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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

1ª LIÇÃO

O CONCERTO ETERNO

O grande objetivo desta série de estudos é proporcionar uma melhor


compreensão acerca do plano de salvação, ajudando o leitor a encontrar uma
resposta bíblica para a intrigante pergunta: “O que devo fazer para me
salvar?” Para resolver essa questão, outros relevantes tópicos também serão
abordados, tais como a relação entre a fé, a graça e a Lei. Serão objeto de
especial atenção também os escritos de Paulo sobre o tema, que servem de
palco para acirradas controvérsias nos círculos teológicos.

TEXTO-BASE: DANIEL 9:27 (PRIMEIRA PARTE)

“Ele fará firme aliança com muitos por uma semana; na metade da
semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares.”

De acordo com essa passagem, o Messias viria para “fazer firme” a “aliança”
“por uma semana”.

ENTENDENDO O TERMO “ALIANÇA”

O termo “aliança” é sinônimo de “concerto”, “convênio” ou “pacto”. Todas essas


expressões se referem a um acordo de vontades, em que duas ou mais partes
se unem em prol de interesses comuns. O exemplo a seguir será de grande
valor para a compreensão do assunto.

O casamento é a união de duas pessoas com o objetivo de viverem juntas,


ajudando-se mutuamente, por toda a vida. A única forma de se oficializar essa
união é através da celebração de casamento. Durante a cerimônia, ambos são
informados das condições para a vida conjunta, quando, então, prometem
cumpri-las. Enquanto ambos forem fiéis ao compromisso firmado, a relação

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permanecerá estável; mas, se uma das partes for infiel, a outra estará livre do
acordo, não estando mais obrigada à vida conjugal, nem mesmo a se
reconciliar. Conquanto todos os esforços devam ser feitos no intuito de se
restabelecer a felicidade da família e do casal, não há nada que possa obrigar
a parte inocente a uma reconciliação. Se a parte ofensora se mostrar
verdadeiramente arrependida, buscando reatar a vida comum, e o ofendido a
aceitar novamente, a decisão deste último será um ato de misericórdia, um
favor, visto que não era obrigado a assim proceder.

O PLANO DE SALVAÇÃO E O CONCERTO ETERNO

O plano de salvação nasceu de um concerto feito entre o Pai e o Filho, antes


mesmo da fundação do mundo:

“Antes que os fundamentos da Terra fossem lançados, o Pai e o Filho


Se haviam unido num concerto para redimir o homem, se ele fosse
vencido por Satanás. Haviam-Se dado as mãos, num solene
compromisso de que Cristo Se tornaria o fiador da raça humana. Esse
compromisso cumprira Cristo. Quando, sobre a cruz soltara o brado:
‘Está consumado’ (João 19:30), dirigira-Se ao Pai. O pacto fora
plenamente satisfeito. Agora Ele declara: ‘Pai, está consumado. Fiz, ó
Meu Deus, a Tua vontade. Concluí a obra da redenção. Se a Tua justiça
está satisfeita, 'quero que, onde Eu estiver, também eles estejam
comigo'.’ João 17:24.” O Deseja de Todas as Nações, p. 834.

A salvação do homem é fruto desse concerto entre Jesus e Seu Pai. Ao vir a
este mundo morrer pelos pecadores, Cristo estava cumprindo Sua parte
naquele pacto.

Mas, como e quando esse “pacto” ou “concerto” se fez necessário?

Em Oséias 6:7, há um ligeiro registro sobre o assunto, porém de grande


significado: “Mas eles transgrediram a aliança, como Adão; eles se portaram
aleivosamente contra Mim.”

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No Éden, ao falar a respeito da árvore da ciência do bem e do mal e das


condições necessárias para a vida eterna, Deus estava fazendo uma “aliança”
ou “pacto” com a humanidade, ali representada por Adão.

Ao ceder à tentação, comendo do fruto proibido, Adão quebrou seu concerto


com Deus. Por causa disso, conforme estava previsto no acordo, o homem
perderia o acesso à árvore da vida e teria que sofrer sua merecida
condenação: a morte eterna. Diante dessa situação, deseperadora, só lhe
restava depositar confiança no concerto anteriormente firmado entre o Pai e o
Filho, no qual havia uma promessa de redenção.

Gênesis 3:15 retrata a primeira vez em que o plano de salvação foi


apresentado ao homem: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua
descendência e o seu Descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o
calcanhar.”

Tradicionalmente, esse texto tem sido compreendido como a primeira luz de


esperança ao homem, a mais antiga profecia messiânica. Como tinha sido a
serpente quem provocara a quebra do concerto, a promessa de que sua
cabeça seria esmagada implicava, logicamente, na restauração daquele
concerto. Isso, conforme a promessa, seria realizado pelo Descendente da
mulher.

Desde aquele tempo, essas boas novas de salvação e da restauração do


concerto têm sido transmitidas através dos que se mantiveram fiéis aos
princípios do Céu. Deus não permitiu que a fé nessa promessa desaparecesse
no transcorrer da História.

Esse pacto [restaurado] é chamado de “Concerto da Graça”. Por que “da


Graça”? Porque é algo feito de favor, sem merecimento da parte do homem.
Homens com quem Deus renovou Seu pacto através dos tempos:

 Noé: Gênesis 9:11 a 13.

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 Abraão: Gênesis 15:18; e 17:2, 4, 7 e 9.

 Isaque: Gênesis 17:19 e 21.

 Jacó: Gênesis 28:10 a 14.

COMPREENDENDO MELHOR O TEXTO DE DANIEL 9:27

“Ele fará firme aliança com muitos por uma semana; na metade da
semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares.”

De acordo com esse texto, o “Ele”, o Messias, o Descendente da mulher, é


Quem realizaria a confirmação do concerto. Em Mateus 26:28, Jesus repete
algumas das expressões usadas por Daniel: “Porque isto é o Meu sangue, o
sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de
pecados.”

Muitos autores se equivocam ao pensar que Cristo confirmou o Concerto da


Graça apenas no momento da cruz. Não percebem que o texto de Daniel
pressupõe todo um processo para a ratificação do Concerto Eterno, vez que se
diz que o Messias levaria um período de uma semana profética, ou seja, 7
anos literais (1 semana = 7 dias = 7 anos), para “fazer firme aliança com
muitos”. Isso indica uma sucessão de atos, dentre os quais se destaca o da
cessação do sistema de sacrifícios e de ofertas de manjares, o que ocorreria
no meio da última semana. O concerto só estaria definitivamente estabelecido
3,5 anos após a morte de Jesus.

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ENTENDENDO A EXPRESSÃO “FAZER FIRME”

A expressão “fazer firme” é tradução do vocábulo hebraico “gabar” (pronuncia-


se “gavar”). Literalmente, essa palavra tem o significado de “fortalecer” ou
“confirmar”. Portanto, consoante Daniel 9:27, o Messias levaria 7 anos (uma
semana profética) para fortalecer ou confirmar o concerto.

Para que se possa entender corretamente a natureza da obra que Jesus teria
que desempenhar durante esse período, torna-se imprescindível analisar um
outro processo de confirmação de concerto, o qual lhe serviu de “sombra” ou
“tipo”.

MOISÉS E O CONCERTO DO SINAI  CRISTO E O CONCERTO DA


GRAÇA

O concerto feito por Deus com o povo de Israel no Sinai foi deixado como um
exemplo do trabalho que Jesus desempenharia durante Seu ministério, de tal
forma que um serviria de parâmetro para o outro.

Como foi estabelecido o “Concerto do Sinai”? Ver Êxodo 19: 3 a 8; e 24: 1 a 3


e 6 a 8.

1° - Primeiramente, Deus transmitiu Sua vontade a Moisés, a saber, Seus


mandamentos, estatutos e juízos.

2° - A seguir, na qualidade de mediador, Moisés proclamou essas regras ao


povo, como cláusulas de um acordo que Deus intencionava fazer com os
israelitas. Houve, portanto, um processo de doutrinamento.

3° - Depois, o povo aderiu ao concerto, ao dizer: “Tudo o que falou o Senhor,


faremos e obedeceremos.”.

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4° - Na seqüência, foram realizados certos sacrifícios, com o sangue dos quais


Moisés aspergiu o livro da Lei e o próprio povo, ato pelo qual foi ratificado o
concerto.

O papel que Moisés desempenhou como mediador entre Deus e o povo no


estabelecimento do Concerto do Sinai era um “tipo” da função que o Messias
haveria de exercer na confirmação do Concerto da Graça.

“Suscitar-lhes-ei um Profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti,


em cuja boca porei as Minhas palavras, e Ele lhes falará tudo o que
Eu Lhe ordenar. De todo aquele que não ouvir as Minhas palavras,
que Ele falar em Meu nome, disso lhe pedirei contas.” Deuteronômio
18: 18 e 19.

Os seguintes textos comprovam o paralelismo entre o ministério de Moisés e o


ministério de Cristo: João 1: 17 e 45; 3: 14; e 5:46; Atos 3:22; 7:37; 7:25; e
5:31; e Hebreus 3:3.

Como o Messias prometido e na qualidade de mediador do novo concerto,


Jesus teria que seguir basicamente o mesmo roteiro traçado por Moisés na
elaboração do Concerto do Sinai:

1° - Assim como Moisés, Cristo afirmou ter recebido Sua mensagem de Deus
(João 12:50).

2° - À semelhança de Moisés, Jesus também proclamou as cláusulas do


acordo ao povo. Isso Ele fez não somente através de Seus ensinos como
também de Seu exemplo. Um dos momentos que se destacam nesse processo
de doutrinamento é o do ilustre “Sermão do Monte” (capítulos 5 a 7 de
Mateus).

3° - Os discípulos de Jesus aderiram ao concerto, por sua fé na obra e nos


ensinos de Jesus (João 7:31 e 48; 8: 30; e 12:11).

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4° - Por fim, Jesus ratificou o concerto com Seu próprio sangue, ao depor Sua
vida sobre a cruz do Calvário (Marcos 14:24).

CONCLUSÃO

 O plano da salvação nasceu de um concerto feito entre o Pai e o Filho,


antes mesmo da fundação do mundo.

 Esse plano foi apresentado ao homem logo após ter este quebrado o
acordo original feito com Deus no Éden.

 De acordo com Daniel 9:27, o Messias viria para “fortalecer” ou “confirmar” o


Concerto de Salvação feito entre Ele e o Pai.

 Esse processo de confirmação do concerto duraria o período de uma


semana profética, ou seja, 7 anos literais.

 A confirmação da aliança efetuada pelo Messias dependeria de um


processo de doutrinamento, conforme se depreende do paralelismo entre o
Concerto do Sinai (o qual teve Moisés como mediador) e o Concerto Eterno
(tendo a Cristo como mediador).

 Na metade da septuagésima semana, Cristo confirmaria o Concerto Eterno


com Seu próprio sangue, pondo fim também ao sistema de sacrifícios do
Antigo Testamento.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

2a LIÇÃO

COMPREENDENDO OS CONCERTOS – CHAVE PARA


OS TEXTOS SOBRE A LEI

“Sempre que o povo de Deus estiver crescendo em graça, obterá


constantemente compreensão mais clara de Sua Palavra. Há de distinguir
mais luz e beleza em suas sagradas verdades. Isto se tem verificado na
história da igreja em todos os séculos, e assim continuará até ao fim. Mas à
medida que a verdadeira vida espiritual declina, tem sido sempre a tendência
cessar o crente de avançar no conhecimento da verdade. Os homens ficam
satisfeitos com a luz já recebida da Palavra de Deus, e desistem de qualquer
posterior estudo das Escrituras. Tornam-se conservadores, e procuram evitar
novo exame.

“O fato de não haver controvérsias ou agitações entre o povo de Deus, não


deveria ser olhado como prova conclusiva de que eles estão mantendo com
firmeza a sã doutrina. Há razão para temer que não estejam discernindo
claramente entre a verdade e o erro. Quando não surgem novas questões em
resultado de análise das Escrituras, quando não aparecem divergências de
opinião que instiguem os homens a examinar a Bíblia por si mesmos, para se
certificarem de que possuem a verdade, haverá muitos agora, como
antigamente, que se apegarão às tradições, cultuando nem sabem o quê.

“Tem-me sido mostrado que muitos dos que professam a verdade presente,
não sabem o que crêem. Não compreendem as provas de sua fé. Não
apreciam devidamente a obra para este tempo. Quando chegar o tempo de
angústia, e ao examinarem a posição em que se encontram, homens que
agora pregam a outros, verificarão que há muitas coisas para as quais não
podem dar uma razão satisfatória. Até que fossem assim provados,
desconheciam sua grande ignorância.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

“E há muitos na igreja que contam por certo que compreendem aquilo em que
crêem, mas que até surgir uma discussão, ignoram sua fraqueza. Quando
separados dos da mesma fé, e forçados a estar sozinhos e expor por si
mesmos sua crença, ficarão surpreendidos de ver quão confusas são suas
idéias do que têm aceito como verdade. É certo que tem havido entre nós
um afastamento do Deus vivo, e um voltar-se para os homens, pondo a
sabedoria humana em lugar da divina.

“Deus despertará Seu povo; se outros meios falharem, introduzir-se-ão entre


eles heresias, as quais os hão de peneirar, separando a palha do trigo. O
Senhor chama todos os que crêem em Sua Palavra, para que despertem do
sono. Tem vindo uma preciosa luz, apropriada aos nossos dias. É a verdade
bíblica, mostrando os perigos que se acham mesmo iminentes sobre nós. Essa
luz nos deve levar ao estudo diligente das Escrituras, e a um mais atento
exame crítico das posições que mantemos.

