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0 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento

CURSO DE NOVO TESTAMENTO

MÓDULO 1

INTRODUÇÃO
AO NOVO
TESTAMENTO
PROF: JHONATAN J.P. FAGUNDES

1 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


SUMÁRIO

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO 4
2. COMO SURGIU O NOVO TESTAMENTO 8
3. CLASSIFICAÇÃO DO CONTEÚDO DO NOVO TESTAMENTO 10
4. O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO 12
5. OS LIVROS APÓCRIFOS DO NOVO TESTAMENTO 15
6. MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO 16
7. AS DIVISÕES DO NOVO TESTAMENTO 19
OS CONTEXTOS DO NOVO TESTAMENTO
8. SITUAÇÃO HISTÓRICA E GEOGRAFICA 23
9. SITUAÇÃO POLITICA 26
10. SITUAÇÃO SOCIAL, ECONÔMICA, CULTURAL 31
11. SITUAÇÃO RELIGIOSA 33
12. SITUAÇÃO RELIGIOSA – O JUDAISMO 35

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LIÇÃO 1 INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO

Como o Velho Testamento (VT), o Novo Testamento (NT) não é apenas um livro, mas
uma antologia de livros que abrange de uma só folha de pergaminho à um rolo inteiro de
pergaminho. O Novo Testamento tem menos de 1/3 do comprimento do Velho Testamento.
Os livros do Novo Testamento eventualmente foram colocados em uma ordem padronizada
(mais lógica que cronológica). Dos nove autores do Novo Testamento, somente Lucas era
totalmente gentio.

1. Origem do Vocábulo Testamento:

A. A designação Novo Testamento vem latim Novum Testamentum.


B. “Testamenti” – serve para traduzir o vocábulo grego “diatheke”, que quer dizer “Pacto” (II
Co 3:14) .
C. A LXX traduz Ex 24:1-8 usando a palavra diatheke para o hebraico “pacto”. Lc 22:14-20
vemos novamente a expressão diatheke reforçando o conceito de “Pacto”.
D. O Novo Testamento incorpora o Novo Pacto de que é mediador Jesus Cristo (Hb 9:15;
10:16,17; Jr 31:31-34).
E. O primeiro pacto era o pacto de sangue (Hb 9:19,20), mas não era um testamento
propriamente dito; o segundo conquanto seja um pacto é também um testamento, isto é,
não somente foi selado com sangue, como também exigia a morte do testador para dar-
lhe forças: não seria eficaz se Jesus, que era o mediador, não tivesse morte expiatória.
F. A palavra grega Diatheke fala sobre um último desejo (vontade) de alguém ou testamento
que foi posto em vigor após a morte daquele que o havia escrito. Ou seja, era algo que se
podia aceitar ou rejeitar, mas nunca alterar.
G. “He Kaine Diatheke” significa literalmente “A Nova Aliança”.

2. Tipos de Testamento

A. “Parithy”: Entre partes iguais


a. Davi, Jonatas – I Sm 18:3,4;
b. Casamento: Ml 2:14, Pv 2:17

B. “Suzerainty”: Entre iniguais.


a. O superior institui a aliança baseada na sua proteção no inferior e exigindo sua
fidelidade.

C. “Promessa”: Garantia de Deus, mas com responsabilidade da parte do homem.

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3. Os Dois Testamentos: - Comparações e Contrastes

Velho Novo
Antecipação Consumação
Sombra Realidade
Repetição de Sacrifício Sacrifício uma vez
Monte Sinai Monte Calvário
Início: Páscoa Início: Ceia do Senhor
Lei Externa: MATA Lei Interna: VIVIFICA
Fracasso Garantido Sucesso Garantido

O Antigo Testamento é o alicerce. (fig.1)


O Novo Testamento é a superestrutura. (fig,2)
O Alicerce é inútil se não construir sobre ele.

Um edifício é impossível de ser construído, a não ser que haja um fundamento.


Assim, o Antigo e o Novo Testamento são essenciais um ao outro.

fig.1 fig.2

O Novo está contido no Antigo


O Antigo está explicado no Novo
O Novo está latente no Antigo
O Antigo está patente no Novo

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4. Características do Novo Testamento

A. “Perdão”: Ef 1:7; Jr 31:33; Ez 36


Ef 1:7: "no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza
da sua graça."

Jr 31:33: Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o
Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei
o seu Deus, e eles serão o meu povo.

B. “Reconciliação”: Jr 31:31
Jr 31:31: “Eis aí vêm dias, diz o Senhor, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e
com a casa de Judá”.

C. “Internalização da lei”: Jr 31:33


Jr 31:33: Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o
Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei
o seu Deus, e eles serão o meu povo.

D. “Espirito Dentro”: Jo 14:17; Ez 36:26,27


Jo 14:17: “O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o
conhece vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós”.

Ez 36:26,27: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o
coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que
andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.

E. “Livre acesso ao Pai”: Lc 23:45; Hb 10:20; cf. Jr 31:33


Lc 23:45: “E rasgou-se pelo meio o véu do santuário”.

Hb 10:20: “ pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne”.

Jr 31:33: Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o
Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei
o seu Deus, e eles serão o meu povo.

5. Destinatários do Novo Testamento

A. Só Israel” - Jr 31:31; Hb 8:6 - Dispensacionalismo – em parte.

B. “Só Igreja” - Amilenismo - “Principalmente Israel, mas a Igreja por extensão”


 Gn 12:3; Rm 11:17 -Enxertado na árvore; Ez 37:24ss

C. A Igreja não revelada no AT (cp Ef 3;Cl 1:15,26) - Dispensacionalismo em parte.

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6. Alianças

A. Aliança Eterna:
B. Aliança Edênica:
C. Aliança Adâmica:
D. Aliança Noáica:
E. Aliança Abraâmica:
F. Aliança Mosáica:
G. Aliança Palestínica:
H. Aliança Davídica:
I. Nova Aliança:

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LIÇÃO 2 COMO SURGIU O NOVO TESTAMENTO

Influências:

A. Preparação religiosa dos judeus - que influenciou a vinda de Cristo. Desde Abraão,
profetas e reis, escrevendo sobre sua vinda.
B. Monoteísmo judaico - também influenciou muito para a vinda de Cristo. (Mono = Um;
Theo = Deus; Ismo = doutrina)
C. A tradução do Velho Testamento - para o grego koinê, língua da época.
D. Israel influenciou muito ao NT - porque tinha as Escrituras, bases do NT. – porque tinha as
Escrituras, bases do Novo Testamento.
E. A Grécia, com a sua cultura – também influenciou muito, tanto que o Novo Testamento
não foi escrito em hebraico, mas em grego.
F. A unificação política da época – quando Roma dominava, também foi uma força para o
advento de Cristo.
G. O Governo de César – abriu estradas abundantes e outros meios de comunicação,
canalizando as riquezas para Roma. Com isso auxiliou para que o Cristianismo fosse
pregado mais intensamente.
H. A imoralidade no governo dos Césares – fez com que o povo livre se entregasse ao pecado
e vaidade, fazendo assim desaparecer os valores humanos. E, por isto, o Evangelho se
acentuou mais entre os povos que sofriam horrivelmente a escravidão.
I. Unidade e Variedade - Duas verdades importantes para melhor compreender o processo
de produção do NT:
a. Unidade: o Espírito Santo inspirou e orientou os autores na produção das obras que
conservaram a revelação cristã. Esta é a única explicação satisfatória da unidade da
unidade do Novo Testamento.
b. Variedade: deve-se a situação humana:
 O ponto de vista do autor;
 A cultura literária do autor. Paulo, um sábio mestre, enquanto Pedro, um humilde
pescador inculto;
 Os destinatários, de acordo com as necessidades das suas almas, tinham que
receber a carta.

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c. Transmissão:
 Oral: (Lc 1:2): David Smith apresenta a teoria de que os ensinos e os atos de Jesus
foram transmitidos oralmente por muitos anos. II Tm 1:14 – “Guarda o bom
depósito com o auxílio do Espírito que habita em nós”
Nota: era tradição judaica – os rabis guardavam as tradições dos anciãos. –
Evangelho – resultado dessa transmissão.
 Documentária (Lc 1:1): Existem provas de que Mateus e Lucas usaram documentos
na produção de seus evangelhos. O versículo acima citado comprova esta
afirmativa.

i. Papias fala sobre a existência de um documento escrito por Mateus em


aramaico. Chamado “Logia de Jesus” ou “Q” (Quele, Fonte).

i. Provavelmente esse documento foi preparado por Mateus quando


acompanhava o Mestre como discípulo.

i. Quando Lucas escreveu seu evangelho não usou apenas a tradição oral; usou
documentos, incluindo a “Logia de Jesus” e o Evangelho de Marcos

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LIÇÃO 3 CLASSIFICAÇÃO DO CONTEÚDO DO TESTAMENTO

O conteúdo do NT consiste na revelação do “novo pacto ou testamento” por meio das


palavras escritas de Jesus Cristo e dos seus seguidores. O NT compreende 27 (vinte e sete)
obras distintas de 9 (nove) escritores diferentes. Esses documentos foram escritos num espaço
de pouco mais de meio século, provavelmente entre os anos 45 à 100 d.C.

1. Conteúdo:

O conteúdo do NT pode classificar-se de duas maneiras: Pelo caráter literário; Pelos


autores. Esta classificação não é final ou exclusiva e sim, unicamente em vista do assunto geral
do livro.

