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A ERA DO ESPÍRITO SANTO (JL 2:28-29; AT 2:1-17)

I. O QUE É UMA ERA?

II. QUANTAS ERAS A HUMANIDADE E O POVO DE DEUS JÁ ATRAVESSARAM NO PONTO DE VISTA BÍBLICO?
II.1 – Dispensação Edénica ou de Inocência (Antes de Adão Pecar)
 Canal ou Pessoa Representante
Nesta época a humanidade gravada em Adão enquanto vivia no Éden era santa, perfeita, sem pecado e
inocente (a exemplo de um recém-nascido, no ponto visto moral), de tudo o que se pode chamar “pecado”
(Gén 2:25). E Deus deleitava-se na perfeição do homem, razão porque se tem a percepção de que aquela
não poderia ser a única e a primeiríssima vez que Jeová vinha ter com Adão no jardim (Gén 3:8-9).
 Aliança
A aliança (promessa ou voto que essencialmente é Deus a comprometer-se em beneficiar o homem e não o
homem a beneficiar Deus) desta época, consistia em autorga do domínio de Deus ao homem para que este
governasse e dominasse sobre todo o planeta sem exceção de algum ser vivo em seus limites (Gén 1:26-31;
Sal 8:3-9).
 Duração
Não sabemos em que fase Moisés começou a contar os aniversários da vida de Adão, se antes ou depois de
pecar. Porém, partindo da narrativa de que Adão surgiu na mesma semana da criação; e, se a idade que a
Bíblia revela for a mesma partindo do primeiro ano de sua existência, então concluiremos, sem equívocos,
que esta Dispensação durou dêcadas de mais ou menos 100 anos (Gén 5:3-5).
 Fim e Julgamento
Esta primeira Dispensação findou quando Adão pecou. O julgamento dela consistiu no estabelecimento da
morte física, da quebra da comunhão física (a expulsão do jardim) e espiritual (a visão da nudez) com Deus e
de todas as consequências futuras incluindo o sofrimento actual para se obter sucesso na terra (Gén 3, Rom
5:12).

I.2 – Dispensação Adámica ou de Consciência (Depois de Adão Pecar)


 Pessoa ou representante
Adão e seus primeiros descendentes são a figura desta Dispensação em que a natureza pecaminosa dele é
transferida biológica e espiritualmente para todos os seus filhos e descendentes, sendo inaugurada com o
assassinato de Abel por seu próprio irmão Caim (Gén 4:1-24).
 Aliança
É impossível calcular o tamanho do amor de Deus! Foi nessa Dispensação em que logo após a Queda de
Adão e Eva, Jeová se apresentou a Eva e fez a maior promessa da Bíblia de que o Descendente (ou
Semente) dela esmagaria a cabeça da Serpente (Gén 3:8-15). Como sabemos, esta promessa se tornou o
maior laço para Satanás.
 Duração
Esta Dispensação durou mais ou menos 1446 anos se considerarmos a vida de Sete, o terceiro filho de Adão
como ponto de referência (Gén 4:25-26; 5:6-8).
 Fim e Julgamento
Terminou nos dias de Noé. O julgamento consistiu na destruição de toda a humanidade, afogada em águas
do grande dilúvio do qual sobreviveram somente Noé e sua família (Gén 7:6-24; 8:1-19).

II.3 – Dispensação Noénica (de Noé e seus Filhos após o Dilúvio)


 Pessoa ou Representante
Noé é a figura representante desta Dispensação, que começou logo após a saída de todos os que com ele
estavam na arca, quando o dilúvio terminou e as águas se secaram de sobre a terra (Gén 8:1-19).
 Aliança
A aliança desta Dispensação sustentava-se debaixo da promessa que Jeová havia feito de que “todos os
seres vivos e o mundo no geral, nunca mais seriam destruidos pelas águas de dilúvio; o arco-íris no céu é o
selo desta promessa” (Gén 8:20-22; 9:1-19).
 Duração
Esta Dispensação durou cerca de 1477 anos partindo dos 2 anos de Sem fora da arca, após o dilúvio (Gén
11:10).
 Fim e Julgamento
A Dispensação Noénica terminou (se não haver outra interpretação para “repartição ou dispersão da terra”)
nos dias de Pelegue (o bisneto de Sem, filho de Noé, Gén 10:25), na ocasião da construção da cidade e torre
de Babel, na Mesopotâmia. O julgamento contra a humanidade consistiu no derramamento de línguas
estranhas que geraram confusão entre os homens de tal modo que as construções de cidade e torre já não
podiam continuar, o que levou os homens a repartirem-se em grupos linguísticos, dispersando-se por toda a
terra; este facto marca também o início da ocupação do planeta pelas nações, conforme se apresentam hoje
(Gén 11:1-9; Deut 32:8).
II.4 – Dispensação Patriarcal (dos Pais da Fé)

