz, o Senhor já sabia que


todas as coisas estavam terminadas, em outras palavras, o Senhor tinha
consciência que todo o Plano de Redenção prometido por Deus no Jardim
do Éden, naquele momento, na Cruz, estava se cumprindo, e terminando
completamente.

O fato é que as Três Primeiras Palavras na Cruz são dirigidas para o


homem e a Humanidade de um modo geral:

1ª) A Primeira Palavra, Cristo perdoou todos os homens, revelando


o Amor de Deus, nas palavras de João 3:16.

2ª) A Segunda Palavra, Cristo revelou o Amor e o cuidado de Deus


para com o Matrimônio e a Família, na pessoa de sua mãe, Maria,
cumprindo o quinto mandamento: “Honra a teu pai e a tua mãe”.
(Ex.20:12), a primeira Instituição criada pelo Senhor Deus, na gênese da
história da humanidade, (Gn.2:13-24), quando dirigiu a palavra a sua Mãe,
e ao Discípulo Amado.(Jo.19:26,27).

3ª) A Terceira Palavra, Cristo mostrou que, todo aquele que invocar
o nome do Senhor será salvo: “Todo aquele que invocar o nome do
Senhor, será salvo”. (Rm.10:13).

Nesse contexto, podemos agora, entender que As Quatros Últimas


Palavras de Cristo na Cruz, vão se referir particularmente, à sua Pessoa.

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Sendo Cristo a Água da Vida, pois, “quem crê em mim nunca terá
sede”. (Jo.6:35). E, também, “Se alguém tem sede, venha a mim e beba”.
(Jo.7:37).

Na verdade, na Quarta Palavra da Cruz, Cristo estava se referindo,


também, no cumprimento da palavra profética do Salmo 69:21- “E na
minha sede me deram a beber vinagre”. Nesse Salmo, também, Cristo
estava dizendo que: “Estava cansado de clamar, até a sua garganta se
secar”. (Sl.69:21). Todavia, “tenho sede”, também se referiu ao
cumprimento da profecia do Profeta Isaías: “Voz do que clama no
deserto”. (Is.40:3).

João Batista, também citou essa profecia, respondendo aos


Sacerdotes e levitas: “Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto”.
(Jo.1:23). Ele deixa claro na sua resposta aos judeus que não era o que
clama no deserto, ele era apenas a “voz”, de Jesus, o que clama no
deserto.

Essas verdades revelam porque Cristo na Quarta Palavra, “tenho


sede”, estava cansado de clamar, e, não ser ouvido. Clamou até a sua
garganta ficar seca. (Sl.69:3). Agora na Cruz, clamou a última vez: “tenho
sede” da salvação dos pecadores perdidos, revelando que: “Deus prova o
seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós,
sendo nós ainda pecadores”. (Rm.5:8).

“Tenho sede”, revela finalmente, a solidão de Cristo na Cruz,


morrendo sozinho, para salvar a humanidade.

29
5ª) A Quinta Palavra de Cristo na Cruz – A Palavra de Desamparo

“Eloí, Eloí, lama sabactani: Deus meu, Deus meu, porque me


desamparaste?”. (Mc.15:34 ; Sl.69:3,21).

Jamais devemos pensar que, nessas palavras, Cristo estava se


referindo ao desamparo do Pai, por causa do pecado, pelo contrário, o
Senhor sempre disse no seu Ministério que o Pai estava sempre com Ele:
“Eis que vem a hora e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um
para sua casa, e me deixareis só; contudo, não estou só, porque o Pai
está comigo”. (Jo.16:32).

Revela também a verdade das palavras de Jesus: “Eu e o Pai somos


um”. (Jo. 10:30). Na verdade, lemos em toda Escritura o compromisso do
Pai na Salvação do homem, desde Gênesis 3:8,9,15, ainda no Jardim do
Éden. Portanto, nesse contexto, temos a revelação final que: “Deus estava
em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus
pecados”. (2Cr.5:19).

Portanto, a Quinta Palavra de Cristo na Cruz, não expressa que Deus


Pai desamparou Jesus na Cruz. Essas palavras vão expressar a situação de
desamparo de toda a humanidade na Cruz, e de quanto o homem estava
longe da comunhão com Deus, como Adão e Eva estavam sozinhos e
desamparados, escondidos entre as árvores do jardim.