Caráter Literário - A Literatura do Novo Testamento:


a. Em que Consiste? Consiste no registro e dos ensinamentos e do poder de Cristo na
solução dos problemas dos homens, que são espirituais, sociais, morais e preservação
para a posteridade.

b. Relação com o Velho Testamento: O teólogo Davidson diz: “Talvez vez não haja uma só
verdade no NT que não se ache o germe no VT, e, reciprocamente, não haja nenhuma
verdade no VT que no NT não se adquiri e desenvolva uma nova significação”.

c. Herança do Judaísmo: Dentro da literatura cristã, há três princípios na forma mais simples
do judaísmo passados para o cristianismo: Há um só Deus; Deus é Deus de Justiça; A
vontade de Deus prevalecerá até o fim.

2. Autores:

A. Apóstolos – Do grupo dos apóstolos, apenas Mateus, Pedro e João escreveram livros.

B. Discípulos dos Apóstolos – Eles trabalharam na igreja primitiva ou estiveram em contato


com o grupo apostólico ainda antes da morte de Jesus. São eles: Marcos, Judas e Tiago.

C. Posteriores – Eles não tiveram contato direto com Jesus, antes de sua morte, mas eram
pessoas bem conhecidas dos apóstolos e discípulos da época. Destes, somente Lucas não
era judeu (provavelmente era grego, pois em sua carta praticamente não há erros de
concordância, seu grego era muito bom). Paulo era um doutor na lei.

D. Desconhecido – Por ora não discutiremos o assunto, mas apenas informa-lo. A carta aos
Hebreus não se tem nenhuma evidência externa de seu autor, por isso, a consideramos
como autor desconhecido.

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3. Línguas Originais do Novo Testamento:
A. Nos dias de Jesus a língua sagrada dos judeus era o hebraico; e o aramaico; a língua oficial,
o latim; e a universal, o grego.

B. O NT foi escrito aproximadamente entre 45 D.C. e 95 D.C. em grego Koine (Comum), a


língua internacional do povo. O grego Koine não só era muito usado como também era
claro, preciso e flexível.

C. O grego koinê foi escrito por helenistas, isto é, por judeus que falavam grego, mas o seu
modo de pensar era formado segundo o original hebraico, e a sua mente estava feita à
linguagem da versão dos setenta das Escrituras judaicas.

D. Daqui deriva uma regra bem instrutiva de interpretação. O VT grego é, na verdade, uma
fonte especial de interpretação para o NT, e por isso devemos dali colher tanto quanto
possível a significação dos seus termos.

E. Portanto a Linguagem do NT é helenística ou mais propriamente grego-hebraica; é o


dialeto comum (koinê) com outros de mistura, tudo modificado ainda pelos judeus de
Alexandria e da Palestina.

F. Eis a razão de ali se encontrarem palavras e frases vindas de fontes estranhas, isto é, do
aramaico, do latim, do persa e do egípcio.
 Expressões aramaicas – Mc 14:36; At 1:19 (campo de sangue); Mc 3:17 (filhos do
trovão).
 Palavras latinas - Mt 18:28 (denários); 26:53 (legião); 27:27 (pretório); Mc 15:39
(centurião).
 Expressões pérsicas – Lc 23:43 (paraíso).

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LIÇÃO 4 O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO

Ao final do primeiro século, apenas os escritos de Paulo formavam uma coleção, mas
não havia na época uma estrutura que tivesse autoridade de defini-los como “Escritura”. No
contexto da história do cânone do Novo Testamento, o alexandrino Orígenes possui
importância vital. Orígenes observou cuidadosamente o costume das várias igrejas por onde
passou quanto aos escritos que aceitavam e emitiu julgamentos a respeito da autoridade
canônica desses escritos. Orígenes dividiu esses escritos em três categorias:

 Homologoúmena – (falam a mesma coisa - aqueles que são incontestáveis na Igreja de


Deus debaixo do céu) – os quatro evangelhos, as treze cartas de Paulo, 1 Pedro, 1 João,
Atos e Apocalipse

 Amphiballómena (escritos duvidosos; ou sem muitas evidências) – 2 Pe, 2 e 3Jo, Hb, Tg e


Jd. Há dúvidas sobre o julgamento de Orígenes acerca de: O Pastor de Hermas, Didaché e
Carta de Barnabé.

 Pseudé (falsificações heréticas) – Evangelho dos egípcios, Evangelho de Tomé, Evangelho


dos basilidas, Evangelho de Matias

Além de Orígenes, Eusébio de Cesaréia, Metódio de Olimpo, Atanásio, e outros foram


importantes na definição da qualidade divina dos escritos do Novo Testamento, contudo,
Jerônimo se sobressai, pois foi sob sua influência que o sínodo romano, em 382, proclama o
cânone de Atanásio como oficial da Igreja, e é o que temos até hoje.

1. Definição
A. Originalmente a palavra significava “vara de medir”, “prumo” e, por conseguinte “regra”
ou “padrão” ou “norma”. Com o tempo passou a ter o sentido meramente formal de
“lista” ou “tabela”.
B. No NT é encontrado em Gl 6:16 no sentido de regra moral ou lei moral, e em II Co 10:13,15
e 16 no sentido de esfera de ação demarcada por Deus.
C. No hebraico significa primeiramente vara ou régua, especialmente usada para manter algo
em linha reta, à semelhança da linha dos pedreiros e carpinteiros.
D. Por volta do séc. IV d.C. passou a designar a lista dos escritos inspirados pelo Espírito
Santo de autoridade normativa, e considerada como a regra para nossa fé e vida.
E. É o registro e a interpretação da revelação que Deus fez de si mesmo por meio de Jesus
Cristo.
F. Deus guiou providencialmente a Igreja primitiva em sua avaliação de vários livros pelo que
aqueles que realmente foram inspirados tornaram-se aceitos.
G. Quando falamos sobre o Cânon das Escrituras, e neste caso o NT referindo-nos ao corpo
de escritos havidos por únicos possuídos de autoridade divina normativa para a fé cristã,
em contraste com escritos que não o são.

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2. Como surgiu?
A. Influência de Márciom, o herege – No final do séc. II d.C. começou a revelar-se a
necessidade de estabelecer conceitos sobre o cânon, especialmente pelo surgimento de
heresias. Como, por exemplo, a obra de Márciom.
B. Ele afirmava, baseado numa interpretação errônea dos escritos de Paulo, que havia dois
deuses: o Velho Testamento era obra do Deus Justo, o Criador, Juiz severo dos homens.
Jesus era o emissário do Deus Bom, superior ao Deus Justo, enviado para libertar os
homens da escravidão àquele Deus. Então, crucificado pela malícia do Deus Justo, Ele
transmitiu Seu evangelho primeiramente aos doze, que não puderam conservá-lo, e depois
a Paulo, seu único pregador fiel.
C. Estabeleceu um conjunto de livros aceitos para pregar esta doutrina: Evangelho de Lucas e
10 cartas de Paulo, excluídas as pastorais.
D. Cânon Muratoriano – cerca de 180 d.C. – Rejeição dos escritos gnósticos, de Marciom.
“Pastor de Hermas” recomendado para leitura particular e não pública.
E. Irineu – séc. II d.C. – Nos seus escritos Contra as Heresias, aceita e cita os 4 Evangelhos,
Atos, Apocalipse e vários outros, como sendo Escrituras inspiradas.
F. Eusébio de Cesaréia – 331 d.C. Eusébio por ordem de Constantino reuniu os 27 livros mais
o Velho Testamento, incluindo ainda o Didaquê e outros, na cidade de Cesarëia, onde
ficava a maior biblioteca cristã.
G. Atanásio – bispo de Alexandria – 367 d.C. – Enviou numa “Carta de Páscoa” a igrejas sob
sua responsabilidade a lista com os 27 livros até hoje aceitos.
H. Nunca houve um concílio para reunir os livros, mas diversos concílios adotaram a lista de
Atanásio.

3. Critérios – para o Cânon


A. Origem Apostólica:
B. Aceitação pelas Igrejas – por exemplo: 2Ts 3:17 – Paulo autentica sua carta.
C. Consistência doutrinária
D. Havia livros que eram lidos nas igrejas, mas com o tempo não foram mais aceitos como
sendo do cânon. Foram considerados e chamados de sub-apostólicos. São eles:
 Pastor de Hermas – Rm 16:14;
 Didaquê (ensino dos 12 Apóstolos);
 Epístola de Barnabé;
 1 e 2 Clemente – Fp 4:3

4. Critérios – para o Cânon

Durante o tempo dos apóstolos, algumas das epistolas de Paulo e um ou mais evangelhos
já eram aceitos como Escritura.

Já no começo do século II d.C., de modo geral, ainda não universal, treze epistolas de Paulo
eram recebidas como escrituras, como também os 4 Evangelhos, as epistolas de I João e II
Pedro, e também o livro de Apocalipse totalizando vinte livros ou mais.