“É vontade de Deus que todos os fundamentos e posições da verdade, sejam


cuidadosa e perseverantemente estudados, com oração e jejum. Os crentes
não devem ficar em suposições e mal definidas idéias do que constitui a
verdade. Sua fé deve estar firmemente estabelecida sobre a Palavra de Deus,
de maneira que, quando o tempo de prova chegar, e eles forem levados
perante os concílios para responder por sua fé, sejam capazes de, com
mansidão e temor, dar a razão para a esperança que neles há.

“Agitai, agitai, agitai! Os assuntos que apresentamos ao mundo devem ser


para nós uma realidade viva. É importante que, ao defender as doutrinas que
consideramos artigos fundamentais da fé, nunca nos permitamos o emprego
de argumentos que não sejam inteiramente retos. Eles podem fazer calar
um adversário, mas não honram a verdade. Devemos apresentar
argumentos legítimos, que, não somente façam silenciar os oponentes, mas
que suportem a mais profunda e perscrutadora pesquisa.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

“Quanto aos que se preparam para debates, há grande perigo de que não
lidem, com lisura em relação à Palavra de Deus.

“Ao enfrentar um adversário, deve ser nosso mais sincero esforço apresentar
os assuntos de maneira tal, que despertemos a convicção em seu espírito, em
de vez de procurar meramente inspirar confiança ao crente. Seja qual for o
grande adiantamento intelectual do homem, não pense ele, nem por um
momento, que não há necessidade de inteira e contínua indagação das
Escrituras em busca de maior luz. Como um povo, somos convidados
individualmente ao estudo da profecia. Devemos observar atentamente, a fim
de distinguir qualquer raio de luz que Deus nos apresente. Devemos apanhar
os primeiros clarões da verdade; e, mediante estudo acompanhado de oração,
poder-se-á obter mais intensa luz, a qual poderá ser apresentada aos outros.

“Quando o povo de Deus está à vontade, satisfeito com a luz que já possui,
podemos estar certos de que Ele os não favorecerá. É Sua vontade que
marchem sempre avante, recebendo a intensa e sempre crescente luz que
para eles brilha. A atitude atual da igreja não agrada a Deus. Tem-se
introduzido uma confiança que os tem levado a não sentir nenhuma
necessidade de mais verdade e maior luz. Vivemos numa época em que
Satanás opera à direita e à esquerda, em nossa frente e por trás de nós; e
todavia, como um povo, estamos dormindo. Deus deseja que se faça ouvir
uma voz despertando Seu povo para a ação.” Testemunhos Seletos, vol. 2, pp.
308-312.

Esse enfático testemunho de Ellen G. White revela várias coisas importantes:

1. Quando o vigor espiritual da igreja enfraquece, a pesquisa séria da Bíblia


também diminui.

2. Estudando menos a Bíblia, os membros da igreja acabam se tornando


conservadores, ou seja, acabam aceitando quaisquer explicações para os
textos bíblicos sem examinar se estão ou não realmente corretas.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

3. Quando chegar o momento da dificuldade, muitos não saberão sustentar


por si mesmos a sua fé; não conseguirão dar respostas satisfatórias para
as perguntas que lhe serão dirigidas pelos oponentes e perceberão que
suas idéias são confusas e mal definidas.

4. Para defender a verdade, não podemos, de forma alguma, empregar


argumentos que não sejam totalmente corretos. Argumentos falsos “podem
fazer calar um adversário, mas não honram a verdade”.

5. Não basta vencer o adversário num debate sobre a Palavra de Deus com
qualquer argumento! É necessário usar a verdade, isto é, explicações
corretas. Muitas vezes, o oponente de outra denominação é vencido, não
porque a verdade tenha triunfado, mas porque ele, em sua ignorância, não
teve como sustentar seu pensamento. Deus não Se agrada disso!

Depois das trevas da apostasia papal, em que se fez a tentativa de mudar a


Lei, sendo a verdade lançada por terra (Daniel 7:25 e 8:12), o povo adventista
foi chamado para defender os mandamentos de Deus: Isaías 58:1 e 12-14; e
Apocalipse 12:17 e 14:12. Quando Jesus entrou no Santíssimo, em 1.844,
ficou claro que a Lei de Deus, resumida nos Dez Mandamentos, ainda estava
em vigor, devendo ser observada. Ver Apocalipse 11:19. Chamou-se especial
atenção para o quarto mandamento, o preceito do sábado.

Porém, tendo essa missão, os adventistas deveriam explicar passagens que


positivamente declaram que a Lei foi abolida. Eis alguns exemplos:

Romanos 6:14; 7:6; e 10:4.

Gálatas 2:19; e 3:24 e 25.

Ver especialmente ROMANOS 6:14.

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Como já foi demonstrado, o Espirito de Profecia claramente proíbe o uso de


argumentos que não sejam perfeitamente corretos. Infelizmente, certas
explicações que foram formuladas, através dos anos, não correspondiam à
verdade! Por isso, é extremamente importante entender o assunto dos
Concertos, pois somente ele permite uma compreensão exata dos textos sobre
a Lei.

 DANIEL 9:27

“Ele fará firme aliança com muitos por uma semana...”

Ao contrário do que se pensa, Jesus não confirmaria o Concerto da Salvação


(o Concerto Eterno) apenas quando morresse na Cruz. Daniel 9:27 diz que ele
teria 7 anos (uma semana profética) para fazer isso. Mas, por que tanto
tempo?

 HEBREUS 9:18-20

O processo de confirmaçao do concerto envolve uma sucessão de atos. No


Concerto do Sinai, houve as seguintes etapas:

1. Deus apresentou os mandamentos, os estatutos e os juízos para Moisés.

2. Moisés, na qualidade de mediador (Êxodo 20:18-21), expôs ao povo as


cláusulas do acordo que Deus estava propondo (Êxodo 24:3 e 7). Houve,
portanto, um processo de doutrinamento.

3. Depois, o povo aderiu (aceitou) as regras do acordo, dizendo: “Tudo o que


o Senhor falou, faremos, e obedeceremos.” (Êxodo 24:3 e 7).

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

4. Fizerm-se certos sacrificios e Moisés aspergiu o povo e o livro da Lei com o


sangue, para ratificar ou confirmar o concerto (Êxodo 24:5, 6 e 8).

5. Por fim, Deus entregou a Moisés as tábuas do acordo, como memorial do


concerto feito com o povo de Israel (Êxodo 31:18 e Deuteronomio 4:13).

 CONCERTO DO SINAI = CONTRATO ENTRE DEUS E ISRAEL

 LEI DE MOISES = MANDAMENTOS + ESTATUTOS + JUIZOS

A Lei de Moisés era o conjunto das regras do contrato entre Deus e o povo.

Moisés anunciou a vinda de outro profeta semelhante a ele:


Deuteronomio 18:15-19.

 Jesus é o novo Moisés. Suas palavras deveriam ser ouvidas como Lei.

 O profeta Jeremias já tinha anunciado que Deus faria nova aliança com
Seu povo: Jeremias 31:31-34.

 Essa nova aliança, que é o Concerto Eterno, invalidaria (levaria à


aboliçao) o Concerto do Sinai: Hebreus 8:7-13.

 MATEUS 5:17

A palavra cumprir assume 3 significados:

1. Obedecer (Joao 15:10). Jesus cumpriu a Lei no sentido de que foi


perfeitamente obediente a todos os seus requisitos. Ele declarou: “Quem
dentre vos Me convence de pecado?” (Joao 8:46). Em outras palavras, não

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

havia ninguem que pudesse apontar qualuqer transgressao de Jesus a Lei


(1 Joao 3:4 e 5).

2. Preencher a profecia – “cumprir profeticamente” (Lucas 24:44). Jesus


satisfez todos os tipos das cerimônias simbólicas do ritual judaico, bem
como todas as profecias o Antigo Testamento referentes a Ele.

3. Aperfeiçoar – grego: plhroun (pleroum – leia-se: plerum). Ver Mateus 5:20


e 48. Ao apresentar as cláusulas da Nova e Eterna Aliança, Jesus
aperfeiçoou as regras do Antigo Concerto. Exemplo: antes, apenas o ato do
homicidio era punido pela Lei; agora, mesmo a intenção de fazer mal ao
próximo já constituía violaçao do concerto. A regra foi aperfeiçoada, levada
à perfeição.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

3ª LIÇÃO

A LEI, O CONCERTO DO SINAI E O CONCERTO


ETERNO

RECAPITULAÇÃO

Principais idéias da lição anterior:

- Deus propôs ao povo de Israel, no Monte Sinai, Seus mandamentos,


estatutos e juízos.

- Esses mandamentos, estatutos e juízos formavam a “Lei de Moisés”.

- A Lei de Moisés constituía um dos elementos do Concerto do Sinai. Era o


conjunto das cláusulas do concerto.

- O Concerto do Sinai foi abolido e Cristo veio para confirmar uma aliança
que já existia antes dele: o Concerto Eterno.

- Durante Seu ministério, conforme Mateus 5:17, Cristo veio para cumprir a
Lei. Esse “cumprir” admite 3 sentidos: obedecer, cumprir profeticamente e
aperfeiçoar.

Adventistas e protestantes sempre estiveram em conflito em relação à


necessidade da obediência aos mandamentos de Deus.

Existem 2 posições:

Protestantes: “A Lei de Moisés acabou”.

Adventistas: “A Lei de Moisés não acabou”.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Qual é o problema nessa disputa?

Resposta: A ARGUMENTAÇÃO

Não há dúvidas de que é necessário defender a Lei, mas isso deve ser
feito com argumentos consistentes.

Qual é a base da argumentação utilizada por alguns escritores


adventistas para defender a observância da Lei?

Distinção entre Lei Moral e Lei Cerimonial

Lei Moral Lei Cerimonial


Lei do Senhor (Salmos 19:7) Lei de Moisés (Neemias 8:1)
Escrita por Deus (Êxodo 31:18) Escrita por Moisés (Deuteronômio
31:9)
Tábuas de pedra (Deuteronômio 4:13) Livro (Deuteronômio 31:24)
Colocada dentro da arca (Deuteronômio Colocada ao lado da arca
10:5) (Deuteronômio 31:26)
É uma lei espiritual (Romanos 7:14) É uma lei carnal (Hebreus 9:10)

PROBLEMAS DESSA ARGUMENTAÇÃO

Lei Moral Lei Cerimonial


Lei do Senhor (Salmos 19:7) Lei de Moisés (Neemias 18:1)

1° - As Leis Cerimoniais também são chamadas na Bíblia de “Lei do


Senhor”: 2 Crônicas 31: 3 e 4.

Lei Moral Lei Cerimonial


Escrita por Deus Escrita por Moisés
Tábuas de pedra Livro

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Lei Moral Lei Cerimonial


Colocada dentro da arca Colocada ao lado da arca

2° - Os 10 mandamentos também estavam registrados no Livro da Lei;


portanto, também foram escritos por Moisés e colocados fora da arca: Êxodo
24: 4 e 7; e Deuteronômio 31:26.

Lei Moral Lei Cerimonial


É uma lei espiritual É uma lei carnal

Em relação a esse ponto, é importante atentar para o seguinte


comentário do Espírito de Profecia:

“A lei cerimonial foi dada por Cristo. Mesmo depois que ela não mais
devia ser observada, Paulo apresentou-a aos judeus em sua
verdadeira posição e valor, mostrando o seu lugar no plano da
redenção e sua relação para com a obra de Cristo; e o grande apóstolo
declara gloriosa esta lei, digna de seu divino Originador. O serviço
solene do santuário tipificava as grandiosas verdades que seriam
reveladas durante gerações sucessivas. A nuvem de incenso que
ascendia com as orações de Israel, representa a Sua justiça que
unicamente pode tornar aceitável a Deus a oração do pecador; a vítima
sangrenta sobre o altar do sacrifício, dava testemunho de um Redentor
vindouro; e do santo dos santos resplandecia o sinal visível da presença
divina. Assim, através de séculos e séculos de trevas e apostasia, a fé
se conservou viva no coração dos homens até chegar o tempo para o
advento do Messias prometido.” Patriarcas e Profetas, p. 367.

Portanto, tanto para o Espírito de Profecia, quanto para a Bíblia, os rituais do


Antigo Testamento são dignos de toda consideração e admiração.

EXISTE ALGUMA DISTINÇÃO ENTRE LEI MORAL E LEI CERIMONIAL?

Resposta: EXISTE, mas apenas quanto à natureza dos preceitos e não


quanto ao concerto ou contrato. Ambas são parte de um único contrato; não
são leis independentes uma da outra, estando juntas num mesmo código.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Exemplo: Constituição Federal.

A Constituição Federal é a lei máxima do país. Nela estão contidos os


princípios e regulamentos que regem as atividades do governo e as relações
sociais, políticas e econômicas do Brasil. Todos os que vivem no Brasil devem
estar dispostos a se sujeitar a essas regras. Embora a Constituição possua
preceitos das mais variadas naturezas, cada um deles não é visto como uma
lei independente da outra. Todos as regras estão contidas numa só lei,
fazendo parte de um só acordo, um só pacto.

O QUE ERA A LEI DE MOISÉS?

No Concerto do Sinai, Moisés exerceu a função de mediador entre Deus e o


povo de Israel. Ele recebeu todas as ordens de Deus (mandamentos, estatutos
e juízos) e as apresentou ao povo.

SE A LEI FOI DADA POR DEUS, POR QUE, ENTÃO, É CHAMADA DE A


“LEI DE MOISÉS”?

