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2. Novo Testamento

27 escritos. 4 gêneros literários diferentes (evangelhos); 21 epístolas e 1 apocalipse.

Testamento (substantivo); Novo (adjetivo). Testamento vem do grego: diatheke (disposição


“textual”). Latim (Vetus latina) com texto anterior a Jeronimo. No séc III, partes traduzidas.

A Vulgata (Jerônimo). A Neo-Vulgata surge me 1992.

A septuaginta traduziu dessa forma. Tem raiz no hebraico: berit (Aliança). Berit também
significa pacto, promessa, juramento, empenho. Esse conceito não é religioso; trata de um
pacto entre um imperador e seus súditos. Esse pacto era firmado, como visto em gen 15:
animais sacrificados cortados ao meio; as duas partes do pacto passavam entre os animais;
quando o juramento era descumprido, o outro tinha o direito de derramar o sangue do que
descumpria com sua parte.

Exemplos que remetem aos antigos pactos: Gn 15; 17. No A. T. berit está 287 vezes.
Momentos em que o pacto é selado: Noé: Gn 9. Abraão: Gn 12; 15; 17. Sinai: Ex 19 – 24.
Moab: Dt 28. Dt 5 (repete Sinai). Profética Jr 31, 31-34: ‘Nova Aliança’.

No N. T. aparece apenas 5 vezes a expressão da Aliança (Nova).

Testamento dá ideia de legado transmitido aos descendentes. Berit (A. T.) dá ideia de pacto
realizado. Aliança (Nova) aparece em:

1Cor 11, 25; Lc 22, 20; 2Cor 3,6; Hb 8,8 e 9, 15.

Em 2Cor 3, 14: aparece pela primeira vez a terminologia Antigo Testamento. A Bíblia hebraica
se torna, então, para os cristãos, o Antigo Testamento. A Nova disposição da segunda parte da
Bíblia cristã passa a se chamar Novo Testamento. O Novo Testamento traduz Betir: Antiga
Aliança para Nova Aliança.

Questão: a Antiga Aliança – Nova Aliança. Onde a Nova Aliança se dá? Lc 22, 20: “Essa taça é a
Nova Aliança derramada em meu sangue.” 1 Cor cita a ceia.

Mt 26, 27:”Bebei dele todos, pois este é o meu sangue, o sangue da Aliança que é derramado
por todos, para a remissão dos pecados”.

Nova Aliança: traduz Lc/Paulo: Nova Aliança (Jer 31, 31-34); Mc/Mt: Aliança (Ex 24, 8):se refere
ao sangue da Aliança, esse reito é feito dentro de uma refeição sagrada.

Primeira conclusão: a Aliança, no Novo Testamento é selada no sangue de Jesus. É o memorial


da Nova Aliança.

Sinai Ex 19-24 se encontra a Aliança com seus códigos.

No inicio do sec III, começaram a dar a essa disposição de textos, o novo de Novo Testamento:
os 27 livros. A Nova Aliança, edificada m Cristo, constitui o Novo Testamento.

Há uma única Aliança, renovada nas etapas da História de Israel e consumada, ou, realizada,
ou, cumprida em Cristo. No A. T. Deus renova a Aliança. Visão do professor.

Boa parte dos teólogos afirmam que há duas Alianças: Com Israel e com a Igreja.
João Paulo II se dirige à “comunidade hebraica de Jerusalém e aos seus líderes” e expressa a
frase de Rm 11, 29: Aliança jamais revogada a fim de demonstrar que o povo escolhido por
Javé é o povo judaico. Os cristãos são galhos enxertados na vinha escolhida que é Israel,
devido seu caráter de povo eleito.

Os textos neotestamentários trabalharão sobre a universalidade salvífica. Essa universalidade


salvífica não retira o precedente da História. Não somente atualiza o precedente da História,
mas, consuma a História de Deus com Israel e, agora, com todas as nações.

Isso resulta em dificuldade a respeito da unidade da Sagrada Escritura. O N. T. tem a qualidade


de cumprir as promessas a Israel.

Depois da elevação de Jesus se percebe a universalidade da Mensagem. Jl 3, 1-5: “Dias virão


em que o Espírito de Javé virá sobre todas as nações”. Agora as nações se tornam um único
povo.

Israel é um único povo eleito? Paulo em Rm 9 fala do “Mistério Divino”: porque Israel não
aceita o seu Messias. O grande entrave para Israel aceitar seu Messias: a unicidade (quando
Jesus se proclama Filho, da mesma natureza do Pai). O Messias esperado por Israel tem
conotação diversa à anunciada por Jesus: esperam um tempo messiânico, tempo de
intervenção direta de Javé, o qual terá personagem escolhido como mediador desse tempo.
Israel não compreende a natureza divina de Jesus Cristo.

Jr 31, 31-34: o Espírito revelará aos corações a Lei (interiorização da Lei). A Lei interiorizada
não se apoia no preceito, mas na intenção, na motivação; não do legalismo, mas da pessoa
que adere em conformidade a essa nova realidade. Na nova economia da Lei passamos à
interiorização, como também, de relação, de amizade, compartilhamento. Essa é a questão da
nova economia da Lei.

Ponto 3: Evangelho

Evvagelion: Subst. Recorre 76 vezes no Novo Testamento, das quais 60 nas cartas de Paulo e o
restante, presente nos Evangelhos. O restante está presente em Mc e Mt: 16 x.

Evangelizar: 54 x N. T./21 x nas Cartas de Paulo. O restante está presente em Mc, Mt e Lc (Lc
não utiliza o subst. – evangelizar.

A raiz Bíblica vem, possivelmente, do verbo bissar. Esse termo aparece no Deutero-Isaías: 40-
55; no contexto da volta do Exílio da Babilônia. Is 49, 9; 52, 7; 60, 2 etc. Is 52, 7 se refere a um
mensageiro que anuncia a Boa-Nova; essa Boa-Nova significa alegria, salvação, bem, paz...

Essa é a raiz Bíblica.

A raiz profana se encontra nos anais Assírios/Babilônicos/Persas/Gregos que anunciam a


chegada do Rei. A chegada do Rei era proclamada como Boa-Nova por causa dos benefícios
que viriam com sua chegada.

Em Isaías, Javé é o mensageiro. Em outros momentos, Ciro é nomeado como ungido (tido pela
comunidade como messias, enviado). Aquele, contudo, que cumpre uma missão de forma
particular, especial, é chamado ungido.

Israel vive em torno Da Torá e suas tradições; não proclama como Messias a um estrangeiro.
Exemplo: além dos Evangelhos. Se encontra em Rm 1, 16-17: Paulo fala do Evangelho, o
descrevendo assim: Boa-Nova salvífica que se adere pela fé. Aquele que adere ao Evangelho,
viverá (salvação). Com isso, Paulo dá a entender que no início, os cristãos compreendiam o
Evangelho como um anúncio salvífico; por isso, compreendiam Jesus Cristo como o primeiro
evangelista (Lc 4, 18).

Somente num segundo momento, se passa do Anúncio (Kerigma) para uma Narrativa sobre
Jesus, com suas ‘palavras e obras’. Narrativa porque se reconhece neles a proclamação
salvífica.

Lc não utiliza o termo evaggelio, mas sempre, evangelizar. Lc deixa o substantivo referido á
Proclamação. O Verbo é parte da Narrativa, mas o conteúdo do que é o Evangelho não pode
ser transmitido por meio do livro escrito. Entre o que é proclamado e o que é escrito: Diegésis
– a Narrativa.

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