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ARMÍNIO

SOBRE DEPRAVAÇÃO TOTAL:


Em seu estado pecaminoso e caído, o homem não é capaz de e por si mesmo, quer seja
pensar, querer ou fazer o que é, de fato, bom; mas é necessário que seja regenerado e renovado
em seu intelecto, afeições ou vontade e em todas as suas atribuições, por Deus em Cristo através
do Espírito Santo, para que seja capaz de corretamente compreender, estimar, considerar,
desejar e realizar o que quer que seja verdadeiramente bom. Quando ele é feito um participante
dessa regeneração ou renovação, eu considero que, uma vez que ele é liberto do pecado, ele é
capaz de pensar, desejar e fazer o que é bom, mas, entretanto, não sem a contínua ajuda da
graça divina Desta maneira, atribuo à graça o início, a continuidade e a consumação de todo o
bem, de tal forma que, sem a sua influência, um homem, mesmo já estando regenerado, não
pode conceber, nem fazer bem algum, nem resistir a qualquer tentação do mal, sem essa graça
emocionante e preventiva, que coopera com o homem. Como fica claro a partir desta afirmação,
de maneira nenhuma cometo alguma injustiça à graça, atribuindo, como é relatado de mim, uma
quantidade excessiva de coisas ao livre-arbítrio do homem. Toda a controvérsia se reduz à
solução desta questão: “A graça de Deus é uma certa força irresistível?” Ou seja, a controvérsia
não se relaciona às ações ou operações que podem ser atribuídas à graça (pois reconheço e
inculco mais dessas ações ou operações do que qualquer outro homem já o fez), mas se refere
apenas ao modo de operação, irresistível ou não. Com relação a este tópico, creio eu, de acordo
com as Escrituras, que muitas pessoas resistem ao Espírito Santo e rejeitam a graça que lhes é
oferecida[11]. Fontes:( Arminius, Works (Graça e livre arbítrio), v.2/172-4), (Works of Arminius, vol.
2, p. 192.), ( Works, v. 1. p ).

(O HOMEM NÃO PODE NADA SEM DEUS (JOÃO 15;5 – SEM MIM, NADA PODEIS FAZER).

ARTIGO 3 DA REMONSTRÂNCIA.

Que o homem não possui por si mesmo graça salvadora, nem as obras de sua própria vontade, de
modo que, em seu estado de apostasia e pecado para si mesmo e por si mesmo, não pode pensar
nada que seja bom – nada, a saber, que seja verdadeiramente bom, tal como a fé que salva antes
de qualquer outra coisa. Mas que é necessário que, por Deus em Cristo e através de seu Santo
Espírito, seja gerado de novo e renovado em entendimento, afeições e vontade e em todas as suas
faculdades, para que seja capacitado a entender, pensar, querer e praticar o que é
verdadeiramente bom, segundo a Palavra de Deus [Jo 15.5].

ARTIGO 4 DA REMONSTRÂNCIA.

Que esta graça de Deus é o começo, a continuação e o fim de todo o bem; de modo que
nem mesmo o homem regenerado pode pensar, querer ou praticar qualquer bem, nem
resistir a qualquer tentação para o mal sem a graça precedente (ou preveniente) que
desperta, assiste e coopera. De modo que todas as obras boas e todos os movimentos
para o bem, que podem ser concebidos em pensamento, devem ser atribuídos à graça de
Deus em Cristo. Mas, quanto ao modo de operação, a graça não é irresistível, porque
está escrito de muitos que eles resistiram ao Espírito Santo 
SOBRE GRAÇA RESISTÍVEL:
“Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito
Santo; assim vós sois como vossos pais.” Atos 7:51.

“7 pois ele é o nosso Deus, e nós somos o povo do seu pastoreio, o rebanho que ele
conduz. Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, 8 não endureçam o coração, como em Meribá,
como aquele dia em Massá, no deserto. Salmos 95, 7 e 8.”

“Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz,


Não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto.
Hebreus 3:7,8”

“Não extingais o Espírito. 1 Tessalonicenses 5:19 ”.

Os 5 Artigos da Remonstrância.

ARTIGO 1 | Que Deus, por um eterno e imutável plano em Jesus Cristo, seu Filho, antes que fossem postos os
fundamentos do mundo, determinou salvar, de entre a raça humana que tinha caído no pecado – em Cristo, por
causa de Cristo e através de Cristo – aqueles que, pela graça do Santo Espírito, crerem neste seu Filho e que, pela
mesma graça, perseverarem na mesma fé e obediência de fé até o fim; e, por outro lado, deixar sob o pecado e a ira os
costumazes e descrentes, condenando-os como alheios a Cristo, segundo a palavra do Evangelho de Jo 3.36
e outras passagens da Escritura.