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Alguns livros que não aceitamos hoje em dia foram aceitos por certos elementos dos
primeiros séculos, especialmente a epístola de Barnabé, as epístolas de Clemente e o pastor de
Hermas.
Especialmente na antiguidade havia indivíduos que retinham diversas opiniões com
relação aos livros discutidos: Tiago, II Pedro, II e III João, Hebreu, Judas e Apocalipse – ao todo
sete livros.
Durante o século II d.C., eram aceitos quase universalmente todos os vinte e sete livros do
NT, com exceção da epístola de Tiago. Contudo, alguns a aceitaram. Orígenes, em 254 d.C., foi
o 1º dos pais apostólicos a aceitar a epistola de Tiago mas também aceitava a epístola de
barnabé e o Pastor de Hermas, pelo que seu NT. Constava de vinte e nove livros.
A fixação do cânon de forma quase universal deu-se no IV século d.C., quando no Concílio
de Nicéia (325 d.C.) aceitaram o cânon de Atanásio de Alexandria que passou a incluir os vinte
e sete livros que temos hoje em dia.
No Ocidente e em outros lugares a fixação do cânon foi feita também por decisão do
Concílio ou de Concílios. Em Cartago, no ano de 397 d.C., foi aprovada uma lista idêntica a de
Atanásio. E, em 419 d.C., novamente em Cartago, foi reconfirmada essa posição, apenas
separando Hebreus como escrito de Paulo

Os Livros do Novo Testamento

Evangelhos Histórico Cartas Paulinas Cartas Gerais Apocalipse


Gerais Pastorais
1e2
Mateus Atos Romanos Hebreus Apocalipse
Timóteo
Marcos 1 e 2 Coríntios Tito Tiago
Lucas Gálatas 1 e 2 Pedro
João Efésios 1, 2 e 3 João
Filipenses Judas
Colossenses
1 e 2 Tessalonicenses
Filemon

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LIÇÃO 5 OS LIVROS APÓCRIFOS DO NOVO TESTAMENTO

Diante da dificuldade de definição do Cânon do NT, muitos escritos antigos eram


aceitos por igrejas isoladas. Entre todos, “O Pastor de Hermas”, I Clemente e Epístola de
Barnabé foram escritos que tiveram maior aceitação. O Pastor de hermas por pouco não
entrou no cânon. Estes escritos nos trazem maior confiabilidade de autoria, mas deixa a
desejar no aspecto inspirativo.
Outros escritos foram: II Clemente, O Martírio de Policarpo, O Didaché, Epistolas de:
Policarpo, Inácio, a Diogneto. Estes escritos eram reconhecidos por muitas igrejas.
Os escritos a seguir, são os de maior dúvidas quanto à autoria e inspiração:
Evangelhos: segundo os Hebreus, aos Egípcios, de Tomé, de Pedro, de Nicodemos, da infância,
dos doze apóstolos, Filipe, André, Bartolomeu; Atos de João, de Paulo, de Paulo e Tecla, de
Pedro, de Tomé; Epistolas: III Coríntios, entre Paulo e Adgar, entre Paulo e Sêneca, aos
Laodicense (Cl 4:15,16), dos apóstolos; Apocalipses: de Pedro, de Paulo, de Tiago.

1. Por que surgiram?


a. Impulso literário dos autores, romance.
b. Esclarecer princípios que não estavam claros.
c. Preservação da tradição.

2. Quais são?

Evangelhos Epístolas Atos Apocalipses

Segundo os Hebreus As 7 de Inácio De Paulo De Pedro

Dos Egípcios De Policarpo De Pedro De Paulo

De Pedro De Barnabé De João De Tomé

De Tomé III Corintios De Tomé De Estevão

De Filipe Entre Paulo e Adgar De Paulo e Tecla De Tiago

De Bartolomeu Entre Paulo e Sêneca

De Nicodemos Aos Laodicenses (Cl 4:15,16)

Da Infância Dos Apóstolos

Dos Doze Apóstolos

De Gamaliel

De André

Da Verdade – gnóstico

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LIÇÃO 6 OS MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO
IÇÃO 7 MANUSCRITOS
Como não se tem os escritos originais de nenhum livro do Novo testamento, temos de nos
basear nos manuscritos (cópias feitas à mão) feitos pelos líderes da igreja antiga. Possuímos
atualmente, cerca de 5.000 manuscritos produzidos entre os séculos I e XV.

Entre eles, os principais são:


A. Papiros – entre os séculos I e VII. Há 76 papiros escritos em grego, que contém mais de
três quartos do texto do NT.
B. Unciais – Entre os séculos IV – IX. Há 252 manuscritos escritos em grego e em letra
maiúscula.
C. Minúsculos – Há 2.646 manuscritos, datados a apartir do século IX até a invenção da
imprensa (1496). São chamados de minúsculos porque foram escritos em letra minúscula.
D. Lecionários – São assim chamados porque trazem partes selecionadas do NT com o fim
educacional. Existem 1.997 desses manuscritos, produzidos entre os séculos IV e XI.

Todos os manuscritos mencionados acima são identificados como “Codex” e o nome do


local onde foram encontrados.
Os principais são:
a. Codex Sinaíticus (1844);
b. Alexandrinus – conhecidos por “A” (fim do século V);
c. Vaticanus – conhecido por “B” (325);
d. Ephraemi Rescriptus - conhecido por “C” (Século V);
e. Bezae – conhecido por “D” (século VI);
f. Washintoniensis – conhecido por “W” (entre os séculos IV e VI).

B. O termo Manuscrito ((MS no singular e MSS no plural) – refere-se aos documentos


escritos a mão desde os tempo apostólicos até o aparecimento da imprensa.

1. Como Surgiram?
A. Os escritores do NT foram escrevendo os fatos de acordo com a sua experiência.
B. Todas as cartas enviadas às Igrejas eram guardadas e daí foram juntando essa
literatura que mais tarde passadas para os papiros, deram origem aos manuscritos do
NT.
C. Todas as igrejas podiam ter esses manuscritos e daí surgiram os copistas.

2. De que eram feitos?


A. Os mais antigos manuscritos foram escritos em papiros – material feito de junco do
grego pápyros – grande erva da família das ciperáceas (Cyperus papyrus), própria das
margens alagadiças do rio Nilo, na África, cujas compridas folhas forneciam hastes das
quais se obtinha o papiro.
B. O papiro, porém, é material frágil que depressa se estraga com manuseio, e que
somente se conserva em condições excepcionais num clima seco como o do Egito.
C. No 4º século o papiro foi substituído pelo pergaminho ao velum que é feito de pele de
cabra, ovelha, cordeiro ou outro animal, macerado em cal, raspada e polida, para
servir de material de escrita ou encadernação. (Segundo outro autor, é preparada com
Alume – pedra ume).
D. O livro feito de pergaminho é chamado de Códex (singular) e Códices (plural).

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3. Classes de Manuscritos –
A. Unciais: escritos com letras maiúsculas desligadas em separação de palavras –
PALAVRAS UNIDAS.

B. Cursivos:
a. Escritos com letras minúsculas, geralmente ligadas como se escreve hoje. São
manuscritos produzidos no período próximo à época da Imprensa. Mais de 2.300
são conhecidos.
b. Em geral os cursivos são cópias de outros minúsculos, mas alguns também cópias
dos unciais.
c. Todos os cursivos foram escritos em pergaminhos, embora os unciais fossem
melhores, alguns cursivos sobrepujam, com o modo cursivo de escrever houve a
possibilidade de se publicar o Novo Testamento inteiro em um só manuscrito.

4. Principais Códigos Unciais –

Do 4º ao 10º século – são universalmente reconhecidos.


A. Códex Sinaiticus - (Álefe – 1ª letra do alfabeto hebraico).
a. Foi descoberto no Covento de Santa Catarina, no Monte Sinai, em 1844,
Tischendorf, seu descobridor, só levou do Convento em 1859.
b. É o único manuscrito que contém o novo Testamento integral.
c. Está no Museu Britânico desde 1933.
d. Apresenta algumas características de Manuscritos B.

B. Códex Alexandrinus – (Conhecido por A)


a. É do meado ou fim do 5º século contém o VT grego, exceto mutilações, e a maior
parte do NT desde Mt 25:6, havendo omissões de Jo 6:50 – 8:52 e II Co 4:13 –
12:6.
b. Está no museu Britânico.
c. Foi oferecido ao rei Carlos I da Inglaterra por Cirilo Lucas Patriarca de
Constantinopla em 1627. É o melhor manuscrito para o Apocalipse.

C. Codéx Vaticanus – (Conhecido por B)


a. É datado da 1ª parte do 4º século (325 a.D.), e é u dos mais valiosos de todos os
manuscritos da Bíblia grega, ao lado do Sináiticus.
b. Contém o VT (com omissões) e o NT até Hb 9:14; possui as Epístolas gerais, mas
faltam-lhe Filemon e Apocalipse.
c. Em matéria de grego é o melhor que existe.
d. Foi colocado na Biblioteca do vaticano, em Roma, pelo Papa Nicolau (1447 –
1455)

D. Códex Ephraemi Rescriptus - (conhecido por C)


a. trata-se de um palimpsesto (manuscrito de pergaminho, que foi raspado para
receber novo texto).
b. Foi escrito no 5º século provavelmente no Egito e apagado no 12º século e as
folhas usadas por Efraim da Síria, para uma tradução grega.
c. Felizmente a tinta do último copista era de menos duração que a do primeiro.
d. Tisehendorf, mediante o uso de elementos químicos, conseguiu decifrar os
originais subscritos.
e. Contém fragmentos do VT, e todos os livros do NT (com grandes omissões), à
exceção de II aos Tessalonicenses e de II João. Está na Biblioteca nacional de
Paris.

17 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


E. Códex Bezae – (Conhecido por D)
a. Escrito provavelmente no princípio do século VI.
b. Possui duas colunas paralelas em grego e latim.
c. Foi descoberto no Mosteiro de Lyão e oferecido a universidade de Cambridge,
em 1581, por Teodore Beza, erudito francês que sucedeu Calvino como líder da
Igreja Protestante, em Genebra. Contém, com omissões, os Evangelhos e Atos.
d. É notável pelos desvios do textos comum e pelas adições. Está na Biblioteca da
Universidade de Cambridge.

