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MEDITAÇÃO DA 6ª E 7ª

DE NOSSA SENHORA
(Santo Afonso de Ligório)
7 PROMESSAS AOS DEVOTOS
DE NOSSA SENHORA DAS
DORES

1. Colocarei a paz em suas famílias.


2. Serão iluminados sobre os Divinos
Mistérios.

3. Eu os consolarei em suas penas e os


acompanharei nos seus trabalhos.

4. Eu lhes concederei tudo o que me


pedirem, desde que não se oponha à
vontade do meu adorável Divino Filho e
à santificação de suas almas.
5. Eu os defenderei nos combates
espirituais contra o inimigo infernal e os
protegerei em todos os instantes da vida.

6. Eu os assistirei visivelmente no
momento da morte e eles verão o rosto
de Sua Mãe Santíssima.

7. Obtive de meu Filho que aqueles que


propagarem esta devoção sejam levados
desta vida terrena à felicidade eterna
diretamente, pois lhes serão apagados
todos os pecados e meu Filho e eu
seremos a sua eterna consolação e
alegria.
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6ª DOR:
A LANÇADA E A DESCIDA DA CRUZ

Maria aos pés da cruz


“Ó vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede
se há dor semelhante à minha” (Lm 1, 12). Almas
devotas, ouvi o que diz a Senhora das Dores: Filhas
amadas, não quero que venham me consolar,
porque meu coração não pode ser consolado nesta
terra depois da morte de meu amado Jesus. Se
queres me agradar, isso é o que eu quero de vós:
olhai e vede se existe no mundo uma dor
semelhante à minha, ao ver quando cruelmente me
arrebataram aquele que era todo meu amor.
Mas, Senhora, já que não permites consolo em tanto
sofrimento, deixe-me dizer-lhe que com a morte de
vosso Filho os teus sofrimentos não foram
concluídos. Voltareis a ser ferida com uma nova
espada de dor ao ver transpassar com uma lançada
cruel o lado de vosso próprio
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Filho já morto, e depois vós recebereis em vossos


braços o seu corpo descido da cruz. Isto é o que
vamos considerar na sexta dor que afligiu esta
pobre mãe. Isso exige a nossa atenção e as nossas
lágrimas, porque as dores de Nossa Senhora, a
Virgem Maria a atormentaram uma por uma, mas
desta vez parece que todas elas vieram em massa
assaltar-lhe.
Basta dizer a uma mãe que seu filho está morto
para fazer reviver nela todo o amor ao seu filho
perdido. Alguns para aliviar as mães quando
perdem os seus filhos, tratam de lembrá-las dos
desgostos que eles lhes causaram. Mas, minha
Rainha, se eu quisesse aliviá-la desse modo pela
dor sentida pela morte de Jesus, que desgosto
recebido por Ele que conseguiria se lembrar? Pelo
contrário, Ele sempre te amou, sempre te
obedeceu, sempre te respeitou. E agora que o
perdestes, quem poderá expressar o vosso
sofrimento? Só vós que o experimentastes poderá
explicá-lo.
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Maria oferece o seu Filho ao Pai

Tendo morrido o nosso Redentor, diz um autor


piedoso, o primeiro pensamento da Mãe de
Deus foi acompanhar o seu Filho e apresentá-lo
ao Pai eterno. Devia ter-lhe dito Maria:
“Apresento-te, Deus meu, o teu Filho e meu Filho,
que já te obedeceu até na morte; recebe-o nos
teus braços. Já está satisfeita a tua justiça e
cumprida a tua vontade; já tá consumado o
grande sacrifício digno da tua eterna glória”. E
depois, olhando para o corpo morto do seu filho
Jesus, diria: “Ó chagas, chagas de amor, eu
adoro-vos e alegro-me convosco, porque por
vosso meio se realizou a salvação do mundo.
Ficareis abertas no corpo de meu Filho para ser
o refúgio daqueles que em vós se amparem”.
Para que não se perturbasse a alegria do sábado
pascal, queriam os judeus que fosse baixado da
cruz o corpo de Jesus; mas como não se podiam
baixar os mortos se não estivessem mortos,
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por isso vieram alguns com paus de ferro a


