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A Suficiência da Morte de Cristo


Para Nossa Salvação
João Calvino
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A Suficiência da Morte de Cristo Para Nossa Salvação


João Calvino

“E desde a hora sexta houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona. E perto da
hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é,
Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? E alguns dos que ali estavam,
ouvindo isto, diziam: Este chama por Elias, e logo um deles, correndo, tomou uma
esponja, e embebeu-a em vinagre, e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber. Os
outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo. E Jesus, clamando
outra vez com grande voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou
em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras; E abriram-se os
sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; E, saindo
dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e
apareceram a muitos. E o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o
terremoto, e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor, e disseram:
Verdadeiramente este era o Filho de Deus” (Mateus 27:45-54)

Vimos ontem que as zombarias e blasfêmias dos inimigos de Deus não impediram a mor-
te e a paixão de Nosso Senhor Jesus de produzir e mostrar o Seu poder em meio a tanto
desprezo e ingratidão do mundo. Por aqui vemos todos aqueles que eram de alguma
reputação e dignidade entre os Judeus, que abertamente zombaram do Filho de Deus, mas
isso não O impediu de ter compaixão de um pobre ladrão e recebê-lo para a vida eterna;
todavia, de modo algum, é necessário que alguém obscureça ou diminua a glória do Filho
de Deus. Se é argumentado que um pobre ladrão não é de modo algum comparável com
aqueles que governam a Igreja, que eram mestres da lei; não é apropriado, quando falamos
da salvação que foi adquirida por nós através da bondade gratuita de Deus, buscar a
excelência em qualquer de nossas pessoas, antes devemos voltar para o que São Paulo
diz:

“Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para
salvar os pecadores” (1 Timóteo 1:15).

Então, quando viermos a considerar o fruto da paixão e morte de nosso Senhor Jesus
Cristo, todos os homens têm que ser humilhados, e ali terão que ser encontradas neles
apenas a pobreza e vergonha, a fim de que Deus possa por este meio derramar sobre eles
os tesouros da Sua misericórdia, não tendo outra consideração para fornecer para nós, a
não ser na medida em que Ele vê que estamos laçados nas profundezas de todas as

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misérias. Desde então, esse ladrão era um homem desaprovado por todos, e Deus o
chamou assim repentinamente, quando o nosso Senhor tornou eficaz a Sua morte e paixão
que Ele sofreu e suportou [...], isso deve muitíssimo nos confirmar. Isso não é em absoluto,
então, uma questão da demonstração de Deus como Ele estende a mão para aqueles que
parecem ser dignos dela e que têm algum mérito em si, ou que eram respeitáveis e de boa
reputação entre os homens, mas quando Ele retira pobres almas condenadas das
profundezas do inferno, quando Ele se compadece daqueles de quem toda a esperança de
vida havia sido perdida, aqui é onde a Sua bondade resplandece. Isso também é o que
deve nos dar a entrada para a salvação. Pois os hipócritas, embora professem ser de
alguma forma limitados pela graça de Deus, mas fecham a porta contra si mesmos, por sua
arrogância. Pois eles são tão inflados com orgulho que não podem conformar-se ao nosso
Senhor Jesus Cristo. Então, primeiro, nós podemos estar muito certos de que Jesus Cristo
chama a Si mesmo os miseráveis pecadores que têm apenas confusão em suas pessoas,
e que Ele estende os braços para recebê-los. Porque, se não temos certeza, nunca
seremos capazes de tomar coragem para vir a Ele. Mas quando nós estamos bem
convencidos de que é para aqueles que são os mais miseráveis que Ele envia a salvação
que Ele adquiriu, desde que eles se reconheçam como tais, e se humilhem, e estejam
completamente confundidos, fazendo-se censuráveis (como eles de fato o são), perante o
julgamento de Deus; é assim que devemos ser assegurados, é assim que teremos fácil
participação na justiça que aqui nos é oferecida, e pela qual nós obtemos a graça e favor
diante de Deus.

Ao que se diz, “E desde a hora sexta houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona”, Em
nossa língua comum diríamos das doze horas até às quinze horas. Mas o escritor do
Evangelho seguiu a maneira comum de falar daquele tempo. Pois, quando diz a terceira
hora, não está querendo dizer três horas, mas que essa é a primeira parte do dia. Em
resumo, há aqui duas coisas a observar. Uma delas é que eles contavam as horas de forma
diferente do que fazemos hoje, pois eles contavam o dia de sol a sol, e havia as doze horas
do dia, ao passo que nós medimos o dia por 24 horas, calculando a partir da meia-noite à
meia-noite seguinte. Os relógios tiveram que ser feitos de forma diferente, de modo que as
horas eram mais longas no verão do que no inverno, e de acordo com isso os dias eram
mais longos ou mais curtos, por isso, as horas eram longas ou curtas. O outro ponto é que
eles dividiam o dia em quatro quartos de três horas, e cada parte foi nomeada pela primeira
hora do quarto. Então, desde o raiar do sol até à segunda parte do dia foi chamado de a
primeira hora. A segunda parte do dia começava às nove horas e se estendia até ao meio-
dia, esta era por eles chamada de a terceira hora. E a hora sexta, começava a partir do
meio dia e ia até às quinze horas. A última, durava até o pôr do sol e o dia estava terminado.
É por isso que é dito por um dos escritores do Evangelho que Jesus Cristo foi crucificado
por volta da terceira hora. E aqui é dito que isto aconteceu na sexta hora. O escritor do

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Evangelho quis dizer que a partir da sexta hora até a hora nona, houve trevas. Pois nosso
Senhor Jesus foi crucificado entre às nove horas e meio dia, Ele havia sido condenado
acerca de nove horas por Pilatos. E São Marcos que dizer o fim da terceira hora, não o
começo, quando ele descreveu o tempo em que Jesus Cristo foi levado ao Gólgota. Agora,
Ele ficou na cruz até a hora nona, quando já o final do dia estava se aproximando. Por isso,
é mais provável que o nosso Senhor Jesus não permaneceu em agonia na cruz por mais
de três horas.