F. Códex Washinhtoniensis – (conhecido por W)


a. Escrito no fim do 4º século, ou mais tardar n a1ª parte do 6º século. Inclui
somente os Evangelhos na seguinte ordem: Mateus, João, Lucas e Marcos.
b. Acham-se guardado na Biblioteca Nacional de Washington.

G. Lecionários gregos - Eram manuscritos feitos em pergaminhos e preparados para


leitura nas igrejas. Possuía entrelinhas para melhor entendimento

As principais dúvidas quanto a integridade de algumas passagens do NT, devem-se a


que manuscritos elas estão relacionadas. Quanto mais antigo for o manuscrito, ou quanto
maior a quantidade de citações, maior a possibilidade de veracidade. Os textos em dúvida
aparecem entre colchetes nas versões revista e atualizada e linguagem de Hoje da Sociedade
Bíblica do Brasil.

Obs: Edição revista e corrigida = quantidade de textos. (3000 textos, 1000 anos depois de
Cristo). Edição revista e Atualizada – linguagem hoje, ponto forte.

5. Versões

Versão é a tradução do NT grego ou parte dele em outra língua. Surgira uma porção
muito grande de traduções em línguas diferentes (versões antigas) de grande valor para os
estudiosos. Com o progresso missionário, outros povos foram atingidos e houve a necessidade
de traduzir o NT, escrito no grego Koinê para a Língua desses povos. Os idiomas são: Siríaco;
armênico; pérsico; eslavônico; copta; etiópico; geórgico; árabe; britânico; latim; gótico.

18 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


LIÇÃO 7 AS DIVISÕES DO NOVO TESTAMENTO

1. As vezes o N.T. é dividido em 3 períodos:

A. A vida de Cristo – 4 A.C à 29 D.C. (Mateus, Marcos, Lucas e João)


B. A expansão da Igreja em Atos – 29 D.C. a 62 D.C. (Atos, Rm, I e II Co, Gl, EF, Fp, Cl, I e
II Ts, Fl, Tg)
C. Após a consolidação da igreja em Atos – 62 D.C. à 95 D.C. (I e II Tm , Tt, Hb, I e II Pe,I, II
e III Jo, Jd e Ap)

2. A classificação mais comum é das 3 divisões:

A. Os Livros Históricos: Evangelhos e Atos dos Apóstolos.


B. As Epístolas Paulinas: Para as igrejas e para indivíduos.
C. As Epístolas Gerais (não-Paulinas) e Apocalipse.

MATEUS
HISTÓRICOS EVANGELHOS SINÓPTICOS MARCOS
LUCAS
SUPLEMENTAR JOÃO

ATOS DOS APÓSTOLOS


ROMANOS
ÀS IGREJAS
1 e 2 CORÍNTIOS
EPÍSTOLAS EPÍSTOLAS
GÁLATAS
PAULINAS
EFÉSIOS
FILIPENSES
COLOSSENSES
1 e 2 TESSALONICENSES
1 e 2 TIMÓTEO
À INDIVÍDUOS TITO
FILEMO

AOS JUDEUS HEBREUS


TIAGO

AOS GENTIOS 1 e 2 PEDRO


1, 2 e JOÃO
JUDAS
PROFECIA APOCALIPSE

19 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


3. Tipos de Literatura:

A. Históricos:
 Os cinco primeiros livros do Novo Testamento têm caráter histórico.
 Os 4 primeiros esboçam, de diferentes pontos de vista, a vida e obra de Jesus
(Evangelhos).
 O livro de Atos continua a história dos seguidores de Jesus, especialmente à
carreira do missionário Paulo.

a. Evangelho: Mateus, Marcos, Lucas e João.


 Anunciação de boas novas, parábolas, discursos e ensinos de Jesus.
 Este tipo foi uma das principais partes da literatura neo-testamentária.

b. Histórico: Atos
 No Novo Testamento nós temos apenas um livro histórico que é “Atos dos
Apóstolos”.
 Ele é histórico-eclesiástico, contando o progresso do Cristianismo desde a
ressurreição de Cristo até a prisão de Paulo em Roma.
 Esta obra se formou devido ao progresso da obra missionária e da oposição do
paganismo.
 Esta obra é o espírito encarnado no coração dos discípulos de Jesus.

B. Epístola:
 Romanos, I e II Corintios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II
tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Filemon, Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e
Judas.
 Antes do princípio do cristianismo as escolas retóricas na Grécia e em Roma
tinham desenvolvido amplamente o hábito de apresentar as suas idéias na forma
de epístolas.
 Este estilo gradualmente se tornou popular e parecia mais como discurso e os
destinatários como auditório.
 Os apóstolos acharam na epístola uma forma especialmente adaptada para
transmitir aos destinatários não somente as suas instruções, como também o seu
espírito de carinho e solicitude.
 Nas epístolas do Novo Testamento, Paulo e outros apóstolos respondiam às
perguntas de suas igrejas, resolviam problemas, reprovavam os pecados e
corrigiam os erros (At 15:30,31).

b. Doutrinais:
 A maior parte dos livros doutrinais foi escrita na forma de cartas às igrejas, com o
propósito de instruir nos princípios fundamentais da fé e da prática da moral
cristã.
 Eram todos de caráter informal ao tratar das emergências concorrentes nos
grupos a que eram dirigidas.
 Incluem-se nesta classificação: Rm, I e II Co, Gl, EF, Fp, Cl, I e II Ts, Hb, Tg, I e II Pe,
I, Jo, Jd

c. Pessoais:
 Estes foram escritos com cartas pessoais a particulares, não a grupos, com a
intenção de serem usadas como conselho e instrução privados.
 Mas, por causa de seus receptores estarem ligados à chefia das igrejas, estes
livros adquiriram um significado mais amplo do que o de epístolas privadas e
passavam a ser considerados documentos públicos, embora originalmente não o

20 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


eram.
 As cartas de caráter pessoais são: I e II Tm, Tt, Fl, II e III Jo.

C. Profético - Apocalíptica:
 Sem dúvida alguma o livro de Apocalipse enquadra-se nesta classificação. Ele trata
tanto do passado, como do presente, quanto do futuro;
 Utilizando-se em seu estilo, de alto simbolismo. E que envolve visões e revelações
sobrenaturais.
 Na sua forma de expressar é de origem hebraica. Exemplos de literatura
apocalíptica são encontradas nas profecias de Joel, Ezequiel e Daniel.
 Para o escritor apocalíptico a coisa mais importante é reconhecer a lei da justiça
divina e dar ênfase especial à operação divina, na história a pouca importância a
exortação moral.
 A literatura Apocalíptica revela sobre as coisas do fim e triunfo final de Cristo e
seus discípulos.

21 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


OS
CONTEXTOS
DO NOVO
TESTAMENTO

22 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


LIÇÃO 8 SITUAÇÃO HISTÓRICA E GEOGRÁFICA

A igreja se tornou como uma esponja, que absorve tudo. Isto devido ao seu contexto.
O Contexto no qual foi vivido e escrito o NT aborda 6 áreas distintas: a Situação Histórica e
Geográfica; a Situação Política; a Situação Social; a Situação Econômica; a Situação Cultural e a
Situação Religiosa.

Cronologia
Data Acontecimento/Fato Ref.
Tempos do Exílio – 606-536 a.C.
586 Queda de Jerusalém Dn 5:29-31
536 Libertação do cativeiro – 70 anos após a deportação – sob a
liderança de Zorobabel e Josué, o Sumo sacerdote. Ed 1:1ss
Ordem de Ciro da Pérsia para reconstrução do templo
516 Conclusão do templo – 70 anos após a destruição Ed 6:3ss
465 Volta de Esdras, encorajado por Artaxerxes rei da Pérsia Ed 7:1
457 Volta de Esdras para estabelecer o culto Ed 7:1ss
444 Volta de Neemias – reconstrução dos muros de Jerusalém em 52
Ne 1:1-6.15
dias.
430 Segunda volta de Neemias – reforma final Ed 6:3ss
400 anos de silêncio
333 Queda do Império Persa – domínio de Alexandre, o Grande –
início da “helenização” do oriente.
323 Queda do Império Grego – domínio do Egito
204 Queda do Império Egípcio – domínio da Síria
168 Destruição parcial do Templo
165 Revolta dos Macabeus – reforma e restauração do Templo
63 Tomada de Jerusalém por Roma

23 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


1. Palestina:
A. Tomada pelo Império Romano, em 63 a.C. após anos de lutas, intrigas e brigas entre
famílias que se diziam os legítimos herdeiros do reino e do sacerdócio e os que zelavam
(hassidim ou fariseus) pelo cumpri-mento da lei de Deus, no que dizia respeito à sucessão
do reino e sacerdócio.

B. O cenário dos quatro Evangelhos é a Palestina, o que faz parte da região que hoje
denominamos o Oriente Médio.

C. O povo a quem Jesus ministrava eram os israelitas. Este povo durante mais que 500 anos
foi subjugado por varias outras nações: entre ela, a babilônia, a Persa e Media, a Grécia, e
agora, a Roma.

D. Por pouco tempo, isto é, mais ou menos 75 anos, os judeus (termo genérico nesta época
para todo israelita) desfrutaram a sua liberdade e autonomia.

E. Mas em 63 a.C., após anos de lutas,


intrigas e brigas entre famílias que se
diziam os legítimos herdeiros do reino e do
sacerdócio e os que zelavam (hassidim ou
fariseus) pelo cumprimento da lei de Deus,
no que dizia respeito à sucessão do reino e
sacerdócio, a Palestina foi tomada pelo
Império Romano, que liderado pelo general
Pompei levou as legiões romanas a invasão
da palestina e captura de Jerusalém.

F. Em 44 a.C. Herodes é colocado pelos


romanos como tetrarca da Galiléia e depois
como Rei da Judéia.