Resposta: Porque se trata da Lei de Deus dada por intermédio de Moisés,


como pode ser comprovado pelo seguinte texto:

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

“O resto do povo, os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, os


servidores do templo e todos os que se tinham separado dos povos de
outras terras para a Lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e suas
filhas, todos os que tinham saber e entendimento, firmemente aderiram
a seus irmãos; seus nobres convieram, numa imprecação e num
juramento, de que andariam na Lei de Deus, que foi dada por intermédio
de Moisés, servo de Deus, de que guardariam e cumpririam todos os
mandamentos do SENHOR, nosso Deus, e os Seus juízos e os Seus
estatutos.” Neemias 10: 28 e 29.

Nota: a “Lei de Moisés” era constituída de mandamentos, estatutos e juízos .

JESUS E O FIM DO VELHO CONCERTO

A Bíblia fala de 2 concertos. Depois que Cristo apresentou as cláusulas do


Concerto Eterno, durante Seus 3,5 anos de ministério, e confirmou esse pacto
com Seu sangue, o que aconteceu com o Concerto do Sinai?

“Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente,


quanto é Ele também Mediador de superior aliança instituída com
base em superiores promessas. Porque, se aquela primeira aliança
tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado
lugar para uma segunda. E, de fato, repreendendo-os, diz: Eis aí vêm
dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com
a casa de Judá, não segundo a aliança que fiz com seus pais, no dia
em que os tomei pela mão, para os conduzir até fora da terra do Egito;
pois eles não continuaram na Minha aliança, e Eu não atentei para
eles, diz o Senhor.

“Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois


daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as Minhas leis,
também sobre o seu coração as inscreverei; e Eu serei o seu Deus, e
eles serão o Meu povo ....Quando ele diz Nova, torna antiquada a
primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está
prestes a desaparecer.” Hebreus 8: 6 a 13.

CONCLUSÕES

1 – O Contrato do Sinai foi cancelado.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 19


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

2 – Se o Contrato do Sinai foi abolido, suas cláusulas também o foram,


porque faziam parte daquele contrato.

3 – Se o Concerto do Sinai foi abolido, a Lei de Moisés também o foi, pois


ela era a base daquele concerto.

Passagens: Romanos 6:14; e 7: 4 e 6; Gálatas 2:19; 3:19; 3:23 a 25; 4: 1 a 7;


5: 2 e 3; e 6:13.

“Aboliu, na Sua carne, a lei dos mandamentos na forma de


ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo
homem, fazendo a paz.” Efésios 2:15.

“Ordenanças” = dovgmasin (dogmasin) = REGRAS, PRECEITOS OU ORDENS.

Intuitivamente, os Adventistas enxergam na palavra “ordenanças” uma


referência aos preceitos cerimoniais, como se fossem sinônimos; contudo, não
há nenhuma ocorrência, em todo o Novo Testamento, em que esse vocábulo
assuma tal significado. Trata-se de uma expressão genérica que na Bíblia não
aparece diretamente associada à idéia de preceitos cerimoniais. Estes são os
textos em que essa palavra ocorre nas Escrituras:

Lucas 2:1; Atos 16:4; Atos 17:7; Efésios 2:15; e Colossenses 2:14

CONCLUSÃO

 De acordo com a Bíblia, o Concerto do Sinai foi abolido.

 A Lei de Moisés, base desse Concerto, também foi abolida.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 20


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

 Os 10 mandamentos, incluídos na Lei de Moisés, no contexto do Concerto


do Sinai, também foram abolidos.

ISSO SIGNIFICA QUE NÃO EXISTE MAIS A BRIGATORIEDADE


DE SE GUARDAR OS 10 MANDAMENTOS?

Resposta: Não! É claro que ainda se faz necessário observar os 10


mandamentos, mas dentro do Concerto Eterno.

COMO ENTENDER ISSO?

Resposta: Assim como Moisés apresentou as cláusulas do Concerto do


Sinai, Jesus, em Seu ministério público, apresentou os princípios do
Concerto Eterno.

ONDE ISSO FICA BEM CLARO?

Resposta: no sermão da montanha.

Algumas regras da Lei de Moisés Cristo REJEITOU.

Algumas regras da Lei de Moisés Cristo REPETIU.

Algumas regras da Lei de Moisés Cristo AMPLIOU.

Esse conjunto de princípios (novos, ampliados e retirados) constitui uma


nova Lei, que é chamada nas Escrituras de “Lei de Cristo”.

Passagens em que essa idéia aparece: Gálatas 6:2; e 1 Coríntios 7:19.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 21


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

O texto abaixo é extremamente importante, pois nele Paulo está falando de


dois sistemas jurídicos diferentes (Lei de Moisés e Lei de Cristo):

“Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus;


para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim
vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu
debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não
estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para
ganhar os que vivem fora do regime da lei.” 1 Coríntios 9: 20 e 21.

E OS 10 MANDAMENTOS?

Em o Novo Concerto, todos os 10 mandamentos foram repetidos por Jesus,


bem como pelos apóstolos. Jesus não só validou a observância dos 10
Mandamentos como também ampliou a aplicação desses princípios.

A seguir, há uma relação de textos do Novo Testamento, em que os 10


Mandamentos e seus princípios aparecem confirmados e ampliados.

OS DEZ MANDAMENTOS EM O NOVO TESTAMENTO

1º MANDAMENTO: Mateus 4:10; 6:24; Marcos 12:29; Lucas 4:8; 16:13; João
5:44; 17:3; Atos 10:25 e 26; 12:20-23; 14:8-18; Romanos1:22-25; 1 Coríntios
8:5 e 6; Gálatas 4:8; Efésios 4:4-6.

2º MANDAMENTO: João 4:23 e 24; Atos 15:20 e 29; 17:16-31; 21:25;


Romanos 1:22-25; 2:22; 1 Coríntios 5:9-11; 6:9 e 10; 10:7 e 14; 2 Coríntios
6:16; Gálatas 5:19-21; Efésios 5:5; Colossenses 3:5 e 6; 1 Pedro 4:3;
Apocalipse 9:20 e 21; 21:8; 22:15.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 22


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

3º MANDAMENTO: Mateus 6:9; 15:18-20 (?); Marcos 7:20-23 (?); Lucas 11:2;
Efésios 4:31 (?); 1 Timóteo 6:1; 2 Timóteo 3:1-5 (?); Tiago 2:7.

4º MANDAMENTO: Mateus 12:1-12; Marcos 2:23-3:4; Lucas 4:16; 6:1-9;


13:10-16; 14:1-5; 23:54-56; João 5:5-18; 7:22 e 23; 9:1-41; Atos 13:14, 27, 42
e 44; 16:13; 17:2; 18:1-4; Apocalipse 1:10.

5º MANDAMENTO: Mateus 15:1-9; 19:18; Marcos 7:1-13; 10:19; Lucas 18:20;


Romanos 1:28-32; Efésios 6:1-3; Colossenses 3:20; 1 Timóteo 5:3-16; 2
Timóteo 3:1-5.

6º MANDAMENTO: Mateus 5:21 e 22; 15:18-20; 19:18; Marcos 7:20-23; 10:19;


Lucas 18:20; João 8:44; Romanos 1:28-32; 13:9; 1 Timóteo 1:8-11; Tiago 2:11;
1 Pedro 4:15 e 16; 1 João 3:11, 12 e 15; Apocalipse 9:20 e 21; 21:8; 22:15.

7º MANDAMENTO: Mateus 5:27, 28, 31 e 32; 15:18-20; 19:3-9 e 18; Marcos


7:20-23; 10:2-12 e 19; Lucas 16:18; 18:20; João 8:1-11; Atos 15:20 e 29;
21:25; Romanos 1:24-27; 2:22; 13:9; 1Coríntios 6:9, 10 e 12-20; 7; 10:8; 2
Coríntios 12:21; Gálatas 5:19-21; Efésios 4:17-19; 5:3-5 e 22-33; Colossenses
3:5, 6, 18 e 19; 1 Tessalonicenses 4:3-7; 1 Timóteo 1:8-11; 3:1-13; 5:3-16; 2
Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9; 2:1-5; Hebreus 13:4; Tiago 2:11; 1 Pedro 3:1-7; 4:3;
2 Pedro 2:12-19; Apocalipse 9:20 e 21; 21:8; 22:15.

8º MANDAMENTO: Mateus 15:18-20; 19:18; Marcos 7:20-23; 10:19; Lucas


18:20; Romanos 2:21; 13:9; 1 Coríntios 5:9-11; 6:9 e 10; Efésios 4:28; Tito 2:9
e 10; 1 Pedro 4:15 e 16; Apocalipse 9:20 e 21.

9º MANDAMENTO: Mateus 5:33-37; 15:18-20; 19:18; Marcos 10:19; Lucas


18:20; João 8:44; Efésios 4:25; Colossenses 3:9 e 10; 1 Timóteo 1:8-11; 3:1-
13; Tiago 5:12; Apocalipse 21:8 e 27; 22:15.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 23


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

10º MANDAMENTO: Marcos 7:20-23; Romanos 1:28-32; 7:7; 13:9; 2 Coríntios


12:20; Gálatas 5:19-21 e 26; Efésios 5:3-5; 1 Timóteo 3:1-13; 6:3-6 e 10; Tito
1:5-9; 3:1-9; Tiago 3:13-18; 1 Pedro 2:1.

(Salmo 19:7)

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 24


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

4a LIÇÃO

AS CLÁUSULAS DA NOVA E ETERNA ALIANÇA

Todo a compreensão do assunto da Lei se torna mais fácil se o leitor entender


e aceitar o fato de que um CONCERTO é um CONTRATO.
M O ISÉ S

LE I D E M O IS É S

D EUS ISR A EL

C R IS TO

L E I D E C R IS T O

D EUS PO VO
DE
D EUS

Nessa visão, o que é, então, a Lei? Resposta: a Lei é o conjunto de regras do


acordo, é o TERMO DO CONTRATO. Ela contém as cláusulas do contrato. Só
há sentido em se falar de Lei dentro de um acordo, pois a Lei agrupa as regras
do contrato; e a própria Lei é um elemento do contrato.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 25


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

 HEBREUS 9:1

Os “preceitos de serviço sagrado”, que estão dentro da Lei, e o santuário,


aparecem nesse texto como elementos do acordo.

 HEBREUS 8:6-13

Esse texto deixa bem claro que o Concerto do Sinai (a Primeira ou Antiga
Aliança) foi abolido. Portanto, os elementos que o compunham também o
foram. Isso quer dizer que a Lei de Moisés e o Santuário terrestre foram
abolidos. Quando isso é dito com relação ao Santuário, não há nenhuma
estranheza no meio adventista. Mas, quando o mesmo se diz com respeito à
Lei de Moisés, a reação é negativa, quando não deveria ser.

É lógico e evidente que os cristãos, incluindo os adventistas do sétimo dia, não


estão debaixo da Lei de Moisés. Doutra sorte, certas regras ainda estariam em
vigor. Exemplos:

- Êxodo 21:1-11 e Deuteronômio 15:12-18 (leis sobre os escravos).

- Deuteronômio 15:1 a 6 (lei sobre o ano da remissão).

- Deuteronômio 24:1-4 (lei sobre o divórcio).

- Deuteronômio 25:5-12 (lei do levirato).

- Números 18:21-32 (lei do segundo dízimo).

- Levítico 11:39 e 40 (certas regras sanitárias).

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 26


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Cristo, os apóstolos e os primeiros cristãos foram perseguidos porque os


judeus perceberam muito bem que sua mensagem levaria ao fim do sistema
judaico (a Lei de Moisés e o Santuário terrestre). Ver Atos 6:13 e 14. A menção
a falsas testemunhas não desqualifica a idéia. Ver Mateus 26:60 e 61; e João
2:19.

 NÃO HÁ NECESSIDADE DE DESPENDER TEMPO DEFENDENDO O


INDEFENSÁVEL, DIZENDO QUE A LEI DE MOISÉS NÃO FOI ABOLIDA.
ELA REALMENTE FOI ABOLIDA!

Hebreus 10:5-9; e 7:18 e 19.

EFÉSIOS 2:15

O texto de Efésios 2:15 não deixa nenhuma dúvida sobre o assunto, pois
declara abertamente que a Lei do Concerto do Sinai foi desfeita ou abolida.

 ISSO QUER DIZER QUE ESTAMOS SEM LEI???

Resposta: De forma alguma. Para “fortalecer” ou confirmar a Nova e Eterna


Aliança, Cristo tomou a Lei de Moisés e a reformou, [1] descartando alguns
preceitos, para estabelecer, em seu lugar, outros melhores (ex.: Mateus 5:38-
42); [2] repetindo alguns outros, pois já eram adequados (Mateus 22:34-40); e
[3] ampliando outros tantos, para revelar toda a profundidade da vontade divina
(Mateus 5:21 e 22). Essa Lei, reformulada, melhorada, completada, é, agora, a
Lei de Cristo – a Lei da Nova e Eterna Aliança.

O que Jesus fez com a Lei do antigo sistema? Ele a revogou. Aquele
desenvolvimento anterior foi desfeito.

O que Jesus fez ao mesmo tempo? Introduziu uma Lei (conjunto de regras de
um acordo) muito mais profunda, muito mais ampla, que reflete melhor o
caráter de Deus.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 27


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

É nesse sentido que devem ser entendidas as passagens que falam da


abolição da Lei. Ela foi revogada naquela maneira como se apresentava,
dentro daquele concerto; mas isso não quer dizer que o Novo Concerto não
possua Lei. Paulo escreveu:

“Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus;


para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim
vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu
debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não
estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para
ganhar os que vivem fora do regime da lei.” 1 Coríntios 9: 20 e 21.

