Você está na página 1de 36

1

Introdução

Na Bíblia, encontramos dois testamentos ou pactos. O termo grego

“diathéke” envolve tanto a ideia de testamento quanto a ideia de pacto.

De fato, o Novo Testamento representa ambas essas noções. Embora

essa palavra grega fosse comum para indicar um “testamento”, também

podia ser usado com o sentido de “aliança” (acordo), sem qualquer

pensamento sobre a necessidade de morte para que as condições das

mesmas fossem válidas. O Novo Testamento é uma nova aliança de

Deus com os homens, mas, com sentido de herança de Deus, como

coerdeiros com Cristo (Rm 8.17). Desta forma torna-se evidente que

esse pacto é, ao mesmo tempo, um testamento, mediante o qual os

filhos de Deus estão sendo conduzidos à glória, para participarmos da

natureza divina (2Pe 1.4), em virtude da obra e da herança do Testador,

Jesus Cristo. Recebidos nos céus como príncipes e princesas de Deus,

com direito a coroa e a herança do próprio reino (2Tm 4.8; Ap 3.11, 21).

De certa forma, podemos afirmar que o primeiro pacto veio através

de Moisés, caracterizando-se pela Lei, e que o segundo veio através de

Jesus Cristo (Jo 1.17; Rm 10.4), pela graça e verdade.

O Novo Testamento não aconteceu de improviso. Esta Nova Aliança

de Deus para com os homens foi predita durante a Antiga Aliança (Jr

31.31-34), conforme o escritor aos Hebreus confirma (Hb 8.7-13). Sendo

que a Segunda Aliança é mais excelente e melhor que a Primeira,

confirmando melhores promessas (Hb 8.6).

2
Essas duas alianças também representam duas distintas

dispensações de Deus para com a humanidade. O grande elo entre

esses dois pactos é a pessoa de Jesus, predito no Antigo Testamento e

revelado no Novo Testamento (Lc 24.44).

O Novo Testamento.

Nas Escrituras, em ambos os testamentos, um pacto é alguma

espécie de acordo solene entre Deus e o homem, quase sempre

condicionado a alguma a obrigação (obediência) da parte do homem,

para que receba a bênção prometida (ver Gn 12.1-4; 17.1,2; 26.2-5; Dt

28.1,2; Jo 3.16-18).

Novo Pacto requer fé e atitude da parte do homem, segundo a

epístola aos Hebreus nos mostra claramente, com suas muitas

advertências contra a indiferença e o desvio, que conduzem à apostasia

(Hb 10.38; 11.6; 12.12-17).

As provisões centrais de Deus para o Novo Pacto, como fé, o

arrependimento, a conversão e a santificação, são todas “vias de mão

dupla”. A “via” de Deus apresenta a provisão para o despertamento e

para o desenvolvimento espirituais. Mas a “via” humana deve aceitar e

aplicar incondicionalmente essa provisão (Gn 26.5; Mt 10.22b; Jo 8.30-

32; 14.21; Tg 1.12; Ap 2.10). Assim sucede com as alianças. A Abraão foi

prometida muitas bênçãos, e esse bem estar espiritual seria dado a

seus descendentes. No entanto, muitos dos descendentes de Abraão

não receberam tal benção, mas antes, caíram na desaprovação divina,


3
porquanto creram, erroneamente, que o pacto nada exigiria da parte

deles (Nm 14.26-35; Is 10.20-22; Rm 9.27).

A Nova Aliança é alcançada mediante a mediação de Jesus Cristo,

através de seu sacrifício expiatório (Jo 14.6; Mt 26.28; Mc 14.24; Lc 22.20;

1Co 11.25). O sacrifício de Cristo foi necessário para satisfazer a justiça

preestabelecida na Antiga Aliança para a expiação (tornar satisfatório

diante de Deus) dos pecados. Se observarmos o livro de Levítico

veremos essa condição de Deus. Através dos detalhes explícitos em

Levítico entenderemos porque Jesus teve de padecer no madeiro por

nós. De acordo com o texto o animal era colocado diante do pecador, e

este colocava sua mão sobre a cabeça do animal (como que suas

transgressões, através deste toque, passassem para o animal) e logo

após o sacerdote o degolava (pois o salário do pecado é a morte – Rm

6.23) (veja: Lv 1.3-5; 3.1,2; 4.13-15,20; 4.22-24). Da mesma forma, na

Nova Aliança, todos os pecadores se colocam diante do Cordeiro de

Deus, Jesus Cristo, para que seus pecados sejam sobre Ele (Is 53.4,5; 1Pe

2.24,25).

Promessas da Nova Aliança.

Os antigos pactos tinham certo valor espiritual, mas este era

compreendido imperfeitamente, sendo transmitidos apenas

parcialmente. Os altos níveis de bem estar espiritual, o acesso a Deus,

mediante a participação em sua natureza e perfeição, não eram temas

do Antigo Pacto, mas tais conceitos, relativos à salvação, vieram até nós
4
mediante as revelações neotestamentárias. As melhores promessas

incluem a “Lei” em nossos corações (Hb 8.10; Rm 2.29), espiritual e

ministrada através das operações do Espírito Santo, que garante a

santificação, o que é necessário para nossa salvação e glorificação final

(Hb 12.14).

A Lei de Deus em nosso entendimento e coração nos trás a

santificação (Rm 12.12). Há um conhecimento pleno de Deus, pela

revelação de seu Filho e das Boas Novas, no que nos garante total bem

estar.

As promessas do A.T. envolviam primariamente bênçãos terrenas.

