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1. INTRODUÇÃO
O objetivo desta disciplina é promover uma visão geral e ampla sobre a teologia,
a história, a estrutura e os temas do Novo Testamento. Para isso, dividimos o estudo
em quatro seções que serão discutidas em cinco encontros.
O estudo do Livro de Atos dos Apóstolos irá demonstrar que desenvolve uma
narrativa do ministério dos apóstolos após a morte de Cristo. Veremos também sua
proximidade com o Evangelho de Lucas.
Por fim, o Apocalipse, livro que encerra o Novo Testamento. Veremos que esse
livro consiste principalmente em uma mensagem de Jesus para sete igrejas cristãs,
acrescido de uma visão de João dos últimos dias, a segunda
Espero que você compreenda a força e a importância desse conjunto de Escritos
sagrados, aplicando-os em sua vida e nas vidas das pessoas que lhe cercam.
A minha oração é que este estudo, feito com uma leitura integrada das Escrituras,
possa aprofundar os seus conhecimentos sobre a “boa, agradável e perfeita vontade
de Deus” (Rm 12:2b), capacitando-lhe para as boas obras que “Deus preparou de
antemão para que nós as praticássemos” (Ef 2:10b).
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2. PANORAMA TEOLÓGICO
Algo teria falhado no projeto divino? Vamos buscar a resposta para essas
perguntas no lugar mais propício para um esclarecimento legítimo, a saber: nas
Escrituras.
Uma aliança, mesmo quando feita sob a forma de testamento, é um tratado entre
duas partes, onde cada um dos envolvidos tem que cumprir suas obrigações sob
pena de torná-la sem efeito (ver Tg 2:10). A aliança que chamamos de antiga está
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1) A aliança que Deus fez com o seu povo consistia de duas partes: Deus e
os israelitas firmaram um compromisso solene com base no conteúdo do Livro
da Aliança (Êx 24:7).
3) A aliança foi ratificada pelo povo que prometeu obediência a Deus (Êx
24:3 e 7).
No entanto, essa Lei não era capaz de libertar a consciência do pecador (ver
Hebreus, capítulos 8 e 9), não era capaz de fazê-lo perceber a presença de Deus
em todos os seus passos e o deixava sem o amparo do Espírito Santo. Em outras
palavras, a Lei não é capaz de aliviar as lutas internas, que acontecem nas
profundezas de nossa alma e consciência (ver Rm 7), assim, precisamos da graça
que veio por meio de Cristo na nova aliança.
Jesus, na última ceia com os seus discípulos “tomou o cálice, deu graças e o
ofereceu aos discípulos, dizendo: ‘Bebam dele todos vocês. Isto é o meu sangue da
[nova] aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados’” (Mt
26:27,28; Lc 22:20), estabelecendo, portanto, uma nova aliança, firmada no seu
próprio sangue e sustentada pela sua mediação (Hb 12:24).
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A questão que nos persegue é: por que foi necessário realizar essa nova aliança?
O autor da Carta aos Hebreus, fazendo uma longa citação de Jeremias 31, nos
oferece uma explicação nos capítulos 8 e 9. Ali, ele nos ensina que “as regras para
adoração e o tabernáculo terreno” (Hb 9:1) são “uma ilustração para os nossos dias,
indicando que as ofertas e os sacrifícios oferecidos não podiam dar ao adorador uma
consciência perfeitamente limpa” (Hb 9:9).
Entendendo que antes mesmo da Lei, a vinda de Jesus e a nova aliança firmada
através do seu sangue já estava nos projetos de Deus (conforme Gn 3:15), podemos
compreender em que sentido a palavra ‘ilustração’ é utilizada nesse contexto. O
autor quer nos mostrar que a Lei, com todas as suas regras de adoração e de
conduta pessoal e social, serviu, e serve até hoje, para mostrar a incapacidade do
ser humano de ser santo pelos seus próprios esforços. Assim, ela ‘ilustra’,
simultaneamente, a santidade de Deus e a incapacidade humana de restaurar, por
si mesmo, a imagem e semelhança com a Trindade.
Assim, era necessário que um sacrifício único e definitivo fosse feito para que o
Plano de Salvação dos Filhos de Deus fosse cumprido em sua totalidade. Em Hb
9:22, aprendemos que “quase todas as coisas são purificadas com sangue, e, sem
derramamento de sangue, não há perdão”.
13Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de
uma novilha espalhadas sobre os que estão
cerimonialmente impuros os santificam de forma que se
tornam exteriormente puros, 14quanto mais, então, o
sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu
de forma imaculada a Deus, purificará a nossa
consciência de atos que levam à morte, de modo que
sirvamos ao Deus vivo!
15Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova
aliança para que os que são chamados recebam a
promessa da herança eterna, visto que ele morreu
como resgate pelas transgressões cometidas sob a
primeira aliança. (Hb 9:13-15, grifo nosso).
Na primeira aliança, o sacrifício era de bodes e touros, e tinha efeito exterior, sem
atingir as mentes e corações humanos; na nova aliança, o sacrifício é feito com o
sangue do próprio Filho de Deus e tem, por meio do Espírito Santo, efeito eterno na
purificação da nossa consciência, tornando-nos servos de Deus.
Os grifos do versículo 15 foram feitos para chamar a nossa atenção para algumas
questões importantes:
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1) Há uma distinção clara entre aquilo que o autor chama de ‘nova aliança’ e ‘primeira
aliança’. Logo, podemos entender que as duas
porções das Escrituras estão separadas de maneira coerente com a própria Palavra
de Deus;
2) A ‘nova aliança’ é realizada através um ‘Mediador’ por meio de quem ela ganha
eficácia. Assim, sendo Cristo o Mediador, é impossível se falar de uma aliança com
Deus sem a presença d’Ele;
3) A ‘nova aliança’ tem um objetivo claro, “que os que são chamados recebam a
promessa da herança eterna”. Entendemos, então, que a nova aliança está relacionada
com a primeira aliança naquilo que se
remete ao seu objetivo final: a salvação dos filhos de Deus.
Por esta razão, não podemos dizer que a antiga aliança está invalidada, mas que
ela está sendo perfeitamente cumprida em Cristo Jesus que se torna o perfeito
mediador e, ao mesmo tempo, o perfeito sacrifício. “Não pensem que vim abolir a
Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir” (Mt 5:17).
A ordem em que esses livros aparecem, por consequência, é uma ordem lógica,
derivada somente das tradições cristãs. Os evangelhos estão postos em primeiro
lugar porque descrevem os eventos cruciais da carreira de Jesus. Entre os
evangelhos, o de Mateus vem apropriadamente antes de todos devido à sua
extensão e ao seu íntimo relacionamento com o Antigo Testamento, que o precede
imediatamente. (Mateus amiudadas vezes cita o Antigo Testamento e principia com
uma genealogia que retrocede ao mesmo.) Ato contínuo encontra-se a triunfal
colheita da vida e do ministério de Jesus, no livro de Atos dos Apóstolos, uma
envolvente narrativa do bem-sucedido surgimento e expansão da Igreja na Palestina
e daí por toda a Síria, Ásia Menor, Macedônia, Grécia e até lugares distantes como
Roma, na Itália. (No ato mesmo de sua composição, o livro de Atos foi a segunda
divisão de uma obra em dois volumes, Lucas-Atos.) Bastam-nos essas idéias quanto
aos livros históricos do Novo Testamento.
3. PANORAMA HISTÓRICO
Quando “Jesus nasceu em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes” (Mt 2:1),
ele encontrou um ambiente social, político cultural estabelecido através de fortes
influências dos povos que dominaram Israel nos últimos quatrocentos anos. Esse
ambiente foi determinante para a propagação do evangelho e para a expansão da
igreja cristã no mundo antigo. Assim, vamos começar esse capítulo estudando os
antecedentes históricos do Novo Testamento.
Durante os três anos do seu ministério, Jesus ficou conhecido em todo o território
de Israel. E menos de trinta anos depois da sua morte já havia igrejas cristãs em um
vasto território (Grécia, Ásia e Europa). Você já se perguntou como a mensagem de
Cristo pode ter se expandido tão ampla e rapidamente em uma época em que não
havia rádio, televisão, jornais ou Internet? Ou como Paulo e seus amigos viajavam
distâncias tão grandes para pregar o evangelho e fundar novas igrejas?
Deus criou um ambiente propício para que o seu Reino se expandisse de acordo
com os seus planos. Uma grande sucessão de importantes eventos históricos
preparou o caminho do Messias.
A conjuntura que possibilitou tudo isso foi criada no chamado período Interbíblico,
também conhecido como Intertestamentário ou período do Silêncio de Deus. Esse
último nome se deve ao fato de que os acontecimentos aos quais nos referimos
ocorreram entre o final do ministério do profeta Malaquias (último profeta do Antigo
Testamento) e o início do ministério de João Batista (profeta que precede à chegada
de Cristo).
