Você está na página 1de 4

BÁSICO I PRESENCIAL

WANDERSON ADAMEX OLIVEIRA

TRABALHO DE TEOLOGIA BÍBLICA

EXERCICIO 2

PROF. GUSTAVO GARABINI QUIRINO

BELO HORIZONTE - MG
2022
Qual a importância desse texto à luz da Teologia Bíblica, descrevendo sua relação com os
eventos anteriores e posteriores ao período em que foi escrito? Cite o máximo de textos
bíblicos que puder para apoiar sua argumentação. Essa análise deve envolver tanto o A.T.
quando o N.T, mostrando como Jesus e o plano de salvação são revelados a partir dessa
passagem.

Jeremias 31:31-34
Esse texto é o tema mais ilustre das profecias de Jeremias, esse trecho é a sequência mais
prolongada de versículos do AT a ser citada integralmente no NT (Hb 8.8-12 e Hb 10.16,17).
O versículo 31 contém a único emprego da expressão Nova Aliança. Uma aliança havia sido
feita com o povo Hebreu, isso em Ex 19.3-6, mas o povo quebrou essa aliança (Levítico
26.14-18). A Aliança no Sinai passou a ser chamada “Aliança antiga” (2 Co 3.14), ou a
“Primeira Aliança” (Hb 8.7;9.18). E esta Nova Aliança será diferente, pois não será externa e
sim interna (Dt 6.6; Ez 11.9).
Algumas alianças foram feitas ao longo da história da humanidade; A Aliança Edênica (Gn
1.28-30; 2.15-17), A Aliança Adâmica (Gn 3.14-19), A Aliança Noaica (Gn 8.20-9.17), A
Aliança Abraâmica (Gn 12.1-3; etc.), A Aliança Mosaica (Êx 20-23; Dt), A Aliança Davídica
(2Sm 7.4-17), A Aliança da Terra de Israel (Dt 30.1-10) e A Nova Aliança (Jr 31.31-37). Mas
essa nova aliança agora não seria feita com o homem, mas o próprio Deus na pessoa de Cristo
(Hb 8.6-13; Mt 26.28; Lc 22.20).
A nova aliança não cancela a antiga, mas a substitui no sentido de que, mediante a nova, a
antiga é cumprida e seu propósito é realizado.

Gênesis 3.15
Protoevangelho escondido na sentença contra a serpente. Com a possível exceção de João
3:16, nenhum versículo na Bíblia é mais crucial e definitivo do que Gênesis 3:15. Esse texto
estabelece um princípio que percorre todo o Antigo Testamento, criando a expectativa de um
Redentor, que seria um descendente (a “semente”) de Adão e Eva. Eva, portanto, prematura e
horrivelmente errada, pensou que seu filho mais velho, Caim, seria o seu cumprimento (Gn.
4:1). Da mesma forma, em um eco deliberado desta linha de pensamento, a aliança de Deus
com o patriarca Abraão soa a nota de uma “semente” como o badalar de um sino de igreja
(Gn. 12:7; 13:15-16; 15:3, 13, 18; 17:7-10, 12, 19; 21:12; 22:17-18; e assim por diante). Deus
mostrou misericórdia em Gênesis 3,15 quando fala de alguém no futuro que "esmagará a
cabeça da serpente". Este é um sinal do amor de Deus por sua criação; apesar da
desobediência do homem, Ele deu esperança à humanidade para o futuro. Mai ainda era muito
amplo, pois a semente da mulher poderia ser qualquer um. Então quando Deus chama a
Abraão, esse promessa começa a se afunilar. Agora não é somente a semente da mulher, mas
da descendência de Abraão. Não parando por ai, a revelação vai ganhando mais clareza, vai
progredindo. Quando Jacó profere sua benção as seus filhos, ao abençoar Judá, Jacó revela
que o descendente virá de Judá e que o cetro não se apartará de suas mãos (Gn 49.9-12).
Gênesis 3,15 estabelece a trajetória da história da salvação e alcança o cumprimento em Jesus
Cristo (Is 7.14; Mt 1.21; Gl 4.4-5) e Jesus será aquele que esmagará a cabeça da serpente (Rm
16.20).
Romanos 3.19-26
Paulo concluiu sua discussão com uma declaração final aos judeus sobre o propósito e
ministério da Lei. Ele se incluiu com seus leitores judeus quando disse: Agora sabemos. O
princípio é óbvio: os pronunciamentos da Lei são para aqueles que estão sob a Lei. A Lei não
era um talismã especial que os judeus pudessem obedecer ou ignorar como desejassem; eles
estavam “sob” e responsáveis perante Deus (cf. judeus e gentios estando “sob o pecado”, v.
9). O ministério da Lei era para que cada e o mundo inteiro teve que prestar contas (lit.,
“tornar-se responsável”) a Deus. Ninguém pode argumentar em sua própria defesa que não
está sob o pecado. A Lei aponta os padrões de Deus e ilustra a incapacidade das pessoas de
viver de acordo com eles. Finalmente, a Lei não é uma maneira de uma pessoa ser declarada
justa (justificada) aos Seus olhos (Rm 3:28). Esse não era o seu propósito (Atos 13:38-39;
Gálatas 2:16; 3:11). Em vez disso, a Lei foi dada para que por ela tomemos consciência (lit.,
“pela Lei vem o pleno conhecimento”) do pecado ( Rm 5:20; 7:7-13). A Lei mosaica é um
instrumento não de justificação, mas de condenação.
Esse texto nos remete a entender que somente em Cristo somos justificados como diz Ef 1.7 e
1 Co 6.11. Portanto, todos são justificados (declarados inocentes, mas justos pelo Juiz divino)
somente pela graça de Deus (favor imerecido). A palavra redenção remonta ao êxodo do AT e
ao sangue do cordeiro pascal (Ex 12-15), pelo qual o Senhor libertou Israel do Egito; o êxodo
também aponta para a maior redenção que Jesus conquistou para seu povo por meio de seu
sangue, perdoando-lhes os pecados por meio de sua morte na cruz ( Ef 1:7; Co 1:14).
O sangue de Jesus “propiciou” ou satisfez a ira de Deus ( Rm1:18), para que sua santidade
não fosse comprometida em perdoar os pecadores. A ira justa de Deus precisava ser aplacada
antes que o pecado pudesse ser perdoado, e Deus em seu amor enviou seu Filho (que se
ofereceu voluntariamente) para satisfazer a ira santa de Deus contra o pecado. Desta forma,
Deus demonstrou sua justiça, que aqui se refere particularmente à sua santidade e justiça.