quebrar-lhe as pernas, como fizeram com os dois
ladrões. E Maria, enquanto chorava a morte de
seu Filho, viu aqueles homens armados que
vinham contra seu Filho. E, vendo-os, primeiro
tremeu de pavor e depois disse-lhes: “Vede que
meu Filho já está morto; não o ofendais mais, e
não continueis a atormentar-me a mim, sua pobre
mãe”. Suplicou-lhes que não lhe quebrassem as
pernas, diz São Boaventura. Mas enquanto lhes
dizia isto, viu que um soldado lhe dá
violentamente uma lançada e com ela lhe abre o
lado a Jesus. “Mas um dos soldados abriu-lhe o
lado com uma lança e, imediatamente, saiu
sangue e água” (Jo 19, 34).
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Ao golpe da lança reteve a cruz e o coração de


Jesus ficou aberto, como foi revelado a Santa
Brígida. Saiu sangue e água que ainda lhe
restava e também o Salvador a quis derramar
para nos dar a entender que não tinha mais
sangue para nos dar. O ultraje desta lança foi
para Jesus, mas a dor foi para Maria. Diz
Lanspergio: “Cristo compartilhou com sua Mãe
seu sofrimento desta ferida, de modo que ele
recebeu o ultraje e Maria a dor”. Afirmam os
santos pais que esta foi a espada que predisse
à Virgem o santo ancião Simeão; espada não
de aço, mas de dor que transpassou sua alma
bendita ao transpassar a lança no coração de
Jesus onde ela sempre habitava.
Assim diz, entre outros, São Bernardo: “A lança
que atravessou o seu lado atravessou ao
mesmo tempo a alma da Virgem, que não
podia separar-se dele”.
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Revelou a Mãe de Deus a Santa Brígida: “Ao


sacar a lança, estava tingido o ferro com o
sangue. Então me pareceu como se meu
coração se visse transpassado ao ver o
coração de meu Filho traspassado. Disse o
anjo a Santa Brígida que foram muitos e tais
os sofrimentos de Maria, que não morreu por
milagre de Deus. Nos outros sofrimentos tinha
pelo menos o Filho que a compadecia; neste
não tinha o Filho que a pudesse consolar.

Maria recebe o corpo de seu Filho


Temendo a Mãe Dolorosa que fizessem novos
ultrajes ao Filho amado, rogou a José de
Arimatéia que obtivesse de Pilatos o corpo de
Jesus para que, pelo menos, pudesse cuidar
dele e livrá-lo de novos ultrajes. Foi José a
Pilatos e expôs-lhe a dor e o desejo desta Mãe
aflita. Santo Anselmo diz que a compaixão da
Mãe enterneceu Pilatos e o levou a conceder o
corpo do Salvador
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Eis que já baixam Jesus da cruz. Ó Virgem


Sacrossanta, depois que tu, com tanto amor
deste ao mundo o teu Filho pela nossa
salvação, eis que o mundo ingrato já o te
devolve. Mas, ó Senhor, como Ele retribui?
Maria diria então ao mundo: “‘Meu amado é
forte e corado’ (Ct 5, 10), mas tu me entregas
cheio de cardeais e vermelho, não pela cor da
sua carne, mas pelas chagas que lhe fizeste”.
Antes, Ele apaixonava por sua aparência, mas
agora dá espanto a quem o olha. Quantas
espadas, diz São Boaventura, feriram a alma
desta Mãe ao ser-lhe apresentado o Filho
descido da cruz! Basta considerar o
sofrimento de qualquer mãe quando lhe
apresentam o seu filho morto. Revelou-se a
Santa Brígida que para descê-lo da cruz se
utilizaram três escadas.
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Primeiro, os santos discípulos desataram as


mãos e depois os pés. E os pregos foram
confiados a Maria, como diz Metafraste.
Depois, sustentando uns o corpo de Jesus pela
parte superior e outros pela parte inferior,
desceram-no da cruz. Bernardino de Bustos
medita como a afligida Mãe, estendendo os
braços, vai ao encontro do seu amado Filho,
abraça-o e depois senta-se aos pés da cruz,
tendo-o no seu colo.

