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Roteiro celebrativo para o Trânsito de São


Francisco de Assis

Preparação prévia:
 Luzes da igreja apagadas, somente as da Via Sacra acesas –
providenciar lanternas para os cantores;
 Luzes só serão acesas na hora da comunhão.

1. Refrão Meditativo – O AMOR NÃO É AMADO


2. Canto de entrada – IRMÃO FRANCISCO IRMÃO DE TODO
IRMÃO

3. Monição A celebração do Trânsito de São Francisco de


Assis encerra o mistério da vida, morte e ressurreição.
Celebrar o dom da vida é aceitar a morte como irmã,
caminho único para a Ressurreição. Na véspera de sua
festa, como irmão e filhos do Santo de Assis, desejamos
meditar sobre sua passagem deste mundo para a
eternidade.

4. Ritos Iniciais
5. Despojamento das vestes – ORAÇÃO DE SÃO
FRANCISCO
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6. Recordação da Vida de São Francisco –


memória de sua morte

Memória da Morte
de São Francisco
“Verdadeiramente era luz verdadeira a presença de nosso irmão e
Pai Francisco, não só para nós que compartilhávamos da mesma
profissão de vida, mas também para os que estavam longe. Era,
pois, luz, enviada pela luz que iluminava os que estavam nas trevas
e na sombra da morte, para dirigir seus passos no caminho da paz.
Isto ele fez, como verdadeira luz do meio-dia, que nascendo do
alto, iluminava o seu coração e acendia a sua vontade com o fogo
de seu amor... Seu nome é celebrado até os confins mais
longínquos e todo o universo admira as maravilhas de sua obra.
(...) Alegremo-nos porque antes de ser arrebatado de nós, qual
outro Jacó, abençoou todos os seus filhos e perdoou a todos por
qualquer erro que tivesse cometido  ou pensado contra ele...
(...) Enquanto era vivo, tinha um aspecto descuidado, não havia
beleza em seu rosto; nenhum membro havia restado nele que não
estivesse dolorido. Devido à contração dos nervos, seus membros
estavam rígidos como os de um cadáver. Mas depois de sua morte,
seu semblante ficou belíssimo, brilhando com admirável candura,
alegrando a visão. Portanto, irmãos, bendizei o Deus do céu e dai-
lhe glória diante de todo o ser vivente, porque Ele usou de
misericórdia para conosco. Guardai a lembrança de nosso Pai e
Irmão Francisco para louvor e glória daquele que o engrandeceu
entre os homens e o glorificou perante os anjos. Rezai por ele,
conforme ele mesmo no-lo pediu antes de morrer e invocai-o para
que Deus nos faça participantes com ele de sua santa Graça.
Amém.  
Carta Encíclica de Frei Elias sobre o Trânsito de São Francisco,
pág. 1453, das Fontes Franciscanas  
7. Canto – GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS

8. Oração do Dia:“Ó Deus, que fizestes o seráfico Pai São


Francisco de Assis assemelhar-se ao Cristo por uma vida
de humildade e pobreza, concedei que, trilhando o
mesmo caminho, sigamos fielmente o vosso Filho,
unindo-nos convosco na perfeita alegria.” Por Nosso
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Senhor Jesus Cristo vosso Filho na unidade do Espírito


Santo. Amém.
9. Refrão Meditativo- QUE ARDA COMO BRASA

10. Liturgia da Palavra (1 leitura 2Tm 4,6-8/Salmo 141/Aclamação ao


Evangelho/Evangelho Jo 13)

11. Homilia

CANTO: QUANDO O FOGO

12. Trânsito de São Francisco (Leitura do relato da morte de São


Francisco de Assis)

O Trânsito de São Francisco de Assis: Sua Admirável Paciência


e Morte
Por São Boaventura Doutor da Igreja

Animador Aos três de outubro, celebra-se o Trânsito de São


Francisco de Assis. "Trânsito" é a designação da passagem desta
vida para a outra, aquela que é o prêmio dos justos (CIC §1038),
para qual temos vocação por dom gratuito de Deus (Ibidem
§1998).
Para conhecermos como foram os últimos momentos da vida do
Pai Seráfico, vamos às Fontes Franciscanas, as mais limpas águas
sobre o Santo, onde encontramos o relato de seu biógrafo São
Boaventura, o Doutor Seráfico, que descreve a "admirável
paciência e morte" na Legenda Maior.
"O sanctissima anima"!