Um bom exemplo para o entendimento do assunto está na análise da ordem


constitucional do Brasil. Quando em 1.988, foi promulgada a nova
Constituição, a anterior (de 1.967) foi completamente revogada. Todavia,
muitas das regras existentes na Constituição de 1.967 foram reaproveitadas na
nova Constituição. A rigor, verificam-se 4 situações: (1) algumas das regras
existentes na Constituição de 1.967 reapareceram na Constituição de 1.988;
(2) outros tantos preceitos daquela anterior Constituição foram melhorados e
também aparecem na Carta de 1.988; (3) muitos dos comandos da
Constituição de 1.967 não aparecem na nova Constituição; e, por fim, (4) a
Constituição de 1.988 traz um conjunto de novas regras, até então
inexistentes.

O mesmo se dá com a Lei de Moisés e com a Lei de Cristo: (1) muitas das
regras da Lei de Moisés reaparecem na Lei de Cristo; (2) outros tantos
preceitos foram aperfeiçoados e também incorporados na Lei da Nova Aliança;
(3) existem, no entanto, dispositivos da Lei de Moisés que não vigoram mais
em o Novo Concerto; e (4) também mandamentos novos que não existiam no
Antigo Pacto.

Diante dessas colocações, importa responder a algumas perguntas relevantes:


certas práticas defendidas pelos adventistas do sétimo dia constituem
realmente cláusulas da Nova e Eterna Aliança ou estavam restritas apenas ao

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 28


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Concerto do Sinai? Chama-se a atenção especialmente para a santificação do


Sábado, a abstinência de carnes imundas e o sistema dos dízimos e das
ofertas. Pertencem tais preceitos ao Concerto Eterno de Deus?

 A OBSERVÂNCIA DO SÁBADO.

Em favor da permanente vigência do Sábado, podem ser listadas as seguintes


evidências:

1. Nenhum teólogo católico ou protestante ortodoxo jamais contestou a


vigência do matrimônio no período neotestamentário, a despeito de ter sido ele
incluído no Concerto do Sinai, que segundo crêem – acertadamente, como
está sendo comprovado – já chegou ao fim. Isso porque a instituição do
casamento remonta ao Éden, quando o Antigo Concerto ainda não tinha sido
formulado e quando Moisés ou qualquer judeu sequer existiam (Genesis 2:24).

Quando questionado sobre a divórcio, Jesus revelou seu caráter provisório e


circunstancial, ao passo que reafirmou a instituição do casamento como dada
originalmente (Mateus 19:3-8). Ele direcionou a mente de seus interlocutores
para o princípio, quando o pecado ainda não havia entrado no mundo. Ali,
deveriam eles buscar um padrão melhor para seguir.

Um dos objetivos da Nova e Eterna Aliança é restabelecer o homem em sua


condição inicial. Assim, se o cristão deseja saber a vontade do Criador para
sua vida, deve volver o olhar para a situação do mundo antes do pecado.

Gênesis 2:2 e 3 fala da instituição do Sábado, o qual foi abençoado e


santificado por Deus. O termo “santificar” significa “separar para um fim
sagrado”. Portanto, desde a semana da Criação, o Sábado foi posto à parte
como um dia especial, destinado ao descanso físico do homem e ao seu
refrigério espiritual. Isso muito tempo antes que houvesse qualquer judeu.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 29


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Na verdade, Jesus mesmo esclareceu que o “Sábado foi estabelecido por


causa do homem” (Marcos 2:27), isto é, não somente do judeu, mas de todo
homem. Esse texto de Marcos também possui particular relevância porque
demonstra a falácia do argumento que procura retirar de Genesis 2:2 e 3 o
status de um mandamento, relegando-o a uma simples descrição da
inatividade do Criador após os seis primeiros dias. Jesus viu em Gênesis 2:2 e
3 um verdadeiro preceito de Deus para a humanidade.

Mas, a importância desses versos não para por aí. Eles também refutam a tese
de que Deus abençoou um “Sábado” (descanso), podendo este ser desfrutado
em qualquer dia. Gênesis 2:2 e 3 revelam que a benção de Deus foi outorgada
especificamente ao sétimo dia; portanto, apenas quando o descanso semanal
é exercido no dia certo vem acompanhado da aprovação divina.

Ainda tratando da comparação da instituição do Sábado com a do casamento,


é necessário dizer que o argumento de que o Sábado era apenas um símbolo
do descanso na graça, como ensina Hebreus 4, também esbarra em sérias
dificuldades, já que o Novo Testamento também vislumbra no matrimônio um
símbolo da união de Cristo com Sua Igreja (Efésios 5:31 e 32). Nenhum
teólogo conhecido, todavia, jamais lançou mão de semelhante expediente para
anular a vigência do casamento! Por que fazê-lo, então, com o Sábado?

2. Afora Gênesis 2:2 e 3, talvez um dos mais fortes argumentos em prol da


perpetuidade do descanso do sétimo dia seja o texto de Isaías 56, que trata de
uma profecia acerca do ajuntamento dos gentios ao povo de Deus. O verso 8
fala especificamente desse assunto. “Os que já se acham reunidos” são os
judeus; os “outros” representam os estrangeiros ou gentios. De acordo com
Efésios 2:11-22 (ver especialmente os versos 11-13), os gentios foram
aproximados pelo sangue de Cristo. Dessa observação, conclui-se que a
“aliança” a que Isaías 56 faz referência é o Concerto Eterno de Deus. Como
requisito para que os gentios (não-judeus) integrem o povo eleito, abraçando a
Aliança, exige-se que guardem o Sábado, o que demonstra sem sombra de

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 30


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

dúvidas que o descanso do sétimo dia preserva sua perfeita vigência, não
somente para os judeus mas também para o gentios.

3. Os textos dos Evangelhos em que Jesus aparece confrontando os líderes


judaicos com respeito à maneira da observância do sétimo dia também reforça
o parecer de que o mandamento conserva sua obrigatoriedade. Ora, que
sentido faria discutir o modo do descanso do dia se tal instituição não existisse
ou estivesse prestes a ser revogada? Que sentido faria a pergunta de Jesus
sobre se era licitar “salvar a vida ou deixá-la perecer” (Lucas 6:9) caso fosse
Seu intuito acabar o dia de guarda semanal? Em Mateus 12, após indagar dos
judeus se eles não tirariam uma ovelha do poço caso esta viesse a cair ali em
dia de Sábado, Cristo faz a injunção: “Logo, é licito fazer bem aos Sábados.”
(Mateus 12:12). Nesse contexto, “fazer o bem” significa um ato de misericórdia
destinado a salvar a vida de uma criatura ou aliviar-lhe o grande sofrimento
numa situação de urgência. Quando Jesus afirma que tal ato de extrema
necessidade é licito aos Sábados, logicamente deixa subentendido que outras
atividades laborativas não são lícitas. Do contrário, sua declaração ficaria sem
sentido.

Também ao dizer que “o Filho do homem até do Sábado é Senhor” (Mateus


12:8; Marcos 12:28; e Lucas 6:5), Jesus não esta fazendo nada mais do que
reafirmar o caráter sagrado desse dia. Suas palavras significam que até do
Sábado, um dia tão importante, que aparece no coração dos 10 mandamentos,
Ele é o Senhor, isto é, o dono.

4. O Novo Testamento testifica claramente da reverência com o Sábado era


tido por Jesus, por Maria e pelos apóstolos. Era costume de Jesus ir todos os
sábados à sinagoga (Lucas 4:16). Maria e outras mulheres piedosas
demonstraram sua fidelidade ao mandamento divino, repousando no Sábado,
logo após a morte de Jesus (Lucas 23:56). E os apóstolos são descritos
freqüentando a sinagoga aos sábados (Atos 13:14, 42 e 44; 16:13; 17:2; e
18:1-4).

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 31


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Alguns poderiam alegar que os apóstolos se dirigiam à sinagoga, aos sábados,


não porque tivessem qualquer respeito por esse dia, mas porque queriam
pregar o Evangelho aos judeus. Todavia, Atos 16:13 demonstra que, mesmo
em cidades onde não havia sinagoga, os apóstolos não se dedicavam a
atividades corriqueiras em dia de Sábado, pois o texto informa que eles se
retiraram para junto do rio, onde lhes pareceu haver lugar de oração. Outra
passagem importante é a de Atos 18:1-4, que descreve a estada de Paulo em
Corinto. Durante todo o período em que ficou naquela cidade (um ano e meio,
conforme Atos 18:11), Paulo trabalhou fabricando tentas, porém os sábados
ele dedicava para a religião.

5. Finalmente, Apocalipse 1:10 arremata a argumentação aqui desenvolvida


confirmando a vigência do repouso sabático. O “dia do Senhor” a que João faz
alusão tem sido interpretado pelo menos de 3 formas diferentes, mas apenas a
posição sabatista é consistente. Alguns vêem nele [1] o dia do Juízo Final;
outros o enxergam como [2] uma referência ao Domingo; e os adventistas e
outros grupos guardadores do Sábado defendem que [3] João esteja falando
do sétimo dia.

Embora a expressão “dia do Senhor” seja utilizada noutros lugares para se


referir ao dia do fim do atual sistema de coisas, no contexto de Apocalipse 1:9
e 10 fica evidente que não pode ser entendido dessa forma, pois João está
situando o leitor quanto as circunstâncias em que ele recebeu a visão (lugar:
“ilha chamada Patmos” ; motivo de estar ali: “por causa da palavra de Deus e
do testemunho de Jesus”; e tempo: “dia do Senhor”). Destarte, o “dia do
Senhor” de Apocalipse 1:10 é o dia em que João teve a visão e não o dia para
o qual ele foi levado.

O “dia do Senhor” também não pode se referir ao Domingo pois não há


nenhuma ocorrência nas Escrituras em que o primeiro dia da semana seja
assim qualificado. Como todo adventista sabe, a guarda do Domingo é obra da
ponta pequena, que cuidaria em “mudar os tempos e Lei” (Daniel 7:25).

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 32


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Não poucas vezes, João faz alusão ao livro de Isaías ou mesmo citações
diretas dele (ver João 6:45; 10:34; 12:38; 6:10; Apocalipse 1:17; 3:7 e 9; 4:8;
5:5 e 6; 6:12-15; 7:16 e 17; 8:10 e 12; 11:8; 12:5; 14:8, 10, 11 e 20; 15:8; 16:12
e 19; 18:2, 4, 9 e 10; 19:3; 19:15; 21:1, 2, 4, 6, 18-21, 23, 25-27; 22:5, 12, 13,
16 e 17). Utilizando uma boa Bíblia de referências, todas as passagens
indicadas de Isaías nesses versos podem ser encontradas. Isso demonstra
que João conhecia bem os escritos de Isaías e o empregava com frequência
em seus próprios textos. Pois bem, em Isaías 58:13, o Sábado é chamado de
“dia do Senhor”, a mesma expressão que é encontrada em Apocalipse 1:10.
Há, portanto, forte embasamento bíblico para a posição que vê nas palavras
de João uma alusão ao sétimo dia. E se é assim, tal dia ainda era considerado
sagrado pelos cristãos cerca de 65 anos após a morte de Jesus.

 REGRAS DE ALIMENTAÇÃO.

1. O Uso do Sangue.

Não há dúvida de que o consumo de sangue era taxativamente proibido


durante a vigência do Antigo Concerto, eis que o Pentateuco está repleto de
passagens nesse sentido: Levítico 7:26 e 27; 17:10-14; 19:26; Deuteronômio
12:16 e 23; e 15:23.

Por isso, antes de ser preparada como alimento, fazia-se necessário que a
carne fosse devidamente sangrada. A carne que é hoje vendida nos açougues
não atende aos padrões bíblicos quanto ao rigor da sangria. Ver Atos dos
Apóstolos, p. 191.

Seria essa proibição válida também para os cristãos? Sim, pelas seguintes
evidências:

a. A proibição do consumo de sangue remonta a Noé. Logo após o dilúvio,


quando foi liberado o uso da carne, disse Deus àquele patriarca: “Tudo o

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 33


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

que se move, e vive, ser-vos-á para alimento; como vos dei a erva verdade,
tudo vos dou agora. Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue,
não comereis.” Genesis 9:3 e 4. Essa recomendação é anterior ao
Concerto do Sinai, daí não se restringir apenas àquele concerto. O pacto
firmado com Adão, Abraão, Isaque, Jacó e também com Noé é a Aliança
da Graça, o Concerto Eterno de Deus. Portanto, antes de ser incorporado
à Aliança do Sinai, tal estatuto já pertencia ao Concerto Eterno.

b. A vedação ao uso do sangue foi reafirmada no Primeiro Concílio de


Jerusalém. Naquela reunião, ficou decidido que a prática da circuncisão
não seria obrigatória para os cristãos oriundos do Paganismo; todavia,
dentre outras coisas, os cristãos não-judeus deveriam se abster do sangue.
Ver Atos 15:20 e 29; e 21:25. Assim, por decisão do Concílio, com o
respaldo e sob a direção do Espírito Santo (Atos 15:28), essa regra é
completamente extensiva aos cristãos.

Obs.: Muitos cristãos não se dão conta de que, ao consumir as carnes que são
vendidas nos açougues dos dias atuais, estão violando esse estatuto da Nova
e Eterna Aliança, já que tais carnes (de um modo geral) não são devidamente
sangradas.