Mateus 4.23-25
Esta seção resume a divulgação das notícias do reino por Jesus. Resumos são comuns à
literatura narrativa; mas o que está diante de nós, com seu paralelo em Mt 9:35-38, tem
características distintas. Ele não apenas resume o que aconteceu antes, mas mostra a extensão
geográfica e a atividade variada do ministério de Jesus. Portanto, prepara o cenário para os
discursos e histórias particulares que se seguem e implica que o material apresentado é apenas
uma amostra representativa do que estava disponível. Não é uma mera crônica, mas transmite
substância teológica.
O evangelho de Mateus serve como base uma apresentação de Jesus e do seu ministério. Cura
era algo que foi profetizado acerca de Jesus, vemos isso em Is 53.4-5 e em Sl 103.3. E além
de cura, a proclamar as boas novas (Is 61.1-2). E principalmente, Cristo veio anunciar o Reino
(Mc 1.14-15). O Evangelho do Reino é o anuncio de que Deus está aqui, que age onde
estamos e que é possível ter comunhão com Ele por meio do seu Filho Jesus. Que Jesus veio
restaurar a vida, restaurando a comunhão com o Pai. Em sua conotação mais ampla, as
expressões “o reino dos céus”, “o reino de Deus”, ou simplesmente “o reino” (quando o
contexto deixa claro que está em pauta “o reino dos céus ou de Deus”) indicam a realeza de
Deus, seu governo ou soberania, reconhecido nos corações e que opera na vida de seu povo,
efetuando neles sua completa salvação, sua constituição como igreja, e finalmente como um
universo redimido. Notar especialmente os quatro conceitos: a. A realeza, o governo ou a
soberania reconhecida de Deus. Esse poderia ser o significado em Lc 17:21: “O reino de Deus
está dentro de vós”, e é o significado em Mt 6:10: “Venha o teu reino, seja feita a tua
vontade...”. b. A completa salvação, isto é, todas as bênçãos espirituais e materiais — ou seja,
bênçãos para a alma e para o corpo — que resultam quando Deus é Rei em nosso coração,
reconhecido e obedecido como tal. Em consonância com o contexto, esse é o significado em
Mc 10:25,26: “É mais fácil... do que entrar um rico no reino de Deus. E eles... diziam: 'Quem,
pois, pode ser salvo?'”. c. A igreja: a comunidade de homens em cujos corações Deus é
reconhecido como Rei. Reino de Deus e igreja, quando usados neste sentido, são quase
equivalentes entre si. Este é o significado em Mt 16:18,19: “... e sobre esta rocha edificarei a
minha igreja... Eu te darei as chaves do reino dos céus”. d. O universo redimido: o novo céu e
a nova terra com toda a sua glória; algo ainda futuro: a realização final do poder salvífico de
Deus. Assim em Mt 25:34: “... herdai o reino preparado para vós... ”. Esses quatro
significados não são separados e sem relação entre si. Todos eles procedem da ideia central do
reino de Deus, da supremacia de Deus na esfera do poder salvífico. O reino ou reinado (o
termo grego possui ambos os significados) dos céus é semelhante a uma semente de mostarda
que se desenvolve gradualmente; por isso, é ao mesmo tempo presente e futuro (Mc 4:26-29).
É presente — estudar Mt 5:3; 12:28; 19:14; Mc 10:15; 12:34; Lc 7:28; 17:20,21; 1 João 3:3-5;
18:36. É futuro — estudar Mt 7:21,22; 25:34; 26:29.

Você também pode gostar