O N.T. tem promessas de bênçãos celestiais. O A.T. promete a terra, o

N.T. promete o céu.

Moisés foi o mediador do antigo pacto (Gl 3.19; Ex 20.19). Jesus

absorveu o mesmo ministério, ultrapassando-o em Sua obra, e assim

tornou-se o mediador do pacto superior. No texto de Hb 10.19, e

versículos subsequentes, dá início ao longo desenvolvimento de como o

novo pacto é “melhor”. A superioridade de Cristo em relação a Moisés,

tanto em sua natureza como em sua missão, subentende que o pacto

que vem por meio deve ser maior, pois maior é o seu mediador.

Cânon do Novo Testamento.

A palavra “cânon” é uma forma latina da palavra grega “kanon”, que

significa cana. Tratava-se de uma planta usada de várias maneiras para

5
medir. Assim sendo, o termo passou a significar “regra”, e, mais tarde,

uma lista de coisas ou itens escritos em uma coluna. O vocábulo kanon,

por extensão, passou a significar “regra” ou “padrão”. Quando falamos

sobre cânon das Escrituras, no caso do N.T., referimo-nos a lista de

livros aceitos pela Igreja Patrística, em 393 d.C., como livros que foram

escritos sob a inspiração divina, os quais, por isso mesmo, são usados

como regre de fé e de prática do cristianismo. O cânon do N.T. é composto

de 27 livros que transmitem o conhecimento do surgimento, vida e

ministério do Messias, Jesus Cristo, como também a história, expansão,

explanação e conclusão da Igreja de Deus e seus ensinamentos sobre a

Nova Aliança.

Historicidade do Novo Testamento.

Não somente os leigos, mas até mesmo as mentes mais brilhantes

são potencialmente sujeitas ao ceticismo exagerado, mesmo em face

das evidências mais convincentes. A comunidade científica, por longo

tempo, recusou-se a reconhecer a realidade dos meteoritos, por

exemplo, devido ao “raciocínio lógico” que “qualquer tolo sabe que

pedras não podem cair do céu”, diziam eles. Somente uns poucos

ousavam fazer coleções de “pedras caídas do céu”, ao passo que

homens de grande inteligência e realização zombavam. Quando,

finalmente, as evidências em favor dessas pedras se tornaram

esmagadoras, a comunidade científica foi forçada a refazer as “teorias

cósmicas”, a fim de incluir a queda de pedras vindas do espaço. O

6
ceticismo exagerado também penetrou na Igreja juntamente com a

ênfase sobre o método científico, próprio de nossa época,

paralelamente à desconfiança em todas as reivindicações e autoridades

da Bíblia. Infelizmente, o ceticismo tornou-se popular hoje em dia, até

mesmo no seio da Igreja, e os homens se deleitam em despedaçar a fé

de que as Escrituras são autênticas e atuais.

David Strauss, teólogo de uma escola alemã de teologia, em seu

livro, Vida de Jesus (1836), chegou a duvidar seriamente da própria

existência de Jesus Cristo, referindo-se ao “mito histórico de Jesus”. Desde

então se popularizou a busca pelo “Jesus Histórico”, com a confiança de

que Jesus dos Evangelhos na realidade é uma figura mitológica, uma

invenção da igreja primitiva, distorção de entusiastas fanáticos.

Além do valor histórico dos próprios Evangelhos, principalmente o

evangelho segundo Lucas, temos atualmente evidências inegáveis que a

História e a Arqueologia tem proporcionado para provar a autenticidade

da narrativa contida nos Evangelhos e a realidade da pessoa de Jesus

Cristo.

A Historicidade do Evangelho Através de Lucas.

A questão crítica sobre a qual deve basear-se qualquer investigação

sobre a historicidade parece ser o interesse histórico dos escritores dos

Evangelhos. Tem sido negado por alguns céticos que os autores dos

Evangelhos tivessem tido qualquer autêntico interesse histórico, ou

então, se o tiveram, que esse foi assoberbado por relatos exagerados e


7
fanáticos como lendas. Um exame sério feito nos manuscritos dos

Evangelhos revela um interesse histórico, e bastante intenso. Quem

poderia ler atentamente o prefácio de Lucas e duvidar disso? Veja você

mesmo:

“Visto que muitos houve que empreenderam uma

narração coordenada dos fatos que entre nós se

realizaram, conforme nos transmitiram os que desde

o princípio foram deles testemunhas oculares, e

ministros da Palavra, igualmente a mim me pareceu

bem, depois de acurada investigação de tudo desde

sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo

Teófilo, uma exposição em ordem” (Lc 1.1-3).

Vários fatos importantes neste texto nos são apresentados de

imediato:

1º- Lucas afirmava que seus relatos se alicerçaram sobre narrativas de

testemunhas oculares;

2º- Lucas afirmou que certas pessoas, ainda vivas, tinham visto as coisas

sobre as quais ele escrevera;

3º- Lucas afirmou ter feito cuidadosa investigação, tendo descoberto

evidências significativas e confirmações do que estava preste a relatar;

8
4º- Lucas, pelo fato de ser uma pessoa culta (médico – Cl 4.12),

provavelmente mostrou-se sóbrio e cuidadoso, não se deixando ser

levado por relatos de “entusiastas fanáticos”, como os céticos afirmam;

5º- Lucas, com todos estes méritos, estava em seu tempo com uma

posição imensamente melhor para conhecer a situação histórica de

Jesus, do que qualquer crítico moderno.

Dados Históricos e Arqueológicos.

