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6/1/2015 estudo_07.

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Estudo 07

PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO

Este mês de abril estamos celebrando a Páscoa de Cristo e mais uma vez, como
acontece todos os anos, milhares de pessoas, em todo o mundo, relembram a
paixão, morte e ressureição de Jesus, o filho de Deus, o verbo que se fez carne,
habitou entre nós, morreu na cruz para remissão dos pecados da humanidade,
ressurgiu ao terceiro dia e hoje está assentado à direita do Pai, intercedendo por
nós. Esta história tem sido passada de pai para filho, de geração à geração, e
por causa do passar dos anos, para muitas pessoas, o real entendimento da
morte de Cristo fica relegado aos relatos bíblicos e ao que estamos acostumados
a ouvir na igreja sobre o sacrifício do Calvário. Nesta edição da Linha Aberta,
queremos falar sobre o que está por trás da mensagem da Páscoa divulgada
mundialmente pelos meios de comunicação de massa e revelar o real significado
da morte e da ressurreição de Jesus.

Como realmente podemos entender o sacrifício de Cristo e nos transportar para


os tempos de Jesus? O que representou aquele momento para o filho de Deus e
para toda a humanidade? Se nos colocarmos na posição de Jesus, as horas mais
solitárias que alguém já passou sobre a terra foram as horas do Calvário, porque
Ele, além de ser Filho de Deus, era também homem, ao morrer por nós. E vale a
pena questionar: O Calvário foi o lugar mais solitário do mundo? Parece fácil
responder a essa pergunta, pois muitos dos nossos leitores sabem tudo sobre o
Calvário e a morte do Cordeiro de Deus. Mas mesmo assim, nunca conseguimos
responder com precisão a essa pergunta porque somos incapazes de
compreender o que Jesus realmente passou no Calvário.

Segundo a Escritura, Jesus foi crucificado à "hora terceira" (Mc 15.25) (às nove
horas da manhã). E à "hora nona" (às três horas da tarde) Ele deu Seu grito
alucinante: "Eloí, Eloí, lamá sabactâni?... Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?" (v. 34). Isso significa, portanto, que Jesus Cristo, quando deu
esse grito – já estava dependurado há seis horas na cruz em pavorosa solidão!
Significa que durante seis horas inteiras Ele esteve sem o Pai, sim, até mesmo
Deus O abandonou. Que nessas seis horas na cruz Ele esteve sem o Pai é
provado pelo fato de Ele – que normalmente sempre falava do Pai quando se
referia a Deus – ter clamado a Deus. E que Ele estava também sem Deus é
mostrado por Suas palavras desesperadoras: "...por que me desamparaste?"
Apesar de Ele clamar a Deus, Deus O havia abandonado!

Na realidade, porém, nunca estamos sozinhos, porque em Hebreus 13.5b estão


escritas as palavras da vitória: "De maneira alguma te deixarei nunca jamais te
abandonarei." Ou pensemos nas palavras do próprio Jesus: "E eis que estou
convosco todos os dias até à consumação do século"

(Mt 28.20b).

Nesse sentido, as palavras do centurião romano contêm um simbolismo profundo


e trágico: "O centurião que estava em frente dele, vendo que assim expirara,
disse: Verdadeiramente este homem era Filho de Deus" (v. 39). Enquanto Jesus
esteve dependurado na cruz, era como se Ele não fosse mais o Filho de Deus.
Por quê? Porque naquelas horas Ele não tinha mais Pai. Mas – não era o Filho de
Deus que estava dependurado ali na cruz? Naturalmente, mas não em Seu
caráter glorioso, de Rei. Ele estava ali dependurado como homem, cuja aparência
estava profundamente desfigurada, a quem todo o mundo desprezava, e virava
o rosto. A respeito, o profeta Isaías já predisse palavras abaladoras
aproximadamente 700 anos antes de Cristo: "...o seu aspecto estava muito
desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua aparência mais do que a
dos outros filhos dos homens... Era desprezado, e o mais rejeitado entre os
homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e como um de quem os
homens escondem o
rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso" (Is 52.14b; 53.3).