Durante esse tempo, é dito que houve trevas sobre toda a terra, isto é, a Judéia. Pois o
eclipse não foi geral por todo o mundo. Na verdade, isto teria obscurecido o milagre que
Deus quis mostrar. Porque eles, então, poderiam ter atribuído este eclipse às forças da
natureza. Por outro lado, não há muitas pessoas que falaram dele no sentido de que isso
aconteceu em outros países. Na verdade, aqueles que fazem menção disso são justa-
mente conjecturados. Mas eis que a terra da Judéia é que foi coberta pela escuridão. E a
que horas? Por cerca de três horas depois do meio-dia, quando o sol ainda não estava
prestes a se por, como se costuma dizer. Mas, para além das forças comuns da natureza
devia haver escuridão para causar medo e espanto a todos. Muitos consideram que isso
foi feito, como sinal de repulsa, como se Deus quisesse chamar os Judeus a prestarem
contas, a fim de que eles pudessem ter algum sentimento em relação ao crime tão hediondo
que eles haviam cometido, e como se Ele significasse para eles por este sinal visível que
até mesmo todas as criaturas deveriam, como que esconderem-se de uma coisa tão
horrível, quando Jesus Cristo foi, assim, entregue à morte. Mas temos que observar que de
uma maneira a morte de nosso Senhor Jesus Cristo teve que ser realizada como um crime
terrível, isto é, no que diz respeito aos Judeus. Deus detestou também sua iniquidade e
demasiada vilania, pois estas superaram a todos os outros. Na verdade, se nós odiamos o
assassinato e essas coisas, o que isso será quando chegamos à pessoa do Filho de Deus?
A Quem os homens foram tão loucos a ponto de quererem aniquilar Aquele que era a Fonte
da Vida, que eles se levantaram para destruir a memória dAquele por Quem fomos criados,
e no poder de Quem nós subsistimos!

No entanto, a morte de nosso Senhor Jesus não permaneceu meramente como um sacri-
fício de cheiro suave. Pois devemos sempre lembrar que [esta ocorreu para] a reconcilia-
ção do mundo, como já declarado anteriormente. Além disso, a escuridão veio a fim de que
o sol desse testemunho da majestade Divina e celestial de nosso Senhor Jesus. Embora,
então, por esse minuto Ele não foi apenas humilhado e se tornou desprezível diante dos
homens, até mesmo esvaziando-Se de tudo, como diz São Paulo; ainda mesmo o sol
homenageia a Ele, e como um sinal disso ele permaneceu escondido. Já que é assim,
então, saibamos que Deus, para tornar o perverso ainda mais indesculpável, quis que Jesus
Cristo em Sua morte fosse declarado Rei soberano de todas as criaturas, e que este triunfo

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do qual fala São Paulo no segundo capítulo de Colossenses já começou, quando ele diz
que Jesus Cristo triunfou na cruz (Colossenses 2:14, 15). É verdade que Ele aplica isso ao
fato de que Ele riscou a cédula que nos era contrária, e que Ele nos absolveu diante de
Deus, e por causa disso Satanás foi derrotado; o que foi mostrado por este eclipse do sol.
No entanto, os Judeus estavam convencidos de sua ignorância, mesmo de sua ignorância
maliciosa e fanática, como se tivesse sido visto com seus olhos que Satanás os possuía, e
que eles haviam, por assim dizer, se tornado monstros contrários à natureza. Isso, em
resumo, é o que temos que lembrar quando se fala da escuridão que ocorreu.

É verdade que hoje estamos iluminados pela morte e paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Pois como é que o Evangelho nos mostra o caminho para a salvação? Como somos
iluminados para chegar a Deus, a não ser uma vez que o Filho de Deus nos é apresentado
com o fruto e do poder da Sua morte? Jesus Cristo é realmente o Sol da Justiça, porque
Ele adquiriu para nós a vida, por Sua morte. Mas os Judeus foram privados de tal benefício.
E, em que o sol foi obscurecido, eles foram convencidos que de todas as pessoas, eles
eram reprovados, e a doutrina não mais lhes seria proveitosa, nem lhes seria útil para a
salvação, uma vez que por sua malícia haviam tentado extinguir e abolir tudo o que podia
dar-lhes esperança, pois esta esperança estava inteiramente na Pessoa do Mediador, a
quem tentaram destruir por sua malícia e ingratidão. Era certo, então, que eles estavam
completamente destituídos de toda a luz da salvação, a fim de que a ira de Deus se
declarasse de forma visível sobre eles.

Segue-se que o nosso Senhor Jesus clamou, dizendo: “Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?” São Mateus e São Marcos recitam em língua Siríaca estas palavras de
nosso Senhor Jesus, que são extraídas de Salmo 22. E as palavras não são assim
pronunciadas por todos os escritores dos Evangelhos como o texto do Salmo apresenta.
Mesmo nesta palavra “Eli”, que é “Meu Deus”, vemos que São Marcos diz: “Eloí”. (Marcos
15:34) Mas isso é uma distorção da linguagem, como vimos antes; pois os Judeus que
retornaram da Babilônia nunca tiveram uma língua totalmente pura, como antes. Ademais
esta exclamação é tirada do Salmo 22:1. Deus quis especialmente que isto fosse recitado
em duas línguas, para mostrar que era algo importante, e para o qual devemos atentar. Na
verdade, a menos que queiramos imaginar (como fazem muitas pessoas irracionais) que o
nosso Senhor Jesus falou de acordo com a opinião de homens e não de acordo com Seu
sentido e Seu sentimento, nós certamente devemos ser movidos por isto, e os nossos
sentidos devem extasiados, quando Jesus Cristo queixa-se de ser desamparado e
abandonado por Deus Seu Pai. Pois é uma coisa muito sem graça e muito tola, dizer que
o nosso Senhor Jesus não foi de todo tocado com a angústia e ansiedade em Seu coração,
mas que Ele houvesse simplesmente dito: “Eles dizem que estou abandonado”. Isso mostra
que aqueles que olham para tais glosas, não são apenas ignorantes, mas são totalmente

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zombadores. Além disso, eles nunca deixam de blasfemar, como cães mastim, contra
Deus. E todos aqueles que falam assim, é certo que eles não têm mais religião do que os
cães e os animais irracionais, pois eles não sabem o quanto a sua salvação custou ao Filho
de Deus. E o que é pior, eles zombam dEle apenas como os vilões que são.