Vê aquela boca entreaberta, os olhos nublados,


aquela carne dilacerada, aqueles ossos
descarnados; tira-lhe a coroa de espinhos e vê
os estragos que lhe causou na sua sagrada
cabeça; olha aquelas mãos e aqueles pés
traspassados, e diz: “Meu Filho, a que te
reduziu o amor que tens pelos homens! Que
mal lhes fizeste que assim te trataram?”
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São Bernardino de Bustos faz-lhe dizer: “Tu eras


para mim um pai, um irmão, um esposo, as
minhas delícias e a minha glória; tu eras tudo
para mim. Filho, veja como estou de luto, olhe
para mim e me conheça, mas você não pode
mais me olhar. Fala, diz-me uma palavra de
alívio; mas já não falas porque estás morto. Ó
espinhos cruéis, dizia, contemplando aqueles
instrumentos atrozes, pregos, lança impiedosa,
como pudestes assim atormentar vosso Criador?
Mas que espinhos? Que pregos? Ó pecadores,
exclamava, vós sois os que maltratastes deste
modo o meu Filho”.
Maria encontra consolo apenas se evitamos o
pecado Assim se expressava Maria, e se
lamentava por culpa nossa. Mas se agora
pudesse padecer, o que diria? que pena não
sentiria ao ver que os homens, depois da morte
do seu Filho, continuavam a persegui-lo e
crucificá-lo com os seus pecados?
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Não atormentemos mais esta Mãe Dolorosa; e se


no passado a afligimos com as nossas culpas,
façamos o que agora nos diz, que é isto: “Tende
juízo, rebeldes” (Is 56, 8).
Pecadores, voltai-vos para o Coração ferido de
Jesus; voltai-vos arrependidos, que Ele vos
acolherá. Foge dele para te refugiares nele,
parece dizer-nos segundo o abade Guérrico; do
juiz, o Redentor; do tribunal, à cruz. Segundo as
revelações da Virgem a Santa Brígida, a seu Filho
já baixado da cruz, pôde fechar-lhe os olhos, mas
lhe custou cruzar-lhe os braços, como se
quisesse dar-lhe a entender que Jesus Cristo quis
seguir com os braços abertos para acolher todos
os pecadores arrependidos que voltam para ele.
Ó mundo, parece continuar a dizer Maria, “o teu
tempo, o tempo dos amores” (Ez 16, 8). Olha, ó
mundo, que meu Filho morreu para te salvar e
não é tempo para o temor, mas para o amor;
tempo de amar aquele que para te demonstrar o
amor que tem querido padecer tanto.
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Diz São Bernardino: “Por isso foi violado o


coração de Cristo, para que através da chaga
visível se visse a ferida do amor invisível”. Se,
pois, conclui Maria, ao dizer do Idiota, meu Filho
quis que lhe fosse aberto o lado para te dar seu
coração, é de todo razoável que você também
lhe dê o seu. E se quereis, filhos de Maria,
encontrar lugar no coração de Jesus, sem vos ver
rejeitados, ide com Maria, diz Ubertino de Casale,
que Ela vos conseguirá a graça. E como prova
disso, aqui está um exemplo.
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EXEMPLO
Misericórdia de Deus
com um pecador arrependido

Refere o Discípulo (apelido de João Herolt) que


um pobre pecador, depois de ter cometido toda
sorte de crimes até chegar a matar seu pai e um
irmão, como é natural, andava fugitivo. Este
homem, num dia de Quaresma, ouvindo um
pregador falar da divina misericórdia, foi
confessar-se com ele. O confessor, ouvindo tão
grandes pecados, depois de o ter absolvido,
mandou-o ao altar da Virgem Dolorosa para que
rezasse diante dela a penitência. Foi o pecador e
começou a rezar, caindo morto de repente. No
dia seguinte, recomendando o sacerdote ao povo
aquela alma, viu-se voar pela igreja uma branca
pomba da qual se desprendeu, diante dos pés do
sacerdote, um papel que dizia: Sua alma, logo
que saiu do corpo, entrou no paraíso; E tu,
continua a pregar a misericórdia infinita de Deus.
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ORAÇÃO PEDINDO
O AMOR DE DEUS

