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Tema: Os Quatro Principais Capítulos da Escatologia

Texto:
Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois
destas hão de acontecer (Ap 1:19).

Introdução
Escatologia é uma divisão da teologia sistemática que trata das
coisas que hão de acontecer ao desenrolar-se os séculos e milênios. A
palavra Escatologia é derivada de duas palavras gregas: “Escatós” e
“Logia”. Escatós significando distante ou último, e logia significando
doutrina, ditame ou estudo.
A Escatologia Bíblica do Novo Testamento está dividida em quatro
grandes capítulos, senão vejamos:
1. A primeira ressurreição
No original do Novo Testamento encontramos duas palavras que
podem nos esclarecer a respeito do que vem a ser ressurreição.
“anhistemi” e “egeiró”, ambas significam voltar à vida ou levantar-se.
O Verbo “egeiró” é mais usado para tratar a respeito da
ressurreição do corpo, com a possibilidade de morrer outra vez, como
aconteceu com todos os que ressuscitaram antes de Cristo, ao passo que
“anhistemi” tem a conotação de um triunfo da vida sobre a morte, ou seja,
de quem ressuscitou para nunca mais morrer como foi o caso de Jesus
(Ap 1:18). O verbo “anhistemi”, é usado quase sempre como a vitória da
vida sobre a morte, além de compreender a ressureição para nunca mais
morrer, refere-se também a vida eterna a muitos que não passarão pela
morte como afirma o apóstolo Paulo (1 Co 15:51,52).
1.1 As etapas da Primeira Ressurreição
A Primeira Ressureição no conceito escatológico é o período Pré-
Milenial (Ap 20:6) onde pelo menos nove grupos de pessoas obedecendo
a uma ordem de nove etapas, triunfarão sobre a morte. Esse período
escatológico vai da ressureição de Jesus até o julgamento das nações
vivas.
A Primeira Ressurreição está dividida em nove etapas, sendo
quatro no período da graça, três no período da grande tribulação e duas
após a grande tribulação.
As etapas da Graça são: a) O Senhor Jesus Cristo (1 Co 15:23); b)
Muitos santos do Antigo Testamento (Mt 27:52,53; Ef 4:8); c) Os mortos
em Cristo (1 Ts 4:16); d) Nós os que estivermos vivos (1 Ts 4:17).
As duas primeiras etapas da primeira ressurreição compreendem
“Cristo, as primícias” (1 Co 15:20,23) e os que ressuscitaram por ocasião

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da morte de Jesus, e que saíram dos sepulcros depois da ressurreição do
Senhor, isto é, o grupo de santos citados por Mateus (Mt 27:52,53).
No que compreende a ressurreição de Cristo, a expressão “Cristo,
as primícias”, não se refere a “um somente”, no singular, indicando uma
só pessoa, mas, “um molho”, isto, com um sentido plural, ou uma unidade
composta, conforme podemos ler em Levítico 23:10 e 1 Samuel 25:29. O
texto de Mateus 27:51,52 diz claramente que aqueles santos, embora
tenham ressuscitado quando da morte de Cristo, eles só “saíram” de suas
sepulturas “depois” da ressurreição de Jesus, seguindo, portanto, a ordem
da ressurreição do Senhor, pois na ordem de colheita, Ele foi o primeiro
exemplar. Caso os santos tivessem saídos de suas sepulturas antes da
ressurreição de Jesus, eles não teriam triunfado sobre a morte, na
verdade, teriam sido como outros mortos que ressuscitaram e tornaram
morrer.
As etapas da grande tribulação são: a) Os 144 mil judeus (Ap 7:4-8;
12:12-17; 14:1,5); b) Uma multidão de gentios (Ap 7:9-17; 14:6-13; 20:4-
6); c) As duas testemunhas (Ap 11:1-14).
As etapas pós grande tribulação são: a) as nações amigas de
Israel (Mt 25:33,34); b) Israel como nação (Mt 25:31,40; Ez 20:33-36).
Aqui é bom salientar que a ressurreição da qual estamos falando
não se refere somente àqueles que experimentarão a morte física e
ressuscitarão, mas também àqueles que por conta do pecado estavam
sujeitos à morte de igual modo como os que morreram, mas por conta da
redenção obterão o favor do Senhor de não passarem pela morte física
como bem doutrinou o apóstolo Paulo: “Eis aqui vos digo um mistério: Na
verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; (1
Co 15:51).
Os grupos da primeira ressurreição que não passarão pela morte,
mas que sobre ela triunfarão, são: a) nós os que estivermos vivos (1Co
15:51; 1Ts 4:17); b) os 144 mil judeus (Ap 7:4-8; 12:12-17;14:1,5 c) as
nações amigas de Israel (Mt 25:33,34); d) Israel como nação (Ez 20:33-
36; Mt 25:31,40).
2. O milênio, a última dispensação de Deus
Em Efésios 1:10,13-19, encontramos uma expressão grega
"Kairós" que pode ser traduzida por tempo oportuno ou dispensação. Ela
tem também o sentido de tempo aceitável. Orlando Boyer, tem um
conceito bem definido sobre dispensação, ele diz: "uma dispensação, é
um período de tempo, durante o qual os homens são provados a respeito
da obediência a certas revelações da vontade de Deus".
A palavra milênio vem da língua grega “chiliad” e da língua latina
“milenium” que literalmente significa mil anos. O período em que Cristo

