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EBD

DEUTERONÔMIO
igreja batista do
discipulado
2023 OUTUBRO DEZEMBRO
AULAS

Primeira aula - Panorama do Livro de Deuteronômio


segunda

O primeiro sermão de Moisés (Deuteronômio 1-4)


“Retrospectiva: olhe para trás, para o que Deus fez”

terceira e quarta
O Segundo Sermão de Moisés (Deut. 5-26)
“Introspectivo: olhe dentro para o que Deus espera”

quinta e sexta
Terceiro Sermão de Moisés (Deut. 27-30)
“Prospectiva: olhe para frente para o que Deus fará”

sétima e oitava
Quarto Sermão de Moisés (Deut. 31-33)
“Circunspectivo: olhe para fora para o que Deus é”

nona aula
A morte de Moisés (Deut. 34)

livros básicos utilizados

Introdução ao Antigo Testamento | Raymond B. Dillard &


Tremper Longman III

Comentário Do Antigo Testamento – Deuteronômio


Peter Craigie
AULA 1

Panorama do Livro
de Deuteronômio
O NOME “DEUTERONÔMIO”

O quinto livro de Moisés tem sido tradicionalmente intitulado


Deuteronomio. Literalmente interpretado, o titulo significaria
"segundal lei". O uso desse título surgiu em virtude da tradução grega
(LXX) de Deuteronômio 17.18. Os tradutores, aparentemente,
entenderam mal o hebraico ("cópia ou repetição da lei"), e o
traduziram com o sentido de "segunda lei". Tal sentido implicaria um
corpus legislativo diferente daquele contido nos primeiros livros de
Moisés (que, por implicação, teria sido a "primeira lei"). De certo
modo, o título (interpretado literalmente) é enganoso, pois o quinto
livro de Moisés não contém uma segunda e distinta lei. O que faz, no
entanto, é repetir muito da legislação dos livros precedentes, embora
o contexto e a forma da repetição sejam peculiares a Deuteronômio.

Na Biblia hebraica, o livro recebe seu título apropriado de 'elleh hadd


bārim ("estas são as palavras"). Esse título, conforme costume antigo,
consiste das primeiras palavras da primeira linha do texto do livro. É
um titulo melhor no sentido de que descreve de maneira mais
acurada o conteúdo do livro. A maior parte do livro consiste das
palavras que Moisés dirigiu a Israel imediatamente antes da entrada
na terra prometida. O título é importante por causa do entendimento
adequado do próprio livro

O livro em grande parte consiste de inúmeros discursos proferidos


por Moisés nas planícies de Moabe. Moisés conduziu o povo a uma
renovação do pacto antes de empreender as guerras de conquista da
terra prometida aos seus pais; o patriarca preparou o povo para a sua
morte iminente. Deuteronômio, conforme dissemos, é em boa parte
um registro dos discursos que Moisés proferiu pouco antes de sua
morte a leste do Jordão.Em termos formais, ele é a crônica de uma
cerimônia de renovação da aliança nas planícies de Moabe, onde
Israel afirmou uma vez mais a sua submissão a Deus e o
compromisso nacional de preservar a sua lei (Dt 29.1 - 31.29).
Sob certos pontos de vista, Deuteronômio representa ainda “o último
desejo e o testamento de Moisés”. Além de reiterar a aliança feita
anteriormente no Sinai (29.1), o livro preparava Israel em especial
para duas questões principais que a nação logo enfrentaria:

(1) a vida sem Moisés e


(2) as guerras para a conquista da terra.

Uma parte significativa do livro elabora um governo organizado para


Israel após a morte de Moisés, através de um sistema de juizes e
tribunais, sacerdotes e levitas, reis e profetas (Dt 16.18— 18.22). Mais
do que qualquer outro livro do Pentateuco, Deuteronômio
prepara a nação para as guerras de conquista, estipulando as leis
que regem a guerra santa (c. 7, 20)

DEUTERONÔMIO COMO UM TRATADO ENTRE DEUS E SEU POVO

Kline defendeu que o relacionamento pactual entre um rei vitorioso e


um povo subjugado foi o paradigma que definiu a relação entre
Deus, como suserano, e seu povo vassalo, Israel. As partes foram
identificadas no preâmbulo do pacto. Nos tratados do segundo
milênio, a isso se seguia um:

1.prólogo histórico no qual a relação passada entre o suserano e o


vassalo era recontada, enfatizando a beneficência do rei ao seu
criado.
2. Uma lista de mandados e de proibições e uma lista de sanções-
benefícios para os que cumprissem os termos do tratado e
penalidades para os que os violassem.
3.A exigência mais proeminente era de submissão exclusiva do
vassalo ao senhor do tratado. As condições incluíam em geral
preceitos sobre o tributo a ser prestado ao senhor; no contexto da
relação de Israel com Javé, tal tributo consistia, em parte, nas
oferendas e sacrifícios exigidos, conforme especificado nas leis de
culto.
Deuteronômio como exposição do Decálogo