Então, temos de manter como um fato conclusivo que o nosso Senhor Jesus, que está
sendo trazido para tal extremo e angústia, clamou com grande voz: (sim, como aqueles que
são atormentados ao extremo), “Deus meu, Deus meu, por que que me desamparas-te?”
Na verdade, nós já dissemos que seria uma declaração fria a partir da história de Sua morte,
se não considerarmos a obediência que Ele prestou a Deus, o Pai. Esta, então, é a principal
coisa que temos que considerar se quisermos ter certeza de nossa salvação. É que, se
cometemos muitas faltas e rebeliões e iniquidades contra Deus, tudo isso será enterrado,
na medida em que o nosso Senhor Jesus por Sua obediência nos justificou e nos tornou
aceitáveis a Deus, Seu Pai. Agora esta obediência, no que consiste, a menos que Jesus
Cristo, embora a morte fora difícil e terrível a Ele, ainda assim, não recusou estar sujeito a
ela? Pois se Ele não tivesse experimentado nisto nenhuma dificuldade ou contradição, isto
não teria sido obediência. Mas, apesar de que nosso Senhor Jesus, por natureza, morreu
em horror, de fato foi um cargo terrível para Ele o ser encontrado diante do tribunal de Deus,
em nome [...] dos miseráveis pecadores (pois Ele estava ali, como se tivesse que sustentar
todos os nossos fardos), no entanto, Ele não deixou de humilhar-Se a tal condenação por
nossa causa, nós sabemos que houve nEle uma obediência perfeita, e nisto nós temos
boas razões para glorificá-lO, como diz o Apóstolo na Epístola aos Hebreus,

“Nosso Senhor Jesus foi ouvido quanto ao que temia” (Hebreus 5:7).

Embora isto tenha sido assim, ainda que Ele teve que suportar algo tão duro e penoso, de
fato, totalmente contrário a todo o afeto humano, isto era necessário, pois:

“Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hebreus 5:8).

Vemos, então, o Apóstolo, que especifica particularmente que o nosso Senhor Jesus teve
que ser assombrado pelo medo; pois, sem isto nós não saberíamos quão precioso foi esse
sacrifício pelo qual fomos reconciliados. Na verdade, São Pedro também mostra que o
nosso Senhor Jesus sofreu não só em Seu corpo, mas na alma, quando Ele diz que Ele
lutou contra as dores da morte.

É verdade que a Escritura muitas vezes diz que nós somos redimidos pelo sangue de Jesus
Cristo, na medida em que Ele ofereceu Seu corpo como um sacrifício. É também por isso
que se diz que a sua carne é para nós comida e Seu sangue é para nós bebida espiritual.

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Mas isso é dito concernente à nossa insensatez. Porque somos rudes, o Espírito Santo nos
traz de volta ao que é visível na morte de Jesus Cristo, a fim de que possamos ter uma
certeza absoluta do penhor de nossa salvação. No entanto, não devemos rejeitar o que é
mostrado em todas as outras passagens, para não invalidarmos o fato de que a morte e a
paixão de Nosso Senhor Jesus não serviriam para tirar as iniquidades do mundo, exceto
na medida em que Ele obedeceu verdadeiramente humilhando-Se até uma morte
assustadora. E Ele obedeceu, e não em tudo o que Seus sentidos foram levados, mas,
apesar de que Ele tivesse que sofrer terrores e extremos terrores, ainda assim Ele colocou
a nossa salvação acima de qualquer outra consideração. Isso, então, é o que temos que
observar nesta passagem, isto é, que o Filho de Deus não somente suportou em Seu corpo
uma morte tão cruel, mas que Ele foi comovido imediatamente, tendo que suportar terríveis
assombros como se Deus O tivesse abandonado. Pois, na verdade, Ele também sofreu por
nossa causa, e teve que experimentar a condenação que era devida aos pobres pecadores.

Por nossos pecados nós estamos, por assim dizer, alienados de Deus, e Ele deve apartar-
Se de nós, e nós temos que saber que Ele tem, por assim dizer, nos rejeitado. Essa é a
coisa certa para os pecadores. É certo que Jesus Cristo nunca foi rejeitado por Deus, Seu
Pai. No entanto, Ele teve de sofrer essas angústias e Ele teve que lutar bravamente para
repeli-las, a fim de que hoje o fruto da vitória pudesse ser nosso. Portanto, devemos lembrar
que, quando o Senhor Jesus foi colocado em tal situação, como se Deus Seu Pai tivesse
tirado dEle toda a esperança de vida, na medida em que Ele estava ali em nossa pessoa,
suportando a maldição de nossos pecados que nos separavam de Deus. Pois onde repousa
a nossa felicidade, a não ser no fato de que somos vivificados pela graça de Deus e
iluminados pela Sua luz? Ele é a fonte da vida e de todo o bem, e os nossos pecados
colocam, por assim dizer, uma longa distância entre Ele e nós. Jesus Cristo, então, teve
que experimentar isso. Vejamos agora o que alguém poderia dizer. “É possível que Jesus
Cristo tenha experimentado esses terrores, uma vez que nEle há somente perfeição
completa? Pois parece que isso afasta a fé de que Ele deveria ter e de tudo o que nós
devemos crer sobre Ele. Isto é, Ele era, totalmente imaculado. Ora, a resposta para isso é
muito fácil, pois quando Ele foi tentado por Satanás, é certo que Ele tinha que ter essa
apreensão de que Ele estava, por assim dizer, em cima de uma torre e que Ele estava
sujeito a tal ilusão de acordo com a Sua natureza humana. No entanto, isso não tirou nada
de Seu poder Divino. Em vez disso, temos a oportunidade de magnificar Sua bondade para
conosco, na medida em que Ele assim humilhou-se a Si mesmo por nossa salvação.

