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Gloriando-se Somente Na Cruz de


Nosso Senhor Jesus Cristo
João Calvino

“Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo,
pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.”
– Gálatas 6:14 –
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Algumas Citações deste Sermão

“[...] toda a glória do homem seja humilhada a fim de que Deus seja exaltado como Ele é digno
(Jeremias 9:23-24). Na verdade, da mesma forma, está escrito que toda a sabedoria que os
homens creem possuir não é nada, e não será tida em consideração; ela deve ser extinta, para
que possamos recorrer a Deus, como Aquele que tem toda a abundância de coisas boas em Si
mesmo (Isaías 29:14; 1 Coríntios 1:19). Reconheçamos, eu digo, que toda a sabedoria procede
de Sua livre graça, de modo que somos iluminados pelo Espírito Santo, e, estando fracos,
fortalecidos pela Sua força.”

“Não é o suficiente que saibamos que Deus é a nossa luz, que é a nossa justiça, que Ele é a
nossa sabedoria, e que Ele é a nossa força; em outras palavras, que em Sua pessoa há perfeitas
vida, alegria e felicidade. Isso é insuficiente, pois ainda é muito grande a distância entre Ele e nós.
No entanto, precisamos saber como e por que meios podemos obter todas as graças que
buscamos em Deus. Sabemos que todas elas são comunicadas a nós em Jesus Cristo, pois Ele
veio aqui abaixo, anulou a Si mesmo, e foi crucificado por nós de boa vontade. Portanto, visto que
temos que extrair tudo o que nos falta da parte do Senhor Jesus Cristo, podemos entender por
que Paulo diz que ele apenas buscou gloriar-se na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo. Por quê?
Porque ele sofreu uma morte cruel e amarga, e até mesmo se expôs ao julgamento de Deus em
nosso favor, recebendo toda a nossa maldição, e desta forma foi dado a nós como a nossa
sabedoria, justiça, santidade, força e tudo o que nos carecemos.”

“[...] precisamos saber quem somos, para que possamos evitar toda jactância e permanecer, nós
mesmos, no Senhor Jesus Cristo. Pois vemos muitas pessoas transbordando de orgulho que não
têm quaisquer motivos para isso. Tudo o que elas imaginam ser verdade sobre si mesmas não é
mais do que vento e fumaça. No entanto, porque eles não têm se examinado adequadamente
para ver com o que eles realmente se assemelham, eles não têm buscado por Jesus Cristo; tais
são esses hipócritas e falsificados, que estão inchados de presunção por causa de seus “méritos”.
Portanto, como já disse, devemos considerar a nossa condição e ver a extensão desta miséria,
até que o Senhor Jesus tenha piedade de nós. Isto é como nós podemos nos preparar para ir até
Ele.”

“[...] há alguns que confessam que são pecadores, e que eles não são cheios de nada, a não ser
vaidade, e ainda assim continuam a chafurdar na sua sujeira. Por quê? Porque eles não anteci-
pam o juízo de Deus, e as suas mentes foram embaladas para dormir com o mundo. Todas essas
pessoas buscadoras de prazer, que se entregam à embriaguez ou obscenidade, e similares, não
podem desculpar a sua maldade e, de fato, elas deveriam ter vergonha disso, e ainda assim elas
parecem ter prazer em pecados e continuam neles como que endurecidos. Por quê? Eles foram
intoxicados pelo mundo, e cegados pelo diabo, de modo que eles não conseguem ver que um dia
eles prestarão contas de si mesmos.”

“[...] alguns são impedidos (na verdade, eles estão totalmente incapacitados) de chegar a Jesus

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Cristo, seja porque eles presumem ter a sua própria sabedoria, ou porque eles estão buscando
uma falsa concepção que Satanás colocou em suas mentes, ou porque acham que eles são
sábios o suficiente sem Jesus Cristo. Estas são as razões por que eles O desprezam. Outros,
entre os quais há um número infinito, sabem que são pobres pecadores, e ainda assim não
procuram um remédio. Por quê? Porque este mundo os tem em seu poder, e eles estão tão
envolvidos com ele que não conseguem levantar os seus olhos ou suas mentes para o alto, a fim
de buscar o remédio que foi providenciado em Jesus Cristo.”

“Devemos todos, portanto, estar mais preparados para meditar sobre o que eu disse, isto é, livrar-
nos de todo o orgulho e presunção, e sentir tanta vergonha, de forma que não tenhamos descan-
so, até que encontremos alívio no Senhor Jesus Cristo. Que possamos abrir nossos olhos para
ver a nossa depravação e sentir vergonha dela, e não somente isso, mas também reconhecer que
esta vida não é nada, e que Deus nos colocou aqui como em uma jornada, para que Ele possa
testar se estamos ou não seguindo-O. Que cada um de nós, pois, venha, de manhã e à noite, a
considerar os nossos pecados, e que eles possam ser como aguilhões a nos aferroar e encorajar
a nos achegarmos a Deus. Não podemos ser como os animais irracionais, amarrados a este
mundo, mas que nossa necessidade nos conduza a vir ao Senhor Jesus Cristo. Isto é o que
significa gloriar-se na cruz do Senhor Jesus Cristo.”

“Paulo fala especificamente da cruz aqui, porque ele procura derrubar e pisotear toda altivez no
homem. Pois, nós sempre queremos ser “alguém” e por nós mesmos, e manter certa dignidade.
Portanto, a fim de nos livrar de um tão perverso desejo, Paulo nos mostra que Jesus Cristo, o
Filho de Deus, deve ser a nossa única causa de glória, porque Ele foi crucificado por nós. Na
sequência desta ação, acrescenta que estaremos crucificados para o mundo e o mundo para nós,
quando tivermos aprendido a nos gloriar somente na graça que o nosso Senhor Jesus Cristo nos
proporcionou.”

“Quando os homens seguem suas inclinações e quando Deus não lhes tocou pelo seu Espírito
Santo ou os inclinou para Si mesmo, é verdadeiro dizer que, embora todos eles se extraviavam e
vagueavam, ainda há uma grande variação em seus desejos, de modo que, quando examinamos
o assunto, descobrimos que alguém está indo em uma certa direção, enquanto outro está
puxando em direção completamente oposta. Assim, parece que os homens são muito diferentes
uns dos outros. No entanto, eles são todos iguais em uma área, a saber, que eles querem ser
importantes aos olhos do mundo, e estão entregues ao seu proveito pessoal ou prazer. Em outras
palavras, eles estão tão enredados nas coisas daqui debaixo que não se importam de estar sepa-
rados de Deus. Mas Paulo diz que, se toda a nossa glória está em Jesus Cristo, e conhecendo-a
por meio de Sua cruz, Ele nos encaminhou a Deus, o Pai, e garantiu o reino dos céus para nós,
então será fácil para nós nos retirarmos do mundo e nos desligarmos dele, por assim dizer. Por
quê? Quem quer que tenha sido duramente atingido e sobrecarregado com um senso de seu
próprio pecado certamente buscará a graça que lhe é oferecida em Jesus Cristo, e o mundo será
considerado nada para ele.”

“[...] nós tratamos todas as riquezas espirituais que Deus nos ofereceu e nos convida a

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compartilhar como se fossem nada, porque, em comparação com os enganos e tentações de


Satanás nós não as valorizamos de modo algum. O que é este mundo, quando o contemplamos
como ele é? Nem um de nós vê o quão frágeis nossas vidas são, que elas são apenas vapor que
passou e, em seguida, desaparece.”

“[...] a razão pela qual somos tão frios e tão lentos para aceitar as riquezas que Deus nos oferece
é que estamos preocupados com as coisas deste mundo. Na verdade, nós valorizamos este
mundo mui altamente. O que nos leva a fazer isso? É porque nós não conhecemos que riquezas
inestimáveis Deus está nos oferecendo.”

“[...] estejamos crucificados para o mundo e o mundo para nós, gloriando-nos somente em Jesus
Cristo crucificado. Agora isso é mais fácil de dizer do que fazer, e mesmo assim cada um de nós,
onde quer que estejamos, devemos nos esforçar para fazê-lo; uma vez que ouvimos esta doutri-
na, devemos colocá-la em prática. Porque, se nós queremos ser estimados e considerados Cris-
tãos diante de Deus e de Seus anjos, temos que estar de acordo com o que Paulo nos diz aqui.”

“[...] Vamos, portanto, aprender a examinar a nós mesmos. Aqueles que desejam adornar-se de
acordo com este mundo, especialmente as mulheres, olharão para um espelho com grande
curiosidade e preocupação. Ainda assim, a nossa miséria e imundície não estarão refletidas ali, de
modo a verdadeiramente nos humilhar diante de Deus, ou fazer-nos considerar em que nos
gloriamos. Aquele que reconhece a sua vergonha e ignomínia, certamente, procura remediá-las,
se é que o Espírito de Deus está operando dentro dele, e ele não está (como eu já disse)
intoxicado por Satanás. Vamos, portanto, aprender a examinar a nós mesmos com sinceridade,
sem lisonja, e quando reconhecermos nossa pobreza e miséria, venhamos ao Senhor Jesus
Cristo. Uma vez que, por meio da cruz, toda arrogância, autoestima e jactância é abatida, esteja-
mos verdadeiramente crucificados para o mundo e que ele não signifique nada para nós.”