Quão terrível e pavorosa deve ter sido essa solidão para Ele! Pois a Ele, ao
Senhor Jesus Cristo, aconteceu algo que jamais pode acontecer a nós, que nEle
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cremos: Ele realmente foi abandonado pelo Pai – durante horas. É o que
expressa com a maior clareza Sua pergunta: "...por que me desamparaste?".

Em outras palavras: "Tu me abandonaste – mas por quê?" Nunca podemos


acusar Deus de tal coisa porque não corresponde à verdade, pois o Senhor
nunca nos abandonará, a nós que somos seus filhos. No máximo, poderíamos
dizer que nos sentimos abandonados. Na realidade, porém, nunca estamos
sozinhos, pois em Hebreus 13.5b estão escritas as palavras: "De maneira alguma
te deixarei, nunca jamais te abandonarei." Ou pensemos nas palavras do próprio
Jesus: "E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século" (Mt
28.20b).

Paulo exclama com júbilo em Romanos 8.38-39: "Porque eu estou bem certo de
que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente,
nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra
criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso
Senhor." Não, nada, nem ninguém pode separar-nos de nosso Senhor, nunca
seremos deixados sós; onde quer que estejamos, o Senhor está sempre
presente! Ouça uma vez o que o salmista diz a respeito: "Se subo aos céus, lá
estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo
as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares: ainda lá me haverá de
guiar a tua mão e a tua destra me susterá" (Sl 139.8-10). Em outras palavras:
Senhor, tu estás sempre comigo; onde quer que eu esteja, o que quer que eu
faça, para onde quer que eu vá, como quer que eu me sinta, tu estás sempre
comigo. Sim, disso podemos estar certos, e graças ao Senhor que é assim.

Mas o próprio Jesus, quando esteve dependurado na cruz, não tinha mais nada
disso. Ele ficou completamente privado de amor e consolo. Ao invés da alegre
certeza da presença do Pai, Ele era atormentado por um horror paralisante. Ao
invés de firme certeza interior, Ele sentia calafrios por causa do gélido silêncio de
Deus. Ao invés do olhar amoroso do Pai, Ele só via trevas intransponíveis. Ao
invés de afável e calorosa afeição do alto, os rugidos e a fúria de todo o inferno
se abateram sobre Ele. Jesus Cristo experimentou exatamente o oposto daquilo
que o salmista testemunha com tanta fé: "Ainda que eu ande pelo vale da
sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo: a tua vara e
o teu cajado me consolam" (Sl 23.4). Jesus andou literalmente pelo "vale da
sombra da morte"; Deus não estava mais com Ele, a "vara e o cajado" do Pai não
O consolavam mais.

"Por quê?", podemos perguntar, "por que, afinal?" Porque não era possível de
outra maneira. Pois, apesar de Jesus ser o Cordeiro de Deus sem pecado, apesar
de Ele nunca ter pecado em toda a Sua vida, apesar de Ele ter ficado puro e sem
mácula, no Calvário Ele morreu como pecador. Bem entendido: Ele não morreu
como pecador – pois, como dissemos, Ele era e continuou sem pecado, mas Ele
morreu por causa de pecados, isto é, dos pecados de todo o mundo. Você sabe o
que significa morrer a morte do pecador; você sabe qual é a terrível e
inescapável conseqüência de tal morte? Nesse tipo de morte

– Deus não está presente;

– o céu está fechado;

– o Eterno afasta o olhar!

Por isso, uma morte assim é o mais terrível, pavoroso e horroroso que pode
acontecer a uma pessoa. Existem testemunhos suficientes a respeito. A seguir,
citamos somente alguns:

– O ateu David Hume gritou por ocasião de sua morte: "Estou nas chamas!"

– A morte de Voltaire, o famoso zombador, deve ter sido tão terrível que sua
enfermeira disse depois: "Por todo o dinheiro da Europa, eu não gostaria mais de
ver um ateu morrer!"