Finalmente, expressa acima de tudo, o infinito amor de Deus, sua


agonia, sua compaixão, seu sofrimento para com o homem perdido, que
para ser resgatado, Deus, teve que morrer na Cruz.

Esse, portanto, é o mérito das palavras de Cristo: “Eloí, Eloí, lama


sabactani”. (Mc.15:34; Sl.69:3,21).

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6ª) A Sexta palavra de Cristo na Cruz – A Palavra da Vitória

Tetelstai! Está consumado ! Pago completamente!

(Jo.19:30)

Naquela Cruz, diante dos seus algozes, estava morrendo Cristo na


Cruz, dando o maior brado de vitória produzido na história da
humanidade.

Tetelestai! Está Consumado! Pago Completamente! Uma dívida


impagável, pois, havia na cédula imposta pelo diabo um Escrito de Dívida
que subjugava completamente o homem, tornando-o escravo do maligno,
da morte e do inferno. Esse Escrito de Dívida diabólico foi devido à
desobediência do homem à ordem de Deus no Jardim, para que ele não
comesse do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. O homem
desobedeceu a Palavra de Deus, veio à queda e a entrada do pecado no
mundo, gerando essa dívida que não poderia ser pago pelo homem, isto
porque, o homem, já estava condenado, perdido e escravo do inimigo.

A partir desse momento, o homem perdeu a comunhão com Deus,


morreu e se tornou filho do diabo. Para resgatar novamente o homem, e
restaurar, novamente a comunhão, O Criador, ainda no jardim, fez uma
Promessa em que, o Descendente da mulher, esmagaria a cabeça da
serpente, e, ao mesmo tempo, a serpente feriria o seu calcanhar.
(Gn.3:15).

Dessa Promessa, temos toda a trajetória histórica da Salvação e


Redenção do homem, de volta à Comunhão com o Criador, portanto, fica
claro e evidente, que a Redenção, Salvação do homem, começou,
imediatamente no Jardim, logo após a Queda.

Nesse contexto, e estribado nessa verdade da Promessa do Criador


ao homem, ainda no Jardim, podemos entender a verdade da Penúltima
Palavra de Cristo na Cruz:

A sua Voz ecoando Vitoriosa, Gloriosa, Imponente e Eterna:


Tetelestai! Está Consumado! Pago Completamente!

31
Deus pagou completamente e eternamente, através do Sangue do
seu Cordeiro, todas as dívidas da humanidade, imposta na Cédula e
Escrita de Dívida, e, que nos era contrária, o Senhor nos libertou dos
poderes das trevas, e, ao mesmo tempo, Deus, cumpriu literalmente a sua
Promessa em Genesis 3:15, feita aos nossos primeiros pais, no Jardim, há
mais de quatro mil anos atrás.

Essa Promessa feita pelo Criador é tão grandiosa, que contempla


todo o Plano de Salvação em mais Sete Promessas:

1ª) A Primeira Promessa seria que da semente da mulher


nasceria o Descendente o Redentor e Salvador.

2ª) A Segunda Promessa, que esse Descendente, esmagaria a


cabeça da serpente.

3ª) A Terceira Promessa, é que o Redentor, iria expor todos


os poderes das trevas, todos os demônios e o próprio inferno,
publicamente, à vergonha eterna.

4ª) A Quarta Promessa, seria que, o Redentor, cancelaria,


anularia, todas as nossas dívidas para com o inferno.

“Tendo cancelado o escrito de dívida, que contra nós e que


constava de ordenança, o qual nos era prejudicial removeu-o
inteiramente, encravando-o na Cruz; e despojando os principados e as
potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na
Cruz” (Col.2:14,15.

5ª) A Quinta Promessa, era que o Criador abriria novamente


as Portas do Céu para uma Nova Comunhão e, uma Nova Paternidade,
pois o Véu do Santuário rasgou-se no meio, (Lc.23:45). Toda essa verdade
bíblica está sendo cantado na Poesia do Hino 306 do Cantor Cristão:

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O Caminho da Cruz

Foi Jesus que abriu o Caminho para o Céu;

Não há outro meio, de ir.