2. O Uso das Carnes Imundas.

À semelhança do sangue, não há nenhuma dúvida de que o consumo das


carnes ditas “imundas” era proibido sob o Antigo Concerto. Ver Levítico 11:2-
31 e 41-47; e Deuteronômio 14:3-21. Mas, seria essa cláusula extensiva
também ao Novo Concerto? Sim, pelas seguintes linhas de evidências:

a. A distinção entre carnes puras e impuras remonta ao dilúvio. Quando Deus


ordenou a Noé que agrupasse na arca todas as espécies de animais, assim
Se expressou: “De todo animal limpo levarás contigo sete pares: o macho
e sua fêmea; mas dos animais imundos, um par: o macho e sua fêmea.”
Gênesis 7:2. Ver também Gênesis 9:8 e 9. Logo após o dilúvio, quando

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 34


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Deus autorizou o consumo de carne, é obvio que Noé não poderia ter se
alimentado dos animais imundos (pelo menos não imediatamente!), pois, se
assim tivesse procedido, essas espécies teriam desaparecido da face da
Terra, já que apenas um par de cada espécie de animais imundos foi
preservado. Antevendo a necessidade, tanto para o consumo humano
como para a oferta de sacrifícios, determinou Deus que 7 pares de animais
limpos fossem introduzidos na arca, ao passo que dos animais imundos
apenas um casal. Assim, fica claro que a distinção entre animais
próprios e impróprios para a alimentação é anterior ao Concerto do
Sinai, constituindo uma regra do Concerto Eterno.

b. O Novo Testamento fornece evidências da vigência desse estatuto.


Quando os 2 homens gesarenos/gadarenos foram libertos da opressão
maligna, os espíritos imundos, com a permissão de Cristo, tomaram posse
de uma manada de porcos, fazendo com que ela se precipitasse ao mar.
Ver Mateus 8:2834; Marcos 5:1-20; e Lucas 8:26-39.

c. Em uma de Suas parábolas (Mateus 13:47-50), Jesus reconheceu a


distinção entre espécies de peixes puras e impuras (“peixes de toda
espécie”; “os bons para os cestos, e os ruins deitam fora”).

d. Falando da Babilônia mística, João profetizou que ela “se tornou morada de
demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo
gênero de ave imunda e detestável” (Apocalipse 18:2). Essa é uma alusão
inequívoca à distinção entre animais puros e impuros.

e. Alguns poderiam argumentar que as evidências das letras “b”, “c” e “d” não
se prestam a demonstrar que a proibição do consumo de carnes imundas
ainda estaria em vigência sob o Novo Concerto, já que a informação da
letra “c” se refere a uma parábola e a da letra “d”, a uma afirmação
profética. Poderiam objetar também que as passagens indicadas na letra
“b” não fazem nenhum juízo de valor quanto à escolha que os demônios
fizeram de entrar nos porcos; em outras palavras, o texto bíblico não diz

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 35


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

explicitamente que os demônios entraram naquela manada porque era


constituída de animais imundos. Ocorre, todavia, que tais informações não
deveriam ser analisadas isoladamente, mas no seu conjunto. Conforme
ficou demonstrado, a distinção entre animais puros e impuros antecede ao
Sinai em vários séculos. Jesus, em uma parábola, fez alusão a peixes bons
e a peixes ruins para o consumo. Para falar da queda da Babilônia
espiritual, Apocalipse se refere a aves imundas e detestáveis. Ora, que
sentido teria o uso de tal simbologia, se as aves imundas não fossem mais
consideradas “imundas”? Por fim, a escolha dos demônios pelos porcos, no
incidente de Jesus com os gesarenos/gadarenos, pertence a esse mesmo
contexto geral. Resumindo, o Novo Testamento testifica da vigência da
proibição do consumo de carnes impuras.

f. Para demonstrar cabalmente que a distinção entre animais puros e impuros


permanece no período do Novo Testamento, basta que se preste um pouco
mais de atenção à experiência de Pedro registrada em Atos 10. Em visão
celestial, Pedro contemplou um lençol descendo do céu contendo toda
sorte de animais impróprios para o consumo. Deus ordenou, então, que ele
matasse aqueles animais e comesse de sua carne. Mas, Pedro replicou:
“De modo nenhum, Senhor, porque jamais comi cousa alguma comum e
imunda.” Atos 10:14. O que merece destaque aqui é que mesmo após os 3
anos e meio de ministério de Cristo e mesmo depois da descida do Espírito
Santo (que, segundo a promessa de Jesus, teria a missão de conduzir os
discípulos a toda a verdade, conforme João 16:13), Pedro declara
enfaticamente que jamais havia comido coisa comum ou imunda! Portanto,
para Pedro, assim como para João, os ensinos de Cristo não abonavam o
fim da distinção entre as carnes puras e impuras. Embora a voz dissesse
que “ao que Deus purificou” o homem não deveria considerar comum ou
imundo (Atos 10:15), posteriormente Pedro entendeu e explicou que isso se
aplicava, não ao consumo das carnes imundas, mas ao contato com os
gentios. Ver Atos 10:28; 11:1-18; e 15:7-9. A mensagem do Evangelho não
deveria ficar confinada apenas aos judeus, pois era destinada também aos
gentios.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 36


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Somando todas essas evidencias, aos princípios apresentados em Romanos


12:1; 1 Coríntios 3:16 e 17; 6:19 e 20; e 10:31, fica claro que o cuidado do
cristão com sua saúde é um principio da mais elevada importância sob a Nova
Aliança. Paulo afirma que se alguém destruir seu corpo, que é o Templo do
Espírito Santo, Deus mesmo o destruirá. E o cristão verdadeiro é convidado a
glorificar a Deus através de seu corpo.

É necessário esclarecer, todavia, que nem o livro de Gênesis nem os escritos


neotestamentários trazem uma lista das carnes impuras, pois isso seria
dispensável, vez que tal relação já consta de Levítico 11 e Deuteronômio 14.
Esses capítulos devem, portanto, ser utilizados para que se saiba fazer a
distinção entre as carnes puras e impuras, mas seu valor é apenas subsidiário.
Em outras palavras, do ponto de vista técnico-jurídico, a proibição atual não se
baseia em Levítico 11 e Deuteronômio 14, mas em outros textos; mesmo
assim, tais capítulos são empregados para que se possa definir claramente
quais são os animais puros e quais são os animais impuros.

Mas, o tema da Reforma de Saúde como cláusula do Novo Concerto não se


restringe à distinção entre carnes puras e impuras. Jesus não chegou a expor
toda a luz da verdade aos Seus discípulos, de forma que novas regras
poderiam ser acrescentadas futuramente. Ver João 16:12 e 13. Mais
recentemente, pelo ministério de Ellen G. White, os servos de Deus foram
convidados a adotar o vegetarianismo pleno. Para os que recebem essa luz
específica, a abstinência de todo tipo de carne se constitui uma cláusula da
Aliança.

A luz de Deus nunca é facultativa! Pelas novas verdades que são outorgadas
ao Seu povo, Deus tem o interesse de conceder bênçãos especiais; mas essas
bênçãos são também acompanhadas de exigências – a exigência da
adequação à luz recebida. Ver João 3:19; 9:41; 15:22 e 24; Atos 17:30; e
Tiago 4:17.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

3. O Dízimo.

São evidências da ordenança do dízimo em o Novo Testamento:

a. As referências ao dízimo em Gênesis 14:18-20, no encontro de Abraão com


Melquisedeque, e em Gênesis 28:22, na experiência de Jacó em Betel.
Embora essas citações não apresentem um mandamento quanto ao dízimo no
período patriarcal (anterior ao Sinai), ao menos revelam que a noção de
dízimo já existia naqueles primitivos dias.

O primeiro dos 2 casos é particularmente importante, pois Melquisedeque era


um tipo de Cristo. A Bíblia diz que Melquisedeque, cujo nome significa “rei de
justiça”, que além de rei de “Salém”, termo que significa “paz” (Hebreus 7:2),
era também sacerdote do Deus Altíssimo, ofereceu “pão e vinho” a Abraão, os
mesmos artigos que posteriormente Jesus empregou para significar Seu corpo
e Seu sangue (Mateus 27:27-28). A Melquisedeque Abraão pagou o dízimo, o
que remete para a letra b.

c. O comentário de Hebreus 7:4-8 testifica da vigência do mandamento do


dízimo:

“Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca,


pagou o dízimo, tirado dos melhores despojos. Ora, os que dentre os
filhos de Levi recebem o sacerdócio, têm mandamento de recolher, de
acordo com a lei, os dízimos do povo, ou seja, dos seus irmãos, embora
tenham esses descendido de Abraão; entretanto, aquele cuja
genealogia não se inclui entre eles, recebeu dízimos de Abraão, e
abençoou o que tinha as promessas. Evidentemente, é fora de qualquer
dúvida, que o inferior é abençoado pelo superior. Aliás, aqui são
homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, Aquele de
Quem se testifica que vive.”

O autor de Hebreus passa rapidamente do tipo (Melquisedeque) para o antítipo


(Cristo) e deixa claro isso pela injunção “de Quem se testifica que vive” no final
do verso 8. Assim, Hebreus revela que Jesus, como Sumo Sacerdote segundo

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 38


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

a ordem de Melquisedeque, também recebe dízimos; Ele o faz na pessoa de


Seus ajudantes (ministros), como está explicado na letra d.

c. Na função de Novo Moisés, Jesus aprovou a prática do dízimo e testificou


de sua importância. Ver Mateus 23:23. Na leitura dessa passagem, é
importante lembrar que os comentários e discursos de Jesus não eram
meras palavras ociosas, mas ensinamentos do Novo Concerto.

d. Por fim, falando sobre o sustento do ministério evangélico, Paulo faz nítida
comparação entre o sistema do Antigo Testamento e o sistema do Novo
Concerto, indicando que os pregadores da nova Aliança deveriam ser
sustentados assim como o foram os levitas e os sacerdotes. Ver 1 Coríntios
9:13 e 14.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 39


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

5ª LIÇÃO

A IMPERFEIÇÃO DO VELHO CONCERTO E A


CONFIRMAÇÃO DO NOVO

TEXTO BASE: HEBREUS 8: 6 A 13

“Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é Ele
também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores
promessas. Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de
maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda. E, de fato,
repreendendo-os, diz: Eis aí vêm dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança
com a casa de Israel e com a casa de Judá, não segundo a aliança que fiz
com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os conduzir até fora da
terra do Egito; pois eles não continuaram na Minha aliança, e Eu não atentei
para eles, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de
Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as Minhas
leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e Eu serei o seu Deus, e eles
serão o Meu povo. E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada
um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos Me conhecerão,
desde o menor deles até ao maior. Pois, para com as suas iniqüidades, usarei
de misericórdia e dos seus pecados jamais Me lembrarei. Quando Ele diz
Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e
envelhecido está prestes a desaparecer.”

SE A ALIANÇA DO SINAI FOI PROPOSTA POR DEUS, COMO


PODERIA ELA SER DEFEITUOSA OU IMPERFEITA? EM QUE
SENTIDO A ALIANÇA DO SINAI ERA IMPERFEITA?

Há um longo registro no livro Patriarcas e Profetas, pp. 370 a 372, de grande


utilidade para o devido entendimento da relação entre os concertos:

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 40


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

“O concerto da graça foi feito primeiramente com o homem no Éden,


quando, depois da queda, foi feita uma promessa divina de que a semente da
mulher feriria a cabeça da serpente. A todos os homens este concerto
oferecia (1) perdão, e a (2) graça auxiliadora de Deus para a futura
obediência mediante a fé em Cristo. Prometia-lhes também vida eterna sob
condição de fidelidade para com a lei de Deus. Assim receberam os patriarcas
a esperança da salvação.

“Este mesmo concerto foi renovado a Abraão, na promessa: ‘Em tua


semente serão benditas todas as nações da Terra.’ Gên. 22:18. Esta
promessa apontava para Cristo. Assim Abraão a compreendeu (Gál. 3:8 e 16),
e confiou em Cristo para o perdão dos pecados. Foi esta fé que lhe foi
atribuída como justiça. O concerto com Abraão mantinha também a
autoridade da lei de Deus. O Senhor apareceu a Abraão e disse: ‘Eu sou o
Deus Todo-Poderoso, anda em Minha presença e sê perfeito.’ Gên. 17:1. O
testemunho de Deus concernente a Seu fiel servo foi: ‘Abraão obedeceu à
Minha voz, e guardou o Meu mandado, os Meus preceitos, os Meus estatutos,
e as Minhas leis.’ Gên. 26:5. E o Senhor lhe declarou: ‘Estabelecerei o Meu
concerto entre Mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por
concerto perpétuo, para te ser a ti por Deus, e à tua semente depois de ti.’
Gên. 17:7. Se bem que este concerto houvesse sido feito com Adão e
renovado a Abraão, não poderia ser ratificado antes da morte de Cristo.
Existira pela promessa de Deus desde que se fez a primeira indicação de
redenção; fora aceito pela fé; contudo, ao ser ratificado por Cristo, é
chamado um novo concerto. A lei de Deus foi a base deste concerto, que era
simplesmente uma disposição destinada a levar os homens de novo à
harmonia com a vontade divina, colocando-os onde poderiam obedecer à lei
de Deus.

“Outro pacto, chamado nas Escrituras o ‘velho’ concerto, foi formado


entre Deus e Israel no Sinai, e foi então ratificado pelo sangue de um
sacrifício. O concerto abraâmico foi ratificado pelo sangue de Cristo, e é

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 41


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

chamado o ‘segundo’, ou o ‘novo’ concerto, porque o sangue pelo qual


foi selado foi vertido depois do sangue do primeiro concerto. Que o novo
concerto era válido nos dias de Abraão, evidencia-se do fato de que foi então
confirmado tanto pela promessa como pelo juramento de Deus, ‘duas coisas
imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta’ Heb. 6:18.

C O N C E R TO E T E R N O
R TO D O S I
C O N SE NAI

[Esta figura visa a ilustrar as informações que foram apresentadas nos


parágrafos anteriores.]