Agora, é dito que clamou: “Deus meu, por que me desamparaste?” Em primeiro lugar, é
muito certo que Jesus Cristo, na medida em que Ele era Deus, não poderia ter tal apre-
ensão. Não, não. Mas quando Ele sofria, Sua Divindade teve que dar lugar à Sua morte e
paixão, as quais Ele teve que suportar. Isso, então, é o poder de nosso Senhor Jesus que

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foi mantido, por assim dizer, oculto por um tempo, até que Ele tivesse obtido tudo o que era
necessário para a nossa redenção. Ainda de acordo com o homem, notemos que esta
queixa, e esse sentimento de terror dos quais falamos agora, de maneira nenhuma
prejudicaram a fé de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois uma vez que Ele era homem Ele
tinha toda a Sua confiança em Deus, como já vimos, e ontem isso foi suficientemente
tratado. Isto foi então um o verdadeiro padrão de verdade, perfeição e inteira confiança.
Diz-se agora que Ele estava em tal angústia que Ele parecia estar abandonado por Deus,
Seu Pai. No entanto sua fé sempre foi perfeita, não foi nem abatida nem abalada de
qualquer forma que seja. Como, então, Ele diz: “Por que me desamparaste?”. Isso foi por
apreensão natural. Eis, então, o nosso Senhor Jesus Cristo, que de acordo com a fraque-
za da Sua carne, foi, por assim dizer, abandonado por Deus, e ainda assim não deixou de
confiar nEle. Como, de fato, vemos duas partes nestas palavras que são superficialmente
contrárias, ainda que, de fato, concordem muito bem. Quando Ele diz: “Deus meu, Deus
meu”, e Ele repete a palavra de tal forma a demonstrar a constância de Sua fé. Ele não diz:
“Onde está Deus? Como é que Ele pode ter me deixado?”, Mas se dirige a Ele. Ele devia
estar inteiramente persuadido e certo de que Ele sempre encontraria acesso favorável, a
Deus Seu Pai. Eis aqui (digo eu) um certo e infalível testemunho da fé de nosso Senhor
Jesus Cristo. Quando no meio da calamidade e angústia em que Ele se encontrava, Ele
não deixou de chamar a Deus seu Pai, e não de forma presunçosa, mas porque Ele estava
certo de que iria encontrá-lO propício ao invoca-lO. Eis no que (digo eu) a fé de nosso
Senhor Jesus Cristo é suficientemente declarada. No entanto, Ele repete a palavra, porque
esta luta é difícil, como se Ele desafiasse todas as tentações que Satanás preparou para
Ele, e Ele procurou a confirmação da fé para que Ele pudesse sempre persistir clamando a
Deus.

Agora Ele disse ainda: “Por que me desamparaste?”, Claro que isto estava de acordo com
o que Ele poderia conceber como homem. Porque Ele deveria passar por esta experiên-
cia, sem, contudo, ser vencido por ela. Pois São Pedro diz:

“Soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela” (Atos 2:24).

Ou seja, que Ele fosse apreendido como um homem pobre que foi totalmente entregue e
esmagado, “Era impossível”, diz São Pedro. E assim, a vitória estava no meio da luta. E
isso é para glorificar ainda mais o nosso Senhor Jesus Cristo. Davi tinha experimentado
isso em parte. Pois é certo que, no meio de suas aflições, por maiores que fossem, ele
insistiu em clamar a Deus, de fato esperando nEle. Mas desde que ele era um homem frágil,
a sua fé foi abalada, muitas vezes, como ele confessa. Mas em nosso Senhor Jesus, houve
uma consideração especial (que foi tratada no último Dia do Senhor), isto é, que Ele tinha
todas as Suas emoções bem controladas, por causa da integridade que havia nEle e por

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que não havia nEle nenhuma corrupção natural. Como às vezes acontecerá conosco que
nossas dores prosseguirão a partir de um motivo justo, na verdade, os nossos medos e
nossas ansiedades. Mas, mesmo assim sempre haverá vícios misturados nisso, uma vez
que a corrupção está em todas as nossas paixões. Mas em nosso Senhor Jesus não havia
nada de problemático ou desordenado. Segue-se, então, que Ele não estava tão tomado
de angústia, que Ele sempre teve sua esperança posta corretamente em Deus, que Ele
clamou apenas por Ele e permaneceu firme e constante nisso, sabendo muito bem que Ele
seria o Salvador até o fim.

Ao que se diz que alguns dos que estavam perto dEle O zombavam. “Ele chama por Elias,
deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo”. Alguém supôs que os guardas, como ignorantes da
Lei, falaram assim. Mas isso é muito abuso e tolice, pois eles não sabiam quem era Elias.
Não há dúvida, portanto, que esta blasfêmia foi pronunciada por nenhuns outros além dos
sacerdotes que eram versados na Lei. E eles mesmos não estavam enganados no que
Jesus disse? Nem um pouco. Pois o profeta a quem chamavam de Elias não é assim
pronunciado. O nome, então, não os havia enganado. Pois não há dúvida implícita, uma
vez que a palavra “Elias” é pronunciada de forma completamente diferente da palavra “Eli”,
isto é, “Meu Deus”. Isso não pode causar qualquer ambiguidade. Isso ocorreu, então, por
certa malícia e ousadia por meio da acusação de que “Ele chama Elias” fora colocada sobre
o nosso Senhor Jesus Cristo. E se nós achamos isso estranho, quisera Deus que não
houvesse tais exemplos hoje. Pois alguém verá hoje os Papistas que pervertem e
depravam, por meio de suas calúnias, o que nós ensinamos, isto é, o que é extraído da
pura verdade de Deus, e eles conscientemente blasfemam para tornar nossa doutrina
odiosa para muitas pessoas ignorantes e pessoas que não ouvem o que pregamos todos
os dias. Eles depravam, então, falsamente aquilo que dizemos e o levam totalmente para
o lado errado, a fim de dar plausibilidade à sua mentira e entreter as pobres pessoas
ignorantes com isso. É assim foi que os inimigos de Deus, possuídos por Satanás,
perverteram por malícia as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e hoje entre os papistas
se vê a mesma coisa. E isso não apenas é percebido no Papado, mas mesmo entre nós há
beligerantes que dirão que queremos fazer crer que Jesus Cristo foi desprovido de toda a
esperança quando vemos que Ele sofreu a angústia da morte, como se Ele tivesse sido
lançado para as profundezas, na medida em que Ele estava ali em nosso nome e Ele sofreu
o peso de nossos pecados. Mas isso de maneira alguma tira a constância da Sua fé, que
esta possa não ter permanecido sempre em sua totalidade. E esses tratantes que fazem
profissão do Evangelho, nunca deixam de blasfemar com conhecimento de causa, por que
eles mostram que eles são piores do que aqueles de quem se fala aqui. Havendo, pois, o
diabo hoje aguçado as línguas dos seus agentes, e que cada um por tal atrevimento brutal
trata de vomitar seu veneno contra a pureza da doutrina, não achemos estranho que o
nosso Senhor Jesus tenha sido caluniado assim. Mas podemos suportar com paciência

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essas blasfêmias, orando a Deus (como se diz no décimo segundo Salmo) para que Ele
possa destruir essas línguas lisonjeiras (Salmos 12:3), que são tão cheias de vilania e de
execração, e as quais tendem a blasfemar do Seu Nome e obscurecer a Sua verdade.