Leitor 1: "Francisco, já pregado na cruz, tanto na carne como no


espírito, não só ardia em amor seráfico por Deus, mas também,
com o Cristo crucificado, tinha sede da multidão dos que se hão de
salvar. Por isso fazia com que carregassem seu corpo quase morto
pelas cidades e castelos -- pois não podia andar por causa da
excrescência dos cravos nos pés para animar os outros a
carregarem a cruz de Cristo. Também dizia aos frades;
Comecemos, irmãos, a servir ao Senhor nosso Deus,
porque até agora pouco adiantamos. Também ardia num
grande desejo de voltar à humildade dos primórdios, para servir
aos leprosos como no começo, e para fazer voltar à primitiva
servidão o corpo já derrubado pelo trabalho. Propunha-se, sob a
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orientação de Cristo, fazer grandes coisas e, enfraquecido nos


membros mas forte e fervoroso no espírito, esperava obter um
triunfo do inimigo em um novo combate. Pois a frouxidão e a
preguiça também não têm lugar onde o estímulo do amor urge
sempre para coisas maiores. Pois era tão grande nele a concórdia
entre a carne e o espírito, tanta a prontidão da obediência, que
quando ele se esforçava por atingir toda a santidade, a carne não
só não se opunha como lutava para correr na frente.

 Refrão musical – TENHO MAIOR ALEGRIA

Leitor 2: Para que fosse aumentado para o homem de Deus o


acúmulo de méritos, que na verdade consuma-se todo na paciência,
começou a sofrer tão gravemente de muitas doenças, que mal
sobrara nele algum membro que não padecesse uma grande dor.
No final, foi levado por essas várias, diuturnas e contínuas doenças
a um estado em que, com as carnes já consumidas, parecia estar
em pele e ossos. E como sofria dores muito fortes no corpo, não
chamava suas angústias de penas mas de irmãs. Mas, uma vez,
quando estava sofrendo pontadas da doença mais graves do que o
comum, disse-lhe um frade simples: 'Irmão, ora ao Senhor para
que te trate mais brandamente, pois parece que sua mão está
pesando sobre ti mais do que devia'. Quando ouviu isso, o homem
santo exclamou com um grande gemido: 'Se não conhecesse tua
simples pureza, eu não ia querer mais ter a tua
companhia, porque ousaste julgar repreensíveis os juízos
divinos a meu respeito'. E embora seu corpo estivesse todo
triturado pela multiplicidade do sofrimento, jogando-se no chão,
bateu os fracos ossos com uma dura queda. E, beijando o chão,
disse: 'Graças te dou, Senhor Deus, por todas estas minhas
dores, e peço que as centupliqueis, se for do vosso agrado;
porque eu vou gostar muito que não me poupes,
afligindo-me com a dor, pois a minha consolação
superplena é o cumprimento da tua santa vontade'. Por
isso os frades achavam que estavam vendo um outro Jó, para
quem, quando crescia o sofrimento da carne, crescia junto o vigor
da mente. Ele mesmo soube muito antes quando seria sua morte e,
estando iminente o dia da passagem, disse a seus frades que o
tabernáculo do corpo deveria ser deixado em breve, como lhe fora
revelado por Cristo.

 Refrão musical – MEU DEUS E MEU TUDO


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Leitor 3: Então, dois anos depois da impressão dos sagrados