G. Com lembranças do seu passado e dos


reinados gloriosos do Rei Davi, Salomão e
outros, e ainda armados com as profecias
dum prometido messias-salvador, os
judeus sonhavam com a liberdade e do
advento dum gênio militar como foi
Alexandre o Grande para os gregos, para
vencer aos romanos e relevar a nação a
Glória.

24 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


2. Jerusalém no tempo de Jesus:

A. Na época de Jesus Jerusalém deveria ter entre 100 e 200 mil habitantes.

B. Na Páscoa a cidade chegava a ficar com 2 milhões de pessoas acampadas.

C. Agora imagine isto. Não havia coleta de lixo. População multiplicava-se. Some se a isto
os animais: cordeiros para os sacrifícios. Pessoas vendendo animais, Cheiro do sangue
dos animais sacrificados. Além do cheiro e fumaça do Fogo usado para queimar as
entranhas dos animais queimadas no altar.

D. As entranhas dos animais


oferecidos no sacrifício eram
jogadas no vale de Cedrom.
Animais domésticos e cães
viviam lá e alimentavam-se de
animais mortos (lixeiros). O
cheiro era terrível e conforme
a direção do vento isto
piorava. As casas eram
pequenas. As vezes ficavam no
telhado, dormiam lá, a laje era
reta.

25 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


LIÇÃO 9 SITUAÇÃO POLÍTICA

1. Império Romano:
A. No tempo em que o NT foi escrito, todo o mundo civilizado conhecido estava debaixo
do domínio e Roma. Exceto o pouco conhecido oriente (Índia). O Império Romano
dominava desde o Rio Eufrates e Mar Vermelho a oriente, até o Oceano Atlântico no
ocidente, desde o sul da Rússia, ao norte, até o deserto do Saara ao sul.

Jesus nasceu durante o reinado de Augusto e teve


a sua infância também neste período (27 a.C a 14
d.C.). O imperador Augusto promoveu a paz e a
prosperidade ao império.

Durante o ministério e morte de Jesus o


imperador era Tibério (14 a 37 d.C.).
Desconfiado por causa de uma conspiração
contra ele no ano 31, Tibério imediatamente
colocava em desgraça qualquer homem que
recebesse a mais simples sugestão de rebeldia.

26 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


B. Nos primórdios da Igreja os imperadores foram:
a. Calígula (37 a 41): Que se fez adorar como um deus, chegando a ponto de
ordenar a construção de uma estatua sua no templo de Jerusalém, ordem que
não foi cumprida. Alguns acham que Mc 13:14 refere-se à essa ordem.
b. Cláudio (41 a 54): O NT começou a ser escrito na sua época. Foi ele que expulsou
os judeus de Roma por causa de alguns tumultos provocados por um tal de
Chrestus. Não se sabe se é uma referência à pregação dos apóstolos acerca de
Jesus Cristo ou se esse Chrestus existiu mesmo. Provavelmente esta expulsão foi
a causa da saída de Áquila e Priscila de Roma (At 18:2).
c. Nero ( 54 a 68): O incendiário de Roma, acusou os cristãos de terem colocado
fogo na cidade, e por isso os perseguiu, torturando-os até a morte. Durante seu
império e o de Cláudio ocorreu o grande período de expansão missionária.
d. Galba (68):
e. Vespasiano (69 a 79): Destruiu Jerusalém e o templo no ano 70. Construiu o
Coliseu.
f. Tito (79 a 81):
g. Domiciano (81 a 96): Reconstruiu os templos dos velhos deuses romanos e
perseguiu as religiões estrangeiras, especialmente aos cristãos, por sua força em
conquistar adeptos. Exigiu que lhe prestassem adoração.
h. Nerva (96 a 98):
i. Trajano (98 a 117):

C. Governo Provincial:
a. O império Romano era uma miscelânea de cidades independentes, estados e
territórios sujeitos ao governo central.

b. Alguns deles tinham-se tornado parte do império por meio de alianças


voluntárias e outros anexados por conquista.

c. A Palestina, no tempo de Cristo, estava sob a direção do Imperador, de quem


Pôncio Pilatos era representante no ano da morte de Jesus.

d. Paulo em suas cartas mencionava sempre as províncias romanas, enquanto que


Lucas usava as visões regionais.

27 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


D. Governantes:
a. Pôncio Pilatos – 26 - 36 d.C.:
 Procurador romano nomeado em 26 d.C. para
Governar a Palestina juntamente com Arquelau.
 Possuía plena autonomia para o exercício de poderes
de justiça criminal, concedida por Roma.

b. Félix – 52 - 60 d.C.:
 Procurador Romano da Judéia, nomeado pelo
imperador Cláudio em 53 d.C.
 Governou a província de um modo cruel e corrupto.
 Seu período de governo foi repleto de conflitos e sedições.
 Paulo foi trazido diante de Félix na Cesaréia. Colocou-o na prisão, e o manteve lá
por dois anos na esperança de extorquir dinheiro dele – At 24:26,27.
 A esposa de Félix era Drusila, filha de Herodes Agripa I, que era sua terceira
esposa e a quem ele persuadiu a deixar seu marido e casar-se com ele.

c. Festo – 60-62 d.C.:


 Governador que sucedeu a Félix na Judéia, de 60 a 62 d.C. – At 24:27;
 Presidiu o julgamento em que Paulo apresentou sua defesa perante Herodes
Agripa II – At 24:27 -26:32.

2. Estado Judaico:
O Estado Judaico era governado pela dinastia Herodiana. Ela começou com Antípatro. O
seu filho Herodes, chamado o Grande (Magno), herdou de seu pai toda a sua habilidade em
assumir o trono da Judéia.

A. Governantes:
a. Herodes, o Grande (Magno) – 37 a.C. – 4 a.C.:
 Superou grande oposição que o país levantou
contra ele e tomou posse do reino em 37 a.C.
 Herodes começou o seu reinado em 37 a.C. com
a idade de 22 anos e sob a “benção” de Roma. Foi
nomeado Rei da Judéia em 40 a.C. pelo Senado
Romano.
 Um dos seus primeiros atos foi nomear um sumo
sacerdote.
 Corajoso e habilidoso na guerra, instruído e
sagaz; mas também extremamente desconfiado e cruel. Mandou matar muitos
dos judeus que se opuseram ao seu governo, e prosseguiu matando até a sua
esposa e os dois filhos que teve com ela.

 Indispôs-se contra os judeus pela imposição de pesadas taxas e não conseguiu


recuperar o favor deles nem através de sua restauração do templo e outros atos
de generosidade, como a distribuição gratuita de roupas e alimentos em tempos
de calamidade.

28 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


 João, o batista, e Jesus nasceram durante os últimos anos do seu reinado.
Mateus narra que ele ordenou que todos os meninos abaixo de dois anos em
Belém fossem mortos.
 Morreu no ano 4 a.C. (razão porque se diz ter Jesus nascido em 6 a.C. – conf. Mt
2:1-18).

Herodes, o Grande (Magno), dividiu a Palestina entre seus filhos:

Nome Províncias

Arquelau – 4 a.C. – 6 d.C.


Judéia,
Filho de Herodes, o grande, com Maltace, uma
Samaria e
samaritana.
Iduméia
Ele e seu irmão Antipas foram educados por um tutor
privado em Roma.

Herodes Filipe – 4 a.C. – 34 d.C.


Ituréia

Herodes Antipas – 4 a.C. – 39 d.C.

Sua primeira esposa foi a filha de Aretas, rei da Arábia;


mas ele subseqüentemente a repudiou e tomou para si
Herodias, a esposa de seu irmão Herodes Filipe; e por
Galiléia, Peréia
isso Aretas, seu sogro, fez guerra contra ele e o venceu.
Herodes aprisionou João, o Batista, porque João o tinha
repreendido por esta relação ilícita; mais tarde,
instigado por Herodias, ordenou que ele fosse
decapitado.

b. Herodes, Antipas – 4 a.C. a 39 d.C.


 A seguir o Estado Judaico foi governado por Herodes Antipas (4 a.C. a 39 d.C.).
 Ele foi construtor de Tiberíades.
 Herodes Antipas seguia o judaísmo.
 Sua primeira esposa foi a filha de Aretas, rei da Arábia; mas ele
subsequentemente a repudiou e tomou para si Herodias, a esposa de seu irmão
Herodes Filipe; e por isso Aretas, seu sogro, fez guerra contra ele e o venceu.
 Herodes aprisionou João, o Batista, porque João o tinha repreendido por esta
relação ilícita; mais tarde, instigado por Herodias, atendeu ao pedido dela e
ordenou que João fosse decapitado.
 Seu Sucessor foi Herodes Agripa (37 a 44d.C.).

29 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


c. Herodes, Agripa I – 41 – 44 d.C.
 Filho de Aristóbulo e Berenice, e neto de Herodes, o grande.
 Depois de muitas mudanças de fortuna, conquistou o favor de Calígula e Cláudio
de tal forma que ele gradualmente obteve o governo de toda a Palestina, com o
título de rei.
 Ordenou que Tiago, o apóstolo, filho de Zebedeu, fosse morto, e Pedro fosse
lançado na prisão – (que foi liberto por uma intervenção divina – At 12:11-19; At
12:21).
 Logo após, Agripa morreu subitamente com grave enfermidade intestinal
dentro de cinco dias. em 44 d.C. aos 54 anos.
 Sucedeu-o Herodes Agripa II (44 a 100) que tornou-se conselheiro de Festo, o
governador de toda a Judéia (At 25:13 - 26:32).

d. Herodes, Agripa II – 53 -70 d.C.