“Mas, se o concerto abraâmico continha a promessa da redenção, por que


se formou outro concerto no Sinai? - (1) Em seu cativeiro, o povo em
grande parte perdera o conhecimento de Deus e os princípios do concerto
abraâmico. Libertando-os do Egito, Deus procurou revelar-lhes Seu poder e
misericórdia, a fim de que fossem levados a amá-Lo e confiar nEle. Trouxe-os
ao Mar Vermelho - onde, perseguidos pelos egípcios, parecia impossível
escaparem - a fim de que se compenetrassem de seu completo desamparo, e
da necessidade de auxílio divino; e então lhes operou o livramento. Assim eles
se encheram de amor e gratidão para com Deus, e de confiança em Seu poder
para os ajudar. Ele os ligara a Si na qualidade de seu Libertador do cativeiro
temporal.

“Havia, porém, uma verdade ainda maior a ser-lhes gravada na mente. (2)
Vivendo em meio de idolatria e corrupção, não tinham uma concepção
verdadeira da santidade de Deus, da excessiva pecaminosidade de seu

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 42


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

próprio coração, de sua completa incapacidade para, por si mesmos,


prestar obediência à lei de Deus, e de sua necessidade de um Salvador.
Tudo isto deveria ser-lhes ensinado.

“Deus os levou ao Sinai; manifestou Sua glória; deu-lhes Sua lei, com
promessa de grandes bênçãos sob condição de obediência: ‘Se diligentemente
ouvirdes a Minha voz, e guardardes o Meu concerto, então... Me sereis um
reino sacerdotal e o povo santo.’ Êxo. 19:5 e 6. O povo não compreendia a
pecaminosidade de seus corações, e que sem Cristo lhes era impossível
guardar a lei de Deus; e prontamente entraram em concerto com Deus.
Entendendo que eram capazes de estabelecer sua própria justiça, declararam:
‘Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos.’ Êxo. 24:7.
Haviam testemunhado a proclamação da lei, com terrível majestade, e
tremeram aterrorizados diante do monte; e no entanto apenas algumas
semanas se passaram antes que violassem seu concerto com Deus e se
curvassem para adorar uma imagem esculpida. Não poderiam esperar o favor
de Deus mediante um concerto que tinham violado; e agora, vendo sua índole
pecaminosa e necessidade de perdão, foram levados a sentir que
necessitavam do Salvador revelado no concerto abraâmico e prefigurado
nas ofertas sacrificais. Agora, pela fé e amor, uniram-se a Deus como seu
Libertador do cativeiro do pecado. Estavam então, preparados para apreciar as
bênçãos do novo concerto.

“As condições do ‘velho concerto’ eram: Obedece e vive – ‘cumprindo-os


[estatutos e juízos] o homem, viverá por eles" (Ezeq. 20:11; Lev. 18:5); mas
"maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei’. Deut. 27:26. O ‘novo
concerto’ foi estabelecido com melhores promessas: promessas do (1)
perdão dos pecados, e da (2) graça de Deus para renovar o coração, e
levá-lo à harmonia com os princípios da lei de Deus. ‘Este é o concerto que
farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a Minha
lei no seu interior, e a escreverei no seu coração. ... Porque lhes perdoarei a
sua maldade, e nunca mais Me lembrarei dos seus pecados.’ Jer. 31:33 e 34.”

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 43


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

AMPLIANDO A COMPREENSÃO

1. No Egito, o povo perdeu, em parte, o senso do pecado e da justiça.

2. Os israelitas perderam o senso da santidade de Deus, rebaixando-O ao


nível dos deuses do Egito e da sua própria vida desregrada.

3. Eles não viam tanta diferença entre si mesmos e Deus.

4. Eles não percebiam sua pecaminosidade e sua necessidade de salvação


da culpa e do poder do pecado. Como tinham rebaixado a norma da justiça,
não sentiam a necessidade de um Salvador.

5. Na concepção dos israelitas, embora Adão houvesse pecado, eles mesmos


não tinham transgredido norma alguma. Eles pensavam que não eram
transgressores de nenhuma lei.

QUAL FOI A MEDIDA TOMADA POR DEUS?

Deus procurou lhes mostrar que a norma de santidade por Ele requerida
estava muito além do padrão humano; que os seres humanos eram fracos
para desenvolver a vida de santidade exigida pelo Céu; e que eles mesmos já
eram transgressores de Sua Lei.

QUAL FOI A ESTRATÉGIA ADOTADA POR DEUS?

1. Moisés apresentou as regras do concerto para o povo.

2. Não percebendo como era elevada a norma que Deus estava propondo, o
povo prometeu fazer tudo o que Moisés havia dito.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 44


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

3. Poucas semanas depois, eles transgrediram as regras com as quais


haviam concordado, no episódio do Bezerro de Ouro.

ENTENDENDO MELHOR A ESTRATÉGIA DE DEUS

O acordo que Deus fez com os israelitas era semelhante ao que fora firmado
feito com Adão: obedece = vive ou desobedece = morre. Mas Deus já sabia
que eles, por si mesmos, eram incapazes de cumpri-lo.

No Concerto do Sinai, não havia a promessa do perdão e do poder para a


transformação do caráter. Esse acordo era semelhante ao que fora feito com
Adão antes da queda, apenas com uma diferença: Adão desfrutava de
condições e força moral para, por si mesmo, obedecer a Deus.

Nisso reside a imperfeição do Concerto do Sinai, mencionada na carta aos


Hebreus: o velho concerto não oferecia condições de restauração (perdão e
transformação do caráter). Para corresponder às exigências desse concerto,
seria necessário que os pactuantes humanos já estivessem aptos para
obedecer.

Os israelitas já haviam anulado a Aliança do Sinai; portanto, mereciam morrer.

Para não serem destruídos, precisaram recorrer ao Concerto da Graça,


firmado anteriormente com Abraão, Isaque e Jacó, o qual provia um
Salvador, bem como o poder para restauração do caráter.

NO QUE O CONCERTO ETERNO ERA DIFERENTE DO CONCERTO DO


SINAI?

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 45


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

No Concerto Eterno, também existe a regra


obedece=vive/desobedece=morre”; contudo, ele provê o perdão dos pecados
passados, mediante o castigo desses mesmos pecados em Cristo, e o poder
para viver uma vida sem pecado, satisfazendo à exigência de obediência do
concerto.

Esse concerto que, na época do Sinai, só existia pela promessa de Deus, foi
confirmado por Jesus.

“Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da
semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares.” Daniel 9:27.

“...porque isto é o Meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado


em favor de muitos, para remissão de pecados.” Mateus 26:28.

“Digo, pois, que Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol


da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos nossos
pais.” Romanos 15: 8.

Confirmar as promessas eqüivale a confirmar o concerto. Ver Isaías 55:3; e


Lucas 1:72 e 73.

CONCLUSÃO

 O Concerto do Sinai era temporário e foi abolido por completo, com todos
os seus mandamentos estatutos e juízos.

 O Concerto do Sinai era imperfeito porque não proporcionava os meios


necessários para a salvação do ser humano, já que não provia, por si mesmo,
o perdão dos pecados passados e a força divina para ajudar o homem a
obedecer.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 46


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

 Deus fez esse acordo de forma proposital, para levar o povo de Israel a
apreciar as benções do concerto que o Messias firmaria com Seu sangue.

 O Concerto da Graça, com todas as suas bênçãos, já existia pela promessa


de Deus, sendo chamado de “novo” apenas pelo fato de que o sangue que o
confirmou foi vertido depois da celebração do Concerto do Sinai.

 O Concerto da Graça possui em si mesmo todos os elementos necessários


para a restauração completa do homem (perdão dos pecados e poder para
obedecer).

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 47


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

6a LIÇÃO

GRAÇA, PERDÃO E JUSTIFICAÇÃO

 SITUAÇÃO EMBARAÇOSA DOS ADVENTISTAS:

Defendem ao máximo a Lei de Moisés, esforçando-se por demonstrar que ela


não foi abolida, porém, amenizam-na invocando a graça de Deus.

Exemplo: se um adventista não esclarecido pelo tema dos concertos for


perguntado se a Lei de Moisés foi abolida, ele dirá que “não”. Mas, logo
depois, sendo questionado se é correto manter escravos ou se é necessário
tomar a mulher do irmão falecido para lhe gerar posteridade, o mesmo
adventista dirá que “não, pois Cristo revogou essas regras”. E, se for
interrogado sobre se está em harmonia com o quarto mandamento tomar
ônibus aos sábados ou chegar em casa na Sexta-feira depois do pôr-do-sol,
por causa da distância do local do serviço, o adventista explicará que não
precisamos seguir tudo ao pé da letra como os judeus, que a graça de Cristo
cobre os nossos pecados, que Deus ama a misericórdia. Tudo isso está
errado!

DIÁLOGO INTERESSANTE

Não-Adventista: Não sei como vocês não enxergam! É claro que Lei foi
abolida! Já que ninguém conseguia guardar a Lei mesmo, Deus preferiu aboli-
la! Cristo nos libertou da Lei! Estamos livres, LIVRES!

Adventista: De forma alguma! A Lei não foi abolida! A Lei é eterna... não pode
ser abolida! Cristo disse que não veio revogar a Lei.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 48


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Não-Adventista: Então quer dizer que você está debaixo da Lei? Por que
então você não faz os sacrifícios de animais também? E por que você não
guarda as outras festas judaicas, como a Páscoa, o Pentecostes etc.?

Adventista: Não, não... você está se confundindo! Essas coisas faziam parte
da Lei Cerimonial: essa, sim, foi abolida por Cristo, pois eram apenas sombra
dos bens futuros. A Lei que não foi abolida era a dos Dez Mandamentos, que
estavam em tábuas de pedra; o que foi escrito no livro de Moisés é que foi
abolido.

Não-Adventista: Ah, é??? E quanto à carne de porco? Isso não estava escrito
nas tábuas, mas apenas no livro! Por que vocês, adventistas, não comem
carne de porco?

Adventista: Não, não... aí é diferente! A gente não come carne de porco


porque faz mal para a saúde!

Não-Adventista: E por que vocês não fazem a circuncisão também? Ouvi


dizer que faz bem para a saúde, pois evita o câncer.

Adventista: Bem, é verdade! Mas, isso não precisa não, porque Cristo acabou
com isso!

Não-Adventista: Ora, então quer dizer que nem tudo que estava no livro foi
abolido?! Acho que sua explicação esta muito fraca! Mas, se vocês guardam a
Lei dos Dez Mandamentos mesmo, é certo chegar em casa, na Sexta-feira,
depois do pôr-do-sol, só porque o local de trabalho fica distante de casa? Ou
viajar em dia de Sábado? Isso está certo?

Adventista: É... eu sei! Mas, graças a Deus por sua misericórdia! Nós não
podemos ser tão extremistas como os judeus, não!!! Cristo veio ensinar a
graça e o amor! Pela sua graça, somos perdoados das nossas faltas, pois você

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 49


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

sabe, né, a Bíblia diz que não há nenhum justo, nenhum sequer! Somente a
graça nos salva!

Não-Adventista: Ah, agora você falou a minha língua! Amém por isso!

TUDO ISSO ESTÁ ERRADO!!!

 Lei Moral (Antigo Concerto): permanece

 Lei Cerimonial (Antigo Concerto): abolida

 Há uma Lei Cerimonial em o Novo Concerto:

Batismo

Santa Ceia

Ministério Sacerdotal de Cristo no Santuário Celestial

Ver Hebreus 9:1

Lei Cerimonial do Velho concerto  Lei Cerimonial do Novo concerto


R
E
F
O
R
M
A

(Hebreus 9:10; 7:12, 18 e 19)

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 50


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Abole-se o desenvolvimento anterior e estabelece-se o novo: Hebreus 10:9.

Exemplo:

Páscoa  Santa Ceia

Dez Mandamentos “limitados” no Antigo Concerto. Exemplo: “não mataras”


limitado pelo “olho por olho, dente por dente”.

Dez Mandamentos “ampliados” em o Novo Concerto. Exemplo: “não mataras”


ampliado pelo “oferece também a outra face”.

A idéia de que Jesus veio amenizar a Lei é falsa! Ele não veio amenizar
nada! Ver Mateus 11:12 e 13; e Lucas 16:16.

João veio para apresentar o novo Mestre, o novo Moisés: João 1:31.

Deuteronômio 18:19. Deus vai cobrar perfeita obediência do que Seu Filho
disser.

Agora, em o novo concerto, são os que se esforçam vão entrar pela porta da
salvação.

Hebreus 10:28-31 e 12:18-29.

Mas, se é assim, o que é a GRAÇA, então?

O anjos não necessitam de graça. Esta se destina aos pecadores: Romanos


4:4 e 5:20.

“Pela desobediência às ordens de Deus, o homem caiu sob a


condenação de Sua lei. Esta queda exigiu que a graça de Deus se
manifestasse em favor dos pecadores. Jamais teríamos conhecido o
significado da palavra "graça" se não tivéssemos caído. Deus ama

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 51


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

os anjos sem pecado, os quais fazem o Seu serviço e são


obedientes a Suas ordens; mas Ele não lhes concede graça. Esses
seres celestiais nada sabem de graça; jamais necessitaram dela,
porque jamais pecaram. Graça é um atributo de Deus, imerecidamente
manifestado para com os seres humanos. Nós não o procuramos, mas
ele foi enviado a nossa procura. Deus Se regozija em outorgar esta
graça a cada um que a deseje. A todos nós Ele apresenta termos de
misericórdia, não porque sejamos dignos, mas porque somos
completamente indignos. Nossa necessidade é a qualificação que nos
dá a certeza de que receberemos esse dom.” Meditação Matinal -
Maravilhosa Graça, p. 25.

 Mas, o que é a GRAÇA, na verdade?

Salmos 119:172 define a Lei de Deus como o padrão de justiça.

1 João 3:4 revela que a transgressão a essa Lei é que constitui o “pecado”.

Romanos 1:28-32; 2:7-10; e 6:23 definem a morte como “salário” ou “preço” do


pecado.

