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MEDITAÇÃO DA 5ª

DE NOSSA SENHORA
(Santo Afonso de Ligório)
7 PROMESSAS AOS DEVOTOS
DE NOSSA SENHORA DAS
DORES

1. Colocarei a paz em suas famílias.


2. Serão iluminados sobre os Divinos
Mistérios.

3. Eu os consolarei em suas penas e os


acompanharei nos seus trabalhos.

4. Eu lhes concederei tudo o que me


pedirem, desde que não se oponha à
vontade do meu adorável Divino Filho e
à santificação de suas almas.
5. Eu os defenderei nos combates
espirituais contra o inimigo infernal e os
protegerei em todos os instantes da vida.

6. Eu os assistirei visivelmente no
momento da morte e eles verão o rosto
de Sua Mãe Santíssima.

7. Obtive de meu Filho que aqueles que


propagarem esta devoção sejam levados
desta vida terrena à felicidade eterna
diretamente, pois lhes serão apagados
todos os pecados e meu Filho e eu
seremos a sua eterna consolação e
alegria.
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5ª DOR:
A MORTE DE JESUS
Maria aos pés da cruz
É preciso admirar um novo tipo de martírio: uma
mãe condenada a ver morrer diante dos seus olhos,
executado com bárbaros tormentos, um filho
inocente e que amava com todo o seu coração.
“Junto à cruz de Jesus estava de pé sua mãe” (Jo 19,
25). Não ocorre a São João dizer outra coisa para
ponderar o martírio de Maria. Contemplamos a
Santíssima Virgem junto da cruz à vista do seu Filho
desfalecido e depois dirás se há dor semelhante à
sua dor.
Vamos também nós hoje no Calvário a considerar
esta quinta espada que trespassou o coração de
Maria pela morte de Jesus.
Logo que chegou ao Calvário o Redentor, rendido de
fadiga, os carrascos o despojaram de suas vestes e
pregaram à cruz suas sagradas mãos e pés com
pregos, não afiados, mas sem ponta para lhe causar
mais sofrimento, como diz São Bernardo. Uma vez
crucificado levantaram a cruz, e assim o deixaram
até que morresse.
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Os carrascos o abandonaram, mas Maria não o


abandonou. Então se aproximou mais da cruz para
assistir a sua morte. Disse a Santíssima Virgem a
Santa Brígida:
“Eu não me separava dele e estava muito próxima
da sua cruz”. São Boaventura fala-lhe assim:
“Senhora, de que te serviu ir ao Calvário para ver
morrer este Filho? Por que a vergonha e o horror
de tal crime não o impediram? Devia te reter a
vergonha, já que seu opróbrio era também o teu
sendo sua Mãe. Pelo menos o horror de tal delito
deveria deter-te ao ver um Deus crucificado por
suas próprias criaturas”. Mas o próprio santo
responde: “É que o teu coração não pensava no
seu próprio sofrimento, mas na dor e na morte do
Filho amado; e por isso quiseste tu mesma ajudá-
lo, pelo menos acompanhando-o”.
Diz o abade Guilherme: “Ó verdadeira Mãe, Mãe
cheia de amor, à qual nem sequer o espanto da
morte pode se parar do Filho amado.
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Mas, ó Senhor, que espetáculo tão doloroso era


ver este Filho agonizando sobre a cruz e ver
agonizar esta Mãe que sofria todas as penas que
sofria o Filho!” Maria revelou a Santa Brígida o
estado lamentável de seu Filho moribundo como
ela o viu na cruz: “Meu Amado Jesus está na cruz,
com todas as dores, os olhos encovados quase
cerrados e sem brilho, o rosto machucado e
mudou-se face, a boca aberta, cabelo
ensanguentado, com a cabeça afundada no peito,
barriga contraída, braços e pernas dormentes e
seu corpo coberto de feridas e sangue”.
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Maria participa em todas as dores de seu