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reinará na terra será de mil anos. São mil anos de paz e prosperidade
sobre a terra (Gn 49:10; Is 9:6,7; 11:1-10; 65:17-25; Jr 23:5,6; 33:14-22;
Mq 5:5; Am 9:11,12,15; Ap 20:6).
A dispensação milenial, é, portanto, a última das sete dispensações
bíblicas. Essa dispensação compreende de forma literal o Reinado do
Messias no trono de Davi, seu pai (Mt 1:21). Essa dispensação é mais
conhecida como o milênio, e envolve Israel, a igreja e a terra em geral,
como veremos.
2.1 O milênio em relação a Israel
O reino Milenial de Cristo terá uma relação muito especial com
Israel. Será a concretização das profecias e do anseio messiânico do povo
de Israel, que embora não seja tal qual eles esperam, será infinitamente
superior às suas expectativas, enquanto eles aguardam um messias de
baixo, para esse reino, Deus enviará o Messias de cima (Zc 12; 14),
quando os seguintes fatos acontecerão:
2.1.1 Israel ocupará a terra da promessa
Em Gênesis 15:18-21 encontramos o perímetro do território de
Israel que vai desde o rio do Egito (rio Nilo) até o grande rio Eufrates. O rio
do Egito é o rio Nilo. Por aí se vê que Israel nunca ocupou toda a terra
prometida. Salomão reinou sobre quase todo esse território (1 Rs 4:21).
Com toda conquista de Salomão, a referida promessa não teve uma
concretização plena, isto só será possível quando o Senhor Jesus Cristo
Reinar literalmente na terra.
2.1.2 Israel evangelizará o mundo
Israel como nação está dormindo, surda e muda para o evangelho
da graça (Rm 11:1-8), mas quando da Grande Tribulação que virá sobre o
mundo, Israel despertará do sono, ouvirá e verá que rejeitara o Evangelho
do Reino, porém, a difusão maior será quando Cristo estiver reinando na
terra.
Os judeus farão um grande evangelismo, ou seja, pregarão o
Evangelho do Reino, e por certo, o número de evangelizados será bem
maior do que o da igreja, haja vista a igreja trabalhar com indivíduos,
enquanto que os judeus trabalharão com nações inteiras, e além disso,
quando a conversão não for de coração haverá necessidade de obrigação
circunstancial, para que as nações indiferentes venham oferecer a Deus o
louvor merecido (a festa dos tabernáculos), uma festa, cujo caráter
principal é a gratidão (Zc 14:16-21).
Muitos acham isso impossível, pelo fato de crerem que após o
arrebatamento da igreja, finda o Evangelho do Reino, porém, isto não é
verdade, o que vai findar é o evangelho da graça, que é o intervalo entre a