– Hobbes, um filósofo inglês, disse pouco antes de sua morte: "Estou diante de
um terrível salto nas trevas."

– Goethe exclamou: "Mais luz!"

– Churchill morreu com as palavras: "Que tolo fui!"

Bastam esses poucos exemplos para nos mostrar claramente o que significa
morrer como pecador. E Jesus experimentou esse tipo de morte, apesar de Ele
mesmo, que isso fique bem claro, ser e continuar sendo absolutamente sem
pecado. Ele experimentou uma morte tão pavorosa porque na cruz Ele tomou
sobre Seu próprio corpo todos os pecados de todos os homens de todos os
tempos. Pedro diz em sua primeira epístola: "carregando ele mesmo em seu
corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos aos pecados,
vivamos para a justiça" (1 Pe 2.24a). Quando Jesus morreu a morte do pecador,
realmente o céu ficou fechado, o Pai desviou o olhar, o Eterno se afastou; e Ele,
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o Filho, ficou dependurado, só e abandonado, na cruz. Que ondas pavorosas do
inferno devem ter se abatido sobre Ele. No Salmo 22 os sofrimentos de Jesus
naquelas horas horrorosas são descritos de modo amedrontador, bem detalhado
e claro: "Muitos touros me cercam, fortes touros de Basã me rodeiam. Contra mim
abrem as
bocas, como faz o leão que despedaça e ruge. Derramei-me como água, e todos
os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se-
me dentro de mim. Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se
me apega ao céu da boca; assim me deitas no pó da morte. Cães me cercam;
uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés. Posso
contar todos os meus ossos; eles me estão olhando e encarando em mim" (vv.
12-17).

Meu irmão, minha irmã, como isso deve ter sido terrivelmente difícil para Jesus
Cristo! Não é de admirar, pois, que de repente tenha partido de Seu coração
ferido este grito: "...Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" Esse foi o
grito de um homem que caiu num profundo abismo, e cujo coração estava
completamente dilacerado.

É interessante lembrar que até então Jesus nunca havia sido abandonado pelo
Pai. E agora, na cruz, Ele não somente foi abandonado pelo Pai, mas também
estava cercado pelos poderes do inferno. Não, até então o Pai nunca O havia
abandonado; pelo contrário, o Pai esteve constantemente nEle. Por exemplo,
Jesus disse: "Quem me vê a mim, vê o Pai" (Jo 14.9b). E em João 11.41b lemos:
"Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai..." Portanto, até essa hora
tinha havido completa harmonia entre Ele e o Pai. E Jesus se alegrou por essa
harmonia, e testemunhou dela, por exemplo, com as palavras:

– "...porque não sou eu só, porém eu e aquele que me enviou" (Jo 8.16).

– "E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só..." (Jo 8.29b).

– "Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30).

– "...para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou
no Pai" (Jo 10.38b).

Que maravilhosas palavras! Mas, exatamente por isso foi muito mais duro e
trágico o contraste entre elas e as horas na cruz. Que caminho Jesus teve que
seguir! E, por quê? Para redimir a você e a mim; pois nós deveríamos ter estado
ali na cruz!

Talvez agora compreendamos um pouco melhor o profundo abismo dos


sofrimentos do Cordeiro de Deus; talvez sejamos capazes agora de participar um
pouco dos Seus sentimentos, do que Ele passou. Mesmo assim, uma ou outra
pessoa poderá perguntar:

Jesus não sabia que tudo seria assim?