Tanto a História secular quanto a Arqueologia tem nos fornecido

evidências ao mundo quanto ao “Jesus Histórico”.

Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século de nossa era, em

seu livro “história dos Hebreus”, nos fornece informações relacionadas

à vida de Jesus Cristo. Por não ter vinculo algum com o cristianismo,

seu relato é livre de qualquer influência religiosa. Por esse motivo essa

evidência histórica tem seu valor único. Em seu texto, intitulado

“Antiguidades Judaicas”, ele diz:

“Nesse mesmo tempo apareceu Jesus, homem sábio, que

talvez seja mais que um mero homem. Era capaz de realizar

coisas extraordinárias... e arrastou após si muitos judeus e

muitos gregos, ele era considerado o Messias. Embora

Pilatos, por acusações dos nossos chefes o condenasse a

cruz, aquele que o tinham amado desde o princípio não

cessaram de proclamar que passado o terceiro dia

apareceu-lhes novamente vivo. Os profetas de Deus tinham


9
respeito por ele. Ademais, até o presente, a estirpe dos

cristãos, assim chamados por referência a ele, não cessou

de existir”

Em outras duas partes de seu livro no mesmo título (Antiguidades

Judaicas) temos a menção de João Batista e de Tiago, irmão de Jesus,

veja:

“Vários judeus julgaram que aquela derrota do exército

de Herodes era um castigo de Deus, por causa de João,

cognominado Batista. Era um homem de grande piedade,

que exortava os judeus a abraçar a virtude, a praticar a

justiça e a receber o batismo, depois de se terem tornado

agradáveis a Deus, não se contentando em não cometer

pecados, mas unindo a pureza do corpo à alma. Assim

como uma grande multidão de povos o seguia para ouvir

sua doutrina, Herodes, temendo que o poder que ele

tinha sobre eles, não viesse a suscitar alguma rebelião,

porque eles estavam sempre prontos a fazer o que ele

lhes ordenasse, julgou dever prevenir o mal para não ter

motivo de se arrepender por ter esperado muito para

remediá-lo. Por esse motivo mandou prendê-lo numa

fortaleza de Maquera, e os judeus atribuíram essa derrota

de seu exercito a um castigo de Deus, por um ato tão

injusto.”

10
“O sumo sacerdote Anã (Anás) convocou uma assembleia

de juízes e colocou diante deles o irmão de Jesus que é

considerado o Messias, seu irmão Tiago, e co ele havia

alguns outros. A estes Anã (Anás) acusou de terem

transgredido a Lei e os entregou para serem

apedrejados.”

Além destes dados históricos do escritor judeu existem outros de

escritores romanos como Tácito, que escreveu sobre a perseguição de

Nero aos cristãos fazendo menção de Jesus, e Suetônio que se

encarregou da biografia dos imperadores Cláudio e Nero, fazendo

menção também sobre a pessoa de Jesus Cristo.

A Arqueologia também tem nos oferecido evidência para provar a

existência da pessoa de Jesus Cristo. Em outubro de 2002, o filólogo

francês André Lemeire anunciou à descoberta de uma urna funerária,

datada do século I d.C. A peça estava em poder de um colecionador de

antiguidades de Jerusalém. O artefato é feito de pedra, um ossuário que

pesa 25 Kg e mede 50 centímetros de comprimento, 25 de largura e 30

de altura. O que chamou a atenção dos estudiosos, porém, foi uma

inscrição na parte externa da urna:

“Ya´akov bar Yosef achui d´Yeshua”

(Tiago, filho de José, irmão de Jesus)

11
Houve muita confusão por parte de judeus e cristãos com relação à

autenticidade da urna. Mas no ano de 2007, após cinco longos anos de

pesquisas e vários testes, foi comprovada a autenticidade da urna. A

revista Istoé em sua edição de número 2140 fez um documentário

completo sobre o veredito dos especialistas comprovando a

autenticidade da urna.

Este ossuário encontrado é a primeira conexão física e arqueológica

com Jesus do Novo Testamento. Sendo a mais antiga referência escrita à

existência de Jesus Cristo, passou a ser o mais extraordinário achado

arqueológico desde a descoberta acidental dos manuscritos do Mar

Morto em 1947.

As Diferentes Literaturas do Novo Testamento.

O conteúdo do N.T. compõe, essencialmente, quatro tipos de

literatura, que são:

1º Tipo Literário do N.T. – Os Evangelhos (manifestação das boas

novas da redenção).

Os Evangelhos narram os registros sobre o nascimento, vida e

ministério de Jesus Cristo. São quatro os evangelhos canônicos: Mateus,

Marcos Lucas (que são essencialmente históricos) e João (que contem

alguma história, mas é mais uma exposição teológica, que procura

12
relacionar Cristo ao conceito do Logos, pelo que afirma clara e

fortemente a deidade Jesus Cristo, bem como o conceito de que esse

Logos/Cristo é o revelador primário do propósito remidor de Deus – “No

principio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”

– Jo 1.1).

1) Evangelho Segundo Mateus (Mt).

Autor: Mateus Tema: Jesus, o Messias e Rei. Data: Cerca da 60

d.C.

Esboço:

I. A apresentação do Messias (1.1 - 4.11);

II. O ministério de Jesus na Galiléia e arredores (4.12 - 18.35);

III. O auge do ministério messiânico de Jesus na Judéia, Peréia e em

Jerusalém (19.1 - 26.46);

IV. A prisão, julgamento e crucificação de Jesus (26.47 - 27.66);

V. A ressurreição de Jesus (28.1-20).

Embora o autor não apareça identificado por nome no contexto

bíblico, o testemunho unânime de todos os antigos pais da Igreja (a

partir de cerca de 130 d.C.) é que este evangelho foi escrito por Mateus,

um dos doze discípulos de Jesus. Foi escrito inicialmente para os judeus,

com o objetivo de apresentar as reivindicações de Cristo ao povo judeu.