“[...] sabemos que o Filho de Deus teve de sofrer tal morte vergonhosa em nosso lugar. Quem é
aquele que procura ter seus triunfos e realizar seus corajosos feitos neste mundo, quando ele
sabe que Aquele que é o chefe dos anjos, a Quem pertence toda a glória, majestade e autoridade,
foi pendurado em um madeiro e foi amaldiçoado e odiado por nossa causa? Desta forma, todos os
nossos desejos devem ser mortificados; portanto, que a paixão e morte de nosso Senhor Jesus
Cristo sejam tão eficazes em nossos corações, de forma que os nossos desejos não tremam
impacientemente dentro de nós como uma vez que eles fizeram.”

“[...] o mundo não deveria ser nada para nós, e assim estejamos completamente persuadidos e
seguros do fato que Deus é misericordioso para conosco, e nos reconhece como Seus filhos e
herdeiros; Ele nos abençoou e sem a Sua bênção nós seríamos mui miseráveis. Por isso, nós
devemos passar ligeiramente por este mundo e não estar ligados a ele ou retidos por qualquer
coisa; este deve ser sempre o nosso objetivo. Sabemos que temos de nos apressar para o lugar
ao qual Deus nos chamou, e se nos enredarmos por amor deste mundo, nos desviaremos de
nosso Deus. Isto é o que devemos lembrar a partir desta passagem.”

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“[...] qual deve ser o nosso objetivo, senão ver o Filho de Deus reinando em nosso meio, e que
sejamos governados pela Palavra de Seu Evangelho, e conheçamos o Seu poder, a fim de que
todos nós, grandes e pequenos, coloquemos toda a nossa confiança nEle? Consequentemente,
nós pretendemos ter toda a nossa vida transformada, para que possamos viver em obediência a
Deus e nos submetamos à Sua Palavra, pois o templo espiritual de Deus é edificado sobre a fé e
uma nova vida; a fé nos leva a prestar honra a Deus por todas as Suas riquezas, e recorrer a Ele,
e anunciar os Seus louvores, a invocar Seu santo nome quando nos reunimos. É assim somos
edificados para que nos tornemos o templo de Deus.”

“[...] nós devemos também nos renovarmos em nosso estilo de vida, e pacientemente aprender-
mos a negar a nós mesmos e dedicar nossas vidas a Deus. Esta deve ser a mensagem daqueles
que têm a responsabilidade de ensinar. Aqueles que não visam estas coisas revelam que não têm
intenção de servir ao Senhor Jesus Cristo. Assim, Paulo declara que a única coisa importante é
ser uma nova criatura em Jesus Cristo. Em outras palavras, devemos chegar ao ponto em que,
como vimos em 2 Coríntios, sejamos novas criaturas, se quisermos ser considera-dos “em Jesus
Cristo” (2 Coríntios 5:17). Porque, se alguém se gloria de que ele é mais eloquen-te, e outro que
ele é muito inteligente, e outro que ele é um grande estudioso, e outro que tem boas maneiras,
tudo isso não passa de vaidade. Aprendamos, portanto, a renunciar a nós e a este mundo, e a
dedicar-nos Àquele que nos comprou para que pudéssemos ser livres. Pois é justo que Jesus
Cristo, que nos comprou a tal preço deve nos possuir e regozijar-Se grandemente sobre nós. Isso
não pode ser alcançado a menos que cada um de nós negue a si mesmo e rejeite tudo o que
poderia lhe embaraçar entre os homens.”

“[...] no Papado, há muitos rituais sem sentido em que eles colocam toda a sua confiança, a fim de
serem santos. Quando perguntamos aos papistas como eles podem merecer a graça de Deus e
obter a remissão de seus pecados, eles se gabam de que eles têm a sua água benta, suas velas,
seu incenso, seus órgãos e coros, suas peregrinações e isso e aquilo. Além disso, eles têm suas
devoções tolas, que envolvem trotar de altar a altar e de capela a capela. Em seguida, eles
devem, é claro, comprar um bom número de missas. Em suma, tudo o que os papistas se referem
como o serviço de Deus não é nada mais do que um labirinto, ou um abismo de superstições que
forjaram em suas próprias cabeças. Passemos agora a considerar de que estas coisas são
dignas: Deus não fez nenhuma menção a elas; mas elas foram inventadas por homens, em cujos
ouvidos Satanás sussurrou, a fim de corromper o verdadeiro serviço a Deus. No entanto, os
papistas consideram que não pode haver nenhuma religião, nem fé, nem serviço a Deus, nem
zelo, a menos que também sejam conduzidos por todo o seu disparate. Contudo, Paulo, falando
das cerimônias que Deus havia ordenado na lei, diz que elas nada amis são. Por quê? Porque
agradamos a Deus se O servimos com uma consciência pura, e O invocamos, tendo colocado
nossa confiança nEle, sabendo que todas as coisas boas vêm dEle. Sim, vivamos reta e
honestamente um com o outro, sabendo que o amor é o vínculo da perfeição, e o fim da lei; e
dediquemo-nos também ao nosso Deus, de forma que vivamos de maneira pura e em toda a
santidade, aguardando a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, como se diz em Tito (Tito 2:12-13).
Este é o ponto inicial de santidade e perfeição, como declarado por Deus em Sua Palavra.”

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“Vimos que Paulo expôs aqui, que, mesmo que os homens estejam tão equivocados sobre suas
próprias invenções, de modo que acham que oferecem a Deus coisas maravilhosas, e estejam
enredados por essas ninharias sem sentido, tudo é inútil. Quem declarou isso? Deus, pela boca
de Paulo. O que, então, devemos ser? Novas criaturas. O que é uma nova criatura? Devemos
começar por examinar nossas vidas e nos vermos como nada em e de nós mesmos. Então
devemos oferecer a Deus os sacrifícios espirituais que devemos a Ele, apresentando-nos a Ele
para que Ele possa ter piedade e misericórdia de nossa miséria, e nos socorra e ajude.”

“„E a todos quantos andarem conforme esta regra, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel
de Deus‟. Ao falar desta 'regra', ele indica que os homens podem acreditar no que quiserem, e,
contudo, Deus não cederá a eles, pois Ele é imutável e não cede à tolice ou é dado a retroceder.
Paulo nos diz que tal alteração é impossível. Seja o que for que aconteça, a regra que Deus
estabeleceu permanece como é, imutável. Isso é algo que todos nós aceitamos na exterioridade
das coisas. Por que não seria prontamente aceito o fato de que Deus é superior a nós? Nós ainda
sentimos que dizer o contrário é blasfemar. Assim, todos temos a certeza de que Deus deve
reinar, e que Sua lei deve ser nossa regra para viver; no entanto, ao mesmo tempo, vejam como
os homens se permitem viver sem moderação! Cada pessoa inventa isso e aquilo, e logo depois
espera que todos os outros apoiem as suas invenções. Todo mundo quer ter as suas próprias
regras distintas. Embora possa ser verdade que nem todos no Papado seguem a regra de São
Francisco, ou de São Domingos, ainda assim, não há uma única velha tola ou fanático no Papado
que não tenha a sua própria regra. Assim como não há um único jovem que também não tenha a
sua própria regra para viver. Pois todos dirão: 'Esta é a maneira que eu faço minhas devoções‟. E
quando eles usam a palavra „devoção‟, eles praticamente empurram a Deus para segundo plano,
porque eles estão realmente dizendo: „eu devo ter a liberdade de fazer o que eu acho é bom, e
Deus deve contentar-se com isso‟.”

“[...] que todos os homens podem atormentar-se como quiserem, mas o governo de Deus
permanece e seguirá o Seu próprio rumo e direção.”

“É assim podemos ser novas criaturas, negando a nós mesmos e nos dedicando totalmente a
Deus.”

“[...] quando Paulo pede que a paz e a misericórdia estejam sobre essas pessoas, é para declarar
que, mesmo se tudo no mundo estupidamente nos condenasse, podemos ignorar isso e nos
recusarmos a deixar que isso nos incomode, prosseguindo em nosso próprio curso. Se Deus é por
nós, isto deve ser o suficiente. Porque, se nós somos abalados pelos tolos julgamentos deste
mundo, e pelas opiniões que eles espalham sobre nós, não estamos prestando a Deus a honra
que Lhe é devida. Se as pessoas dizem sobre nós: “Essas pessoas não estão vivendo uma boa
vida”, e ficamos aborrecidos e procuramos estar de acordo com os seus gostos, certamente
estaremos nos afastando de Deus.”

“[...] se os homens nos condenam e encontram coisas para criticar-nos naquilo que fazemos (e é
óbvio que o mundo nunca estará em harmonia com Deus), isso não deve significar nada para nós.

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Deveria nos bastar o fato de que Deus tem nos abençoado, e nos oferece a felicidade completa
nesta palavra “paz”, mostrando que Ele terá piedade de nós, embora possamos ser miseráveis, e
por mais que os outros possam cuspir em nosso rosto. Apesar de que não temos todas as
virtudes que de nós são requeridas, ainda assim se o nosso objetivo é seguir a Deus,
encontraremos que Ele é sempre misericordioso. Ele nos sustenta em nossa fraqueza e nos ajuda
em nossa miséria. Se temos tudo isso, deveríamos estas satisfeitos. Por outro lado, embora o
Espírito Santo abençoe aqueles que se submetem ao governo de Deus, nós também sabemos
que Ele amaldiçoa, detesta e odeia todos aqueles que se desviam, e que fazem de suas próprias
imaginações a sua lei. Eles buscam ter liberdade para seguir o que parece correto para eles, e
endurecem-se contra a Palavra de Deus. Contudo, eles são valorizados pelo mundo, e por mais
que eles estejam intoxicados com orgulho e presunção, pensando que são muito importantes,
podemos ver que Deus ainda os considera detestáveis. Isso é o que precisamos lembrar: só há
uma regra pela qual devemos viver e esta está contida no Evangelho.”