Pecado = Morte
Justiça = Vida

Eclesiastes 7:29 diz que Deus fez o homem reto, isto é, perfeito.

Romanos 5:18 informa que por só um pecado, já vem a condenação. Ex.:


Adão e Eva.

Romanos 3:23 declara que todos pecaram.

Romanos 4:15 diz que Jesus não pecou.

Ser Humano Pecador (Injusto) Merece a Morte


Jesus Justo Merece a Vida

2 Coríntios 5:18-21; Isaías 53:4-6; Gálatas 3:13; 1 Pedro 2:21-24 e 3:18.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 52


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Troca:
Ser Humano Pecador (Injusto) Recebe a Vida
Jesus Justo Recebe a Morte

Mas, afinal de contas, o que é GRAÇA?

Graça: presente de Deus (vida eterna) dado ao homem sem que ele o mereça.
Ver Romanos 3:24.

Salvação: livramento da condenação imposta pela Lei.

Condições:

 Para receber a Graça:

1) Fé (Efésios 2:8).

2) Arrependimento (Lucas 13:1-5 e Atos 2:37 e 38).

3) Conversão (Atos 3:19; João 3:3 e 5; e 2 Coríntios 5:17).

4) Confissão (1 João 1:9; e Provérbios 28:13).

Resultado: reconciliação (Isaías 59:2; e Colossenses 1:20-23).

 Para se manter na Graça: obediência (Mateus 7:21; Lucas 6:46; João


14:15 e 21; e 15:10, 13 e 14).

A salvação, livramento da condenação, é somente pela GRAÇA, pois a


obediência é obrigatória ao ser humano. Ao obedecer, o homem não faz
mais do que sua obrigação! Ver Lucas 17:7-10.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 53


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

O abandono da fé ou a falta de obediência podem excluir a pessoa da benção


da salvação?

Resposta: Sim. Ver Mateus 24:12 e 13; 1 Coríntios 9:24-27; 10:12; Hebreus
10:35-39; e 2 Pedro 2:20-22.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 54


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

7a LIÇÃO
JUSTIFICADOS PELA FÉ OU PELAS OBRAS?

BREVE ANALISE DE DANIEL 9:24.

1.“Fazer cessar a transgressão”  original hebraico: “restringir a transgressão”.

2. “Dar fim aos pecados”  original hebraico: “selar os pecados”.

3. “Expiar a iniquidade”  punir para eliminar o pecado.

Comparar com Satanás, o bode por Azazel, para entender o processo da


expiação: Levítico 16:21 e Apocalipse 20:1-3. Quando Jesus sair do Santuário
Celestial, ao final do Juízo Investigativo, os pecados dos justos serão
confinados em Satanás; logo depois, o diabo será “preso” no “abismo” (a terra
desolada durante os mil anos), o qual será fechado e, na linguagem bíblica,
“lacrado” ou “selado”. Depois do milênio, os pecados serão expiados com a
destruição de Satanás no lago de fogo e enxofre. O mesmo processo foi
seguido por Cristo. No horto do Getsêmani, os pecados da humanidade foram
confinados e “selados” em Cristo, sendo logo em seguido expiados por Seu
sofrimento e morte.

4. “Trazer a justiça eterna”: conseqüência dos 3 passos anteriores.

5. “Selar a visão e a profecia”  original hebraico: “selar a visão e o profeta”.


Ver Lucas 24:19 e João 6:27.

6. “Ungir o Santo dos Santos”: quando subiu ao Céu, Jesus entrou no


Santíssimo para ungir o Santuário; depois, continuou Seu ministério no Lugar
Santo. Ver Êxodo 30:22-33 e Levítico 8:10.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 55


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

“TRAZER A JUSTIÇA ETERNA”

“Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada


pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo,
para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção.”
Romanos 3:21 e 22.

 COMO EXPLICAR A DIVERGÊNCIA ENTRE AS SEGUINTES


PASSAGENS?

Romanos 3:28 Tiago 2:24


“Concluímos, pois, que o homem é “Verificais que uma pessoa é
justificado pela fé, justificada por obras e não por fé
independentemente das obras da lei.” somente.”

Não empregar explicações inconsistentes, que não harmonizam realmente o


texto, tais como:

 “Somos justificados pela fé e julgados pelas obras.”. Embora essa afirmação


esteja certa, ela não serve para harmonizar os textos aparentemente
contraditórios.

 “O pecador é justificado pela fé e sua fé é justificada pelas obras; as obras


não justificam o pecador, mas sua fé.”

Solução para a contradição:

“Ora, Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente


da lei viverá por ela. Mas a justiça decorrente da fé assim diz: Não
perguntes em teu coração: Quem subirá ao céu?, isto é, para trazer do
alto a Cristo; ou: Quem subirá ao abismo?, isto é, para levantar Cristo
diante dentre os mortos. Porém que se diz? A Palavra está perto de ti,
na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos.”
Romanos 10:5-8.

Idéia Errada de Muitos:

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 56


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Antigo Testamento  Moisés falou da justiça da Lei.

Novo Testamento  Paulo falou da justiça da fé.

“Portanto, os Meus estatutos e os Meus juízos guardareis; cumprindo-


os, o homem viverá por eles. Eu sou o Senhor.” Levítico 18:5.

“Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que
no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Nem está além
do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar que no-lo
traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Pois esta palavra está
mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a cumprires.”
Deuteronômio 30:12-14.

Moisés falou de uma justiça que decorre da Lei e de outra que decorre da fé.

Paulo também de uma justiça que decorre da Lei e de outra que decorre da fé.

Tiago também de uma justiça que decorre da Lei e de outra que decorre da fé.

Justiça da Lei Justiça da Fé


Levítico 18:5 Atos 13:39
Neemias 9:29 Romanos 1:17
Ezequiel 20:11, 13 e 21 Romanos 3:21, 22, 26, 28 e 30
Mateus 19:17 Romanos 4:3, 5, 9, 11 e 13
Lucas 10:25-28 Romanos 5:1
Gálatas 3:12 Romanos 9:30
Tiago 1:25 Romanos 10:4
Lucas 1:6 Gálatas 2:16
Romanos 2:13 Gálatas 3:6 e 8
Gálatas 5:5
Filipenses 3:9
Tiago 2:23
Gênesis 15:6

Justiça da Lei: padrão definido pela Lei, pelo qual alguém pode ter direito
(merecimento) à vida eterna.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 57


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Obs.: Jesus, os anjos celestiais e os seres não caídos não necessitam da


justiça da fé. Desfrutam da vida eterna apenas pela justiça da Lei, pois não
pecaram.

Justiça da fé: não depende de obras, pois o homem não pode fazer nada
para merecê-la, visto já ter pecado. É o credito de Cristo imputado ao crente.

“O apóstolo Paulo apresenta claramente a relação entre a fé e a lei, no


novo concerto. Diz ele: ‘Sendo pois justificados pela fé, temos paz com
Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.’ Rom. 5:1. ‘Anulamos, pois, a lei
pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.’ Rom. 3:31.
‘Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela
carne’ - ou seja, ela não podia justificar o homem, porque em sua
natureza pecaminosa este não a poderia guardar - ‘Deus, enviando o
Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o
pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que
não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.’ Rom. 8:3 e 4.”
Patriarcas e Profetas, pp. 372 e 373.

“Nada temos, pois, em nós mesmos, de que nos possamos orgulhar.


Não temos nenhum motivo para exaltação própria. Nosso único motivo
de esperança está na justiça de Cristo a nós imputada, e naquela
produzida pelo Seu Espírito trabalhando em nós e através de nós.”
Caminho a Cristo, p. 63 (tradução nossa).

“A justiça interior é testificada pela exterior. Quem é justo interiormente,


não é insensível nem incompassivo, mas dia a dia cresce na imagem de
Cristo, indo de força em força. O que está sendo santificado pela
verdade, exercerá domínio próprio e seguirá os passos de Cristo até que
a graça se perca na glória. É imputada a justiça pela qual somos
justificados; aquela pela qual somos santificados, é comunicada. A
primeira é nosso título para o Céu; a segunda, nossa adaptação para
ele. Review and Herald, 4 de junho de 1895.” Mensagens aos Jovens, p.
35.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 58


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Gráfico da vida perfeita (qualidade x tempo)


10
QUALIDADE
9

7
TEMPO
(anos) 33
TEMPO
(ANOS)

Gráfico da vida do pecador (qualidade x tempo).

10

9
Q U ALID A D E

7
TEM PO
(anos) 70
TEMPO
(ANOS)

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 59


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Gráfico da vida do pecador (qualidade x tempo).

10

Justiça
Cristo
9
Q U ALID A D E

de
8

7
TEM P O
(an os) 70
TEMPO
(ANOS)

Romanos 4:4 e 5; 5:1; 8:1-4.

Romanos 6:1 e 2, 11-14 e 15-23.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 60


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

8a LIÇÃO

PERFEIÇÃO, O ALVO DA CARREIRA CRISTÃ

TEXTO BASE: MATEUS 5:48

“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.”

QUAL TEM SIDO O GRANDE DILEMA DOS DEFENSORES DA LEI,


DURANTE TODOS OS SÉCULOS?

Resposta: GUARDAR A LEI

COMO É POSSÍVEL MANTER A COERÊNCIA ENTRE O DISCURSO E A


PRÁTICA NO QUE DIZ RESPEITO À OBEDIÊNCIA?

Resposta: Entendendo o plano de Deus através de Seu concerto com a


humanidade.

A IMPERFEIÇÃO DO VELHO CONCERTO

No estudo 5, ficou claro que o velho concerto foi abolido porque era
“defeituoso” ou “imperfeito”, no sentido de que ele não oferecia condições de
restauração completa ao homem (perdão e transformação do caráter).

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 61


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

A PERFEIÇÃO DO NOVO CONCERTO

O Concerto da Graça, feito com Adão após a sua queda, era perfeito porque
continha, em suas cláusulas, aquilo de que a raça humana necessitava para
restabelecer a harmonia com Deus e com Sua Lei:

“O ‘novo concerto’ foi estabelecido com melhores promessas:


promessas do (1) perdão dos pecados, e da (2) graça de Deus para
renovar o coração, e levá-lo à harmonia com os princípios da lei de
Deus.” Patriarcas e Profetas, p. 372.

Em outras palavras, o Novo Concerto é completo: ele também possui a regra


“obedece=vive/desobedece=morre”; contudo, ele provê o perdão dos pecados
passados, mediante o castigo desses pecados em Cristo, e o poder do
Espírito Santo para viver uma vida sem pecar, satisfazendo às exigências do
concerto.

QUAL FOI A MISSÃO DE CRISTO QUANDO ESTEVE NESTA TERRA?

“Nosso Senhor Jesus Cristo veio a este mundo como o infatigável servo
das necessidades do homem. ‘Tomou sobre Si as nossas enfermidades
e levou as nossas doenças’ (Mat. 8:17), a fim de poder ajudar a todas as
necessidades humanas. Veio para remover o fardo de doenças,
misérias e pecado. Era Sua missão restaurar inteiramente os
homens; veio trazer-lhes saúde, paz e perfeição de caráter.” A
Ciência do Bom Viver, p. 17.

MAS O QUE SIGNIFICA PERFEIÇÃO DE CARÁTER?

“A perfeição de caráter é atingida mediante o exercício das faculdades


da mente, em tempos de suprema prova, pela obediência a toda
reivindicação da lei de Deus. Homens em posições de confiança
devem ser instrumentos nas mãos de Deus para promover-Lhe a glória,
e no cumprimento de seus deveres com a máxima fidelidade, eles
podem atingir a perfeição de caráter.” Mensagens Escolhidas – Vol. 2, p.
161.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 62


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

O QUE SIGNIFICA OBEDIÊNCIA PERFEITA?

“A lei requer obediência perfeita. ‘Qualquer que guardar toda a lei, e


tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.’ Tia. 2:10. Nem
um desses dez preceitos pode ser violado sem deslealdade para com
o Deus do Céu. O mínimo desvio de suas reivindicações, por
negligência ou transgressão deliberada, é pecado, e todo pecado expõe
o pecador à ira de Deus. Obediência era a condição única sob a qual o
Israel antigo devia receber o cumprimento das promessas que os
tornaram o povo altamente favorecido por Deus; e a obediência a essa
lei trará hoje, a indivíduos e a nações, tão grandes bênçãos como teria
proporcionado aos hebreus.” Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 218.

QUAL FOI O DESAFIO QUE SATANÁS LANÇOU PARA DEUS?

“Enoque foi um professor público da verdade na época em que viveu.


Ensinou a verdade; viveu a verdade; e o caráter do professor que
andava com Deus harmonizava-se em todos os sentidos com a
grandeza e santidade de sua missão. Enoque era um profeta que falava
ao ser movido pelo Espírito Santo. Era uma luz entre as trevas
morais, ... um homem que andava com Deus, sendo obediente à lei de
Deus - aquela lei à qual Satanás se recusara a obedecer, a lei que Adão
transgrediu e à qual Abel obedeceu, tendo sido morto por essa
obediência. E agora Deus demonstraria ao Universo a falsidade da
acusação de Satanás, segundo a qual os seres humanos não
podem guardar a lei de Deus. Ele demonstraria que, a despeito de
terem os seres humanos pecado, poderiam de tal modo relacionar-se
com Deus que teriam a mente e o espírito de Deus e seriam símbolos
representativos de Cristo.” Meditação Matinal – Cristo Triunfante, p. 51.

É POSSÍVEL AO HOMEM GUARDAR TODOS OS MANDAMENTOS DE


DEUS?