Nunca irei entrar no celeste lar,

Se o Caminho da Cruz errar. (Hino 306 do Cantor Cristão).

6ª) A Sexta Promessa, que Deus exaltaria sobremaneira, a


Obra de Expiação de seu Filho querido: “O Cordeiro de Deus”. (Jo.1:36),
acima de todo o nome. (Fil.2:9,10).

7ª) A Sexta e Última Promessa, era que Deus Pai, daria o Título
de SENHOR a Jesus Cristo, o único na História, quer seja nos Céus, quer
seja na Terra, para a glória de Deus Pai. (Fil.2:11).

Concluindo, todas essas verdades vieram a lume, ficaram patentes e


foram concluídas e consumadas, no maior Brado de Vitória da
humanidade, nesta Penúltima Palavra de Cristo na Cruz.

“Tetelestai! Está Consumado! Pago Completamente!” (Jo.19:30).

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7ª) A Sétima Palavra de Cristo na Cruz – A Palavra Dependência,
Submissão e Confiança.

“Pai, nas tuas mãos entrego o meu Espírito”. (Lc.23:46).

Na última Palavra de Cristo na Cruz, Ele expressou a sua Total


Dependência, Submissão e Confiança ao Pai. Também, não poderia ser

diferente, pois, em toda a sua vida, nunca procurou fazer a sua própria
vontade, e, sim a Vontade do Pai:

“Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade


daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo.4:34).

Cristo viveu toda a sua Vida e Ministério na mais completa


dependência e submissão a Vontade do Pai, obedecendo-lhe em todas as
coisas, como diz a Palavra:

“Antes, a si mesmo se esvaziou, assumimdo a forma de servo,


tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura
humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e
morte de Cruz’. (Fil.2:7,8).

“Por essa razão Cristo nos amou, e a se entregou a si mesmo por


nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave”. (Ef.5:2).

Três verdades aparecem nesse versículo:

1ª) A primeira verdade é que Cristo nos amou.

2ª) A segunda verdade é que Cristo a si mesmo se entregou, isto é:

foi um decisão pessoal e voluntária.

3ª) A terceira verdade é que Cristo se ofereceu em sacrifício e

Cheiro suave a Deus, pois, Jesus era o Cordeiro de Deus.


(Jo.1:29).

A palavra final da Cruz nos revela o controle do pai sobre todas as


coisas e sobre tudo que estava acontecendo na crucificação, nada ocorreu

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fora da Vontade Perfeita do Pai, pois, tudo estava debaixo do seu
controle. Deus estava terminando naquela Cruz, todo o seu Plano de
Salvação, que começou com a sua Promessa no Éden, em que o
descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente.

A certeza do Amor eterno, e do Cuidado do Pai, sabendo que estaria


seguro em suas mãos, e, que foi obediente aos seus mandamentos,
tranqüilizou o coração de Jesus, deixando para a Última Palavra na Cruz,
descansar nos braços eterno do Pai, como nos diz a Poesia do Hino 314 do
Cantor Cristão:

Estou Seguro

Que consolação tem meu coração, Descansando no poder de Deus

Ele tem prazer em me proteger, Descansando no poder de Deus

CORO: Descansando, Nos eternos braços do meu Deus

Vou seguro, Descansando no poder de Deus

II

Lutas sem cessar hei de atravessar, Descansando no poder de Deus

Não me deixará, mas me susterá, Descansando no poder de Deus

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5. Conclusão

Ao morrer na Cruz pelos homens, Cristo satisfez a exigência da Lei,


que diz:

“O que for pendurado no madeiro é maldito de Deus; assim não


contaminarás a terra que o Senhor, teu Deus, te dá em herança”.
(Dt.21:23).

Portanto, Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo Ele próprio


maldição em nosso lugar (Porque está escrito: Maldito todo aquele que
for pendurado em madeiro. (Gál.3:13).

Ao fazer o sacrifício de seu Unigênito Filho na Cruz, Deus estava nos


dando tudo e todas as coisas:

Numa demonstração infinita de Amor, como diz a Palavra: “Deus


amou ao mundo de tal maneira” (Jo.3:16).