Diante disso, os registros do escritor do Evangelho dizem que havia ali um vaso cheio de
vinagre (de fato, como já vimos, que foi misturado com fel), e que eles levaram uma cana,
ou melhor, (como diz São João) um hissopo, a fim ter uma longa vara, e no fim de tudo isso
eles colocaram uma esponja para fazê-la chegar à boca do nosso Senhor Jesus. São João
fala aqui mais claramente, pois ele diz que Jesus Cristo, sabendo que todas as coisas foram
cumpridas, disse que ele estava com sede, e por isso Ele declarou mais uma vez “Está
consumado”. Isso, então, é o que temos que observar aqui, quando esta bebida foi dada
ao Filho de Deus, a saber, que Ele não pediu para beber porque Ele estava com sede, pois
Ele se recusou, como já vimos acima. Então, por quê? Por que esta bebida foi dada a fim
de encurtar a vida. Ora, nosso Senhor Jesus desejou em tudo e por tudo esperar pela hora
de Deus Seu Pai em paciência e descanso. Isso, então, é o motivo pelo que Ele não queria
apressar a Sua morte, mas tornara-Se pacífico e obediente, até que tudo fosse cumprido –
embora, de fato, Ele ainda não houvesse entregado o espírito e nem ressuscitado dentre
os mortos. Pois Ele quer dizer que até esta hora Ele tinha mostrado uma obediência
completa, de modo que nada agora o impedia de entregar a Sua alma a Deus, Seu Pai.
Isso, então, é como devemos abordar esta passagem: É que o nosso Senhor Jesus
declarou que nada mais faltava para a nossa redenção, exceto o afastar-Se do mundo, o
que Ele estava pronto e preparado para fazer, e entregar a Sua alma a Deus. Vendo, então,
que Ele mesmo havia cumprido todo o Seu dever como Mediador, e que Ele havia feito tudo
o que era necessário para apaziguar a ira de Deus em relação a nós, e que a satisfação
pelos nossos pecados fora cumprida, Ele estava disposto a pedir por esta bebida.

Agora temos aqui uma frase muito notável e excelente, quando se diz: “Está consumado”.
Pois é certo que o Senhor Jesus não fala em absoluto de quaisquer coisas pequenas ou
comuns. Mas Ele intenciona que pela Sua morte, tenhamos tudo o que precisamos ter
acesso a Deus e obter a graça dEle. Não que Sua ressurreição seja excluída por isso, mas
é como se Ele dissesse que Ele realizou Seu ofício fielmente, e que Ele não veio a ser um
Salvador parcial, mas que até o último momento Ele executou a carga que Lhe fora
comissionada, e que Ele não havia omitido nada de acordo com a vontade de Deus, Seu
Pai. Desde que é assim, nós somos instruídos a fixar totalmente a nossa confiança em
nosso Senhor Jesus Cristo, sabendo que todas as partes da nossa salvação são cumpridas
no que Ele fez e sofreu por amor a nós. É também por isso que a Sua morte é chamada de
sacrifício perpétuo, pelo qual os crentes e os eleitos de Deus são santificados. Não
queremos, então, ter certeza de que Deus é um Pai para nós? Não queremos ter liberdade
de clamar por Ele? Não queremos ter descanso em nossas consciências? Não queremos

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ser mais totalmente seguros de que somos considerados justos, a fim de sermos aceitáveis
a Deus? Permaneçamos em Jesus Cristo e não andemos aqui ou ali, e reconheçamos que
é nEle que repousa toda a perfeição. Aqueles, pois, que desejam outros adereços, e quem
olham de um lado para o outro para suprir o que deve faltar na morte e paixão de Nosso
Senhor Jesus Cristo, renunciam inteiramente o poder de que estamos falando agora.
Resumidamente eles pisoteiam o sangue de Jesus Cristo, pois eles o desonram. Agora, em
todo o Papado, o que há ali exceto a renúncia da morte e paixão de Nosso Senhor Jesus
Cristo? Por que eles pensam em fazer boas obras, porque eles as chamam de méritos, pelo
que eles confiam adquirir graça diante de Deus, é certo que eles repudiam o que foi
declarado por nosso Senhor Jesus Cristo: “Está consumado”. E uma vez que é assim,
quando eles pensam obter a salvação diante de Deus, e eles desejam ter a remissão dos
seus pecados, para onde vão, a não ser para as suas tolas devoções? Pois cada um
realizará o seu pequeno dever em seu posto, de modo que todas as chamadas devoções
no Papado tanto blasfemam quanto anulam o que foi pronunciado quando o nosso Senhor
Jesus disse: “Está consumado”. O que se segue, então? Que saibamos que não há uma
única partícula de virtude ou mérito em nós, a menos que nos apossemos desta Fonte onde
está toda a plenitude dos méritos.

Assim, então, é como a nossa fé deve ser fixada em nosso Senhor Jesus Cristo. Além
disso, que conheçamos acima de tudo, quando Ele foi oferecido como um sacrifício isso foi
para nos absolver para sempre e para nos santificar perpetuamente, como diz a Escritura
(Apocalipse 13:8). Que possamos, então, não ter outro sacrifício além deste. É verdade
que, no Papado, essa abominação diabólica da missa é chamada de sacrifício diário; e eles
dizem que Jesus Cristo certamente uma vez Se ofereceu como sacrifício para obter para
nós a remissão de nossos pecados, mas que ainda é necessário que Ele seja oferecido
diariamente, o que é blasfêmia plenamente manifesta, na medida em que usurpa o ofício
que foi dado ao nosso Senhor Jesus Cristo, quando Ele foi ordenado único Sacrifício eterno,
de fato, com um juramento que Deus jura que seria perpétuo. Quando, então, os homens
mortais encarregam-se ainda de vir a apresentar e oferecer Jesus Cristo a Deus, será que
eles não roubam a honra que Deus reserva para Si mesmo, e que não pode ser atribuída
a qualquer criatura? Já que é assim, então, vemos como estes pobres cegos, supondo
manterem a designação de Deus, provocam a Sua ira e Sua vingança, renunciando a morte
e a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. E muito mais nos convém ampliar a graça de
Deus, pela qual Ele nos retirou de tal abismo, que quando afirmamos nos aproximarmos
dEle, é para desafiá-lO abertamente. Pois, nos privamos dEle e do fruto de Sua morte e
paixão quando buscamos outro sacrifício além daquele que Ele ofereceu em Sua pessoa.
Isso, então, é o que temos que lembrar.