Ele falou várias vezes a respeito aos Seus discípulos. Lemos, por exemplo, em
Mateus 16.21: "Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus
discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas cousas
dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto, e ressuscitado
no terceiro dia." Aqui Ele falou claramente que ainda teria que "sofrer muitas
cousas". Além disso, havia muitas profecias do Antigo Testamento que
apontavam com clareza assustadora para esses acontecimentos; e Jesus
conhecia todas essas palavras da Escritura. Portanto, certamente Ele sabia de
tudo. Apesar de que jamais poderemos responder a essa pergunta
definitivamente, hoje vou tentar – com todo respeito ao Cordeiro de Deus – dar
uma resposta bem superficial. Jesus Cristo, apesar do fato de ser o Filho de Deus
e de todas as coisas serem manifestas perante Ele, talvez não soubesse de uma
coisa: quão terrível seria a separação entre Ele e o Pai; quão horroroso seria ser
abandonado pelo Pai! Pois, repito: Ele nunca antes havia ficado sem o Pai, muito
menos ser abandonado pelo Pai.

Entretanto, talvez você diga agora: Mas Jesus sempre sabia de tudo. Tudo, será
que Jesus realmente sabia de tudo? Ele mesmo falou certa vez de algo que não
sabia, ou seja, da hora da Sua volta: "Mas a respeito daquele dia ou da hora
ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão somente o Pai" (Mc
13.32). Portanto: isso era uma coisa que Ele não sabia. Por isso, não será que
somente o próprio Pai sabia o que o Filho realmente teria de passar na cruz;
quão difícil realmente seria a separação? Não será que o Pai tenha se calado
sobre esse assunto por causa de Seu grande amor pelo Filho?

Apesar de não sabermos a resposta, nesse contexto podemos pensar na relação


de Abraão e Isaque. Quando os dois ainda estavam a caminho do local do
sacrifício, Isaque, que não sabia de nada, perguntou ao seu pai: "Eis o fogo e a
lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?" (Gn 22.7b). O que Abraão
respondeu a Isaque? Lemos em Gênesis 22.8a: "Deus proverá para si, meu filho,
o cordeiro para o holocausto". Isaque sabia, portanto, do sacrifício, mas não
sabia da terrível verdade de que ele deveria ser a vítima.
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Jesus Cristo sabia do Calvário. Ele sabia que seria o Cordeiro do holocausto; mas
será que Ele também sabia quão terrível seria quando o Pai, nas horas do Seu
sofrimento e da Sua morte, teria que abandoná-lO? Bem, não o sabemos, e
também nunca teremos uma resposta definitiva para essa questão aqui na terra.
Uma coisa, porém, é segura: as horas do Calvário realmente foram as mais
difíceis e solitárias pelas quais ninguém na terra jamais passou; e o Filho do
Homem, Jesus Cristo, as sofreu.

O alto objetivo dos sofrimentos de Jesus

Por que o Senhor da Glória teve que sofrer de forma tão extrema? Para redimir
muitas e muitas pessoas escravizadas! Oh! quão maravilhosamente esse
objetivo dos sofrimentos de Jesus é descrito no livro do profeta Isaías:
"...quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade...
com o seu conhecimento, justificará a muitos... Por isso eu lhe darei muitos como
a sua parte..." (Is 53.10b,11b,12a). Glorioso, não é mesmo?! E até hoje são
acrescentados diariamente novos justificados à Sua posteridade. Mas tudo
começou nessa terrível cruz solitária. Quanto mais se agravava Seu caminho de
morte, quanto mais profundamente Jesus entrava em dores e sofrimentos, maior
e mais real se tornava o fato de que assim o caminho ao reino dos céus estava
sendo aberto para a Humanidade. A cada hora de dores se aproximava a
grandiosa vitória de Jesus, a porta da graça se abria cada vez mais.

Vejamos essa gloriosa verdade em relação à parábola de Jesus sobre os


trabalhadores na vinha. Nela nos é mostrado maravilhosamente, de forma
figurada, o processo que Jesus enfrentou na cruz – quanto mais horas de dores,
mais próxima e maior a vitória. Leiamos a primeira parte dessa parábola: "Porque
o reino dos céus é semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para
assalariar trabalhadores para a sua vinha. E, tendo ajustado com os
trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a vinha. Saindo pela
terceira hora viu, na praça, outros que estavam desocupados, e disse-lhes: Ide
vós também para a vinha, e vos darei o que for justo. Eles foram. Tendo saído
outra vez perto da hora sexta e da nona, procedeu da mesma forma, e, saindo
por volta da hora undécima, encontrou outros que estavam desocupados, e
perguntou-lhes: Por que estivestes aqui desocupados o dia todo? Responderam-
lhe: Porque ninguém nos contratou. Então lhes disse ele: Ide também vós para a
vinha" (Mt 20.1-7).