Na Cruz, o Criador revelou a totalidade da sua Natureza e da sua


Essência. O que mais poderia ser dito? O que mais poderia ser
acrescentado? O que mais precisava ser revelado? Nada mais. Até em
maldição Deus se tornou para nos resgatar, dessa maneira, podemos
entender a poesia do Hino Sublime Amor:

SUBLIME AMOR

Se o mar em tinta se tornar, e em papel o céu também

E a pena então, sempre a correr, o Amor de Deus a descrever

O descrever tão Amor, ao mar daria o fim

Mais onde, pois, está o Livro, em que escrever tal Amor!

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De braços abertos, Deus encerrou todo o seu Plano de Salvação e
Redenção do homem, desde o Jardim do Éden. Como diz a Palavra:

“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas


maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo
Filho”. (Hb.1:1). Foram mais de quatro mil anos que o Criador de
muitas vezes e de muitas maneiras procurou salvar os homens, e nesse
último ato extremo de amor, Deus em Cristo, encerrou o seu convite,
como nos diz Jesus:

“Quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta


os seu pintainhos debaixo das suas asas, e vós não quisestes!”
(Mt.23:37).

O Sangue de Cristo foi derramado naquela sangrenta Cruz, para que


todos os homens fossem “resgatados do vosso fútil procedimento que
vossos pais vos legaram, mas pelo precioso Sangue, como de Cordeiro
sem defeito e sem mácula, o Sangue de Cristo, conhecido, com efeito,
antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos,
por amor de vós.” (1Pe.1:19,20).

37
6. Considerações Finais

As considerações finais desse Livro, As Sete Últimas Palavras de


Cristo na Cruz, não poderia ser outra, a não ser aquela advertência feita
pelo Espírito Santo a todos os homens, através da Carta aos Hebreus,
quanto à extrema seriedade de terem presenciado aquele espetáculo da
Crucificação, e do derramamento do Sangue do Cordeiro de Deus, em
comparação com a cena do Monte Sinai, onde Deus entregou os Dez
Mandamentos a Moisés, ali Deus os advertia da terra, e, não dos céus.

No caso da Crucificação, Deus estava pessoalmente, falando aos


homens, através de Cristo, diretamente do Céu, do seu Trono, do seu
Santuário, sem a mediação de homem algum. Portanto, maior castigo e
condenação, será dado aos homens, se rejeitarem o apelo daquele que,
diretamente do Céu, os advertiu.

“Ora não tendes chegado ao fogo palpável e ardente, e à escuridão,


e às trevas, e à tempestade, a ao clangor da trombeta, e ao som de
palavras tais, que quantos o ouviram suplicaram que não se lhes falasse
mais, pois já não suportavam o que lhes era ordenado:

Até um animal, se tocar o monte, será apedrejado.

Na verdade, de tal modo era horrível o espetáculo, que Moisés


disse: Sinto-me aterrado e trêmulo! Mas tende chegado ao monte Sião e
à Cidade do Deus Vivo, a Jerusalém Celestial, e a incontáveis hostes de
anjos, e à Universal Assembléia e Igreja dos Primogênitos arrolados nos
céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados,
e a Jesus, o Mediador da Nova Aliança, e a Sangue da Aspersão que fala
coisas superiores ao que fala o próprio Abel.

Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam


aqueles que recusaram ouvir quem, divinamente, os advertia sobre a
terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos
adverte, aquele cuja voz abalou, então, a terra; agora, porém, Ele
promete, dizendo:

38
Ainda uma vez por todas, farei abalar não só a terra, mas também
o céu.

Ora, esta palavra: Ainda uma vez por todas, significa a remoção
dessas coisas abaladas, como tinham sido feitas, para que as coisas que
não são abaladas permaneçam. Por isso, recebendo nós um Reino
Inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo
agradável, com reverência e santo temor;

Porque o nosso Deus e Fogo Consumidor.”

(Hb.12:18-29).

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7. Recomendações e Encaminhamentos

Tendo em vista Deus não ter poupado o seu próprio Filho, antes o
entregou para todos nós, (Rm.8:32), para que o Sangue do Cordeiro de
Deus, se tornasse o Sangue da Eterna Aliança, (Hb.13;20), e, Mediador da
Nova Aliança, e o Sangue da Aspersão, que fala coisas superiores ao que
fala o próprio Abel, (Hb. 12:24).