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Cada uma das situações políticas vividas pelo povo de Israel teve importantes
influências para a preparação do ambiente em que o nosso Salvador nasceria,
vamos a elas:
O Império Persa teve seu início muito antes do Período Interbíblico, por volta do
ano 555 a.C., quando começaram as grandes conquistas do rei Ciro. No entanto,
Deus já tinha planos muito especiais para eles Em 588/7 a.C., por causa da sua
grande idolatria, o povo de Deus foi dominado pelos babilônios e levado cativo,
cumprindo a profecia anunciada por Jeremias (Jr 25 12-13; 29 10-11).
Mas, era necessário que o povo voltasse para a terra de Israel, pois o Messias
deveria nascer em Belém, segundo vaticinaria mais tarde o profeta Miqueias (Mq
5:2).
Então, Deus usou o Império Persa da seguinte forma:
1) Libertando os judeus do cativeiro na Babilônia, que durou 70 anos, conforme
havia sido prenunciado pelo profeta Jeremias (Jr 25 12-13; 29 10-11);
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Veterotestamentária
Século - Poder Dominante - Eventos Importantes
IV (300s) – Grécia-Macedônia - Conquista por Alexandre o Grande e helenização
intensa do Oriente Médio
IV (300s) - Morte de Alexandre o Grande, em 323 A.C. e divisão do seu império.
IV (300s) - Egito - Hegemonia dos Ptolomeus sobre a Palestina, 320-198 AC.
II (100s) - Síria - Hegemonia dos Selêucidas sobre a Palestina, 198 - 167 A.C.
II (100s) - Desenvolvimento dos partidos helenista e hasidim, dentro do judaísmo
II (100s) - Antíoco Epifânio fracassa em anexar o Egito.
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Intertestamentária e Neotestamentária
Século - Poder Dominante - Eventos Importantes
I (99-1) – Roma - Assassinato de Júlio César
I (99-1) – Roma - Augusto torna-se imperador romano (27 A.C. - 14 D.C.), às
expensas de Marco Antônio e Cleópatra
I (99-1) – Belém - Nascimento de Jesus, cerca de 6 A.C.
I (99-1) – Judéia - Morte de Herodes, o Grande, em 4 A.C.
Gerais
para deixar para todos nós. O evangelho de João segue uma estrutura diferente, por
isso costuma ser estudado à parte. João, talvez por ter sido o apóstolo mais próximo
de Cristo, é o evangelho que apresenta o maior conteúdo exclusivo, isto é, no
evangelho de João encontramos o maior volume de ensinos e histórias que não
estão presentes nos outros três evangelhos.
Observe o quadro a seguir para ter uma ideia mais clara do que há em comum
entre os Sinóticos:
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Veja, que essas considerações trazem consigo uma gama de teorias com o
objetivo de explicar a composição dos Evangelhos. Para cada teoria, temos a crítica.
Para cada grupo de estudiosos defensores de uma teoria, temos outro grupo de
estudiosos que podem recusar ou podem levantar críticas para determinada teoria.
Ou seja, não há, até o momento, uma unanimidade. Vamos rapidamente elencar
essas teorias e também apresentar as críticas mais evidentes.
Atos dos Apóstolos é incluso nesse grupo, por que se trata de uma
continuação do Evangelho de Lucas (veja Lc 1:1-4 e At 1:1-3). Em Atos, Lucas busca
apresentar a forma como os ‘doze’, juntamente com os demais discípulos de Cristo,
deram continuidade à propagação do Reino de Deus. É a história magna do início
da Igreja. Onde o treinamento que Jesus lhes deu durante os três anos de ministério
é aplicado na vida da nova comunidade que se inicia.
Vejamos algumas análises sobre cada um dos livros que compõem esse grupo:
a) Evangelho de Mateus
Perspectiva do Autor: Mateus, um judeu escrevendo para os colegas
judeus, visa fornecer razões suficientes para crer em Jesus como Messias.
Data: desconhecida (visto que ele usou Marcos, muito provavelmente foi
na década de 70 ou 80 d.C.).
b) Evangelho de Marcos
Perspectiva do Autor: João Marcos, antigo companheiro de Paulo, é um
repórter imparcial, mas sua seleção de material é suficiente para mostrar que
ele é um crente em Jesus e deseja que seus leitores também sigam a Cristo.
É possível perceber um subjacente propósito apologético e evangelístico.