estigmas, isto é, no vigésimo ano de sua conversão, como estivesse
esquadrejado por muitos golpes das angustiosas doenças que o
punham à prova, pediu que fosse levado para Santa Maria da
Porciúncula, como uma pedra que devia ser colocada no edifício da
superna Jerusalém e como uma obra maleável levada à perfeição
pelo martelo de múltiplas tribulações, de modo que, onde tinha
recebido o espírito da graça, aí entregasse o espírito da vida.
Quando foi levado para lá, para mostrar com o exemplo da
verdade que nele não havia nada em comum com o mundo,
naquela enfermidade tão grave que terminou todos os sofrimentos,
com fervor de espírito prostrou-se completamente nu sobre o chão
nu, de modo que naquela hora suprema, em que ainda podia irritar
o inimigo, nu lutasse com o nu.
Prostrado assim no chão, tendo tirado a roupa de saco, elevou o
rosto ao céu como costumava e, todo atento à sua glória, cobriu
com a mão esquerda a chaga do lado direito, para que não fosse
vista. E disse aos frades: 'Fiz o que me cabia; que Cristo vos
ensine o que cabe a vós'.
Choravam os companheiros do santo, pois tinham sido feridos pelo
dardo admirável da compaixão, e um deles, que o homem de Deus
dizia que era seu guardião, sabendo por divina inspiração qual era
o seu desejo, levantou-se depressa, pegou a corda com a túnica e as
calças e ofereceu ao pobrezinho. Disse: 'Eu te empresto isso como a
um pobre, e tu o recebas por mandato da santa obediência'. O
homem santo se alegrou com isso e se rejubilou com a alegria do
coração, porque viu que foi fiel à senhora pobreza até o fim e,
levantando as mãos para o céu, glorificou o seu Cristo porque,
despojado de tudo, ia livre para Ele. Fizera tudo isso pelo zelo da
pobreza, pois não queria ter nem um hábito, a não ser emprestado.
Quis certamente ser em tudo conforme ao Cristo crucificado, que
pendeu na cruz pobre, doente e nu. Por isso, também no princípio
de sua conversão ficou nu diante do bispo e na consumação da vida
quis sair do mundo nu. Aos frades que o assistiam impôs, pela
obediência da caridade, que, quando vissem que ele já tinha
morrido, deixassem-no nu no chão tanto tempo quanto uma pessoa
precisa para percorrer devagar uma milha. Ó homem
verdadeiramente cristianíssimo, que procurou ser conforme pela
imitação: vivo ao Cristo vivo; morrendo, ao Cristo moribundo; e
morto ao Cristo morto, e mereceu ser ornado com essa semelhança
expressa.

 Refrão musical – NÃO PERCA DE VISTA


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Leitor 4: Pois quando se aproximou, finalmente a hora de sua


passagem, mandou chamar todos os frades que estavam no lugar,
e suavizando-os por sua morte com palavras de consolação,
exortou-os com paterno afeto ao amor divino. Estendeu sua
alocução falando da paciência, da pobreza e da Santa Igreja
Romana, que deviam ser observadas com fidelidade, e que o santo
Evangelho devia ser anteposto a outras instituições. Estendeu as
mãos sobre todos os frades que estavam ao redor, fechando os
braços em forma de cruz, porque sempre amava esse sinal, e
abençoou a todos os frades, tanto presentes como ausentes, na
virtude e no nome do Crucificado. E ainda acrescentou: ' Adeus,
meus filhos todos, no temor do Senhor, e nele sempre
permanecei. E porque se aproximam no futuro a tentação
e a tribulação, felizes os que perseverarem naquilo que
começaram. Eu me apresso para Deus, a cuja graça
recomendo vós todos'. Quando terminou essa suave
admoestação, o caríssimo homem de Deus mandou que trouxessem
um códice dos Evangelhos e pediu que lessem para ele o Evangelho
segundo João (Jo 13) , começando naquele lugar: 'Antes do dia da
festa da Páscoa... ' Ele mesmo, soltou a voz, quanto pôde, nesse
Salmo: '
Clamei ao Senhor com minha voz, com minha voz supliquei ao
Senhor', e foi até o fim: 'Os justos estão me esperando até que me
dês a recompensa' (Sl 141).

 Refrão musical – SENHOR, SOIS NOSSA ESPERANÇA

Leitor 5: Finalmente, cumpridos nele todos os mistérios, livre


aquela alma santíssima da carne, e absorvida no abismo da
claridade divina, o homem bem-aventurado dormiu no Senhor. Um
de seus frades e discípulos via aquela alma bem-aventurada na
forma de uma estrela muito fulgente, carregada por uma
nuvenzinha branca, sobre as águas imensas, sendo levada para o
céu diretamente, muito clara pela candura da santidade sublime,
repleta ao mesmo tempo da celeste sabedoria e da uberdade da
graça, pelas quais o homem santo mereceu entrar no lugar da luz e
da paz, onde repousa sem fim com Cristo. Também o ministro da
Terra di Lavoro, que então era Frei Agostinho, que já estava nas
últimas, e já fazia muito tempo que tinha perdido a fala, ouvindo-o
os que estavam presentes, clamou de repente, dizendo: 'Espera-me,
pai, espera, olha que eu já vou contigo!'. Os frades ficaram muito
admirados e perguntaram a quem assim falava tão
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audaciosamente, e ele respondeu: 'Será que não estais vendo o