Devemos tomar cuidado, para não recusar ou ficar indiferente à


última oferta de Deus, para a purificação de todos os pecados, (Jo.1:7),
isto porque, todo aquele que profanar o Sangue da Eterna Aliança, ou
participar da Ceia do Senhor de forma ritualista, como em muitas
religiões, ou tratar a Ceia do Senhor como futilidade e banalidade, sem
exigir arrependimento , novo nascimento e compromisso com Reino de
Deus, daquele que participa, será réu do Corpo e do Sangue do Senhor.

Se todos aqueles que desobedeceram à Palavra de Deus, pereceram


sem misericórdia, como diz a Palavra:

“De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno
aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o Sangue da
Aliança com o qual foi santificado, e, ultrajou o Espírito da Graça:

Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus Vivo”. (Hb.10:29-31).

Portanto, as seguintes Recomendações e Encaminhamentos


precisam ser tomados, além dessas acima:

1ª) Jamais, a partir de agora, usar o nome do “Sangue de Cristo” em


vão e/ou como fazem irresponsavelmente, a todo momento: “O sangue
de Cristo tem poder”!

2ª) Jamais brincar com o Nome de Jesus, e/ou o Cordeiro de Deus,


e/ou a Cruz e a Crucificação.

3ª) Jamais participar na “roda dos escarnecedores”, que zombam da


Cruz de Cristo.

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4ª) Jamais rir sobre qualquer aspecto, de piadas e/ou brincadeiras
com o nome do Filho de Deus.

5ª) Jamais participar da Ceia do Senhor, indignamente.

6ª) Jamais recusar a participar da Ceia do Senhor, justificando,


problemas diversos, isto porque, é um pecado gravíssimo, rejeitar a
Comunhão do Pão e do Sangue do Cordeiro de Deus, ademais, quem
assim se comporta, torna-se um rebelde à exortação de Cristo:

“Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do


Filho do Homem, e, não beberdes o seu Sangue, não tendes vida em vós
mesmos. Quem comer a minha Carne e beber o meu Sangue tem a Vida
Eterna, e eu o ressuscitarei no Último Dia”. (Jo.6:53-59).

7ª) Nesse caso em particular, quem rejeita a Ceia do Senhor, tem


três perdas irreparáveis e eternas:

1ª) Não tem Vida, Comunhão e Permanência com o Senhor.


“Permanece em mim e eu nele” e, “Quem de mim se alimenta, por mim
viverá” (Jo.6:56,57).

2ª) Não tem a Vida Eterna. “tem a vida eterna”. (Jo.6:54).

3ª) Não há de ressuscitar no último Dia. “E Eu o ressuscitarei no


último dia”. (Jo.6:54).

8ª) Jamais fazer o Culto da Ceia do Senhor, precipitadamente, por


isso, devemos observar alguns critérios para fazer a Ceia do Senhor na
Igreja:

1º) Ter um Domingo Especial no mês, para se ter a Ceia do


Senhor.

2º) Ter uma Preparação Especial na Igreja, no Domingo da Ceia


do Senhor.

3º) Ter um Corpo de Diáconos na Igreja, dedicado,


exclusivamente para a Ceia do Senhor.

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4º) Escolher e comprar os Elementos da Ceia do Senhor,
antecipadamente.

5º) No dia da Ceia do Senhor, os Diáconos devem se reunir para


orar, antes de encher os cálices, dividir os Paes, e levar para a Mesa no
Culto.

6º) No Domingo da Ceia do Senhor, o Culto deve ser exclusivo, e


unicamente dedicado a Ceia do Senhor, no caso em tela, na Igreja Batista
de Pernambués, será pela noite, no segundo Domingo de cada mês, de
18:00 às 20:00 hs. A União de Treinamento, nesse dia, será suspensa.

7º) As mensagens, as Exortações, os Cânticos, os Hinos, serão


todos dedicadas à Memória de Cristo, na Ceia do Senhor, cumprindo assim
o seu último desejo: “Fazei isto em Memória de Mim”. (Lc.22:19).

9ª) Recomendações que jamais poderão ser esquecidas:

1ª) O Sangue do Cordeiro, é derramado no início da história da


humanidade, após a Queda, ainda no Jardim do Éden, para garantir a
Redenção, a Salvação e a Proteção do homem, senão o homem e sua
mulher, seriam mortos pela serpente, após sair da presença de Deus, no
Éden.(Gn.3:21).