ARTIGO 2 | Que, em concordância com isso, Jesus Cristo, o Salvador do mundo, morreu por todos e cada um dos
homens, de modo que obteve para todos, por sua morte na cruz, reconciliação e remissão dos pecados; contudo, de tal
modo que ninguém é participante desta remissão senão os crentes.

ARTIGO 3 | Que o homem não possui por si mesmo graça salvadora, nem as obras de sua própria vontade, de
modo que, em seu estado de apostasia e pecado para si mesmo e por si mesmo, não pode pensar nada que seja
bom – nada, a saber, que seja verdadeiramente bom, tal como a fé que salva antes de qualquer outra coisa. Mas
que é necessário que, por Deus em Cristo e através de seu Santo Espírito, seja gerado de novo e renovado em
entendimento, afeições e vontade e em todas as suas faculdades, para que seja capacitado a entender, pensar,
querer e praticar o que é verdadeiramente bom, segundo a Palavra de Deus [Jo 15.5].

ARTIGO 4 | Que está graça de Deus é o começo, a continuação e o fim de todo o bem; de modo que nem
mesmo o homem regenerado pode pensar, querer ou praticar qualquer bem, nem resistir a qualquer tentação para
o mal sem a graça precedente (ou preveniente) que desperta, assiste e coopera. De modo que todas as obras boas
e todos os movimentos para o bem, que podem ser concebidos em pensamento, devem ser atribuídos à graça de
Deus em Cristo. Mas, quanto ao modo de operação, a graça não é irresistível, porque está escrito de muitos que
eles resistiram ao Espírito Santo [At 7 e alibi passim].

ARTIGO 5 | Que aqueles que são enxertados em Cristo por uma verdadeira fé, e que assim foram feitos
participantes de seu vivificante Espírito, são abundantemente dotados de poder para lutar contra Satã, o pecado,
o mundo e sua própria carne, e de ganhar a vitória; sempre – bem entendido – com o auxílio da graça do Espírito
Santo, com a assistência de Jesus Cristo em todas as suas tentações, através de seu Espírito; o qual estende para
eles suas mãos e (tão somente sob a condição de que eles estejam preparados para a luta, que peçam seu auxílio e
não deixar de ajudar-se a si mesmos) os impele e sustenta, de modo que, por nenhum engano ou violência de
Satã, sejam transviados ou tirados das mãos de Cristo [Jo 10.28]. Mas quanto à questão se eles não são capazes
de, por preguiça e negligência, esquecer o início de sua vida em Cristo e de novamente abraçar o presente
mundo, de modo a se afastarem da santa doutrina que uma vez lhes foi entregue, de perder a sua boa consciência
e de negligenciar a graça – isto deve ser assunto de uma pesquisa mais acurada nas Santas Escrituras antes que
possamos ensiná-lo com inteira segurança.
SOBRE A EXPIAÇÃO ILIMINATADA:
Tito 2:11-14 - Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os
homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de
maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita
esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. Ele se
entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo
particularmente seu, dedicado à prática de boas obras.

SOBRE A GRAÇA RESISTÍVEL:


“A graça, em nosso entendimento, não é um dom irresistível; se fosse irresistível, ela não seria um
dom, antes, uma exigência. Em outras palavras, “a graça irresistível não é realmente graciosa”.

- Meu Espírito não contenderá para sempre com o homem | GÊNESIS 6.3;

- E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu
se perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é
esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no
último dia.
Murmuravam, pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu.
E diziam: Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz
ele: Desci do céu? Respondeu, pois, Jesus e disse-lhes: Não murmureis entre vós.
Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último
dia. João 6:39-44 (O FOCO DO TEXTO É MOSTRAR QUE ELES NÃO CRERAM, POR ISSO SE
MOSTRAM COMO FILHOS DA DESOBEDIÊNCIA, POIS CRISTO O TEMPO TODO AFIRMA QUE ELES
NÃO QUERIAM CRER.)

- “Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5.40). Qual seria o propósito desta
afirmação se a oferta de vir não existisse para os ouvintes?

- “Ó Jerusalém, Jerusalém, que assassinas os profetas e apedrejas os que te são enviados!


Quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos, como a galinha acolhe os seus pintinhos debaixo das
suas asas, mas vós não o aceitastes!” (Mateus 23:37).

ORDO SALUTIS
(1) Eleição em Cristo: Deus elegeu Cristo como mediador da aliança: “Eis aqui o meu servo, que
escolhi” (Mt 12.18; 1Pe 2:4; Is 42:1-7). A eleição do indivíduo ocorre somente em união com Jesus
Cristo; “nos escolheu nele”  (Ef 1.4). O próprio Jesus é o primeiro de todos os eleitos de Deus, o
fundamento da nossa eleição.  Ninguém é eleito à parte da união com Cristo através da fé (Ef 1.4,
6-7, 9-10, 12-13).