 Pessoas Representantes

Esta é a época em que após a dispersão da torre de Babel, Deus se destacou em revelar-se apenas à
linhagem de Sem, filho de Noé, por meio de seus descendentes, partindo de Abraão, Isaque e Jacó. Os
39 livros do AT, do capítulo 12 de Génises até Malaquias, são, históricamente, relato da caminhada de
Deus com estes homens e seus filhos.
 Aliança
A grande aliança ou promessa feita nessa Dispensação baseiava-se na promessa que Deus havia feito a
Abraão de que ele e seus filhos seriam uma bênção para toda a humanidade (Gén 12:1-3; 26:1-6; 28:10-
17). Agora, entendemos que tal “bênção” é Jesus Cristo (Mat 1:1; Gál 3:8,16).
 Duração
Esta Dispensação durou aproximadamente 1008 anos, partindo de Abraão (Gén 21:5).
 Fim e Julgamento
Terminou, esta Dispensação, no fim da peregrinação dos filhos de Jacó ao Egito, logo após a travessia
do mar vermelho. O julgamento foi executado particularmente na derrota dos egipcios no mar vermelho
(Êx 12:37-51; 13-14).

II.5 – Dispensação Legislacional (do Período da Lei de Moisés)


 Pessoas ou Representantes
O próprio Moisés, juizes, reis, sumos sacerdotes e profetas incluindo os sacrifícios foram mediadores
nesse período (Hb 1:1). Esta é a época em que os actos do homem passaram a ser legislados através de
estatutos, preceitos, decretos, testemunhos e leis explícitos e escritos, inicialmente em duas tábuas de
pedra e mais tarde em rolos (Rom 5:14), que Moisés recebeu de Deus a partir do Monte Sinai, um ano
após a travessia do mar vermelho e ao longo de toda a trajectória pelo deserto (Êx 19 até Lev. Cap.10).
 Aliança
Deus prometera possuir e engrandecer a nação de Israel como nenhuma outra no mundo. Entretanto,
esta promessa subordinava-se a obediência aos mandamentos para o cumprimento de todas as boas
coisas que o Senhor sonhara para com os filhos de Israel (Deut 28).

 Duração
A Dispensação Legislacional pode ter durado cerca de 1400 a 1500 anos partindo do Monte Sinai (Êx 19).
 Fim e Julgamento
Esta Dispensação terminou logo após a vinda dos últimos profetas de Israel, o pregador João Batista (Luc
1:76) e o Salvador Jesus Cristo (Luc 7:16-23). O julgamento contra a humanidade foi executado em Cristo
que morreu crucificado como um malfeitor em lugar de muitos (Dan 9:26; Isa 53; Luc 24).

II.6 – Dispensação da Igreja ou do Espírito Santo (do Período do Evangelho e Graça)