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Agora é dito: “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito”. E este grito
foi: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” [Lucas 23:46]. Nisto nós vemos como o
nosso Senhor Jesus Cristo tanto lutou contra as dores da morte, e que a partir de então Ele
foi vencedor sobre ela e Ele poderia ganhar Seus triunfos como tendo superado o que era
o mais difícil. E isso diz respeito a nós, ou seja, devemos aplicá-lo para o nosso uso. Pois
temos a certeza não somente que o Filho de Deus lutou por nós, mas que a vitória que Ele
adquiriu para nós nos pertence, e que hoje não devemos estar em qualquer juízo
assustados com a morte, sabendo que a maldição de Deus, que era terrível para nós, é
abolida, e que a morte, em vez de ser capaz de ferir-nos como uma praga fatal, nos serve
como remédio para nos dar passagem para a vida. Agora, como anteriormente com o
exemplo de Davi, Ele disse:

“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Salmo 22:1)

Assim, agora, Ele toma a oração feita por Davi, no trigésimo primeiro Salmo,

“Nas tuas mãos encomendo o meu espírito” (Salmo 31:5).

É verdade que Davi disse isso estando em meio a perigos. Como se Ele dissesse: “Senhor,
sustenta-me na Tua proteção; pois a minha alma é como se estivesse entre as minhas
mãos; ela está ali como que trêmula. Pois eu me vejo exposto a todos os perigos; minha
vida é como se estivesse pendurada em um fio. Ela não permanecerá, então, a menos que
Tu me tomes em Tua proteção”. É assim que Davi, por esta oração, constituiu a Deus como
o seu protetor. No entanto, ele não a usa para clamar a Deus até [chegar o momento de
Sua] própria morte, e para ter certeza de que Deus sempre é o Salvador dos Seus eleitos,
não somente para mantê-los e guardá-los neste mundo, mas também quando Ele os toma
para Si mesmo. Pois, a principal proteção que Deus mantém sobre nós é que, sendo
retirados deste mundo, somos escondidos debaixo das Suas asas para nos alegrarmos em
Sua presença, como São Paulo fala disto em 2 Coríntios 4:3. E o nosso Senhor Jesus
também pronunciando esta oração declara que Ele morre pacificamente, tendo conquistado
em todos os combates o que Ele teve de sustentar para nós, e já alcança Seus triunfos em
nosso nome e para nosso proveito e salvação. Ele declara totalmente por este mesmo meio
que Deus é o Seu Salvador e que Ele guarda a Sua alma com uma firme confiança. A isso
é que implica este pedido que Ele faz a Ele, quando Ele diz: “Meu Deus, sê Tu o guardião
da Minha alma, mesmo após a morte”.

Quando nosso Senhor Jesus fala assim, é como se Ele assegurasse a nós todos que não
podemos deixar de nos comprometer com o nosso Deus, pois Ele certamente condescen-
de para se encarregar conosco, a fim de sustentar-nos, e que nós jamais pereceremos,

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estando assim sob a Sua mão. Agora, especialmente devemos notar que Jesus Cristo ao
dizer: “Meu Deus, nas tuas mãos encomendo o meu espírito”, adquiriu o privilégio que é
atribuído a Ele por São Estevão em Atos 7. Isso é que Ele foi constituído Guardião de todas
as nossas almas. Pois como é que Santo Estêvão fala em sua morte?

“Senhor Jesus, recebe o meu espírito” (Atos 7:59).

Assim, então, é como São Estevão mostra o fruto desse pedido que foi feito por Jesus
Cristo: a saber, que agora podemos nos dirigir a Ele, e devemos fazê-lo, declarando que
uma vez que Ele nos foi dado como Pastor por Deus Pai, nós não precisamos ter dúvidas,
mas, sim, estarmos em paz, tanto na vida como na morte, sabendo que tudo nos beneficiará
e será voltado para nosso proveito. Como diz São Paulo, que com Jesus Cristo, ele
encontrará ganho em tudo, que ele não carecerá de nada em vida ou morte, pois tudo será
útil para ele (Filipenses 1:20-24).

Então, aprendamos agora, quando formos assediados pela morte, que Jesus Cristo tirou o
ferrão que poderia nos ferir fatalmente no coração, e que a morte não será mais prejudicial
para nós, e que quando o nosso Senhor Jesus entregou a Sua alma a Deus, Seu Pai, isso
não foi apenas para ser preservado em Sua Pessoa, mas, a fim de adquirir esse privilégio
que é inteiramente preservado para nós em virtude deste pedido; na verdade, quando nós
teremos os nossos recursos nEle, como Aquele sob a proteção de Quem não podemos
perecer, pois Ele o declara. Há ainda este triunfo do que fizemos menção, que já nos
beneficia. Pois nosso Senhor Jesus mostra quão preciosa é a Sua morte, quando Ele parte
com tanta confiança para Deus, Seu Pai, para nos conduzir a Ele e para nos mostrar o
caminho para Ele. Mas a coisa principal é que podemos saber que o fruto disso vem até
nós, na medida em que Ele riscou a cédula que nos era contrária, enquanto Ele adquiriu
para nós a plena satisfação pelos nossos pecados, para que possamos comparecer diante
de Deus, Seu Pai, de tal forma que até mesmo a morte já não mais fará qualquer mal ou
dano a nós. Embora ainda vemos em nós muitas coisas que podem nos assombrar, e nós
experimentamos a nossa pobreza e miséria, ainda assim, não deixemos de nos gloriar
nAquele que foi assim humilhado por nós, a fim de elevar-nos com Ele.