O autor comprova que Jesus de Nazaré é o Messias e o Rei prometido


13
no Antigo Testamento. Para isso Mateus, por inúmeras vezes, utiliza-se

dos textos do A.T. (veja: 1.22,23; 2.5,6,17,18,23; 3.3; 4.14-16; e outros). A

genealogia apresentada no capítulo primeiro deste evangelho tem o

objetivo único de apresentar Jesus como descendente de Abraão e de

Davi (1.1). Mateus escreve este evangelho de Jesus estando

provavelmente na Palestina ou em Antioquia da Síria.

2) Evangelho Segundo Marcos (Mc).

Autor: João Marcos Tema: Jesus, o Filho-Servo. Data: 55 / 56

d.C.

Esboço:

I. A preparação para o ministério de Jesus (1.1-13);

II. O ministério na Galiléia (1.14 - 7.23);

III. O ministério além da Galiléia (7.24 - 9.29);

IV. A caminho de Jerusalém (9.30 - 10.52);

V. Jesus em Jerusalém, crucificação e sepultamento (11.1 - 15.47);

VI. A ressurreição de Jesus (16.1-20).

Embora o autor não se identifique pelo nome no livro, o

testemunho primitivo e unânime da Igreja Primitiva é que João Marcos

foi quem o escreveu. Marcos não foi apóstolo de Jesus, mas obteve o

14
conteúdo do seu evangelho através da sua associação com Pedro. Pelos

indícios literários (hora, moeda e outros), escreve-o inicialmente para

romanos. O evangelho escrito por Marcos é o mais breve dos quatro

evangelhos do N.T., enfatizando mais os atos de Jesus que seus

discursos. Por esse motivo é considerado o “Evangelho da Ação”,

destacando as palavras “imediatamente” e “logo”, encontradas por todo

o livro. Marcos apresenta Jesus como o Servo do Senhor, batalhando

incansavelmente no objetivo da redenção da humanidade. A mensagem

deste evangelho pode ser resumida com as palavras de 10.45: “Porque o

Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a

sua vida em resgate de muitos”. Alguns teólogos veem Jesus neste

evangelho como o “Poderoso Conquistador”, levando adiante sua

campanha para a libertação da raça humana de toda a morte e pecado.

3) Evangelho Segundo Lucas (Lc).

Autor: Lucas. Tema: Jesus, o Salvador Divino-Humano.

Data: 60 - 63 d.C.

Esboço:

I. Prefácio (1.1-4);

II. A vinda do Salvador (1.5 - 2.52);

III. Preparação do Salvador para o seu ministério (3.1 - 4.13);

IV. Ministério na Galiléia (4.14 - 9.50);

V. A viagem final de Jesus a Jerusalém (9.51 - 19.28);


15
VI. A ultima semana em Jerusalém e a crucificação (19.29 - 23.56);

VII. Ressurreição e ascensão (24.1-53).

Embora o autor não se identifique, o testemunho unânime do

cristianismo primitivo e as evidências internas indicam que Lucas é o

autor. Lucas era um gentio convertido, médico (Cl 4.14), e leal

cooperador de Paulo (2Tm 4.11 e Fm 24), que escreveu o seu evangelho

através de pesquisas minuciosas à respeito do Salvador (Lc 1.1-4).

Inicialmente Lucas escreve esse evangelho para os gentios (1.1-4).

Os evangelhos apresentam quatro relatos do Senhor Jesus Cristo,

elaborados sobre aspectos diferentes. Cada evangelho ressalta um

aspecto específico de sua personalidade e obra. Lucas o apresenta

como Filho do homem, ressaltando-lhe sua humanidade e seu

ministério aos perdidos: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o

que se havia perdido” (19.10).

4) Evangelho Segundo João (Jo).

Autor: João Tema: Jesus, o Filho de Deus. Data: 80 - 95 d.C.

Esboço:

I. Apresentação de Cristo a Israel (1.19-51);

II. Os sinais e sermões de Cristo diante de Israel e a sua rejeição (2.1 -

12.50);

III. Cristo e o começo do povo do Novo Concerto (13.1 - 20.29);

16
João relata muitos fatos do ministério de Jesus na Galiléia, Judéia e

em Jerusalém que não se acha nos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas)

e revela mais a fundo o ministério de Jesus. O testemunho dos

primórdios do cristianismo evidencia João, o filho de Zebedeu, como o

autor. Inicialmente João escreve esse Evangelho para as igrejas

primitivas.

Em João 20.31, o evangelista declara o seu propósito, que é oferecer

uma série de evidências que promovem a natureza e a missão divinas

de Jesus. Os primeiros 18 versículos do livro são um prefácio em que

anuncia o seu assunto principal: “Como o Filho de Deus foi manifestado

ao mundo”. Este prefácio apresenta as três grandes ideias que

percorrem o evangelho inteiro: 1- A revelação do Verbo (vs 1-4); 2- A

rejeição do Verbo (vs 5-11); 3- A aceitação do Verbo (vs 12-14).

2º Tipo Literário do N.T. – História Eclesiástica (criação e propagação

da Igreja).

A narrativa de Lucas através de Atos dos Apóstolos nos fornece o

mais completo registro histórico sobre a Igreja Primitiva, cobrindo um

breve período de pouco mais de 30 anos. Além do registro histórico

Atos também nos fornece a propagação da doutrina cristã no mundo

antigo.