 Filho de herodes Agripa I. Quando seu pai morreu, ele era um jovem de
dezessete anos.
 Em 48 d.C. recebeu do Imperador Cláudio o governo de Cálcis, com o direito de
nomear os sumo-sacerdotes judeus.
 Mencionado em At 25 e 26, ao ouvir Paulo.
 De acordo com “!A Guerra Judaica”, embora tenha lutado em vão para conter a
fúria da população sediciosa e belicosa, ele não teria desertado para o lado dos
romanos.

30 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


LIÇÃO 10 SITUAÇÃO SOCIAL, ECONÔMICA E CULTURAL

1. A Situação Social:
A. As condições econômicas e sociais do primeiro século eram semelhantes às do século 20.
Dentro da sociedade pagã e judaica havia uma aristocracia opulenta. Os judeus ricos
eram os sacerdotes e os rabinos. Os pagãos ricos eram proprietários políticos. A
sociedade pagã era composta de: classe média, plebeus (pessoas comuns e pobres), e os
escravos e criminosos.
B. A sociedade do Antigo Testamento era formada de ricos e pobres, escravos e Livres.
C. Na sociedade judaica, o poder social residia nas mãos dos sacerdotes.
D. A tribo dos hasmoneus (judeus comerciantes que dominavam o comércio - Jesus colocou
estes para correr do templo). Dirigiam o movimento comercial relacionado com o templo e
tinham sociedade nos lucros provenientes da venda de animais para os sacrifícios e dos
tributos pagos ao templo.
E. A maioria do povo da Palestina era pobre. Uns eram lavradores, outros viviam do
comércio. A escravidão não era grande no judaísmo.
F. As categorias sociais entre os judeus eram um tanto restringidas pelas obrigações comuns
que a lei impunha. No conceito judaico todos eram moralmente iguais, contudo os ricos
eram considerados como excepcionalmente abençoados por Deus (Teologia da
Prosperidade) e, por conseqüência, mais justos.
G. A moralidade,contudo, era muito desfavorável! Ainda que existisse pessoas virtuosas, o
nível ético, em geral era muito baixo. Corrupção no governo, sexo, fraude no comércio.
Superstição religiosa, tudo fazia com que a vida no Império Romano revelasse tristeza,
desânimo e desesperança.

2. A Situação Econômica:

A. A sociedade antiga tinha um perfil econômico menos abrangente do que o atual, mas com
muitas semelhanças. A agricultura, a pecuária, a indústria, as viagens e transportes eram
as principais atividades econômicas.
B. Cada pequena povoação tinha os seus operários que produziam o que lhes era necessário,
como as miudezas, o mobiliário e os artigos domésticos; apenas materiais mais
trabalhados vinham de fora da comunidade, como vasos de cobre, linho, papel e outras
mercadorias de luxo.
C. Os meios de ganhar o sustento naqueles dias, eram através da agricultura e industria. E
claro que por processo bastante elementar, próprio da época, mas que de certa forma
atendia às suas necessidades.
D. A moeda padrão mais citada no NT era o denário,
que equivalia a um dia de trabalho de um
operário do oriente (Mt 20:2).

31 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


E. Como Roma não tinha a prática de proibir a circulação de moedas próprias dos territórios
conquistados, era comum várias qualidades de dinheiro em circulação, o que favorecia e
enriquecia os cambistas (Mt 21:12). O comércio bancário era geralmente praticado,
embora que não com o complicado sistema de finanças que temos hoje.
F. As estradas do império eram realmente excelentes! Os romanos as construíram em linha
reta o máximo possível. Usavam pontes e viadutos para rios e vales. As estradas eram tão
bem construídas que algumas ainda hoje estão em Uso.

3. A Situação Cultural:
A. Augusto abriu as portas para um avivamento literário. A literatura clássica foi desenvolvida
durante esse tempo.
B. As artes se desenvolveram, floresceram – principalmente a música e a arte dramática.
C. Roma é ainda conhecida por suas façanhas arquitetônicas, como o Panteon, o Coliseu, e
outras Construções maravilhosas.
D. Havia também muito interesse nas ciências e matemática.
E. Línguas e Idiomas: Durante o Império Romano, na região da palestina, eram quatro as
principais línguas do mundo romano: latim, grego, aramaico e hebraico.

a. Latim: O latim era a língua dos tribunais e da literatura de Roma.

b. Hebraico: Originalmente usado pelos judeus do Antigo Testamento e provavelmente


esquecido no cativeiro.
 O hebraico era uma língua falada apenas entre os sacerdotes, desde o tempo de
Esdras.
 obs: Falavam o aramaico, para que apenas os judeus ou aqueles que eles
quisessem entendessem o que se falava.

c. Aramaico:
 Grupo de dialetos intimamente relacionados com o HEBRAICO e falados na terra
de Israel e em outros países do mundo bíblico – 2Rs 18:26.
 Estão escritos em aramaico os seguintes textos bíblicos: Ed 4:8-6, 18; 7:12-26; Dn
2:4-7, 28; Jr 10:11.
 Era falado por Jesus.
 O Aramaico era a língua do oriente próximo.
 Paulo e Jesus várias vezes falaram em aramaico, visando ultrapassar uma
barreira, facilitando a compreensão dos ouvintes (At 22:2; Jo 1:42; Mc 7:34; Mt
27:46).

d. Grego:
 Língua do Novo testamento, a língua grega comum (Coiné) falada e escrita nos
tempos do NT nos paises da parte oriental do Mediterrâneo.
 O grego era a língua da cultura no império e era a língua popular ao leste de
Roma até a Palestina.
 O NT foi escrito nessa língua popular, que é diferente do grego clássico.
 Com exceção de hebreus e partes de Lucas e Atos que foram escritos com um
grego mais rebuscado todos os demais textos foram escritos em grego Coiné.

32 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


LIÇÃO 11 SITUAÇÃO RELIGIOSA

O cristianismo não começou a sua implantação num vácuo religioso, em que encontrasse
os homens em branco, à espera de alguma coisa em que acreditar. Pelo contrário, a nova fé
em Cristo teve de lutar, para abrir o seu caminho, contra as crenças religiosas enraizadas que
vigoravam havia séculos.

O império Romano permitia que a religião dos povos dominados permanecesse (ex:
Judaísmo);

Havia em geral, cinco tipos distintos de expressões religiosas: O Panteão Greco-Romano,


o Culto do Imperador, as Religiões de Mistério, Adoração do Oculto, Filosofia e Judaismo.

1. O Panteão Greco-Romano:
A. Panteão = local onde estão todos os deuses – Olimpo.
B. Primitivamente os romanos adoravam deuses da sua herdade e lar. Como contato com
os gregos, houve uma fusão de divindades sob a influência dominante do panteão
grego. Nos tempos de Cristo o culto a esses deuses estava em declínio.

2. O Culto do Imperador:
A. O culto ao imperador não foi estabelecido arbitrariamente. Desenvolveu-se
gradualmente da crescente atribuição de honras sobre-humanas ao imperador e do
desejo de centralizar nele a obediência do povo.
B. A princípio, todos os imperadores eram divinizados após a sua morte.
C. Calígula é considerado como o primeiro a reivindicar esse título ainda em vida, mas
como era considerado um louco, esse intento não foi concretizado.
D. O primeiro imperador que forçou seus súditos a lhe prestarem cultos foi Domiciano (81
a 96).
E. O culto ao imperador tinha grande valor para o estado, ele unificava o patriotismo e
tornava a obediência ao estado um dever religioso (esta é grande causa de morte dos
primeiros cristãos).

3. As Religiões de Mistério:
A. Eram na maior parte de origem oriental.
B. Todas tinham seu centro num deus que morreu e ressuscitou.
C. Cada uma tinha rituais que representavam as experiências de seus deuses, por meio
dos quais o iniciado era levado a essa experiência divina e tornava-se um candidato à
imortalidade.
D. Suas praticas equivalem-se às sociedades secretas atuais como: Maçonaria e Rosacruz.

33 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


4. A Adoração do Oculto:
A. Para estas religiões o mundo inteiro era povoado por espíritos e demônios que podiam
ser invocados e ordenados à obediência, desde que a pessoa conhecesse o rito próprio
desse espírito ou demônio.
B. Há passagens do NT que nos sugerem ser referência à essas religiões: At 8:9-24; 13:6-
11; 19:19;I Co 10:20-21.
C. A astrologia era uma dessas religiões e até hoje é seguida.

5. As Filosofias :
A. Todos os mistérios do universo exigem uma explicação que somente a filosofia pode
dar. Essa era a principal argumentação daqueles que seguiam as corrente filosóficas
como verdadeiras religiões.
B. Platonismo, o gnosticismo, o epicurismo, o estoicismo, o cinismo, etc...devem ser bem
analisados, pois o NT, em muitas passagens, procura dar uma resposta espiritual às
questões filosóficas contrárias a fé cristã.

34 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


LIÇÃO 12 SITUAÇÃO RELIGIOSA – O JUDAÍSMO

Nesta lição estudaremos a mais importante expressão religiosa do Novo Testamento –


o Judaísmo.