Filho
Todos estes sofrimentos de Jesus, diz São
Jerônimo, eram ao mesmo tempo os sofrimentos
de Maria. Quantas eram as chagas no corpo de
Cristo, outras tantas eram as chagas no coração
de Maria. O que então se tivesse encontrado no
Calvário, diz São João Crisóstomo, teria
encontrado dois altares em que se consumavam
dois grandes sacrifícios: um no corpo de Jesus e
outro no coração de Maria. Mas, mais acertado
me parece o que diz São Boaventura de que
havia só um altar, ou seja, a única cruz do Filho,
na qual, juntamente com a vítima que era este
Cordeiro divinal, se sacrificava também a Mãe;
por isso o santo lhe pergunta: “Ó Maria, onde
estavas? Junto à cruz? Ah, com mais propriedade
direi que estavas na mesma cruz sacrificada
crucificada com teu mesmo Filho”.
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Assim se expressa Santo Agostinho: “A cruz e os


pregos foram do Filho e de Maria; crucificado o
Filho, também estava crucificada a Mãe”. De fato,
porque como diz São Bernardo, “o
que faziam os pregos no corpo de Jesus era feito
pelo amor no coração de Maria”; de maneira que,
como escreve São Bernardino, “ao mesmo tempo
que o Filho sacrificava o
corpo, a Mãe sacrificava a sua alma”.
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Maria mostra a maior fortaleza


As mães, normalmente, não querem
presenciar a morte de seus filhos; mas se uma
mãe se vê obrigada a assistir a um filho que
morre, procura dar-lhe todos os alimentos
possíveis; acomoda-o no leito para que esteja
da maneira mais confortável, Ele lhe fornece
bebida fresca e assim vai a infeliz mãe
consolando sua dor. Ó Mãe, a mais aflita de
todas! Ó Maria, a ti te tocou assistir a Jesus
desfalecido, mas não pudeste dar-lhe nenhum
alívio! Ouça Maria ao Filho, que diz: “Tenho
sede”, mas não pode ela lhe dar um pouco de
água para refrescar. Não lhe pode dizer outra
coisa, como observa São Vicente Ferrer, senão
isto: “Filho, não tenho mais do que a água das
minhas lágrimas”.
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Via que o Filho naquele leito de dor,


pendurado daqueles pregos, não encontrava
repouso; queria abraçá-lo para aliviá-lo, pelo
menos para que expirasse entre seus braços,
mas era impossível. Queria abraçá-lo, diz São
Bernardo, mas as mãos, estendidas em vão,
voltavam para si vazias.

Via o seu pobre Filho que, naquele mar de


angústia, procurava quem o consolasse, como
anunciou pela boca do profeta: “Eu pisei
sozinho o lagar, e ninguém dentre os povos
me auxiliou; olhei, então, e não houve pessoa
alguma para me ajudar” (Is 63, 3; 5).

Mas quem queria confortá-lo, se todos os


homens eram seus inimigos, se, mesmo
estando na cruz, blasfemaram dele e riram
dele, uns de uma maneira e outros de outra?
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“Os que passavam injuriavam, sacudiam a


cabeça” (Mt 27, 39). Alguns diziam na cara: “Se
és o Filho de Deus, desce da cruz” (Mt 27, 42).
E outros: “Ele salvou os outros e não pode
salvar-se a si mesmo”. “Se é o rei de Israel,
desça agora da cruz” (Mt 27, 42). Disse a
Santíssima Virgem a Santa Brígida: “Ouvi uns
que chamavam meu Filho ladrão e outros que
o chamavam impostor; a alguns dizer que
ninguém merecia a morte como ele; e todas
essas coisas eram como novas espadas de
dor”.
Mas o que aumentou mais a dor de Maria,
juntamente com a compaixão para com o seu
Filho, foi ouvi-lo lamentar-se de que até o
eterno Pai o tinha abandonado: “Meu Deus,
meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 26,
46).
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Palavras, como disse a Mãe de Deus a Santa


Brígida, que não lhe puderam mais separar-se
da mente e do coração, enquanto não fazia
outra coisa que oferecer à justiça divina a vida
de seu Filho por nossa salvação.
Por isso compreendemos que ela, por mérito
de suas dores, cooperou para que
nascêssemos para a vida da graça, que por isso
somos filhos de suas dores.