Data: cerca de 65 d.C. (de acordo com Papias, logo depois da morte de
Paulo e de Pedro em Roma).
c) Evangelho de Lucas
Perspectiva do Autor: Lucas, um médico amado (Cl 4.14), acompanhou
Paulo em algumas viagens missionárias. Apesar de não ser testemunha
ocular dos fatos que narra, ele escreve como um historiador cauteloso que
realizou uma pesquisa meticulosa.
Receptores: a igreja em Roma, que não foi fundada por Paulo nem estava
sob sua jurisdição – embora ele saúde ao menos vinte e seis pessoas
conhecidas suas (16:3-16).
I CORÍNTIOS
Perspectiva do Autor: Paulo sente uma profunda ligação pessoal com a
igreja e com os líderes. Ele tem plena consciência das situações que
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II CORÍNTIOS
Perspectiva do Autor: Paulo escreve como alguém intimamente ligado à
igreja à qual ele escreve, tendo ministrado ali por um ano e meio. Ele tinha
testemunhado o arrependimento dos coríntios e a persistência de certos
elementos de divisão na igreja.
GÁLATAS
Perspectiva do Autor: Paulo está agitado e alarmado, muito mais do que
em qualquer outra de suas cartas. Ele imediatamente elabora uma defesa
vigorosa de sua autoridade apostólica, não por que isso seja importante para
ele pessoalmente, mas porque está ligado àquilo que lhe importa mais do
que qualquer outra coisa no mundo: a graça de Deus, que não vem observar
alguma lei, mas comente confiar em Cristo.
EFÉSIOS
Perspectiva do Autor: Livre da necessidade de abordar situações
específicas na vida de uma igreja local, Paulo escreve para os cristãos em
geral e tem um ponto de vista cósmico. Um professor, por natureza, busca
aumentar a compreensão de seus interlocutores confirmando que se
tornaram crentes em cristo.
FILIPENSES
Perspectiva do Autor: Paulo escreve da cela de uma prisão romana, a qual
ele considera ser um lugar tão bom como qualquer outro para viver por Cristo,
compartilhar o evangelho, alegrar-se na provisão divina e escrever uma carta
exuberante de encorajamento espiritual aos seus colegas de ministério.
COLOSSENSES
Perspectiva do Autor: Paulo escreve com intensa preocupação pessoal aos
cristãos que ele aborda e com paixão pela verdade em oposição ao erro.
I TESSALONICENSES
Perspectiva do Autor: Nenhuma carta paulina expressa mais carinho e
entusiasmo pessoal aos destinatários do que esta carta aos preciosos
amigos cristãos. Além do mais, Paulo volta as suas admoestações para uma
vida piedosa em torno da doutrina da segunda vinda de Cristo.
Propósitos Implícitos: Paulo quer dizer por carta aquilo que ele não pode
dizer pessoalmente porque fora impedido de fazer outra visita a Tessalônica.
O apóstolo quer expressar um agradecimento pelo bom relatório sobre o
progresso dos Tessalonicenses na vida cristã, exortá-los a viver uma vida
santificada e esclarecer a doutrina da volta de Cristo.
II TESSALONICENSES
Perspectiva do Autor: Paulo escreve novamente como um missionário
exilado com uma preocupação pastoral e pessoal de que os convertidos de
Tessalônica cresçam na vida cristã e “fiquem espertos” teologicamente.
Entretanto, a escrita é menos generosa em sentimentalismo pessoal e mais
eficiente do que em I Tessalonicenses, como se Paulo escrevesse uma
resposta curta.
na primeira carta, mas que não foram entendidas e/ou aplicadas da forma
correta, principalmente com respeito ao fim dos tempos.
I TIMÓTEO
Perspectiva do Autor: Paulo escreve como um missionário experiente,
como um pastor e plantador de igreja (e é claro, um apóstolo) que vem ao
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II TIMÓTEO
Perspectiva do Autor: Enquanto aguardava no corredor da morte, Paulo
escreveu como um apóstolo prestes a morrer, que havia terminado a grande
luta da fé e estava transmitindo o seu último legado espiritual (a seus irmãos
na fé). Enquanto o tom de I Timóteo era persistentemente prático, nessa
segunda carta Paulo escreve com mais afeição pessoal passional.
TITO
Perspectiva do Autor: Paulo escreve com autoridade apostólica, e isso fica
evidenciado pela forma como ele redige a maior parte da carta no imperativo.
Para reunir todas as instruções que ele consegue pôr em uma carta, que é
curta até para o padrão epistolar do Novo Testamento, ele escreve de forma
breve e eficiente. Há certa urgência no tom (da forma de escrita usada pelo
apóstolo).
