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COMICIDADE E FUTILIDADE VERSUS ALEGRIA SERENA

Um assunto para o qual o Espírito Santo também chama nossa atenção é o referente ao contraste
entre uma postura pautada pela comicidade e pela futilidade, de um lado, e a alegria serena, de
outro.

De início, vale a pena meditar no texto de Efésios 5:3 e 4, que se insere no trecho de Efésios 4:17 a
6:20, o qual contém uma das mais claras sínteses dos princípios e regras da Nova e Eterna Aliança.

[Essa porção pode ser chamada de "Constituição da Nova e Eterna Aliança", tão clara é aí a
apresentação de tudo o que compreende a nova vida em Cristo. É um trecho que merece ser
memorizado.]

Bem, observe-se o que diz o texto de Efésios 5:3 e 4:

TEXTO BÍBLICO: Mas a impudicícia, e toda sorte de impurezas, ou cobiça, nem sequer
se nomeie entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs, ou
chocarrices, cousas essas inconvenientes, antes, pelo contrário, ações de graças.

A palavra grega traduzida por "chocarrices" é eutrapelía, formada por eu (bem) e tropé (variação),
referindo-se a algo que se diz aparentemente com um sentido, mas que rapidamente revela ter outro
(ou "muda para outro"), surpreendendo o interlocutor, causando gracejos, risos, gargalhadas.
Englobam piadas e dizeres cômicos. "Chocarrices", em Português, são sinônimo de pilhéria, chiste,
algo que tem o objetivo de fazer rir. Paulo assevera serem essas coisas inconvenientes.

Dentre os muitos textos da Pena da Inspiração Moderna sobre o assunto, estes merecem destaque:

1) Gracejos, piadas e conversas profanas pertencem ao mundo. Os cristãos que possuem


a paz de Deus no coração, serão alegres e felizes, sem condescender com a frivolidade.
Enquanto velam em oração, hão de possuir uma serenidade e uma paz que os eleve acima
de todas as superfluidades. -- Obreiros Evangélicos, p. 129.

Obs.: De acordo com Ellen G. White, gracejos e piadas pertencem ao mundo. O cristão pode ser
alegre, sim, mas não deve condescender com a frivolidade. O que é a frivolidade? É a qualidade
daquilo que é sem valor, sem propósito, fútil, sem necessidade.

2) Somos proibidos por Deus de empenhar-nos em conversas frívolas e insensatas, em


gracejos e pilhérias, ou proferir palavras ociosas. -- Fundamentos da Educação Cristã, p.
458.

Obs.: A força do texto dispensa comentários adicionais.

3) Que pode o ministro fazer sem Jesus? Verdadeiramente nada. Então, se ele é um homem
frívolo, BRINCALHÃO, não está preparado para cumprir o dever sobre ele posto pelo
Senhor. “Sem Mim”, diz Cristo, “nada podeis fazer.” As palavras petulantes que lhe caem
dos lábios, as frívolas anedotas, as palavras proferidas a fim de provocar o riso, são
todas condenadas pela Palavra de Deus, e inteiramente fora de lugar na tribuna sagrada.
-- Evangelismo, p. 643.

Obs.: Aqui, Ellen G. White fala particularmente ao ministro religioso, mas a qualificação que ela
faz do que seja "frívola anedota" é útil para a compreensão do assunto, sendo aplicável a todos. Ela

Autor: Henderson H. L. Velten


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diz que "frívola anedota" são aquelas "palavras proferidas a fim de provocar o riso" e acrescenta
que são todas condenadas pela Palavra de Deus. Esse conceito é reafirmado nesta citação:

4) O teor da conversação mantida em muitas reuniões sociais revela onde o coração é


colocado. Os assuntos fúteis, os gracejos tolos, falados apenas para produzir riso, não
representam devidamente a Cristo. -- Mensagens aos Jovens, 387 e 388.

Há vários outros textos, mas esses já são suficientes para transmitir o conceito de que a alegria
cristã nada tem a ver com comicidade ou hilaridade.

Aliás, aqui convém esclarecer esclarecer a diferença entre comicidade e bom humor.

O esclarecimento é oportuno porque alguns poderão se perguntar se é necessário mesmo serem


sisudos e carrancudos. Não, é claro que não. Não é isso o que Ellen G. White está a promover.

O problema é que o ser humano já é dado à comicidade. O latino, ainda em maior medida. O
brasileiro, então, nem se fala! Mas os cristãos protestantes adventistas do sétimo dia são chamados a
serem diferentes. Bem diferentes! Há necessidade de uma reforma nos mais variados aspectos da
conduta, inclusive no que diz respeito à comicidade e à futilidade.

Muitos confundem comicidade com bom humor. Comicidade (ou hilaridade) é a qualidade do
comportamento destinado a fazer os outros rirem. Bom humor é o estado de espírito que faz a
pessoa perceber as situações pelo seu ângulo mais positivo e mais favorável possíveis, de modo que
ela não tenda a resmungar, reclamar ou se sentir atacada facilmente.