Na verdade, embora do lado humano só exista a completa vergonha, no entanto, quando


Jesus Cristo foi pendurado ali na cruz, Deus já desejava naquele momento, pela boca de
Pilatos que Ele fosse declarado Rei. Assim, embora o reino de nosso Senhor Jesus Cristo
seja difamado perante o mundo, nós não podemos, contudo, deixar de mantê-lo como a
base de toda a nossa glória, e que possamos saber que estando em opróbrio sob Sua
direção, temos, no entanto, do que nos alegrar; posto que a que a nossa condição sempre
será abençoada, porque todas as misérias, aflições e ignomínias que nós suportamos são

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mais honrosas e preciosas diante de Deus do que são todos os cetros, toda a pompa e
coisas honrosas, os quais os homens estão viciados. Isso, então, é como devemos chegar
ao nosso Senhor Jesus Cristo, e nos apegar de tal modo a Ele que possamos conhecer
que a riqueza Ele traz para nós é preciosa, e acima de tudo, quando Ele nos conduz por
Seu Evangelho, que nós possamos rejeitar todas as conveniências e confortos deste
mundo; de fato, que os mantenhamos em ódio quando eles nos desviam do bom caminho.
Resumidamente, que o nosso Senhor Jesus obtenha a honra que Ele merece, e de nossa
parte que não sejamos como canas agitadas por cada vento, mas que estejamos
fundamentados nEle, que clamemos a Deus, e na vida e na morte que a vitória seja dada
a nós visto que Ele já triunfou. E enquanto nós ainda estamos aqui abaixo que possamos
dar-Lhe honra ao reconhecer que é Ele Quem nos sustenta. Isto é o que Ele fará quando
realmente tivermos o nosso refúgio nEle: Ele fará isso, eu digo, não de uma forma comum,
mas milagrosamente. Pois, quando formos lançados até o fundo do abismo da morte, é o
Seu ofício retirar-nos dali e nos levar à herança celestial que Ele adquiriu com tanta afeição
para nós.

Agora, prostremo-nos em reverência humilde diante da majestade do nosso Deus.

Glorioso Deus! Oramos para que, pelo Teu Espírito Santo aplique o que de Ti há neste sermão aos
nossos corações e nos corações daqueles que lerem estas linhas, por Cristo para a glória de Cristo.
Ore para que o Espírito Santo use estas palavras para trazer muitos ao Conhecimento Salvador de
Jesus Cristo, pela Graça de Deus. Amém.

Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria !

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Fonte: Monergism.com

As citações bíblicas desta tradução são da versão ACF (Almeida Corrigida e Fiel).

Tradução por Camila Almeida │ Revisão e Capa por William Teixeira

***

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Uma Breve Biografia de João Calvino

João Calvino (1509 – 1564)

Nascido em 10 de Julho de 1509 em Noyon, França, João Calvino cresceu em uma família católica
romana tradicional. Seu pai, Gérard Cauvin, era advogado dos religiosos e secretário do bispo local.
Sua mãe, Jeanne Lefranc, faleceu quando ele tinha cinco ou seis anos de idade. Por alguns anos,
o menino conviveu e estudou com os filhos das famílias aristocráticas locais. Aos 12 anos, recebeu
um benefício eclesiástico, cuja renda serviu-lhe como bolsa de estudos.

Aos 14 anos de idade, Calvino mudou-se para Paris, a fim de estudar no College de Marche e
preparar-se para a universidade. Seus estudos consistiam nas matérias: gramática, retórica, lógica,
aritmética, geometria, astronomia e música. Ao final de 1523, Calvino transferiu-se para a famosa
College Montaigu, uma espécie de escola do monastério. Nessa época, a educação de Calvino foi
custeada, em parte, pelo lucro de pequenas paróquias. Assim, embora os novos ensinos teológicos
de pessoas como Lutero e Jacques Lefevre d’Etaples estivessem se espalhando por toda Paris,
Calvino estava mais ligado à Igreja Romana. No entanto, em 1527, Calvino fez amizade com
pessoas que tinham uma visão reformada.

Esses contatos formaram o cenário para a eventual mudança de Calvino para a fé reformada.
Também, nessa época, o pai de Calvino o aconselhou a estudar direito ao invés de teologia.

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Em 1528, Calvino mudou-se para Orleans para estudar direito civil. Nos anos seguintes, estudou
em vários lugares e sob a orientação de vários eruditos, enquanto recebia uma educação
humanista.

Em 1532, Calvino terminou seus estudos na área de direito e também publicou seu primeiro livro,
um comentário sobre De Clementia [Sobre a Misericórdia], do filósofo romano Sêneca. No ano
seguinte, Calvino fugiu de Paris devido aos contatos que teve com pessoas que, através de
oratórias e escritos, se opunham à Igreja Católica Romana.

Diz-se que em 1533 Calvino tenha experimentado uma conversão súbita à fé evangélica, sobre a
qual escreveu em seu prefácio dos comentários sobre Salmos. Refugiou-se na casa de um amigo
em Angoulême, onde começou a escrever a sua principal obra teológica. Em 1534, voltou a Noyon
e renunciou ao benefício eclesiástico. Escreveu o prefácio do Novo Testamento traduzido para o
francês por Olivétan (1535).

Em 1536, Calvino desvinculou-se da Igreja Católica Romana e fez planos para sair para sempre da
França e ir para Estrasburgo. Entretanto, a guerra entre Francisco I, rei da França, e Carlos V,
imperador do Sacro Império Romano, eclodiu, e Calvino decidiu fazer um desvio de uma noite para
Genebra. Mas a fama de Calvino em Genebra o precedeu. Guilherme Farel, um reformador local, o
convidou para ficar em Genebra, e convenceu a ajudá-lo naquela cidade, que apenas dois meses
antes abraçara a Reforma Protestante

Assim, começou uma longa, difícil, mas, finalmente, frutífera relação com a cidade de Genebra.
Calvino começou como professor e pregador, mas em 1538 foi convidado a deixar Genebra devido
a conflitos teológicos. Ele foi para Estrasburgo, onde ficou até 1541, ali residia o reformador Martin
Bucer, e ali passou os três aos mais felizes da sua vida (1538-41). Pastoreou uma pequena igreja
de refugiados franceses; lecionou em uma escola que serviria de modelo para a futura Academia
de Genebra; participou de conferências que visavam aproximar protestantes e católicos. Escreveu
amplamente: uma edição inteiramente revista das Institutas (1539), sua primeira tradução francesa
(1541), um comentário da Epístola aos Romanos, a Resposta a Sadoleto (uma apologia da fé
reformada) e outras obras.

Sua estada ali como pastor de refugiados franceses foi tão pacífica e feliz que em 1541, quando o
Conselho de Genebra o convidou de volta, Calvino ficou profundamente dividido. Ele desejava
permanecer em Estrasburgo, mas sentiu grande responsabilidade em retornar para Genebra.