nosso pai Francisco, que vai para o céu?'. E na mesma hora, sua
santa alma, migrando da carne, seguiu o pai santíssimo. O bispo
de Assis tinha ido, nesse tempo, em peregrinação ao oratório de
São Miguel no Monte Gargano. O bem-aventurado Francisco
apareceu-lhe na noite de sua morte e lhe disse: 'Estou deixando o
mundo e vou para o céu'.
 Refrão musical – SENHOR SOIS ETERNA VIDA
Leitor 6: Quando se levantou de manhã, o bispo contou aos
companheiros o que vira e, voltando a Assis, investigou
cuidadosamente e ficou com a certeza de que, naquela hora, em que
ficou sabendo pela visão, o bem-aventurado pai migrou deste
mundo. As cotovias, que gostam da luz e têm horror às trevas dos
crepúsculos, na hora da passagem do santo homem, quando já era
o crepúsculo da noite que viria, vieram em grande multidão acima
do teto da casa. Ficaram muito tempo dando voltas com uma
alegria inusitada, dando um testemunho tão bonito quanto
evidente da glória do santo, que costumava convida-las ao louvor
divino."
(Legenda Maior XIV, 1-6).

13. Lucernário (acendimento do Círio Pascal e das velas das vestes de


São Francisco) – Canto – Ó LUZ DO SENHOR

14. Ladainha de São Francisco de Assis


15. Ofertório – DOCE É SENTIR

16. Rito da Comunhão


LOUVAÇÃO: CÂNTICO DAS CRIATURAS
PAI – NOSSO
COMUNHÃO

17. Oração pós comunhão: “Ó Deus, só tu és santo e sem ti


ninguém pode ser bom. Tu manifestaste tua santidade na vida e
no testemunho do teu servo o Seráfico Pai Francisco de Assis.
Celebrando hoje sua memória, te pedimos, dá-nos o teu Espírito
para que, no meio dos trabalhos e lutas de cada dia, tenhamos os
mesmos sentimentos de Jesus Cristo, e sejamos santos como tu és
santo” Por Cristo nosso Senhor. Amém.

18. Avisos

19. Entrada dos 12 símbolos de São Francisco - Canto


QUANDO O FOGO
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-Bíblia
-Sandália
-Crucifixo de São Damião
-Sacola
- Tau
- Pregos
- Terra
- Terra
- Terço
- Calopcita
- Singolo
-Bandeira da paz
20. A herança de São Francisco de Assis

Leitor 7 : “Um dia Frei Masseo, que se julgava bonito homem, dirigiu-se
ao beato Francisco, que saia da híspita selva de Porciúncula e de
improviso lhe pergunta:
“Porque a ti? Por que a ti? Por que a ti? ”
“Que queres dizer? Retrucou Francisco.
Quero saber por que é atrás de ti que todo mundo corre, por que parecem
todos desejar ver-te e obedecer-te? Não és belo, não tens grande ciência,
não és nobre; por que, pois, todo mundo te segue? ”
Exultando ao tríplice desagradável cumprimento, São Francisco levantou
o rosto para o céu e ficou durante algum tempo absorto. Depois ajoelhou-
se, louvou e agradeceu a Deus e, finalmente, voltando-se para Frei
Masseo, disse: “Queres saber por que a mim? Queres saber por que a
mim? Porque aos olhos do Altíssimo Deus não viram entre os pecadores
ninguém mais vil, nem mais incapaz, nem maior pecador que eu; e para
operar maravilhas que entende fazer escolheu exatamente a mim, para
confundir a nobreza, a altivez, a fortaleza, a beleza e a sabedoria do
mundo, a fim de que veja que toda a virtude e todo bem são dele e não da
criatura. ”

“... a herança de São Francisco de Assis permanece e se difunde no


mundo, recolhendo-se toda na santa Igreja unicamente. Mas a herança
especial de São Francisco à Itália e a nossa Capela do Alto de hoje é
oração, ação e pobreza. Pobreza quer dizer sacrifico. Pobreza não
quer dizer preferir às vantagens econômicas, mas sim as duas supremas
riquezas espirituais: o amor e a liberdade de filhos de Deus.”
( STICCO, Maria, São Francisco de Assis, X. Laudes da Vida e da Morte,
pág. 280-285, Editora Vozes, 10 edição, 2003)

21.Consagração a Nossa Senhora


22. Oração diante de São Francisco
23. Benção Final com o Crucifixo de São Damião – O
SENHOR VOS DÊ A PAZ

Bênção de São Francisco


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O Senhor te abençoe e te proteja.


Mostre-te a tua face e se compadeça de ti.
Volva a ti o seu rosto.
E te dê a paz.
O Senhor te abençoe,
Pai, Filho e Espírito Santo.

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