2ª) O Sangue do Cordeiro Pascal, foi derramado, para proteger e


guardar as vidas dos filhos de Israel, do Destruidor. (Ex. 12:21-28).

3ª) Moisés, tomou o Sangue do Cordeiro e aspergiu sobre o povo e


disse: “Eis aqui o Sangue da Aliança que o Senhor fez convosco a respeito
de todas estas palavras”. (Ex.24:8).

4ª) O Novo Testamento começa com a apresentação do Cordeiro de


Deus, que tira o pecado do mundo. (Jo.1:29).

5ª) O Senhor Jesus termina o seu Ministério aqui na terra,


apresentando o Sangue da Nova Aliança, derramado em favor de muitos,
para remissão dos pecados. (Mt.26:28; Mc. 14:24; Lc 22:20)

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6ª) Deus propôs ao homem em Cristo Jesus, a Redenção e a
Justificação gratuita, pelo sangue de Cristo, mediante a fé em
Jesus.(Rm3:24,25).

7ª) nós temos a redenção e a Remissão dos pecados, através do


Sangue de Jesus. (Ef.1:7).

8ª) pelo Sangue de Cristo, fomos aproximados, novamente a Deus,


pois, Cristo é a Nossa Paz, nEle fomos reconciliados com Deus em um só
Corpo, e, feitos pelo Sangue de Cristo um Novo Homem. (Ef.2:13-21).

9ª) Pelo Sangue da sua Cruz, Cristo fez a Paz e reconciliou consigo
todas as coisas, quer sobre a terra, quer sobre os céus, e, nos apresentar a
Deus, santos, inculpáveis e irrepreensíveis. (Col.1:13-23).

10ª) Através do seu Sangue, Cristo entrou no Santo dos Santos, no


Santuário Celestial. (Hb.9:12).

11ª) Sem derramamento de Sangue, não há remissão de pecados.


(Hb.9:22).

12ª) Através do Sangue de Cristo, nós temos intrepidez de entrar no


Santo dos Santos. (Hb.10:19).

13ª) O Sangue de Jesus, é o Sangue da Aspersão que fala coisas


superiores ao que fala o próprio Abel. (Hb.12:24).

14ª) O Livro aos hebreus termina dizendo que, O Sangue de Jesus, é


o Sangue da Eterna Aliança. (Hb.13:20).

15ª) O Apóstolo Pedro nos diz que Deus nos resgatou da futilidade
desse mundo, mediante o Precioso Sangue de Cristo. (1ª Pe.1:18-20).

16ª) O Apóstolo João nos diz que, o Sangue de Jesus, nos purifica de
todo pecado. (1ª Jo.1:7).

17ª) Jesus, começa nos dizendo no último Livro da Bíblia, que, foi
pelo seu Sangue, que Deus nos libertou dos nossos pecados, das garras do
maligno, e, nos constituiu Reino, Sacerdotes,para o seu Deus e
Pai.(Apo.1:5).

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18ª) Quando o Cordeiro de Deus, tomou o Livro que estava na mão
daquele que estava assentado no Trono, os quatro Seres Viventes e os
Vinte e Quatro Anciãos, entoaram um novo cântico, dizendo:

“Digno és de tomar o Livro e de abrir-lhe os selos, porque foste


morto e com teu Sangue compraste para Deus, os que procedem de toda
tribo, línguas, povo e nação.” (Apo.5:8-10).

19ª) O Anjo responde a João, que todos os que foram salvos na


Grande Tribulação, foram aqueles que: “Lavaram suas vestiduras e as
alvejaram no Sangue do Cordeiro”. (Apo.7:14).

20ª) O Anjo bradou dos altos céus dizendo que todos o Dragão, da
Besta e do Falso Profeta, foram derrotados, em suas acusações, contra
aqueles que vêem da Grande Tribulação, por causa do Sangue do
Cordeiro. (Apo.12:11).

21ª) Jesus retorna definitivamente a terra, no final da Grande


Tribulação, montado em um Cavalo Branco, vestido com um manto tinto
de Sangue. (Apo.19:13).