17
5) Atos dos Apóstolos.

Autor: Lucas Tema: A propagação do Evangelho pelo poder

do Espírito Santo.

Data: Cerca de 63 d.C.

Esboço:

I. O derramamento do Espírito Santo (1.12 - 2.41);

II. Os primeiros dias da Igreja em Jerusalém (2.42 - 8.1);

III. A perseguição leva a expansão (8.1 - 9.31);

IV. O cristianismo propaga-se entre os gentios (9.32 - 12.25);

V. Primeira viagem missionária de Paulo (13.1 - 14.28);

VI. O Concílio de Jerusalém (15.1-35);

VII. Segunda viagem missionária de Paulo (15.36 - 18.22);

VIII. Terceira viagem missionária de Paulo (18.23 - 21.16);

IX. Prisão de Paulo e seu ministério enquanto preso (21.17 - 28.31).

Embora o livro não identifique nominalmente o autor, o

testemunho unânime do cristianismo primitivo e a evidência interna

confirmatória apontam para Lucas (Lc 1.1-4; At 1.1). Lucas era

companheiro de Paulo em suas viagens, e em certas partes do livro é

descrito na primeira pessoa (16.10; 27.1 - compare com Cl 4.14; Fl 24.1;

2Tm 4.11). Atos foi escrito a um gentio chamado Teófilo, a fim de suprir

18
na Igreja a necessidade de um relato completo dos primórdios do

cristianismo.

Esse livro histórico faz uma unidade com o evangelho escrito por

Lucas, sendo escrito imediatamente após o mesmo. A porção do livro

repete a ascensão de Cristo (descrita no evangelho), e fornece uma

versão paralela da “Grande Comissão” de pregar o evangelho da

salvação ao mundo. Ao longo do livro é descrita a propagação do

cristianismo em conformidade com a comissão inicial: primeiro em

Jerusalém, logo na Judéia (cap. 2 – 7) e em Samaria (cap. 8 e 9), e, então

a todas as partes do mundo antigo (cap. 10 – 28), e o mundo moderno

de hoje. Atos expõe um relato histórico de cerca de trinta anos,

retratando os primeiros passos da Igreja Cristã. De fato esse é o único

relato histórico que possuímos acerca desse estágio inicial do

cristianismo.

3º Tipo Literário do N.T. – As Epístolas (explanação da doutrina

cristã).

O terceiro tipo literário do N.T. é composto de epístolas (cartas)

enviadas a algumas Igrejas e líderes cristãos. Neste conjunto

encontramos escritos de Paulo, de João, de Pedro, de Tiago e de Judas,

além do autor anônimo da Epístola aos Hebreus. Este conjunto literário

totaliza 21 cartas. As epístolas podem ser subdivididas em dois grupos:

I) Epístolas Paulinas (subdivididas em: Eclesiásticas e Pastorais); e II)

Epístolas Gerais ou Universais.


19
I) Epístolas Paulinas (escritas pelo apóstolo Paulo).

I.I) Epístolas Eclesiásticas (endereçadas a Igrejas Primitivas Específicas)

6) Epístola aos Romanos.

Autor: Paulo Tema: A revelação da Justiça de Deus.

(Justificação Pela Fé).

Data: Cerca de 57 d.C.

Esboço:

I. O homem necessita da Justiça de Deus (1.18 - 3.20);

II. A gloriosa provisão divina da Justiça (3.21 - 5.21);

III. A concretização da Justiça pela fé (6.1 - 8.39);

IV. Justiça pela fé relacionada com Israel (9.1 - 11.36);

V. Aplicações práticas da Justiça pela fé e recomendações finais (12.1 –

16.27).

Romanos é a epístola de Paulo mais longa, mais teológica e mais

influente. Na sua última visita a Corinto, Paulo encontrou uma irmã

cristã, chamada Febe, que ia a Roma (16.1,2). Aproveitou o ensejo para

enviar, por meio dela, uma carta à Igreja naquele lugar, falando de sua

futura visita e dando aos romanos uma declaração das verdades que

lhes eram necessárias. A principal intenção de Paulo com esta carta era

combater o legalismo judaico implantado pelos convertidos judeus na

Igreja em Roma (3.21-28).

20
Em face de sua extensão e grandiosidade, essa epístola aparece

como a primeira das epístolas do Novo Testamento, embora não tenha

sido a primeira das epístolas de Paulo a ser escrita. Não há dúvidas que

epístolas como Gálatas, I e II Tessalonicenses, I e II Coríntios foram

escritas antes da epístola aos Romanos (veja mapa cronológico no início

do livro) Na epístola aos Romanos tem a mais completa exposição do

evangelho feita pelo apóstolo Paulo.

A epístola aos Romanos é mais teológica que histórica. Inspirada

por controvérsias legalistas, expõe as doutrinas básicas da fé cristã,

como: a necessidade da intervenção divina mediante a total depravação

do ser humano; a expiação pelo sangue de Jesus; o princípio

fundamental da justificação pela fé; a necessidade do ministério do

Espírito Santo para que a conversão e a santificação se tornem

realidades; a salvação vista como uma filiação (somos herdeiro de Deus

e coerdeiros com Cristo); a transformação dos filhos de Deus segundo a

imagem do Filho de Deus, levando-os a participar da natureza divina,

que é o verdadeiro significado e o grande alvo da mensagem cristã.

7) Primeira Epístola aos Coríntios.