Essa parábola aponta maravilhosamente para o reino celestial e para todos que
estarão nele algum dia. Ela nos mostra também que não faz diferença se alguém
encontra cedo o caminho ou se chega somente à hora undécima. O que importa é
que muitos venham! Não vamos nos ater agora na parábola em si, mas extrair
dela maravilhosos paralelos sobre os acontecimentos do Calvário.

1 – Quando começou o verdadeiro caminho de morte de Nosso Senhor? Não me


refiro ao caminho de sofrimentos em geral, que já começou na manjedoura em
Belém, mas ao caminho de morte e crucificação em si, através do qual Ele, como
Deus, o disse através do profeta Isaías, geraria uma posteridade, ou seja,
justificaria a muitos. Quando começou esse caminho da cruz? Lemos em Marcos
15.1: "Logo pela manhã entraram em conselho os principais sacerdotes com os
anciãos, escribas e todo o Sinédrio; e, amarrando a Jesus, levaram-no e o
entregaram a Pilatos." E quando o dono da casa, na parábola citada, começou a
enviar trabalhadores para sua vinha, isto é, quando o Rei do reino dos céus
começou a chamar Sua posteridade para Seu reino? Também cedo de manhã:
"Porque o reino dos céus é semelhante a um dono de casa que saiu de
madrugada para assalariar trabalhadores para a sua vinha" (Mt 20.1).

2 – Quando, exatamente, Jesus foi crucificado? À hora terceira (nove horas da


manhã): "Era a hora terceira quando o crucificaram" (Mc 15.25). E quando os
próximos trabalhadores foram enviados para a vinha, isto é, quando o Rei do
reino dos céus chamou os seguintes da Sua posteridade para Seu reino? À
terceira hora (às nove horas da manhã): "Saindo pela terceira hora viu, na praça,
outros que estavam desocupados, e disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e
vos darei o que for justo" (Mt 20.3-4).

3 – Quando se abateram as terríveis trevas sobre toda a terra? À hora sexta (às
doze horas): "Chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora
nona" (Mc 15.33). E quando os trabalhadores seguintes foram chamados para a
vinha, ou seja, quando foram novamente chamados outros à posteridade no
reino dos céus? À hora sexta (ao meio-dia): "Tendo saído outra vez perto da
hora sexta..., procedeu da mesma forma" (Mt 20.5).

4 – Quando o Senhor Jesus Cristo deu o Seu grito abalador? À hora nona (às três
horas da tarde): "À hora nona clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá
sabactâni? que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"
(Mc 15.34). E quando foram enviados mais trabalhadores para a vinha, isto é,
chamados ainda mais pessoas para a posteridade no reino dos céus? À hora
nona (às três horas da tarde): "Tendo saído outra vez perto da hora... nona,
procedeu da mesma forma" (Mt 20.5).

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5 – Quando Jesus Cristo foi sepultado? Antes do anoitecer no dia anterior ao
sábado (aproximadamente às cinco horas da tarde): "Ao cair da tarde, por ser o
dia da preparação, isto é, a véspera do sábado, vindo José de Arimatéia, ilustre
membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus, dirigiu-se
resolutamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus... Este, baixando o corpo da
cruz, envolveu-o em um lençol que comprara, e o depositou em um túmulo que
tinha sido aberto numa rocha; e rolou uma pedra para a entrada do túmulo" (Mc
15.42-43,46). E exatamente ao mesmo tempo, às dezessete horas, à hora
undécima, na parábola foram novamente enviados trabalhadores para a vinha,
ou seja, chamadas outras pessoas à posteridade no reino dos céus: "...e, saindo
por volta da hora undécima, encontrou outros que estavam desocupados, e
perguntou-lhes: Por que estivestes aqui desocupados o dia todo? Responderam-
lhe: Porque ninguém nos contratou. Então lhes disse ele: Ide também vós para a
vinha" (Mt
20.6-7).