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sexagésima nona e a septuagésima semanas profetizadas pelo profeta
Daniel.
Vale destacar que o evangelho da graça (Tt 2:11) não é para Israel
como nação, pois a mesma está dormindo, surda e cega para este
evangelho (Rm 11:1-8). O Evangelho do Reino será pregado, quando
Cristo estiver reinando literalmente na terra, na ocasião tudo será boas
novas (Mt 24:14).
2.1.3 Israel terá abundância de alimentos
Não obstante, Israel habitar numa terra árida, hoje essa nação já
tem uma tecnologia de ponta, o que a faz avançar muito na agropecuária,
tornando-a muito próspera neste setor. Hoje Israel é uma nação farta! E a
maior prosperidade está vaticinada para o milênio, como está registrado
no livro do profeta Jeremias 31:12.
2.1.4 Israel terá muita glória
Glória é algo mais que humano, é na verdade algo celestial. No
milênio, a terra experimentará, não só fenômenos espirituais, mas a
presença do próprio Deus, o que fará muitos povos e poderosas nações
irem a Jerusalém para buscar ao Senhor. Nesse tempo se cumprirá o que
profetizou Zacarias 8:22,23.
2.1.5 Israel terá justiça perfeita
Em toda a história da humanidade, a injustiça é a marca registrada
das autoridades. O que mais as autoridades têm feito em suas gestões é
praticar a injustiça social. Mas no milênio será diferente, a justiça será
perfeita, porque quem estará reinando no mundo será o Yahweh-Tsidkenu
= “o Senhor justiça nossa”, como está escrito em Jeremias 23:5,6.
2.1.6 Israel terá paz
A história do povo israelita é muito hedionda, principalmente depois
do ano 70 d.C., quando o general Tito com o seu exército destruiu
Jerusalém, nesse tempo houve uma tão grande tribulação, como nunca
houve em toda história da humanidade (Mt 24:21). E até hoje Israel vive
em constante guerras, mas no milênio Israel terá paz (Is 32:18).
2.1.7 Israel Celebrará Culto com Todas as Nações
No milênio haverá conversões entre os inimigos de Jerusalém, e de
ano em ano subirão todas as nações do mundo para prestarem um culto
divino ao Senhor (Zc 14:16).
2.1.8 Israel será cheio do Espírito Santo
Hoje temos parte do derramamento do Espírito, mas a difusão
maior, ou seja, a concretização total será no milênio. Na ocasião, todos
serão cheios do Espírito Santo. Toda carne, bem como, toda casa de
Israel (Ez 39:29).

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2.2 O Milênio em relação à Igreja
O Reino de Cristo na terra não será para a igreja, e sim, com ela
sobre o universo. A igreja na verdade, exercerá um papel na realeza, pois,
"casou-se" com o Rei dos Reis. Hoje é militante e desprezada na terra,
mas quando Cristo Reinar passará a ser a primeira dama universal, pois o
Reino de Cristo será universal (Ap 5:10; Dn 7:12-27; Zc 14:9,10).
A igreja no Milênio terá um destaque de reconhecimento universal
como nunca foi visto em toda sua história, e sobre esse destaque, ainda
podemos citar alguns aspectos dela em relação ao milênio, tais como:
2.2.1 A igreja se manifestará em glória
Quando Cristo vier na segunda fase da sua segunda vinda “...sobre
as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Zc 14: 4,5; Mt 24:30;
25:31), para julgar as nações e implantar o reino milenial, a igreja descerá
com Ele, se manifestará também em glória e reinará em glória por todo o
milênio com Cristo (Cl 3:4; Ap 19:11-14).
2.2.2 A igreja estará no Monte Sião
De acordo com Apocalipse 20:9, a igreja estará em um arraial no
Monte Sião (Sl 15:1; 24:3,4; Jl 2:1,15,16,32;3:17), de onde, conforme
Isaias 2:4 e Miqueias 4:2, sairão as Leis que regerão todas as tribos,
línguas, povos e nações.
2.2.3 A igreja exercerá função real sobre a terra
Dentre muitas atribuições que a igreja tem como Noiva do Cordeiro,
ela terá também função especial no reino milenial de Cristo, pois para isso
ela foi constituída conforme podemos ler em Apocalipse 5:10: “e para o
nosso Deus os fizeste reis (...); e eles reinarão sobre a terra”. Isto
compreende que a igreja terá participação direta no governo teocrático de
Cristo no milênio (Ap 2:26; 3:21; 12:5a).
2.2.4 A igreja exercerá função sacerdotal sobre a terra
Tal como a igreja foi constituída para exercer função real no
milênio, foi também constituída para exercer nesse mesmo período a
função sacerdotal “... e para o nosso Deus os fizeste (...) sacerdotes...”
(Ap 5:10). Esta afirmação refere-se à atuação da igreja no milênio no que
diz respeito a sua participação, quer na adoração, no louvor, na
intercessão, no doutrinamento dos povos, bem como, nos atos litúrgicos
no milênio (Is 2:4; Mq 4:2; Zc 6:11-15;14:16; Jo 4:23,24; 1Pe 2:9).
2.3 O milênio em relação à terra
O reino do Messias não será somente em relação ao povo de
Israel, embora tenha Jerusalém como a sua capital, ele será um reino
universal, e trará os seguintes benefícios à terra, senão vejamos:

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2.3.1 A vida humana será prolongada
No milênio, a longevidade voltará a ser uma realidade como era no
período antediluviano. O profeta Isaias profetizou essa futura era, onde
morrer aos cem anos de idade é morrer jovem (Is 60: 20-22).
2.3.2 O deserto produzirá águas
Na era do reino messiânico, o deserto florescerá em fertilidade e
produção. Será um tempo de regozijo universal, conforme vaticinou o
profeta Isaias (Is 35:1-6).
2.3.3 Não haverá deficiência física
No Reino do Messias davídico se vivenciará a verdadeira confissão
positiva, cujo resultado, será a cura de todos os deficientes físicos (Is 35:
3-6).
2.3.4 Haverá ausência de crueldade no reino animal
No período do Reino Milenial de Cristo, até a natureza animal será
mudada. Esse reino será caracterizado pela ausência de crueldade e
hostilidade, e isso será perceptível até entre todas as espécies de animais
(Is 11:6-9).
2.3.5 Haverá abundância de alimentos
No mundo existem dezenas de pessoas que estão morrendo a
cada minuto, por falta de alimentos. Mas as nações que estiverem ao lado
de Israel (Mt 25:31-40), gozarão do milênio, e para estas haverá
abundância de alimentos (Jr 31:12).
2.3.6 Muita glória
O Reino de Cristo na terra será tudo aquilo que se pode descrever,
e muito mais, aquilo que passa da capacidade das palavras humanas (Nm
14:21; Is 11:9).
2.3.7 Justiça perfeita
Em toda a história da humanidade, nunca se levantou um líder
justo como aquele que há de vir, pois o milênio revelará a verdadeira
justiça, porque quem há de reinar é o “Yahweh-Tsidkenu", o Senhor
justiça nossa (Jr 23:5).
2.3.8 Paz universal
O Reino Milenial será a era da paz universal, porque quem estará
reinando no universo será o Príncipe da Paz, conhecido também como
Yahweh – Shalom = o Senhor é a nossa paz. Ele governará o mundo com
paz (Mq 4:3).

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2.3.9 Pleno derramamento do Espírito Santo
O derramamento do Espírito Santo fora predito pelo profeta Joel (Jl
2:28), e teve sua manifestação primitiva no dia de pentecostes (At 2:4),
porém, essa profecia ainda não teve seu cumprimento completo (At 2:39).
2.4 A Sede do Reino Milenial de Cristo
A sede do Reino Milenial de Cristo, no trono de Davi, será a
conhecida Jerusalém, só que não é da forma que se encontra atualmente,
pois haverá sua restauração.
O profeta Isaías no capítulo 52:1 do seu livro, acerca desse
assunto diz: "Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza ó Sião; veste-te
das tuas vestes formosas, ó Jerusalém, cidade santa; porque nunca mais
entrará em ti nem incircunciso, nem imundo".
Jerusalém a cidade do grande Rei, como é conhecida, será a sede
do governo mundial, pois de lá sairá a orientação doutrinária como está
escrito: “...Porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor”
(Is 2:3; Mq 4:2).
A antiga Cidade de Jerusalém terá uma nova dimensão física e
espiritual, pois, assim, está vaticinado (60:13-22; 62:1-12; Jr 31:11,12; Zc
14: 10,16,17).
3. A segunda ressurreição e o julgamento final
A segunda ressurreição e o julgamento final formam mais um
grande capítulo da escatologia bíblica. Para melhor compreensão do tema
em foco, estudaremos de forma sintética acerca da segunda ressurreição,
os julgamentos que antecedem o julgamento final, e por último,
estudaremos o julgamento final, senão vejamos.
3.1 A segunda ressurreição
A Segunda Ressurreição compreende todos os mortos desde o
primeiro ímpio, até os últimos ímpios mortos, da batalha de Gogue e
Magogue, no final do milênio (Ap 20:5-9).
De acordo com Daniel 12:2, a Segunda Ressurreição é formada
por dois grupos, diz ele: “E muitos dos que dormem no pó da terra
ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para a vergonha e desprezo
eterno”.
Muitos estudiosos do assunto afirmam que Daniel faz no versículo
supracitado apenas a diferença entre a primeira e a segunda ressurreição.
Quando ele diz: “... uns para a vida eterna...” se refere à igreja, e quando
diz: “... e outros para a vergonha e desprezo eterno”, estava se referindo
aos ímpios.
Nós, porém, cremos que Daniel 12:2 trata exclusivamente da
Segunda Ressurreição, por dois motivos: Em primeiro lugar, porque a