Autor: Paulo Tema: Conduta Cristã na Igreja, no Lar e no

Mundo.

Data: 55 ou 56 d.C.

Esboço:

21
I. Correção de Desordens Morais e Sociais (caps 1 - 8); IV. A

Ressurreição (cap. 15);

II. Autoridade Apostólica (cap. 9); V. Conclusão

(cap. 16).

III. Ordens na Igreja (caps. 10 - 14);

Assim como muitas cidades prósperas do mundo, Corinto (cidade

marítima que se localizava na Grécia) era intelectualmente arrogante,

materialmente próspera, moralmente corrupta e possuía fama por sua

licenciosidade. Paulo escreveu aos coríntios para tratar de problemas e

doutrina-los a respeito de variados assuntos, principalmente de

conduta e pureza (veja: 1.10,11; 3.1-3; 4.6; 5.1,2; e outros). No capítulo 5

percebemos que o apóstolo já havia escrito para Corinto anteriormente

(5.9).

8) 2a Coríntios (Segunda Epístola aos Coríntios).

Autor: Paulo Tema: Defesa de Sua Autoridade Apostólica.

Data: 55 ou 56 d.C.

Esboço:

I. Uma Visão Retrospectiva (1.1 - 2.13);

II. A Dignidade e Eficiência do Ministério de Paulo (2.14 - 7.1-16);

III. A Oferta para os Judeus Crentes (caps. 8 e 9);

IV. A Defesa de Paulo ao seu Apostolado (10.1 - 13.14).

22
Depois de escrever a primeira carta em Éfeso, Paulo foi a Trôade,

onde esperou Tito que devia trazer-lhe uma resposta de Corinto (2.13).

Desapontado com sua expectativa, Paulo foi à Macedônia onde

encontrou Tito que lhe deu as novas de que a Igreja, em parte, havia

aceitado as suas exortações, mas que tinha uma parte que recusava a

sua autoridade. Para consolar e animar os primeiros, e admoestar os

últimos, Paulo escreve essa segunda carta.

9) Gálatas (Epístola aos Gálatas).

Autor: Paulo Tema: Salvação pela Graça mediante a Fé.

Data: Cerca de 49 d.C.

Esboço:

I. Paulo defende a salvação mediante a fé em Cristo e sua chamada

pessoal (1.11 - 2.21);

II. Paulo defende a Graça e a liberdade do Evangelho (3.1 - 6.10);

Paulo escreveu esta epístola às Igrejas da Galácia, província que

situava-se na parte central da Ásia Menor (contendo as principais

cidades: Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe), para combater o

judaísmo que os mestres judaicos convertidos ao cristianismo estavam

implantando nas Igrejas locais (veja: 1.6-9; 2.4,5,16; 3.1,2,24,25).

10) Efésios (Epístola ao Efésios).

Autor: Paulo Tema: Cristo e sua Igreja.


23
Data: Cerca de 62 d.C.

Esboço:

I. A redenção mediante a Graça de Deus em Jesus Cristo (1.3 - 3.21);

II. A vida mediante a fé e santificação (4.1 - 6.20);

Éfeso era uma cidade que se situava no extremo oeste da Ásia

Menor. A Epístola aos Efésios não trata das controvérsias doutrinárias

ou de problemas pastorais, como na maioria das epístolas de autoria do

apóstolo Paulo. Ao contrário, transmite a impressão de um rico

transbordar de revelação divina. Muitos creem que Paulo escreveu

Efésios como carta circular às igrejas de toda a província da Ásia. Outros

também acreditam que é a mesma carta aos Laodicenses, mencionada

pelo apóstolo em Cl 4.16.

11) Filipenses (Epístola aos Filipenses).

Autor: Paulo Tema: Alegria de viver por Cristo.

Data: 62 ou 63 d.C.

Esboço:

I. A Fidelidade diante da obra de Deus (1.12-26);

II. Perseverança, santificação e comunhão com o próximo (1.27 - 4.9);

Filipos era uma cidade da Macedônia. A Epístola aos Filipenses

demonstra um forte elo de amizade entre o apóstolo e a Igreja em

Filipos. Uma das poucas Igrejas, mencionada no N.T., que contribuiu

24
generosamente com o ministério do apóstolo (4.15,16). Paulo escreve à

Igreja em parte para agradecer a generosa oferta e para informá-los do

seu estado pessoal.

12) Colossenses (Epístola aos Colossenses).

Autor: Paulo Tema: A Supremacia de Cristo.

Data: Cerca de 62 d.C.

Esboço:

I. A verdadeira doutrina (1.13 - 2.23); II. A santa conduta

requerida (3.1 - 4.6).

Colossos era uma cidade situada na província da Frigia, entre as

cidades de Éfeso e Icônio – na Ásia Menor. Paulo talvez nunca tenha

visitado Colossos pessoalmente, após a implantação da Igreja (1.4,7;

2.1), mas manteve contatos com ela através de Epafras, um dos seus

convertidos e cooperadores naquela cidade. Paulo escreveu esta

epístola para combater o surgimento de ensinos falsos na Igreja

(2.16,18 – legalismo e culto aos anjos), ameaçando o seu futuro

espiritual.

13-14) 1a e 2a Tessalonicenses (Primeira e Segunda Epistola aos

Tessalonicenses).

25
Autor: Paulo Tema: A volta de Cristo. Data: 51 e 52

d.C.

Esboço (1Ts ):

I. A gratidão de Paulo aos Tessalonicenses (1.2 - 3.13); II. Instruções

Práticas (4.1 - 5.22).