O cristão deve ser alegre, pois a alegria é um fruto do Espírito (Gl 5:22), o que significa que deve
manifestar bom humor, mas de maneira singela, serena, contida, sem comicidade. É possível ter
um sorriso no rosto e uma disposição alegre sem se entregar à futilidade, o que ocorre quando
alguém passa a contar piadas, fazer caretas ou realizar movimentos estranhos com o corpo, apenas
para arrancar gargalhadas dos demais. Aliás, gargalhadas são próprias do Império das Trevas, não
do Reino de Cristo.

Os servos de Jesus de Nazaré não agirão como Davi, que, diante de Aquis, rei de Gate, fingiu-se de
louco e fazia caretas (1Sm 21:13). Sua atitude é reprovada no Espírito de Profecia.

O Espírito de Profecia traz o conceito da "alegria serena" ou de "alegria suave". Ver O Grande
Conflito, p. 226; Meditação Matinal Nos Lugares Celestiais, p. 245; Mensagens Escolhidas, vol. 1,
p. 318; e Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 273.

Como é experimentar e ostentar uma alegria serena e suave na prática? É ter o espírito bem
disposto. É estar sempre contente com as bençãos que tem recebido de Deus, a fim de poder relatá-
las animadamente aos outros. É conversar desembaraçadamente sobre suas atividades profissionais,
sobre seus projetos e expectativas, sobre as ocorrências do dia a dia, sobre lugares que conheceu ou
que pretende conhecer etc., mas especialmente sobre as solenes verdades da Palavra de Deus e
sobre a pregação do Evangelho a outros.

Nos momentos de extroversão (e de recreação), a alegria não deve ser exuberante, eletrizada,
agitada. Ela deve ser serena, sem gritarias, sem palhaçadas, sem tolices, sem agitação

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despropositada.

Aquilo que é dito apenas para fazer os outros rirem não condiz com o caráter do cristão. Jesus não
falava coisas engraçadas, visando a extrair risos ou gargalhadas do público.

Os cristãos podem ser sorridentes, bem dispostos e ostentar uma alegria serena, mas não devem se
entregar à futilidade e ao besteirol. Infelizmente, isso é o que se vê nas redes sociais, inclusive entre
nós, em postagens de fotografias e comentários.

Com frequência, muitos professos cristãos publicam fotografias fazendo caretas ou coisas
semelhantes. Ou dizendo coisas para extrair o riso alheio. Alguns dirão que isso é coisa de jovem,
sem importância. É, sim, coisa de jovem, mas de jovem do mundo. Quando o cristão age assim,
mesmo sendo jovem, é porque ainda está contaminado com um estilo de vida do mundo,
necessitando de purificação. Está contaminado com o vírus da bobagem, da tolice, da futilidade, que
representa mal o Reino dos Céus.

Infelizmente, muitos ainda condescendem com isso. Imagens e frases engraçadas não devem ser
postadas em perfis e álbuns de servos de Cristo nas redes sociais. Aliás, nada que não tenha um
propósito útil ou elevado deve ser veiculado por nós.

[Aliás, aqui é oportuno fazer um apelo respeitoso e carinhoso a todos os leitores. Façam uma
LIMPEZA em seus perfis e álbuns nas redes sociais.

Excluam de seus álguns fotografias com roupas que não estejam em harmonia com a Reforma do
Vestuário. A referência é àquelas fotografias em que estejam usando trajes sumários de banho, como
biquínis e maiôs, no caso de mulheres, e sungas, no caso de homens. A referência também é a
fotografias em que os irmãos estejam sem camisa e de bermudas e shorts e as irmãs estejam
trajando bermudas, shorts ou calças compridas. E também a fotografias que estejam fazendo uso de
batom e outras pinturas coloridas, prática de Jezabel. Uma cristã não pode ser como Jezabel, usando
blush ou pintando seus lábios de vermelho, só para aparecer.

O apelo é a que excluam também referências elogiosas a filmes, seriados e novelas, pois tudo isso é
obra de Satanás. Excluam ainda toda referência a músicas mundanas ou a músicas gospel. E mesmo
a músicas religiosas com percussão ou estilos mundanos. Apaguem todas as postagens sobre
política e disputas partidárias, pois, nesse assunto, o cristão deve se abster de pronunciamentos
públicos, conforme expressa orientação do Espírito de Profecia.

Não se esqueçam de excluir também tudo o que conste em seus perfis e álbuns exaltando as iguarias
de Babilônia e as panelas do Egito. Lamentavelmente, alguns ainda publicam postagens e
fotografias elogiando pratos com carne (vermelha ou branca), refrigerantes, queijo, bolos e doces
cheios de mistura de leite com açúcar (algo expressamente condenado pelo Espírito de Profecia)
etc. Tudo o que possa sugerir transgressão dos princípios e regras da Reforma de Saúde não deve
estar em nossas redes sociais, o que vale para aqueles que ainda estão implementando as mudanças
em suas vidas. É que o mal nunca deve ser exaltado.

E, além de tudo isso, apaguem as postagens e fotografias cômicas. Elas ligam aqueles que as
postam à Rebelião, não ao Reino da Graça de Deus. Os perfis e fotografias dos servos de Deus
devem testificar de que são pessoas diferentes e separadas das práticas deste mundo corrompido.
Tudo o que um cristão posta deve revelar que sua mente está voltada para as coisas nobres e santas.]