“[...] quando os papistas nos falam da igreja, que deve incluir o Papa com suas três coroas, e os
bispos, que se disfarçam para dissimular a sua farsa, assim como todo o seu esplendor, eles são
como animais com chifres; os sacerdotes e os monges estão entre eles e eles também
deslumbram os olhos dos símplices. Isto é no que a igreja de Deus consiste, de acordo com os
papistas: em pompa e inutilidade frívola, absurda.”

“[...] nós devemos olhar para o Evangelho e o que encontramos ali? Toda simplicidade. Deus não
quer que aqueles que pregam a Sua Palavra e administram os Seus sacramentos usem trajes ou
façam tantas fanfarras. Ele também não quer que os sacramentos sejam contaminados por
invenções humanas, pois todas estas são inúteis para Deus. Mantenhamos, portanto, a definição
que Paulo oferece aqui sobre a verdadeira igreja, de modo que não nos deixemos abalar quando
as pessoas nos dizem: “Olhem, nós temos muitas coisas bonitas aqui”. É verdade, se julgarmos
de acordo com nossos sentidos naturais, pois somos carnais e terrenos, e, portanto, somos mais
inclinados a seguir o que parece belo aos nossos sentidos, todavia não devemos decidir por nós
mesmos como servir a Deus; devemos nos apegar ao que Ele tem declarado, porque Seu decreto
é irrevogável, e é aqui que nós devemos encontrar toda a nossa sabedoria, a saber, em Jesus
Cristo. Isto só pode acontecer se nós O obedecermos, mas não antes disso. Assim, devemos
reconhecer que devemos nos desligar das coisas exteriores que Ele ordenou na época da lei; mas
antes nos contentar com Jesus Cristo e com a perfeição que está nEle.”

“[...] o mundo, devido à sua ingratidão, não tem nenhuma ideia das riquezas que são oferecidas
em Jesus Cristo. O Evangelho é pregado com frequência suficiente, e ainda assim todos nós nos
retiramos dele e nos afastamos, como se nós decidíssemos deixar o bom caminho que conduz à
salvação e atirar-nos de cabeça na ruína e perdição. Qual é a razão para isso? É porque nossos
espíritos estão vazios, e o diabo sempre ganha terreno; ele nos seduz, nos incomoda e nos faz
exultar em vaidades. De fato, até que a graça de nosso Senhor Jesus esteja em nosso espírito,
nós somos como canas agitadas, sem estabilidade ou firmeza. Isto é o que nós precisamos
almejar, que Deus não somente derrame a Sua graça sobre nós, mas que nós também a
recebamos em nosso espírito e coração; o nosso espírito deve tornar-se o seu trono, e o lugar

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onde ela se enraíza, de modo que não estejamos ligados a esta terra, mas levantemos as nossas
afeições e mentes a Deus.”

“[...] o mundano usará todos os meios para fazer-se notável, embora estas coisas sejam vaidade
em e de si mesmas. Porém, Paulo mostra que as marcas de nosso Senhor Jesus Cristo são,
como sabemos, muito mais valiosas, e muito mais preciosas, tendo mais beleza em si mesmas do
que tudo o que é valorizado pelo mundo.”

“[...]é preciso considerar o que se entende por “marcas”. Ele nos explicou isso anteriormente,
quando disse que ele fora espancado várias vezes. Ele havia sido apedrejado em um lugar, preso
em outro, e havia sofrido fome e sede (2 Coríntios 11:23-27). Em outras palavras, ele tinha sido
considerado como repugnante e, portanto, fora rejeitado. De acordo com o mundo, devemos fugir
de tal ignomínia. No entanto, Paulo diz que essas marcas valem mais do que toda a honra e
esplendor que poderíamos desfrutar.”

“[...] se somos Cristãos e parte da verdadeira igreja de Deus, devemos obedecer a ordem de
estarmos unidos uns aos outros.”

“Agora prostremo-nos diante da majestade de nosso grande Deus, reconhecendo os nossos


pecados, e orando para que eles nos entristeçam modo que tremamos e busquemos o Seu
perdão. Então, sejamos transformados através de verdadeiro arrependimento e habilitados para a
batalha contra todos os nossos vícios e todas as corrupções de nossa carne, até que Ele tenha
nos libertado de todos eles, então, Ele nos vestirá em Sua justiça.”

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Gloriando-se Somente Na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo


João Calvino

“Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus
Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. Porque em
Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o
ser uma nova criatura. E a todos quantos andarem conforme esta regra, paz e
misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Deus. Desde agora ninguém me inquiete;
porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus. A graça de nosso Senhor
Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso espírito! Amém”. (Gálatas 6:14-18)

Nós vimos anteriormente que Paulo condenou aqueles cujo único desejo era o de estar
assentados sobre o muro, a fim de agradar ao mundo, e escapar da perseguição. Pois,
isso fê-los torcer o evangelho, e vemos inúmeros exemplos disso hoje. Considerando que
a doutrina pura e a verdade de Deus são inaceitáveis para o mundo, mas estes homens
ímpios são indignados contra ele, essas pessoas, eu digo, buscam encontrar alguma
maneira de evitar o surgimento de um sentimento ruim e incorrer em ódio. Sendo assim,
se tivéssemos hoje que entrevistar pessoas com pelo menos algum bom senso, nós difí-
cilmente encontraríamos uma em cem delas que admitiriam que havia erros no Papado. A
maioria diria que não devemos forçá-los a abandonar tudo e que seria suficiente que se
livrassem de algumas de suas superstições mais descabidas e absurdas, mesmo que
eles continuassem a nutrir muitas outras corrupções. Por quê? Porque, como já dissemos,
eles desejam ser estimados e altamente creditados, e porque é tudo a mesma coisa para
eles, visto que traem a pureza do evangelho, desde que possam permanecer isentos de
perseguição. O que é que os motiva, senão o fato de que eles desejam ser valorizados e
adquirir uma boa reputação? Agora, o diabo, que tem estimulado esse tipo de conflito
desde os dias de Paulo, continua até hoje, e, portanto, precisamos nos armar com esta
doutrina. O melhor remédio é o que Paulo propõe aqui: que rejeitemos toda glória, salvo a
que há na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.

Para compreender isso claramente, devemos, em primeiro lugar, nos lembrar do que está
escrito em Jeremias, e confirmado aqui por Paulo. Em outras palavras, de que toda a gló-
ria do homem seja humilhada a fim de que Deus seja exaltado como Ele é digno
(Jeremias 9:23-24). Na verdade, da mesma forma, está escrito que toda a sabedoria que
os homens creem possuir não é nada, e não será tida em consideração; ela deve ser
extinta, para que possamos recorrer a Deus, como Aquele que tem toda a abundância de
coisas boas em Si mesmo (Isaías 29:14; 1 Coríntios 1:19). Reconheçamos, eu digo, que
toda a sabedoria procede de Sua livre graça, de modo que somos iluminados pelo

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Espírito Santo, e, estando fracos, fortalecidos pela Sua força. Estando cheios de conta-
minação e de iniquidade, a justiça pode ser restaurada em nós de acordo com o Seu dom.

Agora, vamos para os meios. Não é o suficiente que saibamos que Deus é a nossa luz,
que é a nossa justiça, que Ele é a nossa sabedoria, e que Ele é a nossa força; em outras
palavras, que em Sua pessoa há perfeitas vida, alegria e felicidade. Isso é insuficiente,
pois ainda é muito grande a distância entre Ele e nós. No entanto, precisamos saber
como e por que meios podemos obter todas as graças que buscamos em Deus. Sabemos
que todas elas são comunicadas a nós em Jesus Cristo, pois Ele veio aqui abaixo, anulou
a Si mesmo, e foi crucificado por nós de boa vontade. Portanto, visto que temos que
extrair tudo o que nos falta da parte do Senhor Jesus Cristo, podemos entender por que
Paulo diz que ele apenas buscou gloriar-se na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo. Por
quê? Porque ele sofreu uma morte cruel e amarga, e até mesmo se expôs ao julgamento
de Deus em nosso favor, recebendo toda a nossa maldição, e desta forma foi dado a nós
como a nossa sabedoria, justiça, santidade, força e tudo o que nos carecemos.

Portanto, em primeiro lugar, precisamos saber quem somos, para que possamos evitar
toda jactância e permanecer, nós mesmos, no Senhor Jesus Cristo. Pois vemos muitas
pessoas transbordando de orgulho que não têm quaisquer motivos para isso. Tudo o que
elas imaginam ser verdade sobre si mesmas não é mais do que vento e fumaça. No
entanto, porque eles não têm se examinado adequadamente para ver com o que eles
realmente se assemelham, eles não têm buscado por Jesus Cristo; tais são esses
hipócritas e falsificados, que estão inchados de presunção por causa de seus “méritos”.
Portanto, como já disse, devemos considerar a nossa condição e ver a extensão desta
miséria, até que o Senhor Jesus tenha piedade de nós. Isto é como nós podemos nos
preparar para ir até Ele. Este é o primeiro ponto.