Esboço (2Ts ):

I. Paulo encoraja os Tessalonicenses na perseguição (1.3-12);

II. Correção de crenças erradas a respeito da ressurreição (2.1-17);

III. Instruções sobre a vida prática cristã (3.1-15).

Paulo após receber informações de Teófilo a respeito de

Tessalônica (cidade situada no sul da Macedônia), estando ele em

Corinto, escreve estas duas cartas para ensiná-los a respeito da vida

cristã. O apóstolo foi impedido de doutriná-los pessoalmente por causa

da grande perseguição da comunidade judaica (At 17.1-9).

I.II) Epístolas Pastorais (endereçadas aos cooperadores/obreiros de

Paulo)

15-16) 1a e 2a Timóteo (Primeira e Segunda Epístola à Timóteo).

Autor: Paulo. Tema: Qualidades e Deveres do Ministro

de Cristo.

Data: Cerca de 65 e 66 d.C.

26
Esboço(1Tm): IV. Doutrina falsa (3.14 - 4.11);

I. A sã doutrina (cap. 1); V. Instruções pastorais (4.12 -

6.21);

II. Oração pública (cap. 2);

III. Qualidades ministeriais (3.1-13);

Esboço(2a):

I. Exortações sobre sofrimento e perseguições (1.6 - 2.13);

II. Exortações em vista da apostasia (2.14 - 4.8);

III. Conclusão (4.9-22).

Paulo escreve estas duas cartas para seu filho na fé de nome

Timóteo, que foi deixado na época, por Paulo em Éfeso para formar os

obreiros e organizar as igrejas locais (Timóteo e Tito cooperavam com

Paulo na organização das Igrejas – ver: Tt 1.5). A primeira carta é escrita

para instruir Timóteo nos deveres do seu cargo, para animá-lo e para

admoestá-lo contra os falsos mestres. Na segunda carta Paulo torna a

admoestar Timóteo contra os falsos mestres; anima-lo em seus deveres;

fortalecê-lo contra as perseguições vindouras e pedi-lo para comparecer

a Roma para visitá-lo.

17) Tito (Epístola a Tito).

Autor: Paulo. Tema: Doutrina, Moralidade e Disciplina na Igreja.

27
Data: Cerca de 65 d.C.

Esboço:

I. A ordem e doutrina na Igreja (cap. 1) II. A conduta da Igreja

(caps. 2 e 3).

Paulo escreve esta carta ao seu discípulo e cooperador Tito, a quem

deixou na época em Creta para organizar as igrejas locais. Tito é

instruído acerca da organização das igrejas e no método de tratar com o

povo.

18) Filemom (Epístola a Filemom).

Autor: Paulo. Tema: O Amor em Cristo nos Trás Soluções.

Data: Cerca de 62 d.C.

Esboço:

I. Saudações e elogios à Filemom (vv. 1 - 7); II. Intercessão por

Onésimo (vv. 8 - 21);

III. Saudações (vv. 22 - 25).

Paulo envia uma carta à Filemom, um irmão em Cristo, para

interceder por Onésimo, um escravo fugitivo de Filemom. Onésimo ao

fugir vai a Roma, onde encontra Paulo e se rende ao evangelho de

Cristo, e que por fim retorna ao seu senhor Filemom.

28
II) Epístolas Gerais ou Universais (endereçadas as Igrejas Primitivas em

Geral)

19) Hebeus (Epístola aos Hebreus).

Autor: Desconhecido. Alguns dos pais da igreja

Data: 68 d.C. primitiva atribuem a autoria de

Hebreus a Paulo; outros


Tema: A Segunda Aliança é Superior a
atribuem a Apolo; outros
Primeira.
também a Barnabé; e uns
Esboço:
poucos ao apóstolo Pedro.
I. A superioridade de Jesus aos

sacerdotes do antigo pacto (caps. 1 - 8);

II. A superioridade da Nova Aliança à Antiga (caps. 8 - 10);

III. Exortações e admoestações (caps. 10 - 13).

Esta epístola foi escrita para reprimir a apostasia dos judeus

cristãos que tinham intenção de retornar ao judaísmo por pressão dos

legalistas. O autor, através desta carta, descreve o valor superior da

Nova Aliança em Jesus Cristo, sendo superior a Antiga Aliança por

intermédio de Moisés. Descreve que através do N.T. a justificação é pela

graça, mediante a investida na fé em Jesus Cristo.

20) Tiago (Epístola de Tiago).

29
Autor: Tiago.
A igreja primitiva aponta a autoria da
Tema: As Obras na Fé.
epístola de Tiago, com unanimidade,
Data: cerca de 75 d.C. (alguns para Tiago o irmão do Senhor (Gl 1.19;
afirmam 49 d.C.). Mt 13.55).

Esboço:

I. A tentação como prova da fé (cap. 1); IV. Verdadeira e falsa

sabedoria (caps.3 - 4);

II. As obras como evidência da fé (cap. 2); V. A paciência da fé e a

oração (cap. 5).

III. As palavras e seu poder (cap. 3);

Tiago escreve inicialmente às doze tribos dispersas (1.1), isto é, aos

judeus cristãos da dispersão, para consolá-los, exorta-los e combater a

tendência extremista de separar a fé das obras. Tiago através desta

carta também destaca uma doutrina voltada basicamente para a vida

social do cristão (veja: 1.26,27; 2.1-8,15,16; 3.8-10,13-18; 4.1-6,11,12,17;

5.4-6,9,16,19,20), assim como as cartas de Pedro e João que veremos a

seguir.