 Pessoas ou Representantes
Tem essencialmente duas figuras importantes: o Autor da salvação - Jesus Cristo (Luc 24:46-47) e o
Consumador da salvação - Espírito Santo (Rom 8:9,14,16). Esta Dispensação foi instituida certamente no ano
30 d.C., no dia de Pentecostes através do derramentonto do Espírito Santo sobre os discípulos enquanto
oravam no cenáculo em Jerusalém. Tal facto deu origem a Igreja de Cristo que conhecemos hoje, por isso
pode também ser chamada de “Dispensação da Igreja ou do Espírito Santo” (Jl 2:28-29; At 1-2).
Esta é a época em que Deus perdoa os pecados da humanidade graciosamente sem receber nenhuma oferta
ou holocausto por se satisfazer com a oferta (propina) de seu próprio Filho, Jesus (1Jo 2:1-3); esta é a base
de ser chamada também de Dispensação da Graça. Nesta Dispensação revelou-se o mistério de que, todos
os povos são iguais em matéria de fé em Cristo, co-herdeiros, co-participantes e membros do mesmo corpo
em Jesus Cristo, por meio do evangelho (Ef 3:1-6).
 Aliança
A aliança desta Dispensação pneumológica, é universalmente conhecida como Nova Aliança, em contraste
com a Antiga. Esta é a maior aliança bíblica que existe; cobre três Dispensações: a Graciosa, a Messiánica e
a Eterna. Debaixo dela vivem os salvos de agora e, os eleitos dos dias de tribulação viverão também;
continuará até ao final do reino milenar e avançará até ao novo universo e permanecerá eternamente para
fazer justiça às palavras de Miguel ditas à Maria acerca do “Filho de Davi”(Jer 31:31-34; 32:37-40; Mt 26:26-
30; Luc 1:31-33).
 Duração
A Dispensação Graciosa ou Evangélica ainda não terminou, ou seja, é a que está em curso, e já dura cerca
de 2018 anos segundo o modo de contar do nosso calendário romano. (Como podemos ver, até aqui,
nenhuma outra Dispensação das que já passaram atingiu essa idade: só pode ser mesmo graça!).
 Fim e Julgamento
A Dispensação da Graça, no plano da graça, terminará sete (7) anos depois do arrebatamento da igreja. O
julgamento da humanidade deixada para trás, começará com a Grande Tribulação que durará o período
mencionado neste parágrafo, e que após o confronto de Armagedom, encerrará no juízo do Vale de Decisão
(Jl 3:9-17; Mt 25). Portanto, nessa sexta Dispensação em que nos encontramos, ainda estamos na era
da Graça e do Espírito Santo que foi inaugurada no dia de pentecostes!

PENTECOSTES ꓽ ERA DO ESPÍRITO SANTO


(JL 2:28-29; AT 2:1-17)
Dentre as sete primordiais festas de Israel estava também a de pentecostes. Esta festa era
celebrada em Junho - Sivã (terceiro mês no calendário religioso e sexto no calendário civil) com o
propósito de agradecer a Deus pela última colheita do ano de semeadura:

“Guardarás a Festa da Sega, dos primeiros frutos do teu trabalho, que houveres semeado no
campo, e a Festa da Colheita, à saída do ano, quando recolheres do campo o fruto do teu
trabalho” (Êxodo 23:16).

Para além de Festa da Colheita, era também chamada de Festa das Semanas; quando a semana de
Páscoa e Ásmos findava no dia 21 de Abibe, no dia 22 celebrava-se as Primícias e no dia seguinte
(23) começava a contagem dos 49 dias que correspondem a sete semanas (de 23 a 30(1s); 1 a 7(2s);
8 a 15(3s) a 21(4s) a 28(5s) a 30+5(6s) a 12(7s), daí o título das Semanas, pois, no dia cinquenta (que
calhava à 12 Junho) é que se celebrava a Festa da Colheita:

“Contareis para vós outros desde o dia imediato ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o
molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. Até ao dia imediato ao sétimo sábado,
contareis cinquenta dias; então trareis nova oferta de manjares ao SENHOR (Lev. 23:15-22).

No Antigo Testamento não temos a palavra “pentecostes”, pois ele, em sua maioria, foi escrito em
hebraico. Pentecostes é uma palavra grega, que vem do termo “pentekostes”, que significa
“quinquagésimo (50º)”.

Devido a popularização da tradução do AT hebraico para o grego pelos setenta rabinos que viviam
na Alexandria, Egito, conhecida como (Septuaginta), essa festa também passou a ser chamada com
o nome de festa de Pentecostes (isto é, de cinquenta “dias”), conforme tal costume é revelado por
Lucas: “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar”. Isto é, “no
dia em que se completaram os cinquenta...(Atos 2:1)”.