No entanto, isto não é tudo. Pois, há alguns que confessam que são pecadores, e que
eles não são cheios de nada, a não ser vaidade, e ainda assim continuam a chafurdar na
sua sujeira. Por quê? Porque eles não antecipam o juízo de Deus, e as suas mentes
foram embaladas para dormir com o mundo. Todas essas pessoas buscadoras de prazer,
que se entregam à embriaguez ou obscenidade, e similares, não podem desculpar a sua
maldade e, de fato, elas deveriam ter vergonha disso, e ainda assim elas parecem ter
prazer em pecados e continuam neles como que endurecidos. Por quê? Eles foram
intoxicados pelo mundo, e cegados pelo diabo, de modo que eles não conseguem ver que
um dia eles prestarão contas de si mesmos. Eles têm estupidamente crido que sempre
permanecerão como estão, buscando as coisas más, e que eles nunca terão que suspirar
e tremer, mas somente rir, como se buscassem deliberadamente mostrar desprezo por
Deus. Assim, podemos ver como é que alguns são impedidos (na verdade, eles estão

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totalmente incapacitados) de chegar a Jesus Cristo, seja porque eles presumem ter a sua
própria sabedoria, ou porque eles estão buscando uma falsa concepção que Satanás
colocou em suas mentes, ou porque acham que eles são sábios o suficiente sem Jesus
Cristo. Estas são as razões por que eles O desprezam. Outros, entre os quais há um
número infinito, sabem que são pobres pecadores, e ainda assim não procuram um
remédio. Por quê? Porque este mundo os tem em seu poder, e eles estão tão envolvidos
com ele que não conseguem levantar os seus olhos ou suas mentes para o alto, a fim de
buscar o remédio que foi providenciado em Jesus Cristo.

Devemos todos, portanto, estar mais preparados para meditar sobre o que eu disse, isto
é, livrar-nos de todo o orgulho e presunção, e sentir tanta vergonha, de forma que não
tenhamos descanso, até que encontremos alívio no Senhor Jesus Cristo. Que possamos
abrir nossos olhos para ver a nossa depravação e sentir vergonha dela, e não somente
isso, mas também reconhecer que esta vida não é nada, e que Deus nos colocou aqui
como em uma jornada, para que Ele possa testar se estamos ou não seguindo-O. Que
cada um de nós, pois, venha, de manhã e à noite, a considerar os nossos pecados, e que
eles possam ser como aguilhões a nos aferroar e encorajar a nos achegarmos a Deus.
Não podemos ser como os animais irracionais, amarrados a este mundo, mas que nossa
necessidade nos conduza a vir ao Senhor Jesus Cristo. Isto é o que significa gloriar-se na
cruz do Senhor Jesus Cristo.

Paulo fala especificamente da cruz aqui, porque ele procura derrubar e pisotear toda
altivez no homem. Pois, nós sempre queremos ser “alguém” e por nós mesmos, e manter
certa dignidade. Portanto, a fim de nos livrar de um tão perverso desejo, Paulo nos mostra
que Jesus Cristo, o Filho de Deus, deve ser a nossa única causa de glória, porque Ele foi
crucificado por nós. Na sequência desta ação, acrescenta que estaremos crucificados
para o mundo e o mundo para nós, quando tivermos aprendido a nos gloriar somente na
graça que o nosso Senhor Jesus Cristo nos proporcionou. Como? Aqueles que não estão
crucificados para o mundo, isto é, aqueles que desejam ter uma posição de alguma
autoridade, e serem importantes, e que solicitam ser tidos em honra e ser promovidos, em
outras palavras, aqueles que estão distraídos aqui, ali e em todos os lugares por seus
desejos, certamente ainda não conhecem o que é gloriar-se na cruz de Jesus Cristo, pois
eles começam no ponto errado. Eles estão confusos dentro de si mesmos.

Portanto, Paulo pode dizer com confiança que, quando sua glória foi firmada sobre a cruz
do Senhor Jesus Cristo, ele abandonou e deixou o mundo. Por 'mundo' ele quer dizer
tudo o que agrada a nossa carne, para os homens que não pensam sobre Deus nem
sobre a vida eterna, mas são dados à avareza ou ambição. Cada um é controlado por
seus próprios instintos naturais, e nenhum olha para além deste mundo. Quando os

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homens seguem suas inclinações e quando Deus não lhes tocou pelo seu Espírito Santo
ou os inclinou para Si mesmo, é verdadeiro dizer que, embora todos eles se extraviavam
e vagueavam, ainda há uma grande variação em seus desejos, de modo que, quando
examinamos o assunto, descobrimos que alguém está indo em uma certa direção,
enquanto outro está puxando em direção completamente oposta. Assim, parece que os
homens são muito diferentes uns dos outros. No entanto, eles são todos iguais em uma
área, a saber, que eles querem ser importantes aos olhos do mundo, e estão entregues
ao seu proveito pessoal ou prazer. Em outras palavras, eles estão tão enredados nas
coisas daqui debaixo que não se importam de estar separados de Deus. Mas Paulo diz
que, se toda a nossa glória está em Jesus Cristo, e conhecendo-a por meio de Sua cruz,
Ele nos encaminhou a Deus, o Pai, e garantiu o reino dos céus para nós, então será fácil
para nós nos retirarmos do mundo e nos desligarmos dele, por assim dizer. Por quê?
Quem quer que tenha sido duramente atingido e sobrecarregado com um senso de seu
próprio pecado certamente buscará a graça que lhe é oferecida em Jesus Cristo, e o
mundo será considerado nada para ele.

De fato, nós tratamos todas as riquezas espirituais que Deus nos ofereceu e nos convida
a compartilhar como se fossem nada, porque, em comparação com os enganos e tenta-
ções de Satanás nós não as valorizamos de modo algum. O que é este mundo, quando o
contemplamos como ele é? Nem um de nós vê o quão frágeis nossas vidas são, que elas
são apenas vapor que passou e, em seguida, desaparece. Os homens ainda ardem com
luxúria e são arrebatados e carregados assim. Quanto a Deus, Ele clama: “Miseráveis
pessoas! Vocês têm menos senso do que crianças pequenas, em que vocês mesmos se
ocupam com feixes de palha, lixo sem sentido, e todos os tipos de absurdo, e vinculam-se
de todo o coração a estas coisas. No entanto, quando Eu lhes ofereço esta que é a
felicidade perfeita, vocês a ignoram; para vocês não é importante”. Por isso, a razão pela
qual somos tão frios e tão lentos para aceitar as riquezas que Deus nos oferece é que
estamos preocupados com as coisas deste mundo. Na verdade, nós valorizamos este
mundo mui altamente. O que nos leva a fazer isso? É porque nós não conhecemos que
riquezas inestimáveis Deus está nos oferecendo.

Portanto, vamos unir essas duas coisas: ou seja, estejamos crucificados para o mundo e
o mundo para nós, gloriando-nos somente em Jesus Cristo crucificado. Agora isso é mais
fácil de dizer do que fazer, e mesmo assim cada um de nós, onde quer que estejamos,
devemos nos esforçar para fazê-lo; uma vez que ouvimos esta doutrina, devemos colocá-
la em prática. Porque, se nós queremos ser estimados e considerados Cristãos diante de
Deus e de Seus anjos, temos que estar de acordo com o que Paulo nos diz aqui; de fato,
se nós não fôssemos de disposição contrária, encontraríamos muitas oportunidades para
agir assim, como eu já disse. Pois, todos aqueles que simplesmente olham para dentro de

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si mesmos e consideram o que eles realmente são, e em que condição eles estão
enquanto ainda separados de Jesus Cristo, estarão atemorizados com a percepção da ira
de Deus, que eles merecem. Eles sentirão que estão arruinados por seu estado maldito, e
que seria melhor se a Terra os engolisse uma centena de vezes, ao invés de viver sob
essa maldição por um único dia, como inimigos de Deus, que não podem escapar de Sua
mão. Vamos, portanto, aprender a examinar a nós mesmos. Aqueles que desejam ador-
nar-se de acordo com este mundo, especialmente as mulheres, olharão para um espelho
com grande curiosidade e preocupação. Ainda assim, a nossa miséria e imundície não
estarão refletidas ali, de modo a verdadeiramente nos humilhar diante de Deus, ou fazer-
nos considerar em que nos gloriamos. Aquele que reconhece a sua vergonha e ignomínia,
certamente, procura remediá-las, se é que o Espírito de Deus está operando dentro dele,
e ele não está (como eu já disse) intoxicado por Satanás. Vamos, portanto, aprender a
examinar a nós mesmos com sinceridade, sem lisonja, e quando reconhecermos nossa
pobreza e miséria, venhamos ao Senhor Jesus Cristo. Uma vez que, por meio da cruz,
toda arrogância, autoestima e jactância é abatida, estejamos verdadeiramente crucifica-
dos para o mundo e que ele não signifique nada para nós.