22ª) João nos diz que viu no final de tudo, no Juízo Final, que todo
aquele cijo nome não achado inscrito no Livro da vida do Cordeiro, foi
lançado eternamente no Lago de Fogo. (Apo.20:15).

23ª) João nos diz, também, que, depois de ter visto o Juízo Final, o
Novo céu, a Nova terra e a Nova Jerusalém, ele nos diz que, para ser
herdeiro e participar de todas essas maravilhas que Deus há de nos
proporcionar, será necessário o nome da pessoa, está inscrito, no Livro da
Vida do Cordeiro. (Apo.21:27).

24ª) A Bíblia termina, como começou em Gênesis 3:21, com o


Sangue do Cordeiro, num apelo e exortação final:

“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no


Sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à Árvore da Vida, e
entrem na Cidade pelas Portas”. (Apo.22:14).

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8. Epílogo

A totalidade dos sessenta e seis Livros da Bíblia, a Palavra de Deus,


pode ser resumida no Sangue do Cordeiro.

A Bíblia, começa com o derramamento do Sangue do Cordeiro em


Gênesis 3:21, que simbolizava o Cordeiro de Deus. O Novo Testamento
inicia, com as palavras de João Batista, o Anjo enviado por Deus, para
apontar para apresentar Jesus ao mundo:

“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”. (Jo.1:29).

No final do seu ministério aqui na terra, o Senhor, instituiu a Ceia do


Senhor, dizendo:

“Tomou Jesus o pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos


discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu Corpo. A seguir, tomou o
cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: bebei dele
todos; porque isto é o meu Sangue, o Sangue da Nova Aliança,
derramado em favor de muitos para remissão de pecados.”. (Mat.26:26-
28).

O Evangelho de Lucas acrescenta: “fazei isto em Memória de Mim”.


(Lc.22:19).

E, o Apóstolo termina, dizendo: “Porque todas as vezes que


comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciai a morte do Senhor, até
que Ele venha”. (1Cor.12:26).

A Ceia do Senhor, instituída por Jesus, é o Âmago, o Centro de toda


a Bíblia, pois, ela aponta para Três Princípios Fundamentais Básicos de
toda a História da Redenção, desde o jardim do Éden, em Gênesis capítulo
três e quatro:

1ª) A Ceia do Senhor, aponta para o passado: “Porque todas as


vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciai a morte do
Senhor.” A anunciar a morte do Senhor, estamos apontando para o
passado.

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2ª) A Ceia do Senhor, aponta para o presente: Na comunhão no
Pão e no Cálice, que se subdivide entre:

1) Na Comunhão Horizontal, entre os irmãos na Igreja.

2) Na Comunhão Vertical, entre a Igreja e Jesus Cristo.

Nessa comunhão que temos com a Igreja e Jesus, nós anunciamos


no presente, a morte de Cristo na Cruz, que aconteceu no passado, e, ao
mesmo tempo, realizamos o desejo final do Senhor:

Fazei isto em Memória de Mim!

3ª) A Ceia do Senhor, aponta, finalmente, para o futuro, quando


diz: “Anunciai a morte do Senhor, até que Ele venha”. “Pois vos digo que,
de agora em diante, não mais beberei do fruto da videira, até que venha
o Reino de Deus”. (Lc.22:18). É a Segunda Vinda de Jesus.

Concluindo os sessenta e seis livros da Bíblia, O Criador retoma a


Mensagem Central de todo o Plano de Salvação, nas palavras finais da
Bíblia - O Sangue do Cordeiro:

“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no Sangue


do Cordeiro, para que lhes assista o direito à Árvore da Vida, e entrem
na Cidade pelas Portas”. (Apo.22:14).

Aquele que morreu na Cruz do Calvário, não obstante, apresentar


uma aparência frágil e desprezível, obteve a maior Vitória de todos os
tempos, com repercussão para o passado, o presente e futuro.

Por causa dessa Vitória na Cruz “Também Deus o exaltou


sobremaneira, e lhe deu o Nome que está acima de todo mundo, para
que ao Nome de Jesus se dobre todo o joelho, nos céus, na terra e
debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para
Glória de Deus Pai.” (Fil.2:9-11).

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9. Referências Bibliográficas: Bíblia Sagrada, Almeida Revista e
Atualizada

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