21) 1a Pedro (Primeira Epístola de Pedro).

Autor: Pedro (o apóstolo). Tema: A Suficiência da Graça Divina.

Data: Cerca de 63 d.C.

30
Esboço:

I. Regozijo no sofrimento por causa da salvação (cap. 1);

II. III. Sofrendo com Cristo (cap. 4);

III. Sofrimento pela justiça (caps. 1 - 3);

IV. IV. Exortações finais (cap. 5).

Pedro escreve esta primeira epístola para animar os fieis a estarem

firmes durante o sofrimento; e leva-los a santidade. Tanto as cartas de

Pedro como de João mostram que a salvação do Cristão está

diretamente ligada aos cumprimentos dos ensinamentos de Cristo, que

se resume no bom relacionamento com Deus e com o seu próximo.

22) 2a Pedro (Segunda Epístola de Pedro).

Autor: Pedro (o apóstolo). Tema: O Perigo da Falsa Doutrina.

Data: Cerca de 68 d.C.

Esboço:

I. Exortação a crescer na graça e no conhecimento (cap.1);

II. Advertência contra os falsos mestres (cap. 2);

III. Promessa da vinda do Senhor (cap. 3).

Pedro escreve esta segunda carta para dar a Igreja uma ilustração

profética da apostasia dos últimos dias, e para exortar os cristãos à

preparação do coração e da vida (santificação), que unicamente pode

habilitá-los a enfrentar os seus perigos.


31
23) 1a João (Primeira Epístola de João).

Autor: João (o apóstolo). Tema: Fundamentos da Comunhão com

Deus e com o Próximo.

Data: Cerca de 85 d.C.

Esboço:

I. Comunhão com Deus (caps. 1 e 2); II. Filiação divina

(cap. 3);

III. O espírito da verdade e o amor de Deus (cap. 4); IV. A fé e a

confiança cristã (cap. 5).

Esta epístola foi escrita às igrejas com o propósito de enfatizar a

comunhão com Deus e com o próximo (no primeiro capítulo ele repete

a palavra “comunhão” por quatro vezes nos sete primeiros versículos);

para que se apartem do pecado; e reconheçam o fundamento da vida

eterna através da comunhão. O apóstolo João é bem criterioso quando

relaciona a salvação do cristão a sua comunhão com os irmãos em

Cristo (veja: 2.9-11; 3.10,11,14-18; 4.7-12,19-21; 5.1).

24-25) 2a e 3a João (Primeira e Segunda Epístola de João).

Autor: João (o apóstolo). Tema: Obediência à Verdade e a

Hospitalidade Cristã.

Data: Cerca de 87 – 89 d.C.

32
A segunda epístola de João é uma carta a uma determinada Igreja

(descrita como senhora eleita – ver vv 1 e 13), com o propósito de

instruí-la quanto à atitude correta para com os falsos mestres.

A terceira carta foi escrita para elogiar Gaio por ter recebido os

obreiros cristão e hospedá-los; e para denunciar a falta de hospitalidade

e a tirania de Diótifes.

26) Judas (Epístola de Judas).

Autor: Judas (irmão do Senhor Mc 6.3). Tema: A Batalha pela Fé.

Data: Cerca de 75 d.C.

Esboço:

I. A luta pelas verdades do evangelho (vv. 9-19); IV.

Perseverando na fé (vv. 20-23);

II. A antiga apostasia (vv. 5-8); V. Doxologia (vv. 24

e 25).

IV. O pecado de apostasia e sua condenação (vv. 9-19);

Judas escreve esta carta para incentivar os cristãos a batalharem

pela fé e repudiar os rebeldes na doutrina de Cristo.

33
4º Tipo Literário do N.T. – A Revelação (consumação do plano de

Deus).

O Livro do Apocalipse é o único volume inteiramente profético

preditivo do Novo Testamento, descrevendo a ideia central de que a

volta de Jesus Cristo ao mundo (parousia), está próxima. Por este motivo

também é descrito como “Profecia” ou “Revelação”.

27) Apocalipse (Livro do Apocalipse).

Autor: João (o apóstolo). Tema: Revelação das Últimas Coisas.

Data: Cerca de 96 d.C.

Esboço:

I. Informações concernentes à revelação de Jesus Cristo (cap. 1);

II. Informações concernentes às Igrejas (caps. 2 e 3);

III. Informações concernentes ao Reino de Deus (caps. 4 - 22).

João no seu exílio na ilha de Pátimos (no mar Egeu) recebe a

“revelação”. Apocalipse é o Livro da Vinda de Cristo em Gloria e foi escrito

por ordem direta de Jesus mediante ao anjo enviado a João, para que

houvesse um livro de profecia para essa dispensação (a Graça). Através

desta revelação, João dirigiu o Livro às sete Igrejas Primitivas da Ásia

Menor, enviando a cada uma delas uma mensagem própria. O restante

do livro fala elaboradamente sobre o arrebatamento da Igreja de Cristo

e dos juízos divinos e julgamento vindouro às nações; o reino milenar

34
de Cristo e o estado eterno. O triunfo de Cristo, sobre seus inimigos, é o

tema dominante deste livro do N.T.

“Aquele que testifica estas coisas diz: certamente cedo venho.

Amém; vem, Senhor Jesus.”

Ap 22.20

Referências:
35
- Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia – R. N. Champlin e J. M. Bentes
– Ed. Candeia.
- Coleção os Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João – Mayer Pilman –
CPAD.
- Seleções de Flávio Josefo – Ed. Edameris (1974).
- A Bíblia Sagrada.

36

Você também pode gostar