Em 1540, Calvino casou-se com uma de suas paroquianas, a viúva Idelette de Bure. Seu colega
Farel oficiou a cerimônia. Diz-se que quando Calvino finalmente se casou com Idelette de Buren,
ele encontrou a única coisa necessária pela qual esteve procurando: um coração sincero e
obediente, piedoso para com Deus. Para Calvino e Idelette, tal piedade era fundamental para
enfrentar as dificuldades e os desafios da vida de casados. Embora pouco se saiba da vida de
Calvino e Idelette no lar, ao que tudo indica, ela era serena e piedosa apesar de suas muitas
tragédias e dificuldades.

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Em 1548, faleceu Idelette e Calvino nunca mais tornou a casar-se. O único filho que tiveram morreu
ainda na infância. Não obstante, Calvino não ficou inteiramente só. Tinha muitos amigos, inclusive
em outras regiões da Europa, com os quais trocava volumosa correspondência. Graças à sua
liderança, Genebra tornou-se famosa e atraiu refugiados religiosos de todo o continente. Ao
regressarem a seus países de origem, essas pessoas ampliaram ainda mais a influência de Calvino.

Em 1559 ocorreram vários eventos significativos. Calvino finalmente tornou-se um cidadão da sua
cidade adotiva. Foi inaugurada a Academia de Genebra, embrião da futura universidade, destina-
da primordialmente à preparação de pastores reformados. No mesmo ano, Calvino publicou a última
edição das Institutas. Ao longo desses anos, embora estivesse constantemente enfermo,
desenvolveu intensa atividade como pastor, pregador, administrador, professor e escritor.

Calvino permaneceu em Genebra até a sua morte, em 27 de maio de 1564. Esses anos foram
preenchidos com aulas, pregações e escritos de comentários, tratados e várias edições de As
Institutas da Religião Cristã.

A seu pedido, foi sepultado discretamente em um local desconhecido, pois não queria que nada,
inclusive possíveis homenagens póstumas à sua pessoa, obscurecesse a glória de Deus. Um dos
emblemas que aparecem nas obras do reformador mostra uma mão segurando um coração e as
palavras latinas “Cor meum tibi offero Domine, prompte et sincere” (O meu coração te ofereço, ó
Senhor, de modo pronto e sincero).

Calvino era acima de tudo um pregador e expositor das Sagradas Escrituras. Sua pregação era seu
forte e permanece como de influência sem paralelo até o presente. Sua teologia estava arraigada
na exegese porque a Palavra de Deus era para ele o padrão de toda verdade e direito. Seus
comentários ainda são os melhores dentre todos os disponíveis.

______________
♦ Esta Biografia é baseada nas seguintes fontes:

Site: www.MinisterioFiel.com/BibliotecaJoaoCalvino

BEEKE, Joel. Lições Práticas sobre a Vida de Idelette Calvino. Parte 1. Disponível em:
www.MulheresPiedosas.com.br. Acessado em: 06 de Junho de 2014.

HANKO, Herman. João Calvino. O Reformador Suíço. Disponível em: www.Monergismo.com. Acessado
em: 06 de Junho de 2014.

MATOS, Alderi de Souza. João Calvino. Síntese Biográfica. Disponível em: www.Mackenzie.com.br.
Acessado em: 06 de Junho de 2014.

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Quem Somos
O Estandarte de Cristo é um projeto cujo objetivo é proclamar a Palavra de Deus e o Santo
Evangelho de Cristo Jesus, para a glória do Deus da Escritura Sagrada, através de traduções
inéditas de textos de autores bíblicos fiéis, para o português. A nossa proposta é publicar e
divulgar traduções de escritos de autores como os Puritanos e também de autores posteriores
àqueles como John Gill, Robert Murray McCheyne, Charles Haddon Spurgeon e Arthur
Walkington Pink. Nossas traduções estão concentradas nos escritos dos Puritanos e destes
últimos quatro autores.

O Estandarte é formado por pecadores salvos unicamente pela Graça do Santo e Soberano,
Único e Verdadeiro Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o testemunho das
Escrituras. Buscamos estudar e viver as Escrituras Sagradas em todas as áreas de suas vidas,
holisticamente; para que assim, e só assim, possamos glorificar nosso Deus e nos deleitar-mos
nEle desde agora e para sempre.

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2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho
4
está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século
cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho
5
da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos,
6
mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.
Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em
nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus
7
Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder
8
seja de Deus, e não de nós. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos,
9
mas não desanimados. Persegui-dos, mas Viste
não asdesamparados; abatidos,
páginas que administramos no mas não
Facebook
10
Indicações de E-books de publicações
destruídos; Trazendo semprepróprias. por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso
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para que a vida de nos nossos corpos; E assim nós,
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 10que vivemos,
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Murray M’Cheyne amor de Jesus, para que a vida de
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12
Jesus
 Cristo, se manifeste
Totalmente Desejáveltambém na nossa carne mortal. De
– John Flavel maneira que em nós opera a morte,
Facebook.com/NaoConformistasPuritanos
13
mas&em
 Eleição vós –a Robert
Vocação vida. MurrayE temos Facebook.com/ArthurWalkingtonPink
portanto o mesmo espírito
M’Cheyne de fé, como está escrito: Cri, por
 A Gloriosa Predestinação – C. H.também,
Spurgeon por isso também falamos. 14
 Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org
isso falei; nós cremos Sabendo que o que ressuscitou
 Justificação, Propiciação e Declaração – C. H. Spurgeon  Facebook.com/JonathanEdwards.org 15
o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco.
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Porque
 A Livre Graça – C. H. Spurgeon
tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar
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 A Paixão de Cristo – Thomas Adams 16
 Quema ação
São OsdeEleitos?
graças para
– C. glória de Deus. Por isso não
H. Spurgeon  desfalecemos; mas, ainda que o nosso
Facebook.com/RobertMurrayMCheyne
17
homem
 Reforma – C.exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova
H. Spurgeon de dia em dia. Porque a nossa
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18
leve ePertence
 Salvação momentânea
Ao Senhortribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;
– C. H. Spurgeon
Não atentando
 O Sangue nós nas coisas que
– C. H. Spurgeon se veem, mas Página
nas que
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Parceira:
se não veem; porque as que se
veem são temporais, e as que se não veem são eternas.
 Semper Idem – Thomas Adams 20
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