(falando de Enoque): “Esse santo homem foi escolhido por Deus para
denunciar a impiedade do mundo e tornar evidente que é possível a
uma pessoa guardar toda a lei de Deus.” Meditação Matinal – Cristo
Triunfante, p. 51.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 63


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

“Cristo veio à Terra e viveu uma vida de perfeita obediência, para


que os homens e mulheres, por Sua graça, também pudessem viver
vida de obediência perfeita. ... Perante nós se apresenta a
maravilhosa possibilidade de sermos semelhantes a Cristo: obedientes
a todos os princípios da lei de Deus.” Meditação Matinal – O Cuidado de
Deus, p. 177.

MAS O QUE DEUS REQUER DO HOMEM NÃO É APENAS A SUA


SANTIFICAÇÃO?

Resposta: Sim. Muitos pensam que a santificação consiste apenas em falar


de Jesus, pensar nEle, cantar para Ele e exercer alguma atividade na igreja.
Tudo isso também faz parte, mas...

O QUE É VERDADEIRAMENTE “SANTIFICAÇÃO”?

“A verdadeira santificação significa perfeito amor, perfeita


obediência, perfeita conformidade com a vontade de Deus.
Devemos santificar-nos para Deus mediante a obediência à verdade.
Nossa consciência deve ser expurgada das obras mortas para servir ao
Deus vivo. Não somos ainda perfeitos; mas é nosso privilégio
desvencilharmo-nos dos obstáculos do eu e do pecado e prosseguir
para a perfeição. Grandes possibilidades, altas e santas conquistas são
colocadas ao alcance de todos.” Atos dos Apóstolos, p. 565.

QUAL É O PADRÃO DE OBEDIÊNCIA QUE DEUS REQUER HOJE?

“A condição de vida eterna é hoje justamente a mesma que sempre foi


- exatamente a mesma que foi no paraíso, antes da queda de nossos
primeiros pais - perfeita obediência à lei de Deus, perfeita justiça. Se
a vida eterna fosse concedida sob qualquer condição inferior a essa,
correria perigo a felicidade do Universo todo. Estaria aberto o caminho
para que o pecado, com todo o seu cortejo de infortúnios e misérias, se
imortalizasse.” Caminho a Cristo, p. 62.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 64


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

“Muitos, hoje, dizem: ‘Crê, tão somente crê, e viverás.’ A fé e as obras


vão juntas, crer e fazer se combinam. O Senhor não requer da alma
humana menos hoje do que exigiu de Adão no Paraíso, antes da
queda: perfeita obediência, justiça sem mácula. O que Deus requer,
sob o concerto da graça, é exatamente tão amplo como o que requereu
no Paraíso: harmonia com Sua lei, que é santa, justa e boa. O
evangelho não enfraquece as reivindicações da lei; ele exalta a lei e a
torna gloriosa. Sob o Novo Testamento, não se requer menos do que
foi exigido sob o Antigo Testamento.” Mensagens Escolhidas – Vol. 1,
p. 373.

“Não podemos superestimar o valor de singela fé e obediência


incondicional. É seguindo no caminho da obediência com singela fé que
o caráter obtém perfeição. Requereu-se que Adão prestasse estrita
obediência aos mandamentos de Deus, e não é apresentado um
padrão mais baixo aos que desejam a salvação [hoje]. ... [Cristo] diz:
‘E tudo quanto pedirdes em Meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja
glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em Meu nome, Eu o farei.
Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos. E Eu rogarei ao
Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para
sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber.’ João
14:13-17. O mundo está coligado contra a verdade, porque não deseja
obedecer à verdade. Irei eu, que compreendo a verdade, fechar os
olhos e o coração ao seu poder salvífico porque o mundo prefere as
trevas à luz? Manuscrito 5a, 1895.” Meditação Matinal – Exaltai-O, p.
140.

É POSSÍVEL AOS HOMENS DE HOJE ALCANÇAR ESSE PADRÃO DE


OBEDIÊNCIA?

“Cumpre-nos obedecer às leis de Seu reino, tornando-nos tudo quanto


nos seja possível ser. Devemos cultivar diligentemente as mais elevadas
faculdades de nosso ser, lembrando-nos de que somos propriedade de
Deus, edifício Seu. Requer-se de nós que nos desenvolvamos dia a dia.
Mesmo neste mundo de pecado e dor, podemos, por diligente e
perseverante esforço, erguer-nos à mais alta eficiência espiritual. ‘Vós
sois lavoura de Deus e edifício de Deus.’ I Cor. 3:9. No espírito e na
palavra, em todos os aspectos da formação de nosso caráter, cumpre-
nos agradar a Deus. Isso podemos fazer; pois Enoque agradou a Deus,
embora vivendo numa época degenerada. E há Enoques neste século
em que vivemos.” Meditação Matinal – Filhos e Filhas de Deus, p. 314.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 65


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

PARA QUE ALVO DEVE O CRISTÃO DIRIGIR TODOS SEUS ESFORÇOS ?

“Deve o homem fazer veementes esforços para vencer o que o


impede de alcançar a perfeição. Mas, para alcançar êxito, ele
depende inteiramente de Deus. Por si mesmos os esforços humanos
não são suficientes. Sem a ajuda do poder divino ele de nada vale.
Deus age e o homem também. A resistência à tentação deve partir do
homem, que por sua vez deve obter de Deus o poder. De um lado se
acham sabedoria infinita, compaixão e poder; do outro debilidade,
pecaminosidade e incapacidade absoluta. Atos dos Apóstolos, p. 482.

“O ideal do caráter cristão é a semelhança com Cristo. Acha-se aberta


diante de nós uma senda de progresso contínuo. Temos um objetivo a
atingir, uma norma a alcançar, a qual inclui tudo que é bom, puro, nobre
e elevado. Deve haver contínuo esforço e constante progresso para
a frente e para o alto, rumo à perfeição do caráter.” Conselhos Sobre
Educação, p. 232.

COMO PODEMOS ALCANÇAR A PERFEIÇÃO DE CARÁTER?

“Exigindo obediência às leis de Seu reino, Deus dá a Seu povo saúde e


felicidade, paz e alegria. Ensina-lhe que a perfeição de caráter por Ele
exigida só pode ser alcançada familiarizando-nos com Sua
Palavra.” Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 454.

“Nenhum homem, mulher, ou jovem, pode alcançar a perfeição


cristã negligenciando o estudo da Palavra de Deus. Mediante
profundo e cuidadoso exame de Sua Palavra obedeceremos à exigência
de Cristo: ‘Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida
eterna, e são elas que de Mim testificam.’ João 5:39. Conselhos Sobre
Escola Sabatina, p. 17.

“É impossível aos que condescendem com o apetite alcançar a


perfeição cristã. Muita mãe põe a mesa de maneira que se torna uma
cilada para a família. Alimentos cárneos, manteiga, queijo, ricas
massas, alimentos temperados e condimentos são usados
livremente, por adultos e jovens. Esses artigos fazem sua obra em
perturbar o estômago, estimulando os nervos e enfraquecendo o
intelecto. Os órgãos produtores do sangue não podem converter esses
artigos em bom sangue. A gordura cozida com o alimento torna-o de
digestão difícil. O efeito do queijo é deletério. O pão feito com a

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 66


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

farinha refinada não comunica ao organismo a nutrição que se


encontra no pão de farinha integral. Seu uso rotineiro não conservará o
organismo na melhor das condições. Os condimentos a princípio
irritam o sensível revestimento do estômago, mas finalmente
destroem a sensibilidade natural dessa delicada membrana. O sangue
torna-se febril, despertam-se as propensões animalescas, enquanto se
enfraquecem as faculdades morais e intelectuais, tornando-se servas
das paixões baixas. Deve a mãe esforçar-se por apresentar à família
um regime simples mas nutritivo. Christian Temperance and Bible
Hygiene, págs. 46 e 47.” Conselhos Sobre Regime Alimentar, p. 236.

“Se fizerdes de Deus a vossa força, podereis, sob as circunstâncias


mais desanimadoras, atingir uma altura e uma amplitude de perfeição
cristã que dificilmente pensaríeis ser possível alcançar.” Conselhos
Sobre Saúde, p. 384.

“Serão necessárias tanto reflexão como ação, se desejardes alcançar


a perfeição do caráter. Conquanto postos em contato com o mundo,
deveis estar em guarda a fim de que não procureis com tanto empenho
o aplauso dos homens e vivais de acordo com sua opinião. Andai com
cuidado, se desejais prosseguir com segurança; desenvolvei a graça da
humildade e confiai a Cristo as vossas almas indefesas. Podeis ser, em
muitos sentidos, homens de Deus. Em meio da confusão e tentação das
multidões profanas, podeis manter, com perfeita suavidade, a
independência da alma.” Conselhos Sobre Saúde, p. 384.

“Para cada pessoa que se empenha em busca da perfeição do caráter


cristão, este mundo torna-se um campo de batalha, no qual se trava o
conflito entre o bem e o mal. E todos os que confiam em Cristo
obterão a vitória. Carta 38, 1907.” Meditação Matinal – Cristo
Triunfante, p. 32.

DE QUANTOS DEUS REQUER A PERFEIÇÃO DE CARÁTER?

“Deus requer de todos a perfeição moral. Aqueles a quem se deram a


luz e as oportunidades deviam, como mordomos de Deus, desejar a
perfeição e nunca, nunca abaixar a norma da justiça para acomodar as
tendências hereditárias e cultivadas para o mal. Cristo assumiu nossa
natureza humana, e viveu nossa vida para mostrar-nos que
podemos ser semelhantes a Ele. ... Devíamos mesmo ser santos
como Deus é santo; e quando compreendemos o pleno significado
desta declaração, e pomos o coração na obra de Deus, para sermos

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 67


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

santos como Ele o é, aproximar-nos-emos da norma estabelecida para


cada pessoa em Cristo Jesus. Carta 9, 1899.” Meditação Matinal –
Cuidado de Deus, p. 87.

ONDE DEVE O HOMEM ALCANÇAR A PERFEIÇÃO CRISTÃ, VIVENDO


UMA VIDA SEM PECADO?

“Não te enganes. De Deus não se zomba. Coisa alguma senão a


santidade te preparará para o Céu. Unicamente a piedade sincera,
experimental, pode dar-te um caráter puro, elevado, e habilitar-te a
entrar à presença de Deus, que habita na luz inacessível. O caráter
celeste deve ser adquirido na Terra, ou jamais se poderá obter.
Começa, portanto, imediatamente. Não te iludas de que virá tempo em
que poderás fazer mais facilmente um diligente esforço do que agora.
Cada dia aumenta tua distância de Deus. Prepara-te para a eternidade
com um zelo tal como ainda não manifestaste. Educa tua mente em
amar a Bíblia, amar a reunião de oração, a hora de meditação e, acima
de tudo, a hora em que a alma comunga com Deus. Torna-te celeste na
mente, se queres unir-te com o coro celestial nas mansões de cima.”
Testemunhos Seletos, Vol. 1, p. 245.

“Enquanto os pecados dos crentes arrependidos estão sendo removidos


do santuário, deve haver uma obra especial de purificação, ou de
afastamento de pecado, entre o povo de Deus na Terra.” O Grande
Conflito, p. 425.

“Estamos nos preparando para encontrar com Aquele que,


acompanhado por uma comitiva de santos anjos, está prestes a
aparecer nas nuvens dos céu, para dar ao fiel e justo o toque da
imortalidade. Quando Ele vier não irá nos limpar de nossos pecados,
remover de nós os defeitos de caráter, ou curar-nos de nossas
enfermidades de temperamento e disposição. Se esta obra não for
realizada por nós, será totalmente completada antes daquele
tempo. Quando o Senhor vier, aqueles que são santos, serão
santificados ainda.” Testimonies, vol. 1, p. 245.

A BÍBLIA DIZ QUE “EU SOU UM PECADOR”. “COMO POSSO ALCANÇAR


A PERFEIÇÃO SENDO UM PECADOR?”

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 68


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

O QUE SIGNIFICA DIZER: “SOMOS PECADORES”?

“Pecadores” no sentido genérico:

O plano da salvação gira em torno do assunto da justificação. Para ser justo


diante da Lei de Deus, o homem precisa guardar toda a lei durante toda a vida.
Como todos os seres humanos já pecaram em algum momento de suas vidas,
todos são injustos e tidos como pecadores diante da Lei. Nesse sentido, todos
são pecadores porque em algum momento da vida já pecaram.

“Pecadores” no sentido estrito:

No sentido estrito, a palavra “pecadores” se aplica também àquelas pessoas


que vivem na prática constante do pecado, pessoas que não querem
compromisso com Deus nem com o evangelho de Cristo.

AOS CRISTÃOS A IDÉIA DE “SER PECADOR” SÓ SE APLICA NO


SENTIDO GENÉRICO, NÃO NO SENTIDO ESTRITO.

“Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque


o pecado é a transgressão da lei. Sabeis também que ele se
manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. Todo
aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive
pecando não o viu, nem o conheceu. Filhinhos, não vos deixeis
enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como
ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o
diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de
Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de
Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a
divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de
Deus.” 1 João 3: 4 a 9.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 69


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

QUAL É A ÚNICA MANEIRA PARA VIVER EM PAZ COM DEUS?

“Muitos há que se chegam ao Salvador de modo hesitante. Recebem o


batismo e todavia não há em seu caráter mudança aparente.
Convidamos todos a ir ter com Cristo, a nEle permanecer, a progredir
diariamente no aperfeiçoamento do caráter mediante o permanecer em
Cristo. Ao isso fazerem, encontrarão aquele descanso que só pode vir
mediante a obediência perfeita.” Meditação Matinal – Nos Lugares
Celetiais, p. 277.

Henderson H. L. Velten e Herbert de Carvalho 70

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