Agora, ao dizer que o mundo foi crucificado para ele e ele para o mundo, é certo que
Paulo quer dizer a mesma coisa, mas ele quer reforçar que podemos de fato renunciar a
este mundo e estar separados dele, por estarmos crucificados para nós mesmos no que
diz respeito ao mundo. Isto significa que todos os nossos desejos repugnantes (que são
muito fortes em nós e nos consomem como uma chama ardente, nos empurrando em
uma direção, depois para outra), devem estar mortificados, pois sabemos que o Filho de
Deus teve de sofrer tal morte vergonhosa em nosso lugar. Quem é aquele que procura ter
seus triunfos e realizar seus corajosos feitos neste mundo, quando ele sabe que Aquele
que é o chefe dos anjos, a Quem pertence toda a glória, majestade e autoridade, foi
pendurado em um madeiro e foi amaldiçoado e odiado por nossa causa? Desta forma,
todos os nossos desejos devem ser mortificados; portanto, que a paixão e morte de nosso
Senhor Jesus Cristo sejam tão eficazes em nossos corações, de forma que os nossos
desejos não tremam impacientemente dentro de nós como uma vez que eles fizeram.
Este é o primeiro ponto.

Além disso, o mundo deve estar crucificado para nós. Como é isso? Em comparação com
as riquezas espirituais que Jesus Cristo nos traz e que nós fruímos por meio dEle,
podemos estimar as coisas deste mundo como palha e corrupção, uma vez que são todas
corruptíveis. Ademais, tudo o que os homens cobiçam tão intensamente e com tanta
determinação, de forma que eles se tornam completamente prejudicados por isso, nada
mais são do que os laços que Satanás espalhou, a fim de capturá-los. Não são estas
ilusões e enganos? Sim, isso é certíssimo. Sendo assim, aprendamos que o mundo não

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deveria ser nada para nós, e assim estejamos completamente persuadidos e seguros do
fato que Deus é misericordioso para conosco, e nos reconhece como Seus filhos e
herdeiros; Ele nos abençoou e sem a Sua bênção nós seríamos mui miseráveis. Por isso,
nós devemos passar ligeiramente por este mundo e não estar ligados a ele ou retidos por
qualquer coisa; este deve ser sempre o nosso objetivo. Sabemos que temos de nos
apressar para o lugar ao qual Deus nos chamou, e se nos enredarmos por amor deste
mundo, nos desviaremos de nosso Deus. Isto é o que devemos lembrar a partir desta
passagem.

Neste ponto, Paulo acrescenta que “em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircun-
cisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura”. É como se ele estivesse nos
dizendo que aqueles que perturbavam a igreja em sua época foram motivados apenas por
ambição. Porque, se a igreja não crescia, e ninguém recebia qualquer proveito de qual-
quer forma, como resultado do grande problema que eles despertaram, isso certamente
prova que eles estavam apenas tentando substituir o Senhor Jesus Cristo. Pois, qual deve
ser o nosso objetivo, senão ver o Filho de Deus reinando em nosso meio, e que sejamos
governados pela Palavra de Seu Evangelho, e conheçamos o Seu poder, a fim de que
todos nós, grandes e pequenos, coloquemos toda a nossa confiança nEle? Consequen-
temente, nós pretendemos ter toda a nossa vida transformada, para que possamos viver
em obediência a Deus e nos submetamos à Sua Palavra, pois o templo espiritual de Deus
é edificado sobre a fé e uma nova vida; a fé nos leva a prestar honra a Deus por todas as
Suas riquezas, e recorrer a Ele, e anunciar os Seus louvores, a invocar Seu santo nome
quando nos reunimos. É assim somos edificados para que nos tornemos o templo de Deus.

No entanto, nós devemos também nos renovarmos em nosso estilo de vida, e paciente-
mente aprendermos a negar a nós mesmos e dedicar nossas vidas a Deus. Esta deve ser
a mensagem daqueles que têm a responsabilidade de ensinar. Aqueles que não visam
estas coisas revelam que não têm intenção de servir ao Senhor Jesus Cristo. Assim,
Paulo declara que a única coisa importante é ser uma nova criatura em Jesus Cristo. Em
outras palavras, devemos chegar ao ponto em que, como vimos em 2 Coríntios, sejamos
novas criaturas, se quisermos ser considerados “em Jesus Cristo” (2 Coríntios 5:17). Por-
que, se alguém se gloria de que ele é mais eloquente, e outro que ele é muito inteligente,
e outro que ele é um grande estudioso, e outro que tem boas maneiras, tudo isso não
passa de vaidade. Aprendamos, portanto, a renunciar a nós e a este mundo, e a dedicar-
nos Àquele que nos comprou para que pudéssemos ser livres. Pois é justo que Jesus
Cristo, que nos comprou a tal preço deve nos possuir e regozijar-Se grandemente sobre
nós. Isso não pode ser alcançado a menos que cada um de nós negue a si mesmo e re-
jeite tudo o que poderia lhe embaraçar entre os homens. Isso é o que precisamos observar.

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Paulo fala aqui de circuncisão e incircuncisão, porque a disputa e o argumento que ele
tinha (como vimos anteriormente) diz respeito à lei cerimonial, à qual aqui ele se refere
através do exemplo da circuncisão. Pois os judeus procuravam reter todos os tipos e
sombras que foram destinados apenas para durar por um tempo. Assim, Paulo, ridícula-
rizando tudo isso, diz que o nosso Senhor Jesus Cristo veio, não para encorajar-nos a
manter essas antigas figuras, mas, porque o véu do templo se rasgou em dois, e porque
Ele é em si mesmo o corpo e a substância da todas as sombras que existiam sob a lei,
agora devemos nos contentar com Ele, não sendo mais a circuncisão de qualquer valor.

Derivaremos maior proveito desta passagem se a aplicarmos ao que vemos hoje. Pois, no
Papado, há muitos rituais sem sentido em que eles colocam toda a sua confiança, a fim
de serem santos. Quando perguntamos aos papistas como eles podem merecer a graça
de Deus e obter a remissão de seus pecados, eles se gabam de que eles têm a sua água
benta, suas velas, seu incenso, seus órgãos e coros, suas peregrinações e isso e aquilo.
Além disso, eles têm suas devoções tolas, que envolvem trotar de altar a altar e de capela
a capela. Em seguida, eles devem, é claro, comprar um bom número de missas. Em
suma, tudo o que os papistas se referem como o serviço de Deus não é nada mais do que
um labirinto, ou um abismo de superstições que forjaram em suas próprias cabeças. Pas-
semos agora a considerar de que estas coisas são dignas: Deus não fez nenhuma men-
ção a elas; mas elas foram inventadas por homens, em cujos ouvidos Satanás sussurrou,
a fim de corromper o verdadeiro serviço a Deus. No entanto, os papistas consideram que
não pode haver nenhuma religião, nem fé, nem serviço a Deus, nem zelo, a menos que
também sejam conduzidos por todo o seu disparate. Contudo, Paulo, falando das
cerimônias que Deus havia ordenado na lei, diz que elas nada amis são. Por quê? Porque
agradamos a Deus se O servimos com uma consciência pura, e O invocamos, tendo
colocado nossa confiança nEle, sabendo que todas as coisas boas vêm dEle. Sim,
vivamos reta e honestamente um com o outro, sabendo que o amor é o vínculo da
perfeição, e o fim da lei; e dediquemo-nos também ao nosso Deus, de forma que vivamos
de maneira pura e em toda a santidade, aguardando a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo, como se diz em Tito (Tito 2:12-13). Este é o ponto inicial de santidade e perfeição,
como declarado por Deus em Sua Palavra.

Entretanto, os papistas dirão, por outro lado: 'O quê!? E que aniquilação em nossas
adoráveis devoções? Serão todas elas abolidas? Seria melhor retirar Deus do céu!‟, Isso
revela a insensatez do papista. Vimos que Paulo expôs aqui, que, mesmo que os homens
estejam tão equivocados sobre suas próprias invenções, de modo que acham que ofere-
cem a Deus coisas maravilhosas, e estejam enredados por essas ninharias sem sentido,
tudo é inútil. Quem declarou isso? Deus, pela boca de Paulo. O que, então, devemos ser?
Novas criaturas. O que é uma nova criatura? Devemos começar por examinar nossas

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vidas e nos vermos como nada em e de nós mesmos. Então devemos oferecer a Deus os
sacrifícios espirituais que devemos a Ele, apresentando-nos a Ele para que Ele possa ter
piedade e misericórdia de nossa miséria, e nos socorra e ajude. Que possamos estar
prontos para segui-lO como Ele nos chama, não tendo outra fonte de sabedoria, senão a
Sua Palavra somente, sabendo que Ele não deseja ser servido com pompa ou com
aparências exteriores refinadas e brilhantes que atraem o mundo. Ele Se agrada se
dedicamos nossos pensamentos e afeições a Ele com sinceridade. Além disso, é nossa
responsabilidade entender o que Paulo está dizendo aqui, e aplicar os seus ensina-
mentos; pois é certo que aqueles que se recusam a deleitarem-se em seus pecados, e
que olham para Deus, sabendo que eles devem comparecer diante de Seu trono de Juiz,
abandonarão todo gloriar-se em si mesmos.