Virgem Dolorosa, grande alma nas virtudes e


grande nas dores. Ensina-me a sofrer contigo,
imitando tua entrega e fortaleza que nascem do
grande incêndio de amor que tens Deus, pois o
teu coração não sabe amar mais do que a ele.
Minha mãe, tenha compaixão de mim que não
amei a Deus e que tanto ofendi. Suas dores me
dão grande confiança de conseguir o perdão.
Mas, como isto não basta, quero amar o meu
Senhor. E quem melhor do que a senhora, Mãe
do amor pode passar para mim? Maria, tu que
consolas a todos, fale comigo também. Amém.
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7ª DOR:
O SEPULTAMENTO DE JESUS

Maria teve de se separar de Jesus


Quando uma mãe está junto ao filho que sofre, sem
dúvida padece todas as penas do filho, mas quando
o filho atormentado morre e vai ser sepultado e a
mãe deve despedir-se de seu filho, ó Senhor, o
pensamento de que não há de vê-lo mais é superior
a todas as outras dores. Esta é a última espada de
dor que hoje vamos considerar, quando Maria,
depois de ter assistido o Filho na cruz, depois de tê-
lo abraçado já morto, devia finalmente deixá-lo no
sepulcro, ficando privada de sua amada presença.
Mas, para melhor considerar este último mistério de
dor, voltemos ao Calvário para contemplar a aflita
Mãe que ainda tem abraçado o Filho morto. Parece
que lhe disse como Jó: “Filho meu, filho meu,
tornaste-te cruel para comigo” (Jó 30, 21); sim,
porque todas as tuas belas
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qualidades, a tua beleza, a tua graça, a tua virtude,


os teus bons modos, todas as amostras de amor
especialíssimo que me deste foram trocadas em
tantas outras flechas de dor, que quanto mais me
inflamaram em teu amor, tanto mais me fazem
sentir agora a pena cruel de te haver perdido. Meu
filho tão amado, ao perder-te perdi tudo. São
Bernardo imagina que lhe fala assim: “Ó verdadeiro
Filho de Deus, tu eras para mim pai, filho e esposo;
tu eras a minha alma! Agora vejo-me órfã de pai,
viúva sem marido, desolada sem filho; tendo
perdido o filho, perdi tudo”.
Assim está Maria submergida em sua dor abraçada
a seu Filho; mas os santos discípulos, temendo que
esta pobre mãe morresse ali de dor, apressaram-se
a tirar-lhe de seu regaço aquele Filho morto para
dar-lhe sepultura. Por isso, com reverente violência,
tiraram-no dos braços e, embalando-o com aromas,
envolveram-no no lençol já preparado, no qual o
Senhor quis imprimir ao mundo a sua figura, como
se vê hoje em Turim.
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despede-te do teu Filho”. E a Mãe dolorosa dir-lhe-ia:


“Meu filho, caríssimo, recebe o coração da tua
amada Mãe que deixou sepultado com o teu”. Disse
Nossa Senhora a Santa Brígida: “Posso dizer com
verdade que, tendo sido sepultado meu Filho, ali
ficaram sepultados dois corações”.
Por fim, rolam a pedra e fica encerrado no santo
sepulcro o corpo de Jesus, aquele grande tesouro,
que não há maior nem no céu nem na terra.
Façamos aqui um parêntese: Maria deixa sepultado
o seu coração no sepulcro com Jesus, porque Jesus é
todo o seu tesouro. “Pois onde estiver o vosso
tesouro, ali estará também o vosso coração” (Lc 12,
34). E onde é que nós colocamos o nosso coração?
Talvez nas criaturas? Na lama? E por que não em
Jesus que mesmo tendo ascendido ao céu quis ficar,
não já morto, mas vivo no Santíssimo Sacramento
do altar para ter-nos consigo e possuir nossos
corações?
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Maria se despede de seu Filho


Mas voltemos a Maria. São Boaventura diz que a
Virgem, ao se afastar do sepulcro abençoou-o,
dizendo: “Pedra sagrada, pedra afortunada que
agora guardas dentro de ti aquele que esteve
nove meses no meu seio, eu te abençoo e te
invejo; deixo que guardes este meu Filho que é
todo o meu bem e todo o meu amor”. E depois,
dirigindo-se ao eterno Pai, diria: “Ó Pai, confio-te
a este teu Filho e meu”. E com isto, dando o
último adeus ao Filho e ao sepulcro, partiu e
voltou para casa. Andava esta pobre Mãe tão
triste e aflita que, segundo São Bernardo,
excitava as lágrimas de muitos ainda sem querer,
de modo que por onde passava os que a viam
não podiam conter o pranto. E acrescenta que os
que a acompanhavam choravam pelo Senhor e
por ela ao mesmo tempo. Afirma São
Boaventura que as santas mulheres lhe puseram
um véu de luto, como o das viúvas, que lhe
escondia em grande parte o rosto.
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E diz que ao passar de volta junto à cruz banhada