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Pesquise-se a Bíblia de Gênesis a Apocalipse e não se encontrará em suas páginas homens santos,
ainda que jovens, entregando-se à hilaridade. Não se encontrará José, Daniel, Paulo ou o Senhor
Jesus se entregando a momentos de futilidade. Satanás incita os servos de Cristo a agir assim para
depois debochar deles diante de Deus e dos santos anjos.

TEXTO BÍBLICO: De quem vos escarneceis? A quem fazeis caretas e mostrais a língua?
Não sois filhos do pecado, raça bastarda? (Is 57:4, Tradução dos Monges de Maredsous )

Raras vezes, fieis servos de Deus do passado lançaram mão de ironia e, quando o fizeram, seu
propósito foi apenas o de dar ênfase a uma mensagem importante que estavam apresentando no
momento. Ou seja, a ironia foi usada excepcionalmente, como recurso retórico (exemplos: 1 Reis
18:27 e Gálatas 5:12). Os servos de Deus não são caracterizados pelo uso do deboche ou sarcasmo
em sua conversação e, muito menos, na defesa da Verdade. O sarcasmo faz parte do estilo da
Rebelião, não do Reino de Cristo.

Por fim, quanto ao conceito de "alegria serena", vale esclarecer que isso nada tem a ver com ser
sorridente o tempo todo. Há momento para sorrir e há momento para se ficar sério ou mesmo para
chorar. O que se quer dizer aqui com "alegria serena" é que, nos momentos do sorriso e da conversa
animada, não deve haver piadas e tolices. Um embaixador de Cristo jamais será piadista.

Os textos inspirados a seguir são apropriados para encerrar esta mensagem:

Vi que anjos estavam freqüentemente no Escritório, nos salões de dobragem e


impressão. Pude ouvir o riso, os gracejos e a conversa ociosa e tola. Mais uma vez vi a
vaidade, o orgulho e egoísmo. Os anjos pareciam tristes e se retiravam magoados. As
palavras que ouvi, as mostras de vaidade, orgulho e egoísmo produziram-me suspiros de
angústia, enquanto os anjos saíam da sala desgostosos. Disse um anjo: “Os mensageiros
celestes vieram para abençoar, para que a verdade levada pelos pregadores silenciosos
pudesse ter um santo poder para cumprir sua missão, mas os que estavam empenhados
nessa obra estavam tão distantes de Deus, possuíam tão pouco do divino e se achavam tão
conformados com o espírito mundano que os poderes das trevas os controlavam,
insensibilizando-os às impressões divinas.” Ao mesmo tempo, esses jovens estavam
enganados e pensavam que eram ricos e cheios de bens, de nada tendo falta, e não sabiam
que era pobres e miseráveis, cegos e nus. Apocalipse 3:17. Os que lidam com a preciosa
verdade como se fosse areia, não sabem quantas vezes sua insensível indiferença para com
as coisas eternas, sua vaidade, amor-próprio, orgulho, gracejos e tagarelice insensata,
afastaram os mensageiros do Céu do Escritório. -- Testemunhos para a Igreja, vol. 1, p.
590.

Ao ver eu o terrível fato de se achar o povo de Deus em conformidade com o mundo, não
havendo distinção, exceto no nome entre muitos dos professos discípulos do manso e
humilde Jesus, e os incrédulos, profunda foi a angústia de meu coração. Vi que Jesus era
ferido e exposto a uma franca vergonha. Disse o anjo, ao ver, com tristeza, o professo
povo de Deus amando o mundo, participando de seu espírito e seguindo-lhe as modas:
“Desliguem-se! Desliguem-se! para que Ele não lhes dê sua parte com os hipócritas e os
incrédulos do lado de fora da cidade. Sua profissão de fé só lhes causará maior angústia,
e será maior o seu castigo, porque vocês souberam Sua vontade e a não fizeram.”

Os que professam crer na terceira mensagem angélica, ofendem muitas vezes a causa
de Deus pela leviandade, os GRACEJOS, a FRIVOLIDADE. Vi que esse mal se
estendia por TODAS as nossas fileiras. Vi que devia haver humilhação diante do Senhor.
O Israel de Deus devia rasgar o coração e não as vestes. A simplicidade infantil é raramente

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vista; pensa-se mais na aprovação dos homens do que no desagrado de Deus. Disse o anjo:
“Ponham em ordem o coração, para que Deus não os visite em juízo, e seja cortado o
frágil fio da vida, e venham a jazer na sepultura desamparados, despreparados para o juízo.
Ou, se não fizerem no túmulo o seu leito, a menos que façam paz com Deus, e se desliguem
do mundo, seu coração se tornará mais e mais endurecido, e descansarão num falso
esteio, numa suposta preparação, e virão a descobrir seu engano demasiado tarde para
conseguir uma bem fundada esperança.” -- Testemunhos para a Igreja, vol. 1, p. 133.

Que Deus abençoe a todos!

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