Maria, mãe de todos ao pé da cruz


Diz Lanspergio: “Quis Cristo que ela estivesse
presente como cooperadora de nossa
redenção, pois havia decretado dar-nos como
Mãe, devia dar-nos à luz como filhos na cruz”. E
se o coração de Maria encontrou algum alívio
naquele mar de amarguras, isto era a única
coisa que então a consolava: saber que por
meio de suas dores estava nos dando à luz
para a vida eterna.
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O mesmo revelou Jesus a Santa Brígida: “Maria,


minha Mãe, pela sua compaixão e caridade, fez-
se mãe de todos no céu e na terra”. E de fato
estas foram as últimas palavras com que Jesus se
despediu dela antes de morrer, esta foi a última
lembrança, deixando-nos pelos seus filhos na
pessoa de São João quando lhe
disse: “Mulher, eis o teu Filho” (Jo 19, 26).
E desde esse momento começou Maria a exercer
conosco o ofício de boa mãe, porque como
atesta São Pedro Damião, o bom ladrão
converteu-se e salvou-se pelas orações de Maria:
“Por isso se arrependeu o bom ladrão, porque a
Virgem Santíssima, colocada entre a cruz do Filho
e a do ladrão, orava por ele, recompensando-o
com isso o servo que em outro tempo ele lhe
havia feito”. Com isto alude ao que afirmam
antigos autores dizendo que este ladrão, na fuga
para o Egito com o menino Jesus, tinha sido
cortês com eles. Este ofício de intercessão à
Santíssima Virgem continuou e continua a
realizá-lo.
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EXEMPLO
um pecador salvo
pelas dores de Maria

Em Perugia, um jovem prometeu ao demônio


que, se lhe facilitasse cometer certo pecado, lhe
entregaria sua alma, e lhe fez a escritura do trato
assinado com seu sangue. Cometeu o pecado, o
demônio quis saldar a promessa e o levou à
beira de um poço, ameaçando-o que se não se
jogasse o levaria em corpo e alma aos infernos.
O jovem desgraçado, pensando que não podia
escapar de suas garras, aproximou-se da borda
do poço para lançar-se, mas aterrorizado ante o
espectro da morte, disse ao inimigo que não
tinha coragem para lançar-se, que o empurrasse.
O jovem usava ao pescoço o escapulário da
Virgem Dolorosa, pelo que lhe disse o demônio:
Tire isso, que eu te ajudarei a cumprir o
prometido.
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Mas o jovem, compreendendo que pelo


escapulário continuava a protegê-lo a Mãe de
Deus, disse que não o queria tirar. Depois
de muitos tumultos, o demônio se retirou
envergonhado e o pecador, reconhecido à Mãe
Dolorosa, foi lhe agradecer o grande favor, e
arrependido de seus pecados pendurou o fatal
documento em um quadro no altar da igreja de
Santa Maria Nova, em Perugia.
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ORAÇÃO PARA
LEVAR A CRUZ

Ó Mãe, a mais dolorosa de todas! O teu Filho


morreu, o mais amável e o que tanto te amava!
Chora, que te sobra razão para chorar. Quem
poderá te consolar? Só o pensamento pode te
confortar de que Jesus, com a sua morte, Ele
venceu o inferno, abriu o paraíso que estava
fechado para os homens e conquistou multidões
de almas. Desde o trono da cruz há de reinar
sobre muitos corações que, vencidos pelo seu
amor, com amor lhe hão de servir. Não te
desdenhes entretanto, minha Mãe, de me
admitir ao teu lado para chorar contigo, pois
mais motivo tenho eu para chorar Por tê-lo
ofendido tanto. Mãe de misericórdia, eu, pelos
méritos do meu Redentor, e pelo mérito das tuas
dores, espero o perdão e a eterna salvação.
Amém.
INSTITUTO HESED

Oração retirada do nosso


devocionário da Paixão,
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