Essa comparação alegórica entre a morte de Jesus e a parábola dos


trabalhadores na vinha nos mostra como através dos sofrimentos de Jesus na
cruz, que ficavam cada vez mais intensos, a redenção se aproximava cada vez
mais. Quanto mais se agravava Seu caminho de morte, mais resplandecia a
verdade de que assim estava sendo preparado o caminho ao reino dos céus para
a Humanidade.

Resumindo: cedo pela manhã começou o caminho da cruz de Jesus e de


madrugada vieram os primeiros trabalhadores para a vinha do dono da casa. À
terceira hora (9 da manhã) Jesus foi crucificado e à terceira hora foram chamados
os trabalhadores seguintes para a vinha. À hora sexta (meio dia) se abateram as
trevas sobre toda a terra e à hora sexta foram chamados mais trabalhadores. À
hora nona (3 da tarde) Jesus gritou Seu abalador "Por quê?" – e exatamente
nessa hora foram novamente chamados trabalhadores na parábola. E à
undécima hora (5 da tarde) Jesus Cristo foi sepultado; na parábola dos
trabalhadores na vinha na mesma hora foram chamados mais uma vez
trabalhadores. Aqui vemos claramente o que o profeta Isaías profetizou: "Ele
verá o fruto do penoso trabalho de sua alma, e ficará satisfeito; o meu Servo, o
Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles
levará sobre si" (Is 53.11).

A glória da Sua ressurreição

Na infinita profundeza do caminho de Sua vida, de Seu sofrimento e de Sua morte


na cruz está a imensurável grandeza da Sua glória. Em Filipenses 2.8-9 está
escrito: "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de
cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está
acima de todo nome." A morte não conseguiu deter Jesus Cristo. Ele venceu a
morte. Chegou a manhã da Páscoa!

A Sua ressurreição é o triunfo da Sua glória. Ele disse aos discípulos de Emaús:
"Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?" (Lc
24.26). A sua ressurreição é a hora da Sua glória. Que triunfo, que fruto!

A ressurreição de Jesus Cristo é a resposta de Deus a qualquer insurreição,


qualquer julgamento, qualquer demonstração de poder ou qualquer escárnio dos
homens. Mas ela também é o consolo para todos os que crêem nEle!

O triunfo da ressurreição e da ascensão de Jesus Cristo conflui para a hora da


Sua volta. No Monte da Transfiguração, quando Moisés e Elias falavam com Jesus
sobre a Sua partida em Jerusalém, os discípulos tiveram uma visão profética
antecipada da Sua glória e da Sua volta. Referindo-se a ela, Pedro escreveu:
"Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos
testemunhas oculares da sua majestade, pois ele recebeu, da parte de Deus Pai,
honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é
meu Filho amado, em quem me comprazo. Ora, esta voz, vinda do céu, nós a
ouvimos quando estávamos com ele no monte santo" (2 Pe 1.16-18). De acordo
com Tito 2.13, a Igreja aguarda a bendita esperança e a manifestação da glória
do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo.

O triunfo da ressurreição e da glória de Jesus consiste em que Sua Igreja já é


incluída em espírito na Sua glória e participa da Sua glória. Pois Deus
"...juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais
em Cristo Jesus" (Ef 2.6). E em Filipenses 3.20-21 está escrito: "Pois a nossa
pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus
Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo
da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si
todas as coisas." O maravilhoso disso é: a grande cidade, a Jerusalém celestial, o
lar dos salvos, "não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade,
pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada" (Ap 21.23).