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Segunda Ressurreição é Pós-Milenial, e na dispensação milenial haverá
morte de justos (Is 65:20), como também haverá morte dos que hão de se
rebelar após o milênio (Ap 20:7-9). Em segundo lugar, porque no Juízo
Final haverá justos escritos no livro da Vida, pelo menos é o que nos diz
Apocalipse 20:15. Para melhor compreensão do tema abordado neste
ponto, estudaremos sobre os dez últimos julgamentos divinos.
3.2 O julgamento final
Como já falamos, a Segunda Ressurreição será para o Juízo Final,
então estudaremos um pouco sobre o Juízo Final.
3.2.1 O que é o Julgamento Final
O Julgamento Final será o último de todos os julgamentos, em
razão disso, o texto bíblico o descreve como “...o Grande Trono Branco”
(Ap 20:11). Será onde Deus julgará os vivos e os mortos, isto é, todos os
que não fizerem parte da Primeira Ressurreição (Ap 20:5), os grandes e
os pequenos (Ap 20:12). Literalmente, os grandes e pequenos,
compreendem as pessoas de todas as faixas etárias que não fizeram
parte da primeira ressurreição. O julgamento final será também o
momento em que os anjos que pecaram serão julgados (1Co 6:3),
embora, estes já tenham sido julgados parcialmente (Jd 6). Esse juízo
também, será o “...dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens,
por Jesus Cristo...” (Rm 2:16).
À luz do texto de Apocalipse 20:15, O julgamento final, além de um
julgamento condenatório, será também, um julgamento de absolvição,
pois os únicos julgamentos da escatologia bíblica que não haverá
oportunidades de livramento, serão os julgamentos de Satanás, do
Anticristo, e do Falso Profeta (Is 24:18-22; Ap 19:17-21; 20:7-10).
Como já vimos, o Juízo Final julgará os homens ímpios de todas
as eras (Mt 25:41), também os anjos caídos (1 Co 6:3; Jd v 6), e com
certeza, além de condenar os homens ímpios, absorverá os santos da
dispensação milenial (Is 65:20; Ap 20: 11-15), pois Apocalipse 20:15 diz:
"...aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago
de fogo...", logicamente, aquele que foi achado o nome escrito no livro da
vida, será livre do lago de fogo.
4. A eternidade
Eternidade pode ser definida como duração que não tem começo,
nem fim, que independe de qualquer determinação cronológica. No
entanto, os teólogos a dividem em duas partes: a eternidade passada,
tempo que antecede o pecado, e eternidade futura, tudo que sucederá a
aniquilação do pecado, e, portanto, a restauração de todas as coisas; isso
será, sem dúvidas o perfeito estado eterno. O grande desvendamento do
plano de Deus para a humanidade, habitar com o seu povo (Israel, Igreja

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e as Nações) em uma Nova Era sócio-espiritual, onde todos desfrutarão
de uma nova ordem moral, social, intelectual e espiritual, quando este
mundo for restaurado por Jesus Cristo (Hb 8:7-13; Ap 21:5).
Tudo realmente será novo, contudo, a igreja estará na mais
elevada posição. Ela será a primeira dama universal. Cada integrante da
igreja, no seu corpo de glória, já não mais estará sujeito a qualquer
circunstância da vida humana. Cremos perfeitamente que o papel da
igreja na eternidade será o de substituir os anjos que pecaram, enquanto
que Israel e outras nações darão continuidade no “...frutificai e multiplicai-
vos e enchei a terra...” (Gn 1:28).

REFERÊNCIAS

LINDOSO, Pedro Cardoso. Escatologia – Coque -Ma: Editora Eleal, 2022;


SILVA, Antonio Gilberto - O Calendário da Profecia - Rio de Janeiro – RJ:
CPAD, 1998;
SILVA, Severino Pedro. Apocalipse versículo por versículo - Rio de
Janeiro – RJ: CPAD, 2000.

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