Essa festa era uma das três grandes festas onde havia peregrinações, fato que fez com que muitos
judeus e prosélitos que viviam fora de Israel estivessem ali. Pentecostes era mais um evento
religioso de maior concentração que Deus aproveitou para inaugurar a “Era do Espírito Santo”,
pelas seguintes razões:

Neste dia, havia uma santa convocatória de todos os homens a partir de 20 anos de idade para
reunirem-se na presença do SENHOR, para oferecerem dois pães movidos; os pães eram cozidos
com fermento. Junto do pão acompanhava-se sete cordeiros, um novilho, dois carneiros, um bode
para oferta pelo pecado e dois cordeiros para oferta pacífica; todos esses animais eram de um ano e
sem defeito, pois eram para expiação do pecado. Portanto, para além de se agradecer a Deus pela
colheita próspera do ano, o segundo proposito era de se ter os pecados perdoados e isso ninguém
queria perder, por isso o primeiro pentecostes da era da Igreja estava cheio de gente vindo de
longe. Esses homens não estavam em Jerusalém por causa dos apóstolos, mas por causa da
cerimónia da religião que eles já professavam; é isso que Cristo queria aproveitar, por isso havia
ordenado a discípulos que ficassem na cidade (Lev. 23:15-22; Luc 24:49; At 2:5-12).
Assim, os animais sem defeito que ofereceriam o seu sangue para a remissão dos pecadores
humanos, simbolizavam Cristo “o cordeiro que tira o pecado do mundo”; enquanto o fermento
(símbolo de corrupção) ajuntado a massa do pão tipificava a entrada dos gentios ao reino de Deus.

Resumindo, Pentecostes é a celebração do dia oficial em que se abriram as portas celestiais para a
entrada dos estranhos ao Reino de Deus e o dia em que se inaugurou a Era (ou Dispensação) do
Espírito Santo no mundo!

III. A ERA DO ESPÍRITO SANTO.


1. QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DESTA ERA?
1. ERA DE ESPIRITUALIDADE PARA TODOS (FIHOS, FILHAS, VELHOS, JOVENS, ESCRAVOS) E NÃO
SOMENTE PARA ALGUNS COMO ERA NO AT;
2. ERA DA GRAÇA DE PROFETIZAR ();
3. ERA DA GRAÇA DE SONHAR ();
4. ERA DA GRAÇA DE VISÕES ();
5. ERA DA GRAÇA DE REVELAÇÕES ();
6. ERA DA GRAÇA DE CIÊNCIA (CIÊNCIA NO PONTO DE VISTA ESPIRITUAL É CONHECIMENTO
PROFUNDO SOBRE OS MISTÉRIOS DO REINO DE DEUS; GÉN 1:1-2);
7. ERA DA GRAÇA DE DOUTRINAR (ENSINO, ENSINAR – PRÁTICA QUE ERA RESERVADA
ESPECIALMENTE PARA ANCIÃOS E SACERDOTES, MAS...1TIM 4:11-15);
8. ERA DA GRAÇA DE PODER PARA (EVANGELIZAR E LIBERTAR: CATIVOS, CEGOS E OPRIMIDOS E
ABRIR OS PORTÔES DOS CÉUS; ISA 61:1-2; LUC 4:16-18);
9. ERA DE DONS ESPIRITUAIS (1COR 12:7VV; EF 4:7-13. A LISTA...).
IV. APLICAÇÃO
1. TUDO ISSO QUE ACABAMOS DE OUVIR, É PRIVILÉGIO DE QUALQUER CRISTÃO CONVERTIDO
(LUC 11:13; 1COR 2:9);
2. A ERA DO ESPÍRITO SANTO, É TEMPO DE SE ASSENTAR À MESA DO BANQUETE DA GRAÇA
(ÊX 24:9-11).
3. É ERA DE APODERAR-SE DAS COISAS ESPIRITUAIS: AQUELE QUE NÃO PROFETIZAR AGORA,
NUNCA MAIS PROFETIZARÁ, PORQUE NO CÉU NÃO SE PROFETIZA (SE QUISER...FAÇA-O
AGORA...)!

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