Além disso, eles reconhecerão o que Deus exige em Sua Palavra, e como Ele deseja ser
servido, e no que Ele se deleita, de modo que eles não correrão o risco de serem en-
ganados pelas bobagens sem sentido que os hipócritas buscam. Pois é mui certo que
quando os papistas atormentam-se, a fim de servir a Deus (como vemos), é apenas para
que Ele os considere inocentes, e para que eles possam escapar de Sua mão, e não
sejam obrigados a servi-lO como Ele ordenou; pois eles desprezam toda a lei. Ainda
assim, há muitas coisas que eles de fato consideram vital, e que eles desejam que Deus
aceite. Mas (como já disse) o seu objetivo principal é crer que seu dever para com Deus
foi cumprido, de modo que Ele não os oprimirá demais. Enquanto isso, eles seguem o seu
próprio caminho, concedem a si mesmos uma grande licenciosidade e a absolvição de
todos os seus pecados. Eles pensam que, desde que eles tragam algo a Deus (isto é,
uma mera sombra), Ele não ousaria falar uma palavra contra eles e tem que permanecer
em silêncio. Agora vimos a intenção de Paulo aqui.

Finalmente, ele acrescenta: “E a todos quantos andarem conforme esta regra, paz e
misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Deus”. Ao falar desta 'regra', ele indica que os
homens podem acreditar no que quiserem, e, contudo, Deus não cederá a eles, pois Ele é
imutável e não cede à tolice ou é dado a retroceder. Paulo nos diz que tal alteração é
impossível. Seja o que for que aconteça, a regra que Deus estabeleceu permanece como
é, imutável. Isso é algo que todos nós aceitamos na exterioridade das coisas. Por que não
seria prontamente aceito o fato de que Deus é superior a nós? Nós ainda sentimos que
dizer o contrário é blasfemar. Assim, todos temos a certeza de que Deus deve reinar, e
que Sua lei deve ser nossa regra para viver; no entanto, ao mesmo tempo, vejam como
os homens se permitem viver sem moderação! Cada pessoa inventa isso e aquilo, e logo
depois espera que todos os outros apoiem as suas invenções. Todo mundo quer ter as
suas próprias regras distintas. Embora possa ser verdade que nem todos no Papado
seguem a regra de São Francisco, ou de São Domingos, ainda assim, não há uma única

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velha tola ou fanático no Papado que não tenha a sua própria regra. Assim como não há
um único jovem que também não tenha a sua própria regra para viver. Pois todos dirão:
'Esta é a maneira que eu faço minhas devoções‟. E quando eles usam a palavra
„devoção‟, eles praticamente empurram a Deus para segundo plano, porque eles estão
realmente dizendo: „eu devo ter a liberdade de fazer o que eu acho é bom, e Deus deve
contentar-se com isso.‟”

Que diabólica audácia os homens têm! Eles comprometem-se aqui e ali, eles falam
descontroladamente, eles desviam-se para um lado e para o outro. É como se eles
fizessem para si caminhos tortuosos e errantes, na esperança de que Deus torcerá as
Suas regras e será flexível o suficiente a ponto de curvar-se para atender às suas
próprias opiniões. Portanto, temos mais uma razão para observar com atenção o que é
dito aqui, a saber, que todos os homens podem atormentar-se como quiserem, mas o
governo de Deus permanece e seguirá o Seu próprio rumo e direção.

Qual é a regra? É que busquemos a perfeição que o nosso Senhor Jesus revela no
Evangelho; não que possamos alcança-la durante a nossa vida, mas sim que não
devemos nos afastar de uma forma ou de outra, para a direita ou para a esquerda, mas
visar sempre o alvo que Deus nos revelou. É assim podemos ser novas criaturas,
negando a nós mesmos e nos dedicando totalmente a Deus. Uma vez que este é o caso,
tomemos a decisão de nos submeter a esta regra, e de conformar as nossas vidas a ela.
Pois cada um de nós imediatamente dirige seus pés e pernas a correr aqui e ali; mas para
não errar, é preciso aprender a se apegar a tudo o que Deus nos revela e nos ensina em
Sua Palavra. Agora, quando Paulo pede que a paz e a misericórdia estejam sobre essas
pessoas, é para declarar que, mesmo se tudo no mundo estupidamente nos condenasse,
podemos ignorar isso e nos recusarmos a deixar que isso nos incomode, prosseguindo
em nosso próprio curso. Se Deus é por nós, isto deve ser o suficiente. Porque, se nós
somos abalados pelos tolos julgamentos deste mundo, e pelas opiniões que eles
espalham sobre nós, não estamos prestando a Deus a honra que Lhe é devida. Se as
pessoas dizem sobre nós: “Essas pessoas não estão vivendo uma boa vida”, e ficamos
aborrecidos e procuramos estar de acordo com os seus gostos, certamente estaremos
nos afastando de Deus.

Portanto, tomemos boa nota do que Paulo diz aqui, isto é, que se os homens nos conde-
nam e encontram coisas para criticar-nos naquilo que fazemos (e é óbvio que o mundo
nunca estará em harmonia com Deus), isso não deve significar nada para nós. Deveria
nos bastar o fato de que Deus tem nos abençoado, e nos oferece a felicidade completa
nesta palavra “paz”, mostrando que Ele terá piedade de nós, embora possamos ser
miseráveis, e por mais que os outros possam cuspir em nosso rosto. Apesar de que não

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temos todas as virtudes que de nós são requeridas, ainda assim se o nosso objetivo é
seguir a Deus, encontraremos que Ele é sempre misericordioso. Ele nos sustenta em
nossa fraqueza e nos ajuda em nossa miséria. Se temos tudo isso, deveríamos estas
satisfeitos. Por outro lado, embora o Espírito Santo abençoe aqueles que se submetem ao
governo de Deus, nós também sabemos que Ele amaldiçoa, detesta e odeia todos
aqueles que se desviam, e que fazem de suas próprias imaginações a sua lei. Eles
buscam ter liberdade para seguir o que parece correto para eles, e endurecem-se contra
a Palavra de Deus. Contudo, eles são valorizados pelo mundo, e por mais que eles
estejam intoxicados com orgulho e presunção, pensando que são muito importantes,
podemos ver que Deus ainda os considera detestáveis. Isso é o que precisamos lembrar:
só há uma regra pela qual devemos viver e esta está contida no Evangelho.

Onde é que esta regra nos conduz? Ela assegurará que nós não ofereçamos a Deus o
que parece correto para nós, ou o que temos forjado em nossas próprias cabeças. Em
vez disso, apresentemo-nos inteiramente a Ele e à Sua Palavra. Reconheçamos que em
Jesus Cristo temos toda a perfeição. Assim, nos contentemos com Ele somente,
especialmente porque sabemos que Ele é misericordioso o suficiente para nos mostrar
piedade, e nossas vidas serão abençoadas e felizes por meio dEle, se nós O seguirmos
para onde ele nos chama. Por outro lado, seremos amaldiçoados se não seguirmos a
regra que Paulo fala aqui, não importa que opinião o mundo tenha a nosso respeito, ou o
quanto ele nos elogia.

Agora ele acrescenta “o Israel de Deus”, para provar que aqueles que servem a Deus
espiritualmente, Ele sempre terá o prazer de reconhecer como o Seu povo. Pois os
inimigos de Paulo, contra quem ele tem uma desavença em toda esta Epístola, queriam
manter todas as cerimônias, pois lhes parecia que estas eram as marcas da verdadeira
igreja, assim como os papistas atualmente querem manter o óleo sagrado e isso e aquilo.
Mas os inimigos de Paulo tinham razões muito mais fortes do que os papistas, e o seu
caso era relativamente mais importante. Ainda assim, Paulo continua a rejeitar tudo, e diz
que Deus não se preocupa com nada disso. Se é verdade que Ele havia ordenado as
sombras da Lei por um tempo, e elas tiveram a sua função, que era conduzir as pessoas
para o Senhor Jesus Cristo, agora que temos a substância e a verdade nEle, devemos
abandonar tudo. Nós temos uma razão ainda mais forte, portanto, para dizer que „o Israel
de Deus‟ não são os que aparecem em grande esplendor diante dos olhos dos homens,
mas os que têm a verdadeira marca de Deus. Pois, quando os papistas nos falam da
igreja, que deve incluir o Papa com suas três coroas, e os bispos, que se disfarçam para
dissimular a sua farsa, assim como todo o seu esplendor, eles são como animais com
chifres; os sacerdotes e os monges estão entre eles e eles também deslumbram os olhos
dos símplices. Isto é no que a igreja de Deus consiste, de acordo com os papistas: em

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pompa e inutilidade frívola, absurda. Qual dos sacramentos? Não, eles precisam desta ou
daquela coisa extra; em suma, eles têm as suas próprias marcas que parecem bastante
aceitáveis para eles.

No entanto, nós devemos olhar para o Evangelho e o que encontramos ali? Toda
simplicidade. Deus não quer que aqueles que pregam a Sua Palavra e administram os
Seus sacramentos usem trajes ou façam tantas fanfarras. Ele também não quer que os
sacramentos sejam contaminados por invenções humanas, pois todas estas são inúteis
para Deus. Mantenhamos, portanto, a definição que Paulo oferece aqui sobre a verda-
deira igreja, de modo que não nos deixemos abalar quando as pessoas nos dizem:
“Olhem, nós temos muitas coisas bonitas aqui”. É verdade, se julgarmos de acordo com
nossos sentidos naturais, pois somos carnais e terrenos, e, portanto, somos mais incli-
nados a seguir o que parece belo aos nossos sentidos, todavia não devemos decidir por
nós mesmos como servir a Deus; devemos nos apegar ao que Ele tem declarado, porque
Seu decreto é irrevogável, e é aqui que nós devemos encontrar toda a nossa sabedoria, a
saber, em Jesus Cristo. Isto só pode acontecer se nós O obedecermos, mas não antes
disso. Assim, devemos reconhecer que devemos nos desligar das coisas exteriores que
Ele ordenou na época da lei; mas antes nos contentar com Jesus Cristo e com a perfeição
que está nEle.