(2) Chamado especial[2]: É o ato de Deus através do qual Ele capacita e fornece os meios
necessários para que o homem possa crer em Cristo. O homem não pode obter a fé salvadora
de si mesmo. Deus, então, através da pregação do evangelho (Rm 10:17; 1 Co 1:18; Rm 1:16; At
11:14; Hb 4:12), chama o pecador ao arrependimento. Ele o atrai (Jo 6:44; 12:32), ilumina sua
mente (Sl 119:130; 2 Co 4:5-6; Hb 6:4; Lc 2:32, Jo 1:9) e o conduz ao arrependimento (Rm 2:4).   O
Espírito Santo convence do pecado (Jo 16:8-10) e, se não houver resistência ao Espírito Santo (At
7:51), e endurecimento do seu próprio coração (Hb 3:7-8), o pecador será levado por Deus à
conversão.  A esse trabalho (particular) divino de atração, iluminação, condução e
convencimento, os arminianos clássicos chamam de graça preveniente[3]. Este chamado especial
(graça preveniente) está disponível a todos os que ouvem o evangelho.

(3) Conversão: Após Deus dar ao homem toda a capacidade e os meios necessários para crer
em Cristo, o homem deve voluntariamente arrepender-se de seus pecados e depositar sua
confiança em Cristo para salvação. O homem deve crer para ser salvo (Ap 22:17; Mc 16:16; Ef
2:8). A fé é o meio pelo qual recebemos a salvação (justificação, regeneração, santificação e
glorificação).

(4) Justificação: A justificação é o ato legal de Deus onde a justiça de Cristo nos é imputada,
somos perdoados dos nossos pecados e somos declarados justos (Rm 4). A justificação apazigua
a ira de Deus contra o indivíduo, visto que ele já não é mais declarado como pecador. É o
primeiro benefício propriamente dito da salvação, visto que, antes de Deus poder operar a
salvação em nós (regeneração e santificação), ele precisa fazer algo por nós  (justificação). Existe
um aspecto legal que é prioritário ao aspecto moral. Para que Deus inicie a salvação no
indivíduo, não pode haver culpa sobre o mesmo. Ele não toma o culpado por inocente. Deus não
inicia a salvação em alguém que ainda é alvo de sua ira. Ele primeiro justifica o pecador,
satisfazendo a condição judicial que o impede de operar a salvação no indivíduo.

(5) Regeneração: É um ato instantâneo e secreto de Deus pelo qual ele infunde uma nova vida
no indivíduo, dando-lhe um novo coração. (Jo 3:1-16; Rm 5.18; Cl 2:12,13). A regeneração é o
início da santificação, visto que agora ele “é capaz de pensar, desejar e fazer aquilo que é bom,
todavia não sem a ajuda contínua da Graça Divina”. Por isso, se a regeneração for colocada antes
da fé, a santificação também ocorreria antes da fé e justificação, o que implicaria na justificação
através da santificação (ou salvação por obras).

(6) Santificação: É tanto um ato divino instantâneo (1 Co 1:30), através do qual Deus separa o
homem do pecado, quanto um processo onde há a cooperação entre Deus e o homem, pelo
qual o velho homem é mortificado e o fruto do Espírito é exercitado (2 Co 7:1; 1 Ts 4:3,7; Rm
6:22). “A santificação começa quando o princípio de pureza, isto é, o amor de Deus, é derramado
no coração no novo nascimento”[4]. Por isso a santificação vem logo depois da regeneração.

(7) Glorificação: É o ato divino em que Deus removerá do indivíduo toda limitação imposta pelo
pecado. Seremos feitos à imagem do seu filho (Rm 8:29-30; 1 Jo 3:2) Ela ocorrerá quando Jesus
voltar para buscar sua igreja (1 Jo 3:2; Tt 2:13; 1 Tm 6:14).
Obs.: Poderíamos também adicionar a União com Cristo, que ocorre por meio da fé, e também
a Adoção, que ocorre junto à regeneração
Teologia Arminiana:

O duplo amor de Deus... Ele ama a justiça, e por isso odeia o pecado, e ama a
humanidade.

Deus não ama só a sim mesmo, mas ama a nós (pecadores miseráveis). Portanto,
quando olhamos para o corpo ensanguentado de Cristo, nós vemos seu amor pela
justiça consumado e seu amor aos pecadores também.

Muitas vezes ouvimos que os Calvinistas acreditam na predestinação e o Arminianismo


acredita no livre arbítrio (e isso é estranho ao Arminianismo). Mas a verdade é que
historicamente ambas as tradições acreditam no livre-arbítrio e na predestinação, com
diferenças entre esses pontos.

A teologia da predestinação não é um ponto minoritário no Arminianismo. Ou seja,


preguemos a soberania de Deus e a predestinação pois são doutrinas profundamente
bíblicas.

Os 4 decretos da predestinação Arminiana:

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