com o sangue de Jesus, foi a primeira a adorá-la,
e diria: “Ó Santa Cruz, eu te beijo e te adoro
porque já não és mais madeiro infame, mas
trono de amor e altar de misericórdia
consagrado com o sangue do Cordeiro divino
que já foi nela sacrificado pela saúde do mundo”.

Maria em solidão
Após o sepultamento, Maria volta para casa.
Entrando nela, olha ao redor, mas já não vê
Jesus, e vêm-lhe à memória todas as recordações
da sua bela vida e da impiedosa morte. Lembra-
se dos primeiros abraços que deu ao Filho na
gruta de Belém, dos colóquios que teve com Ele
durante tantos anos na casa de Nazaré; vêm-lhe
à mente as constantes mostras de afeto mútuo,
os ternos olhares cheios de amor, as palavras de
vida eterna que saíam sempre de sua boca
divina. Mas logo se lhe representam as terríveis
cenas vividas naquele mesmo dia; se lhe
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representam aqueles pregos, aquela carne


dilacerada de seu Filho, aquelas chagas
profundas, aqueles ossos à vista, aquela boca
entreaberta, aqueles olhos sem vida. Que noite
dolorosa aquela para Maria! Contemplando São
João, a Mãe dolorosa perguntar-lhe-ia: “João,
onde está o teu mestre?”
Depois perguntou à Madalena: “Dize-me, filha,
onde está o teu amado? Quem te tirou?” Chora
Maria e com ela todos os que a acompanham.
E tu, minha alma, não choras? Voltando-te para
Maria, dize-lhe como São Boaventura: “Deixa-me,
minha senhora, que chore contigo; tu és a
inocente e eu sou o réu”. Rogo-lhe que ao menos
te admita a chorar com ela: faz que chore
contigo. Ela chora por amor, chora tu de dor por
teus pecados. E desta maneira, chorando tu,
poderás ter a graça daquele de quem se fala no
seguinte exemplo.
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EXEMPLO
A visita de Maria
a um religioso morimbundo

Conta o P. Engelgrave que um religioso vivia tão


atormentado pelos escrúpulos, que às vezes
estava quase à beira do desespero; mas como
era devotíssimo da Virgem das Dores, a ela
recorreu sempre nas suas lutas espirituais e,
contemplando as suas dores, sentiu-se
confortado. Chegou a hora da morte e, então, o
demônio o perseguia mais que nunca com seus
escrúpulos e o tentava de desespero. Eis que a
piedosa Mãe, vendo o seu pobre filho tão
angustiado, apareceu-lhe e lhe disse: “E tu, meu
filho, te consomes de angústias, quando tantas
vezes me consolaste nas minhas dores? Meu
filho, por que te entristeces tanto e estás cheio
de temor, que não fizeste senão consolar-me
com a tua compaixão das minhas dores? Jesus
mandou-me para te consolar; portanto, anima-te,
regozija-te e vem comigo ao paraíso”.
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E ao dizer isto o devoto religioso, cheio de


consolo e confiança, pacificamente expirou.

EXEMPLO
ORAÇÃO PARA ALCANÇAR
PAZ E SALVAÇÃO

Virgem das Dores, minha Mãe, não quero deixar-


te sozinha a chorar, mas quero unir as tuas
lágrimas às minhas. Esta graça te peço hoje: uma
lembrança contínua, com terna devoção, da
paixão de Jesus e da tua para que nos dias que
me restam de vida sempre chore as tuas dores,
minha Mãe, e as do meu Redentor. Espero que
na hora da minha morte estas dores me deem
confiança para não me desesperar à vista dos
pecados com que ofendi o meu Senhor. Eles têm
que me alcançar o perdão, a perseverança e o
paraíso, onde espero alegrar-me contigo e cantar
para sempre as infinitas misericórdias do meu
Deus. Assim o espero, assim seja. Amém.
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Oração retirada do nosso


devocionário da Paixão,
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