Tenhamos a certeza de que percebemos outra coisa, diz ele, neste momento: “A graça de
nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso espírito!” Ele expõe aqui que o
mundo, devido à sua ingratidão, não tem nenhuma ideia das riquezas que são oferecidas
em Jesus Cristo. O Evangelho é pregado com frequência suficiente, e ainda assim todos
nós nos retiramos dele e nos afastamos, como se nós decidíssemos deixar o bom cami-
nho que conduz à salvação e atirar-nos de cabeça na ruína e perdição. Qual é a razão
para isso? É porque nossos espíritos estão vazios, e o diabo sempre ganha terreno; ele
nos seduz, nos incomoda e nos faz exultar em vaidades. De fato, até que a graça de nos-
so Senhor Jesus esteja em nosso espírito, nós somos como canas agitadas, sem estabi-
lidade ou firmeza. Isto é o que nós precisamos almejar, que Deus não somente derrame a
Sua graça sobre nós, mas que nós também a recebamos em nosso espírito e coração; o
nosso espírito deve tornar-se o seu trono, e o lugar onde ela se enraíza, de modo que não
estejamos ligados a esta terra, mas levantemos as nossas afeições e mentes a Deus.

Agora, porque nunca haverá um momento em que esta doutrina dissolva a contradição,
Paulo aqui desafia aqueles que se levantam contra ele, e diz: “Desde agora ninguém me
inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus”. Quando ele fala das
marcas de Jesus Cristo, ele as coloca em contraste com todos os arsenais dos príncipes,
com todos os seus diademas e cetros, e tudo o que eles possuem para conceder-lhes

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importância, e para obter a adoração e reverência de todos. Quando um príncipe quer ser
visto como estando no controle de sua propriedade, ele deve estar vestido de tal maneira
que ninguém se atreva a olhar para ele com medo de ser fascinado. Eles fazem isso com
mais frequência do que nunca, porque não há nada sobre eles digno de nota, e por isso
precisam contar com estes meios emprestados; o mesmo é verdade para as pessoas do
mundo que se dedicam à pompa e galhardia, e usam isso e aquilo para adquirir uma boa
reputação. Em suma, o mundano usará todos os meios para fazer-se notável, embora
estas coisas sejam vaidade em e de si mesmas. Porém, Paulo mostra que as marcas de
nosso Senhor Jesus Cristo são, como sabemos, muito mais valiosas, e muito mais
preciosas, tendo mais beleza em si mesmas do que tudo o que é valorizado pelo mundo.

No entanto, é preciso considerar o que se entende por “marcas”. Ele nos explicou isso
anteriormente, quando disse que ele fora espancado várias vezes. Ele havia sido
apedrejado em um lugar, preso em outro, e havia sofrido fome e sede (2 Coríntios 11:23-
27). Em outras palavras, ele tinha sido considerado como repugnante e, portanto, fora
rejeitado. De acordo com o mundo, devemos fugir de tal ignomínia. No entanto, Paulo diz
que essas marcas valem mais do que toda a honra e esplendor que poderíamos
desfrutar. Visto que ele carrega estas marcas, outros não devem “inquieta-lo”, impedindo-
o de seguir seu curso e cumprir o seu dever.

Agora a intenção de Paulo nesta passagem foi, em primeiro lugar, mostrar que, se somos
Cristãos e parte da verdadeira igreja de Deus, devemos obedecer a ordem de estarmos
unidos uns aos outros. Como? Não com cada pessoa seguindo a sua própria imaginação;
pois há de fato muitos que têm um espírito perverso que fazem com que seja impossível
que eles cooperem com os outros. Essas pessoas procuram manter-se separadas de
todos os outros, como cavalos selvagens, e é de se esperar que haja mosteiros e claus-
tros para essas pessoas que se recusam a unir-se com outros de acordo com a pres-
crição dada à igreja. Assim, tendo-se separado em seu orgulho da companhia dos
crentes, eles apenas podem realmente tornarem-se monges do diabo! Seja qual for o
caso, sabemos por que eles se escondem: é porque o diabo os tem em suas garras e os
possui. Ele simplesmente tenta convencê-los a viver separadamente dos outros, para que
ele possa, eventualmente, desvia-los para longe de Deus por completo.

Em segundo lugar, Paulo nos mostra aqui que devemos procurar manter essa “regra”; o
Senhor Jesus deve ser o nosso exemplo, e devemos procurar nos conformarmos à Sua
imagem. Quando Ele fala, que possamos nos submeter ao Seu ensino, de modo que
cada um de nós guarde as Suas ordens. Além disso, ajudemos uns aos outros. Pois nós
podemos nos gabar da perseguição, ou isso ou aquilo, todos nós gostamos, mas a menos
que nós procuremos ajudar outros e contribuir par ao progresso da edificação do templo

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espiritual, é certo que ainda estamos servindo a Satanás e somos como escravos que
servem sob seu governo tirânico. Aprendamos a ter o mesmo sentimento uns para com
os outros, à medida que nos submetemos ao nosso Senhor Jesus Cristo. Além disso,
aqueles que são altruístas e fiéis em sua caminhada com Deus podem desprezar todas
essas pessoas pomposas que querem elevar-se em seu orgulho, introduzindo isto ou
aquilo; pois Jesus Cristo sempre reconhece suas marcas. Em outras palavras, embora
possamos ser desprezíveis aos olhos do mundo, seremos sempre reconhecidos pelo
Filho de Deus. Portanto, continuemos a caminhar, e deixem que aqueles que procuram
nos prejudicar saibam que Deus os abaterá, como vimos anteriormente (Gálatas 5:12). É
justo que Deus envie para a sua ruína que perturbam a unidade da igreja e se recusam-se
a servir de acordo com a sua capacidade para o avanço do reino de nosso Senhor Jesus
Cristo, por causa de seu orgulho e presunção. Isto é o que nós precisamos lembrar dessa
passagem, se quisermos perseverar no gozo das riquezas que possuímos, que foram
compradas por nós por tão alto preço, através da morte e paixão de nosso Senhor Jesus
Cristo, e que são oferecidas para nós, diariamente através do Evangelho.

Agora prostremo-nos diante da majestade de nosso grande Deus, reconhecendo os


nossos pecados, e orando para que eles nos entristeçam modo que tremamos e busque-
mos o Seu perdão. Então, sejamos transformados através de verdadeiro arrependimento
e habilitados para a batalha contra todos os nossos vícios e todas as corrupções de nossa
carne, até que Ele tenha nos libertado de todos eles, então, Ele nos vestirá em Sua
justiça. Assim, todos nós digamos: “Todo-Poderoso Deus e nosso Pai celestial” e etc.

Glorioso Deus! Oramos para que, pelo Teu Espírito Santo aplique o que de Ti há neste sermão aos
nossos corações e nos corações daqueles que lerem estas linhas, por Cristo para a glória de Cristo.
Ore para que o Espírito Santo use estas palavras para trazer muitos ao Conhecimento Salvador de
Jesus Cristo, pela Graça de Deus. Amém.

Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria !

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Fonte: ReformedSermonArchives.com

As citações bíblicas desta tradução são da versão ACF (Almeida Corrigida e Fiel).

Tradução por Camila Almeida │ Revisão e Capa por William Teixeira

***

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Uma Breve Biografia de João Calvino

João Calvino (1509 – 1564)

Nascido em 10 de Julho de 1509 em Noyon, França, João Calvino cresceu em uma família
católica romana tradicional. Seu pai, Gérard Cauvin, era advogado dos religiosos e secretário do
bispo local. Sua mãe, Jeanne Lefranc, faleceu quando ele tinha cinco ou seis anos de idade. Por
alguns anos, o menino conviveu e estudou com os filhos das famílias aristocráticas locais. Aos 12
anos, recebeu um benefício eclesiástico, cuja renda serviu-lhe como bolsa de estudos.

Aos 14 anos de idade, Calvino mudou-se para Paris, a fim de estudar no College de Marche e
preparar-se para a universidade. Seus estudos consistiam nas matérias: gramática, retórica,
lógica, aritmética, geometria, astronomia e música. Ao final de 1523, Calvino transferiu-se para a
famosa College Montaigu, uma espécie de escola do monastério. Nessa época, a educação de
Calvino foi custeada, em parte, pelo lucro de pequenas paróquias. Assim, embora os novos
ensinos teológicos de pessoas como Lutero e Jacques Lefevre d‟Etaples estivessem se
espalhando por toda Paris, Calvino estava mais ligado à Igreja Romana. No entanto, em 1527,
Calvino fez amizade com pessoas que tinham uma visão reformada.

Esses contatos formaram o cenário para a eventual mudança de Calvino para a fé reformada.
Também, nessa época, o pai de Calvino o aconselhou a estudar direito ao invés de teologia.

Em 1528, Calvino mudou-se para Orleans para estudar direito civil. Nos anos seguintes, estudou
em vários lugares e sob a orientação de vários eruditos, enquanto recebia uma educação
humanista.