1. Características:
 Sem sobra de duvida a religião de maior influência sobre o cristianismo, foi o judaísmo.
 Toda a base doutrinária do NT provém do AT, que é uma das expressões escritas da
religião judaica.
 Surgiu como religião no período do exílio Assírio- Babilônico.
 O judaísmo existente na época de Cristo era produto do exílio babilônico.
 O cativeiro babilônico pôs o povo judeu perante uma dura alternativa: ou eles se
entregavam inteiramente ao culto a Jeová, o único e verdadeiro Deus, ou eles seriam
engolidos política e religiosamente pelas nações pagãs. Diante de tal impasse e foi
abolida a idolatria.
 O cumprimento das palavras dos profetas (sobre a punição da idolatria) curou
permanentemente a nação da idolatria.
 A perda do templo durante o exílio motivou a observância e estudo da “TORAH”
(Instrução).
 Como fruto desse evento, nasceram as sinagogas, como novos centros de culto e como
ambiente para o estudo da lei.
 Para se organizar uma nova sinagoga bastava que dez homens se reunissem com esse
propósito. As sinagogas persistiram mesmo com a reedificação do templo por Esdras e
sobrevivem até hoje.
 A sociedade judaica estava dividida entre dois conceitos: o civil (secular) e o religioso.
 O ano religioso começava no mês de Nisan (abril), na época da páscoa e encerrava com
a festa do Purim no mês de Adar (março); enquanto que o civil começava em tishi
(outubro).

2. As festas e celebrações religiosas judaicas eram:


 14 de Nisan – Páscoa
 15 de Nisan – Pães Asmos
 21 de Nisan – fim da Páscoa
 6 de Iyar (maio) – pentecostes (dádiva da lei)
 1 e 2 de Tishri (outubro) – trombetas- Rosh Hashanah – início do ano civil
 10 de Tishri – Expiação
 15 a 21 de Tishri – Tabernáculos
 25 de kislev (dezembro) – das luzes ou dedicação – Hanukkah
 14 de Adar (março) - Purim
o Obs: o ano judáico hoje é o Civil (setembro)

3. O Templo:
A. O templo nos tempos de Jesus foi construído por Herodes, o grande, a partir de 19
a.C., numa tentativa de reconciliar-se com os judeus. A base para a construção foi o
templo restaurado depois do Exílio. Nos tempos de Jesus, ainda estava em construção,
sendo concluído somente em 64 d.C., pouco antes da sua destruição em 70 d.C.
B. Quando Jesus diz: “...olhem estas pedras...” Mc 13:1– elas ainda seriam usadas na

35 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


construção do templo.
C. Os Sacerdotes e Levitas continuavam a administrar e Ministrar o altar e todos os
outros objetos do Templo.
D. O templo não era lugar de ensino, isto ocorria nas Sinagogas.

4. As Sinagogas: Tiveram a sua origem durante o exílio babilônico.


A. Esdras foi o presidente da grande sinagoga nos tempos do exílio.
B. Assembléia de judeus formalmente reunidos para ofertar orações e escutar leituras e
exposições das escrituras.

C. As reuniões aconteciam todos os sábados e dias de festas. A perda do templo e a


ausência das celebrações e das festas eram fortemente sentidas pelos exilados. A
sinagoga servia então, de substituto do Templo. Mais tarde, também no segundo e
quinto dia de cada semana.

D. Compostas de no mínimo 10 pessoas de diversas comunidades – Exemplo: At 6:9.


E. A construção geralmente era de forma Retangular, com bancos de pedra, madeira,
esteira.

F. O Culto consistia em:


 Recitação responsiva (Dt 6:4-9; 11:13-21; Nm 15:37-41);
 Orações;
 Cânticos sem Instrumentos;
 Leituras do VT (Lc 4:16-17 - em hebraico);
 Sermão, se algum visitante competente estivesse ali (At 13:15);
G. Tornam-se lugares de intenso estudo da TORAH. Como conseqüência os Mestres
começaram a se tornar mais importantes do que os sacerdotes. No Vt – os sacerdotes
eram mais importantes, mas no NT eles perderam esta posição para os Mestres
(escribas e doutores da lei)
H. Na época de Jesus e dos apóstolos, cada cidade, não apenas na Palestina, mas também
entre os gentios, se tivessem um considerável número de habitantes judeus, tinha
pelo menos uma sinagoga. A maioria das grandes cidades tinha diversas ou mesmo
muitas.
I. As Igrejas primitivas começaram em sinagogas em muitos lugares. Além da leitura do
Velho testamento, pregava-se o Novo Testamento.
J. Paulo sempre ia ensinar nas sinagogas.
K. Apenas Filipos não tinha uma sinagoga.

5. Os Grupos religiosos:

A. Sacerdotes e Levitas: Mt 21:23; Lc 1:5,8,9


a. Na época de Jesus chegou ao cúmulo de haver dois Sumo-sacerdotes – Anãs e
Caifás (sogro e genro).
b. Durante esta época as seitas do judaísmo eram já tão político-culturais quanto
religiosas. As principais seitas do judaísmo eram: os fariseus, os saduceus. Os
essênios, os zelotes, hebraístas e helenistas.

B. Fariseus:
a. Hassidim – “separados” num sentido ritual – Mc 3:6. Seu nome deriva do verbo

36 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


parash que significa “separar-se”.
b. Seita que parece ter iniciado do exílio, durante a revolta dos Macabeus – 160 a.C.
c. Era a maior seita e a de maior influência.
d. Eram os mestres das tradições orais (desde a época de Esdras havia uns quatro
séculos).
e. Alem dos livros do A.T., os Fariseus reconheciam na tradição oral um padrão de
fé e vida. Procuravam reconhecimento e mérito através da observância externa
dos ritos e formas de piedade, tal como lavagens cerimoniais, jejuns, orações e
esmolas.
f. Não cuspir no chão em dia de sábado, a fim de que a perturbação da poeira não
viesse a constituir aragem, e, portanto, quebra do sábado por meio do trabalho.
(Ex: João 9 – o problema não era curar o cego, mas trabalhar no sábado).
g. As mulheres não deveriam olhar para um espelho em dia de sábado, a fim de
que, se viesse algum cabelo branco, não fossem tentadas a arrancá-lo, cedendo a
tentação, e , portanto, trabalhassem em dia de sábado.
h. Constituía um dilema se um fariseu podia comer um ovo posto em algum dia de
festividade. Estariam os ovos maculados, a despeito do fato que as galinhas não
tinham consciência de dias festivos?
i. Eram puritanos. Eram interpretes de hipóteses legalistas, colocando-as no
mesmo nível da Tora (lei de Moisés). Criam que mérito advinha da observância
escrupulosa dos pontos técnicos da Lei e das tradições. Afastavam-se de todas
más associações e buscavam obediência total a lei de Moisés. Praticavam a
oração e o jejum, entregavam o dízimo meticulosamente e guardavam com
extremo rigor o sábado.

j. Mantinham de forma persistente a fé:


 Na existência de anjos bons e maus;
 Na vinda do messias;
 Na esperança de que os mortos, após uma experiência preliminar de
recompensa ou penalidade no Hades, seriam novamente chamados à vida por
ele, e seriam recompensados, cada um de acordo com suas obras individuais.
 Na imortalidade da alma, na ressurreição do corpo.

k. Em oposição à dominação da família de Herodes e do governo romano, eles de


forma decisiva sustentavam a teocracia e a causa do seu país, e tinham grande
influência entre o povo comum. De acordo com Josefo, eram mais de 6.000. (Mt
5:20,21)

l. Os fariseus também tinham largo apoio do povo por que criam na “vida após a
morte”, e por isso muitos deles foram escolhidos para o mais alto tribunal – o
Sinédrio.
m. Eram inimigos amargos de Jesus e sua causa; foram, por outro lado, duramente
repreendidos por ele por causa da sua avareza, ambição, confiança vazia nas
obras externas, e aparência de piedade a fim de ganhar popularidade.
n. Pertenciam em sua maioria à classe média leiga (não eram sacerdortes)
o. Modo de vida de um fariseu: orava três vezes ao dia, jejuava três dias por
semana, davam esmolas (até 20% da renda). Tudo isto é certo, mas faziam para
serem vistos pelos homens. Jesus os acusava disto.
p. Opunham-se a helenização da cultura judaica (obs:helenização - hele = grego –
Alexandre, o grande com cerca de 20 anos de reinado trouxe uma influência

37 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


muito grande ao mundo – a chamada helenização).
q. A maioria dos escribas pertencia a este partido.
r. Faziam prosélitos. (traziam adeptos, novos convertidos)

C. Saduceus:
a. Saduceus = “justos” - Mt 22:23
b. Sua origem é desconhecida, mas muito provavelmente derivam de um grupo de
judeus helenistas.
c. Segundo a tradição, seu nome deriva dos filhos de Zadoque (2 Cr 31:10), que foi
sumo sacerdote nos dias de Davi e Salomão.
d. Embora menores em número do que os fariseus, os saduceus detinham o poder
civil, sob o domínio de Herodes.
e. Seguiam unicamente a Torah como único escrito canônico.

f. Negavam as seguintes doutrinas:


 Existência de anjos e espíritos;
 Ressurreição do Corpo (Paulo aproveitou-se disto. Falou da ressurreição de
Cristo em uma sinagoga em que havia saduceus e fariseus.);
 Imortalidade da Alma;
 Predestinação divina (afirmavam o livre arbítrio)
 Ligados ao movimento intelectual grego, adotaram a crença epicureana da
morte da alma junto ao corpo, negando a imortalidade da alma.

g. Rejeitaram a tradição oral (a lei rabínica). Negavam que ela fosse revelação de
Deus aos israelitas, mas curiosamente, aceitaram a Lei escrita, crendo que
somente ela era obrigatória para a nação como autoridade divina, embora
traduzindo-a com a sua lógica helenista.
h. Muitos mas nem todos os sacerdotes eram saduceus; quase todos saduceus,
entretanto parecem ter sido sacerdotes.
i. Sua religião era friamente ética e literal.
j. Exerciam influência política no Império, formados pela aristocracia (proprietários
de terra – classe alta e média alta)
k. Controlavam certo número de cadeiras do Sinédrio – aproximadamente igual ao
dos fariseus – At 23:6-10
l. Não faziam prosélitos

D. Essênios:
a. Seita religiosa que floresceu no séc.1 a.C., existente no tempo de Cristo.
b. Eram mais ou menos 4.000 que seguiam com muito rigor a Lei de Moisés.
c. Alguns moravam em cidades, mas a maioria vivia em comunidades, no deserto de
Em-Gedi.
d. Diferentemente dos fariseus e saduceus, os essênios constituíam uma
fraternidade ascética para o qual só poderiam entrar aqueles que se
submetessem aos regulamentos do grupo e as cerimônias de iniciações.
e. Abstinham-se do casamento, mantinham em comum as suas prioridades, de
sorte que não havia rico nem pobre, viviam do trabalho manual de cada um.