O triunfo da ressurreição e da glória de Jesus Cristo também consiste em


glorificarmos Seu nome por meio do nosso procedimento aqui sobre a terra. Mas
devemos nos perguntar: estamos realmente em condições de fazê-lo, se nem
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temos anseio por fazer a Sua vontade. Se não vivemos para a Sua glória, porque
não renunciamos às "glórias" deste mundo? Quem de nós ainda tem a ousadia
de orar como Jim Elliot? Ele escreveu em seu diário:

Pai, faz-me fraco para que eu perca a força de agarrar-me às coisas deste
mundo: minha vida, minha reputação, minha propriedade – Senhor, toma de mim
a tendência da minha mão de agarrá-las e segurá-las. Ah, Pai, que de mim se
apague o simples desejo de acariciá-las.

Será que temos condições de glorificar o Seu nome pelo nosso proceder aqui na
terra, se não estamos dispostos a seguir o caminho da morte e a considerar-nos
crucificados com Ele? Certamente não! Pois se continuamos presos ao pecado e
não vivemos segundo os desígnios de Deus, então vivemos longe de Sua glória.
Jesus disse: "Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto (amor) ...eu vos
escolhi a vós outros e vos designei (propósito) para que vades e deis fruto, e o
vosso fruto permaneça" (Jo 15.8,16). O ato de ir é o fruto. Pois o importante é
obedecer-Lhe e, antes de mais nada, largar tudo o que nos impede de ir.

Se você não buscar a Jesus como a sua porção mais gloriosa, você nunca
encontrará a Sua glória. Mas aquele que, como outrora Moisés, implorar com todo
o anseio do seu coração: "Rogo-te que me mostres a tua glória!", este também
experimentará Sua maravilhosa promessa: "Farei passar (em meu Filho Jesus)
toda a minha bondade diante de ti!" Ou para dizê-lo com Romanos 8.32: "Aquele
que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou,
porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?" (Norbert
Lieth)

Ao vermos tudo isso novamente hoje, essa maravilhosa obra do Calvário com
seus grandiosos efeitos, impõe-se a pergunta: o Senhor Jesus fez tanto por nós,
mas o que podemos fazer por Ele?

O que podemos Lhe dar?

Oh! na verdade, nada! Pois conhecemos a nós mesmos e sabemos quão


rapidamente novos propósitos e promessas são esquecidos. Apesar disso,
devemos dar uma resposta ao Senhor! Talvez um acontecimento da vida de
Pedro possa nos ajudar nesse sentido. Em certa ocasião, ele estava em Jope, na
casa de um curtidor chamado Simão. Seu lugar de oração era sobre o eirado
(terraço) da casa. Lemos em Atos 10.9: "No dia seguinte..., subiu Pedro ao
eirado, por volta da hora sexta". Se bem que esse texto na verdade não tem
nada a ver com o Calvário, interessam as palavras "por volta da hora sexta".
Portanto, Pedro subiu ao eirado ao meio-dia para orar. E quando começaram as
três piores horas para o Senhor Jesus na cruz? Igualmente à hora sexta:
"Chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona" (Mc
15.33). É comovente o fato de que Pedro – consciente ou inconscientemente,
tenha feito da pior hora de seu Senhor na cruz sua hora de oração diária! Pois
podemos supor que não se
tratou de uma oração única, ao acaso, mas de um costume regular. Como quer
que seja, de qualquer modo, Pedro estava orando ao Seu Senhor na hora em
que Jesus tinha passado pelos maiores tormentos na cruz.

A pergunta é: o que podemos fazer pelo nosso Senhor Jesus; o que podemos
Lhe dar? Ser Jesus a razão de nossa vida, porque quando colocamos Jesus em
primeiro lugar, nascemos de novo para uma nova vida. Hoje, mais de dois mil
anos se passaram da morte e ressurreição de Jesus, o filho de Deus, e ainda
hoje, Ele continua salvando e perdoando os homens. O preço pago na cruz do
Calvário foi alto e impossível a outro pagar que não fosse o próprio Deus. Hoje é
dia de celebrar a ressurreição de Cristo e a salvação do homem, um presente
conquistado na cruz do Calvário.

Por Marcel Malgo


Fonte: www.linhaaberta.com

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