FILEMOM
Perspectiva do Autor: Essa é a carta mais pessoal de Paulo, e
consequentemente, mais simples no estilo e foco. Dada a natureza sensível
da situação que ocasionou a carta, essa correspondência é uma obra-prima
de tato e persuasão indireta.
TIAGO
Perspectiva do Autor: O autor escreve segundo a tradição dos sábios
mestres da Bíblia, observando as verdades e ordenando certos
comportamentos em forma de provérbios. Quanto ao conteúdo, Tiago é mais
conhecido pela sua visão prática, pois ele afirma repetidamente que a fé deve
ser demonstrada. Ao argumentar isso, o autor demonstra uma energia e força
incomum na escrita.
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I PEDRO
Perspectiva do Autor: Pedro escreve com uma intensidade lírica sobre a
vida em Cristo e com um grande senso de autoridade apostólica, ao mesmo
tempo em que exorta e ordena os cristãos a respeito da vida deles no mundo.
II PEDRO
Perspectiva do Autor: Extraindo uma pista a partir de II Pe 1.13, 14,
estudiosos consideram que esta epístola se encaixa no gênero do discurso
de despedida de um mentor espiritual (como o discurso que Jesus fez no
cenáculo e como os encontrados em livros de Deuteronômio e II Timóteo). O
autor afirma que está lembrando seu público da doutrina cristã familiar.
JUDAS
Perspectiva do Autor: O autor escreve com uma “ira santa” quando ataca
seus inimigos com mais veemência do que qualquer outro confronto que
encontramos no Novo Testamento, com exceção da denúncia de Jesus aos
líderes judaicos em Mateus 23.
II JOÃO
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III JOÃO
Perspectiva do Autor: Chamando a si mesmo de presbítero, o autor é uma
pessoa e, sintonia com o lado prático da vida cotidiana, tais como a
necessidade dos viajantes (principalmente os cristãos) terem um lugar para
ficar.
APOCALIPSE
Perspectiva do Autor: O autor escreve como um profeta (Ap 1.3) que
registrou as visões que contemplou. Ele é o intermediário entre Deus, de
quem se originam as visões, e os seus leitores (Ap 1.1, 10, 11). João escreve
como um narrador na primeira pessoa – Eu vi – mas ele é um observador em
vez de participante nas visões: o qual testificou da palavra de Deus, e do
testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto(Ap 1.2). A perspectiva
do autor é a de um visionário que percorre um passeio guiado ao céu e ao
futuro.
5. PANORAMA TEMÁTICO
d) Suas tentações
Apesar de jamais haver pecado, Cristo foi tentado em todas as coisas, assim
como qualquer um de nós (Hb 4:15).
a) Os milagres de Cristo
Os milagres de Cristo, considerando apenas os que foram narrados no Novo
Testamento - pois muitos não foram escritos (Jo 21:25)- tomariam muito espaço
aqui. Mas, a sua concepção divina (Mt 1:20; Lc 1:34, 35) e a sua ressurreição
testemunhada por muitos (Atos 1:3; veja Lucas 24:36-43) são provas
inquestionáveis da divindade e de Cristo.
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A expressão grega basileia tou~ Qeou~ (basileia tou Theo) diz respeito ao
governo, ou domínio, absoluto de Deus sobre todas as coisas. Um reino que
estende por todo o céu e por toda a terra. Quando ouvimos falar de algo assim,
pensamos sobre a forma como o Senhor vai comandar tudo isso e que grande
exército Ele vai convocar. Mas, estranhamente, o Senhor tem convocado um
exército bastante diferente do que se imaginava.
De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-
se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde ficou orando.
Simão e seus companheiros foram procurá-lo e, ao encontrá-
lo, disseram: "Todos estão te procurando!" Jesus respondeu:
"Vamos para outro lugar, para os povoados vizinhos, para que
também lá eu pregue. Foi para isso que eu vim". (Mc 1:35-38).
Infelizmente, a história da Igreja vem, de fato, nos mostrando que essa visão
de Stedman não é apenas um arrogo negativista, mas uma realidade triste se
consumando sob a forma de individualismo extremado dentro da casa de Deus.
O fato é que precisamos retomar o caminho através das Escrituras.
O apóstolo João nos ensina que a koinonia é, necessariamente, realizada
em duas vias, ou duas dimensões: precisamos estar ligados a Deus para que
possamos estar ligados aos irmãos Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos
para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o
Pai e com seu Filho Jesus Cristo. (I Jo 1:3).