38 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


f. Qualquer desvio da sua ordem era punido com a expulsão da comunidade.
g. Teologicamente eram semelhantes aos fariseus.
h. Eram uma espécie de monges fariseus.
i. Os Manuscritos do mar Morto – Caverna de Qumran foram preservados pelos
essênios. Historicamente têm seu valor.
j. Não são mencionados na Bíblia.
k. Talvez João Batista tenha convivido com essênios. Alguns querem forçar dizer
que Jesus era um essênio.

E. Zelotes: “zelosos” – Mt 10:4; Lc 6:15


a. Uma seita de judeus que se originou com Judas, o Galileu – 6 d.C. – At 5:37.
b. Recusavam-se a pagar Tributos aos romanos, porque consideravam isto uma
violação do princípio, de que Deus é o único Rei de Israel.
c. Rebelaram-se contra Roma, mas logo fugiram e se tornaram um mero bando de
bandidos fora da lei. Posteriormente foram chamados de “sicários”, por causa do
uso de uma espécie de punhal romano.
d. Eram, na verdade um grupo de nacionalistas fanáticos, que advogavam o uso da
violência para libertarem-se do jugo de Roma.

F. Publicanos ou cobradores de Impostos ou taxas -


a. os coletores de impostos eram como uma classe, detestada não somente pelos
judeus, mas também por outras nações, tanto por causa de seu emprego como
pela sua crueldade, avareza, e engano, usados para realizar sua tarefa.
b. O sistema romano de coletar taxas, províncias, incluía de forma geral três
graduações de oficiais. O mais alto, chamado em latim publicano pagava uma
soma de dinheiro pelas taxas de uma determinada província, e então exigia o
equivalente e mais quanto podia extorquir da mesma. Este vivia em Roma. Então
vinham submagistrados, que estavam encarregados de um determinado
território, e que viviam nas províncias. Havia ainda os portitores, os atuais oficiais
alfandegários, que faziam o trabalho de coletar os impostos.
c. No NT publicano era usado para descrever os Portitores; categoria mais baixa
destas três graduações. Não correspondia a Palavra latina publicano. A palavra
publicano, usada em algumas versões para traduzi-la, é imprecisa; cobrador de
imposto é melhor opção.
d. Em Lc 19:2, falando de Zaqueu, descreve um oficial superior ao publicano. É
provavelmente um submagistrado, a próxima categoria em graduação.

G. Escribas: Mc 3:22: Chamados de Mestres da lei ou Doutores da Lei.


a. Homens que copiavam, estudavam, interpretavam e ensinavam a lei de Moisés,
que surgiram após o exílio – Ed 7:6; Ne 8, ou seja, viviam na lei e para a Lei, com o
propósito de levar o povo, a quem guiavam, a ser obediente à Lei em todos os
aspectos de suas vidas, e se tornassem imunes a qualquer influência pagã.
b. Suas funções eram: Preservar a lei; Reunir alunos e ensinar a lei nas sinagogas;
Ex : Gamaliel.
c. Administrar a lei na qualidade de juiz no Sinédrio.

39 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


d. Criaram aos poucos um sistema complexo de ensinamentos conhecidos como
“Tradição dos Anciãos” (Talmude) – Mt 15:2-9
e. Maioria pertencente aos Fariseus.

H. Hebraístas:
a. Não eram um grupo nacionalista como os zelotes, mas sim, um grupo de judeus
que mantinham não somente a fé religiosa do judaísmo, mas também o uso da
língua hebraica, ou aramaica, e os seus costumes.
b. Paulo parece identificar-se com eles (At 22:3).

I. Herodianos (Mc 3:6;Mt 22:16; Lc 20:20)


a. Partido político judeu que simpatizava com os reis Herodes e sua forma de
Governo e os costumes sociais introduzidos a partir de Roma.
b. Uniram-se aos Saduceus na manutenção da submissão a Roma e suporte de
Herodes no trono – Mc 8:15; Mt 16:6 .
c. Opunham-se a Jesus – Mc 3:6; 12:13; Mt 22:16

J. Helenistas:
a. Eram o inverso dos zelotes. Os helenistas, apesar de serem judeus de sangue,
assimilaram toda a cultura grega, falavam grego, praticavam os costumes dos
gregos, só não abriram mão da fé judaica. Atos 6 refere-se a esse grupo de
judeus-helenistas.
b. Em todas estas seitas haviam traços do misticismo persa, do humanismo grego,
do judaísmo patriota e das tradições ritualistas. Em sumo, os judeus em suas
crenças e práticas já se distanciaram muito do Monte Sinai!

6. Sinédrio: Mt 22:23; Jo 11:47


A. Grande concílio de Jerusalém, que consistia de 71 membros, a saber, escribas, anciãos,
membros proeminentes das famílias dos sumo-sacerdotes, o presidente da
assembléia, que era saduceu.

B. As mais importantes causas eram trazidas diante deste tribunal, uma vez que os
governadores romanos da Judéia entregaram ao Sinédrio o poder de julgar tais causas,
e de também pronunciar sentença de morte, com a limitação de que uma sentença
capital anunciada pelo Sinédrio não era válida a menos que fosse confirmada pelo
procurador romano.

C. Mencionado no Novo Testamento como “principais sacerdotes, anciãos, escribas”,


“principais sacerdotes e autoridades”, “autoridades”.

7. Samaritanos:
A. Descendentes dos israelitas do Reino do Norte, que sobreviveram à mistura de uma
população estrangeira deportada depois da queda de Samaria em 722 a.C.
B. Os samaritanos adoravam o mesmo Deus reconheciam os 5 Livros de Moisés e
esperavam a vinda de um profeta comparável a Moisés.
C. O ódio e o desprezo dos judeus para com eles era resultante de considerações
históricas e raciais e não uma diferença no campo religioso.

40 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento


Gráfico Resumo do Judaísmo no NT

8. Discípulos ou Apóstolos:
A. Conceito – usualmente o substantivo (gr.) mathetes significa aprendiz, pupilo ou aluno.
Esta palavra é encontrada na Bíblia somente nos evangelhos e em Atos. E no grego
clássico sempre significa pupilo de alguém, em contraste com o mestre ou professor
(gr. Didaskalos). Em todos os textos implica que a pessoa não apenas aceita a visão do
mestre, mas que também pratica ou adere à visão. Esta palavra tem muitas aplicações.
Em sentido amplo refere-se àqueles que aceitam o ensino de alguém não apenas por
fé, mas como estilo de vida. Mas na maioria das vezes é aplicada para designar os que
aderiram a Cristo. É o único nome pelo qual os seguidores de Cristo são mencionados
nos Evangelhos, especialmente os doze Apóstolos, mesmo quando são chamados de
discípulos. No livro de Atos, após a morte e ascensão de Jesus Cristo, discípulos são
aqueles que confessam-No como Messias.

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B. Os Doze Discípulos ou Apóstolos, cf. Mt 10:2-4; Mc 3:16; Lc 6:14; Jo 1:45; At 1:13

Nome Grego Significado Obs:

Simon
Simão Pedro Rocha ou Pedra Irmão de André
Petros

Irmão de Pedro – ex-discípulo de João


André Andréas Varonil
Batista

Irmão de João – filho de Zebedeu. Executado


Tiago Iakobos Suplantador
sob ordens de Herodes Agripa I – At 12:1-3

Yahweh é um Irmão de Tiago, filho de Zebedeu; o discípulo


João Ioannes
doador gracioso amado.

Filipe Philippos Amante de cavalos

Apenas Jo cita Natanael. Nos outros


Evangelhos percebemos a associação de
Bartholom
Bartolomeu Filho de Tolmai ou Bartolomeu com Felipe, assim como em Jo,
aios ou
ou Natanael Dado por Deus Natanael aparecesse relacionado com Felipe.
Nathanel
Assim conclui-se que trata-se da mesma
pessoa.

Tomé Thomas Gêmeos “Discípulo da incredulidade”

Mateus ou Matthaios Presente de Deus


Publicano – cobrador de impostos
Levi ou Levi ou Ligado

Tiago Iakobos Suplantador Filho de Alfeu

Grande coração,
Tadeu Thaddaios Não citado em Lc
corajoso

Filho ou irmão de Tiago. Citado apenas em Lc


Judas Ioudas Seja louvado e Jo 14:22. Provavelmente o mesmo que
Tadeu.

Simão Simeon Aquele que ouve Zelote

Responsável pela Administração financeira


Judas do grupo de discípulos – Jo 12:4-6.
Ioudas Seja louvado
Iscariotes
Substituído por Matias – At 1:15-26

42 Novo Testamento | Módulo 1 | Introdução ao Novo Testamento

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