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Em 1532, Calvino terminou seus estudos na área de direito e também publicou seu primeiro livro,
um comentário sobre De Clementia [Sobre a Misericórdia], do filósofo romano Sêneca. No ano
seguinte, Calvino fugiu de Paris devido aos contatos que teve com pessoas que, através de
oratórias e escritos, se opunham à Igreja Católica Romana.

Diz-se que em 1533 Calvino tenha experimentado uma conversão súbita à fé evangélica, sobre a
qual escreveu em seu prefácio dos comentários sobre Salmos. Refugiou-se na casa de um amigo
em Angoulême, onde começou a escrever a sua principal obra teológica. Em 1534, voltou a
Noyon e renunciou ao benefício eclesiástico. Escreveu o prefácio do Novo Testamento traduzido
para o francês por Olivétan (1535).

Em 1536, Calvino desvinculou-se da Igreja Católica Romana e fez planos para sair para sempre
da França e ir para Estrasburgo. Entretanto, a guerra entre Francisco I, rei da França, e Carlos V,
imperador do Sacro Império Romano, eclodiu, e Calvino decidiu fazer um desvio de uma noite
para Genebra. Mas a fama de Calvino em Genebra o precedeu. Guilherme Farel, um reformador
local, o convidou para ficar em Genebra, e convenceu a ajudá-lo naquela cidade, que apenas dois
meses antes abraçara a Reforma Protestante

Assim, começou uma longa, difícil, mas, finalmente, frutífera relação com a cidade de Genebra.
Calvino começou como professor e pregador, mas em 1538 foi convidado a deixar Genebra
devido a conflitos teológicos. Ele foi para Estrasburgo, onde ficou até 1541, ali residia o
reformador Martin Bucer, e ali passou os três aos mais felizes da sua vida (1538-41). Pastoreou
uma pequena igreja de refugiados franceses; lecionou em uma escola que serviria de modelo para
a futura Academia de Genebra; participou de conferências que visavam aproximar protestantes e
católicos. Escreveu amplamente: uma edição inteiramente revista das Institutas (1539), sua
primeira tradução francesa (1541), um comentário da Epístola aos Romanos, a Resposta a
Sadoleto (uma apologia da fé reformada) e outras obras.

Sua estada ali como pastor de refugiados franceses foi tão pacífica e feliz que em 1541, quando o
Conselho de Genebra o convidou de volta, Calvino ficou profundamente dividido. Ele desejava
permanecer em Estrasburgo, mas sentiu grande responsabilidade em retornar para Genebra.

Em 1540, Calvino casou-se com uma de suas paroquianas, a viúva Idelette de Bure. Seu colega
Farel oficiou a cerimônia. Diz-se que quando Calvino finalmente se casou com Idelette de Buren,
ele encontrou a única coisa necessária pela qual esteve procurando: um coração sincero e
obediente, piedoso para com Deus. Para Calvino e Idelette, tal piedade era fundamental para
enfrentar as dificuldades e os desafios da vida de casados. Embora pouco se saiba da vida de
Calvino e Idelette no lar, ao que tudo indica, ela era serena e piedosa apesar de suas muitas
tragédias e dificuldades.

Em 1548, faleceu Idelette e Calvino nunca mais tornou a casar-se. O único filho que tiveram
morreu ainda na infância. Não obstante, Calvino não ficou inteiramente só. Tinha muitos amigos,
inclusive em outras regiões da Europa, com os quais trocava volumosa correspondência. Graças

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à sua liderança, Genebra tornou-se famosa e atraiu refugiados religiosos de todo o continente. Ao
regressarem a seus países de origem, essas pessoas ampliaram ainda mais a influência de
Calvino.

Em 1559 ocorreram vários eventos significativos. Calvino finalmente tornou-se um cidadão da sua
cidade adotiva. Foi inaugurada a Academia de Genebra, embrião da futura universidade, destina-
da primordialmente à preparação de pastores reformados. No mesmo ano, Calvino publicou a
última edição das Institutas. Ao longo desses anos, embora estivesse constantemente enfermo,
desenvolveu intensa atividade como pastor, pregador, administrador, professor e escritor.

Calvino permaneceu em Genebra até a sua morte, em 27 de maio de 1564. Esses anos foram
preenchidos com aulas, pregações e escritos de comentários, tratados e várias edições de As
Institutas da Religião Cristã.

A seu pedido, foi sepultado discretamente em um local desconhecido, pois não queria que nada,
inclusive possíveis homenagens póstumas à sua pessoa, obscurecesse a glória de Deus. Um dos
emblemas que aparecem nas obras do reformador mostra uma mão segurando um coração e as
palavras latinas “Cor meum tibi offero Domine, prompte et sincere” (O meu coração te ofereço, ó
Senhor, de modo pronto e sincero).

Calvino era acima de tudo um pregador e expositor das Sagradas Escrituras. Sua pregação era
seu forte e permanece como de influência sem paralelo até o presente. Sua teologia estava
arraigada na exegese porque a Palavra de Deus era para ele o padrão de toda verdade e direito.
Seus comentários ainda são os melhores dentre todos os disponíveis.

______________
♦ Esta Biografia é baseada nas seguintes fontes:

Site: www.MinisterioFiel.com/BibliotecaJoaoCalvino

BEEKE, Joel. Lições Práticas sobre a Vida de Idelette Calvino. Parte 1. Disponível em:
www.MulheresPiedosas.com.br. Acessado em: 06 de Junho de 2014.

HANKO, Herman. João Calvino. O Reformador Suíço. Disponível em: www.Monergismo.com. Acessado
em: 06 de Junho de 2014.

MATOS, Alderi de Souza. João Calvino. Síntese Biográfica. Disponível em: www.Mackenzie.com.br.
Acessado em: 06 de Junho de 2014.

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Quem Somos
O Estandarte de Cristo é um projeto cujo objetivo é proclamar a Palavra de Deus e o Santo
Evangelho de Cristo Jesus, para a glória do Deus da Escritura Sagrada, através de traduções
inéditas de textos de autores bíblicos fiéis, para o português. A nossa proposta é publicar e
divulgar traduções de escritos de autores como os Puritanos e também de autores posteriores
àqueles como John Gill, Robert Murray McCheyne, Charles Haddon Spurgeon e Arthur
Walkington Pink. Nossas traduções estão concentradas nos escritos dos Puritanos e destes
últimos quatro autores.

O Estandarte é formado por pecadores salvos unicamente pela Graça do Santo e Soberano,
Único e Verdadeiro Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o testemunho das
Escrituras. Buscamos estudar e viver as Escrituras Sagradas em todas as áreas de suas vidas,
holisticamente; para que assim, e só assim, possamos glorificar nosso Deus e nos deleitar-
mos nEle desde agora e para sempre.

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 10 Sermões – Robert Murray M’Cheyne
 Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, por  Agonia de Cristo – Jonathan Edwards
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Editora PES  Cristo É Tudo Em Todos – Jeremiah Burroughs
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Cristão  Excelência de Cristo, A – Jonathan Edwards
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Viste as páginas que administramos no Facebook
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2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não
2
desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando
com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à
3
consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.
4
Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto.
Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não
5
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque
não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos
6
vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas
resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do
7
conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro
8
em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. Em tudo
9
somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não
Viste as páginas10
desanimados. Persegui-
que administramos no Facebook
dos,
Indicações mas não
de E-books desamparados;
de publicações abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda
próprias.
a parte a mortificação do
Baixe estes e outros gratuitamente no site.Senhor Jesus no nosso Facebook.com/oEstandarteDeCristo
 corpo, para que a vida de Jesus se
11  Facebook.com/ESJesusCristo
manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre
 10 Sermões – Robert Murray M’Cheyne  Facebook.com/EvangelhoDaSalvacao
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
 Cristo, Totalmente Desejável –12John Flavel  Facebook.com/NaoConformistasPuritanos 13
nossa carne mortal. De maneira
 Eleição & Vocação – Robert Murray M’Cheyne que em nós opera a morte, mas em vós a vida.
 Facebook.com/ArthurWalkingtonPink E
temos Predestinação
 A Gloriosa portanto o –mesmo espírito de fé, como está
C. H. Spurgeon  escrito: Cri, por isso falei; nós cremos
Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org
14
também,Propiciação
 Justificação, por issoetambém
Declaraçãofalamos. Sabendo que
– C. H. Spurgeon  oFacebook.com/JonathanEdwards.org
que ressuscitou o Senhor Jesus nos
15
ressuscitará
 A Livre Graça – C. H.também
Spurgeon por Jesus, e nos apresentará  Facebook.com/JohnGill.org
convosco. Porque tudo isto é por
amorde
 A Paixão deCristo
vós,– Thomas
para que Adams  Facebook.com/PaulDavidWasher
a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de
16  Facebook.com/RobertMurrayMCheyne
 Quem São Os Eleitos? – C. H. Spurgeon
graças para glória de Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem
 Reforma – C. H. Spurgeon  Facebook.com/ThomasWatson.org
17
exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e
 Salvação Pertence Ao Senhor – C. H. Spurgeon 18
momentânea
 O Sangue tribulação produz para nós um pesoPágina
– C. H. Spurgeon eterno de glória mui excelente;
Parceira: Não
atentando nós nas
 Semper Idem – Thomas Adams coisas que se veem, mas nas
OEstandarteDeCristo.com que se não veem; porque as que se 27
veemsobre
sãoa temporais,  Facebook.com/AMensagemCristocentrica
 Tratado Oração, Um – e asBunyan
John que se não veem são eternas.
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