Kaufman (1978/79) sugeriu que Deuteronômio foi estruturado para


elucidar os princípios morais básicos enunciados nos Dez
Mandamentos. Walton (1987) procurou estabelecer a validade de tal
sugestão. Ele então agrupou os Dez Mandamentos em torno de
quatro questões principais, cada uma das quais estão expostas e
esclarecidas nas partes legais adicionadas a Deuteronômio. Por
exemplo, a proibição do terceiro mandamento contra o mau uso do
nome de Deus é explicada de diversas maneiras que refletem a
necessidade de aceitar Deus com seriedade (Dt 13.1— 14.21), não
tolerando os falsos profetas (13.1-5) ou a maldade, mesmo entre a
família e amigos, ou cidades inteiras (13.6-18). Aceitar a Deus com
seriedade, respeitando o seu nome, inclui observar as leis das dietas
especiais de Israel (14.1-21). O mandamento para não se profanar o
nome de Deus tem sua analogia com o nono mandamento, que
proíbe o falso testemunho contra os outros.

O nono mandamento é por sua vez exposto através de exemplos de


falsa acusação e outras questões de relações entre vizinhos (24.8-
16). Esse tipo de abordagem a Deuteronômio é solo fértil para a
reflexão sobre questões éticas. Ela mostra como todas as partes da
lei estão, em diferentes graus, mutuamente implícitas e
interpenetradas em cada um dos mandamentos.
Deuteronomio como exposição do Decálogo Adaptado de
Walton (1987)

QUESTÕES DEUS HOMEM

Autoridade Mandamento 1 Mandamento 5


(6-11) (16.18-17.13)
Dignidade Mandamento 2 Mandamentos 6-8
(19.1-24.7) 6: 19.1-21.23
7: 22.1-23.14
8: 23.15-24.7
Compromisso Mandamento 3 Mandamento 9
(13.1-14.21) (24.8-16)

Direitos e privilégios Mandamento 4 Mandamento 10


(14.22-16.17) (24.17-26.15)
ATENÇÃO AQUI!

DISCIPULANDO
TEOLOGIA BÍBLICA + TEOLOGIA PRÁTICA

1 - COMO PODEMOS PERCEBER A RELAÇÃO DE DEUS COMO REI E


SEU POVO COMO VASSALO EM GÊNESIS 1 E 2 E ÊXODO 19 E 20?

2 - VOCÊ CONSEGUE LEMBRAR DAS 4 QUESTÕES BÁSICAS NA


RELAÇÃO DO DECÁLOGO COM A DIVISÃO DE DEUTERONÔMIO?

3 - JESUS MENCIONOU O DECÁLOGO EM SUAS PREGAÇÕES OU


ENSINOS? SE SIM, EM QUE PASSAGEM?

4 -COMO DISCÍPULO DE CRISTO, QUAL É A RELEVÂNCIA PARA


MINHA CAMINHADA CRISTÃ COMPREENDER ESSAS QUESTÕES?

5- O QUE APRENDEMOS PODE SER APLICADO NO DISCIPULADO?


MENSAGEM TEOLÓGICA

Sob certo ponto de vista, Deuteronomio retrata o que seria um Israel


ideal. Ele apresenta uma nação com um Deus, um povo, uma terra,
um santuário e uma lei. Suas contribuições teológicas estão
intimamente ligadas a algumas das inquietações particulares que o
diferencia do restante Pentateuco.

ISRAEL EM DEUTERONÔMIO

A aliança entre Deus e Israel, feita no Sinai e renovada nas planícies


de Moabe antes da morte de Moisés, presume uma nação de um
povo unido, integrado. Deuteronomio não insta ou exorta a unidade
entre o povo, antes ele a pressupõe. A nação existe — e recebe a sua
identidade nacional enquanto um povo em aliança com Javé. Uma
nação é escolhida e definida pela sua fidelidade a essa aliança (Dt 5.1-
3; 6.1-25). Deveria ser uma relação duradoura, renovada de tempos
em tempos, em gerações sucessivas. A aliança na qual Israel havia
entrado não era simplesmente a concordância legal a um contrato
detalhado, mas sim uma relação viva que exigia o comprometimento
amoroso de ambas as partes (6.5; 7.9,12-13; 11.1,13,22; 13.3:33.3).

A PALAVRA DE DEUS EM DEUTERONÔMIO

Em Deuteronômio, a palavra de Deus é autorizada e é escrita. Sendo


um documento de aliança, as palavras do “livro da lei” escrito por
Moisés governaram, estruturaram e definiram a relação da
nação com o seu Senhor suserano e entre os membros da nação.
O livro reafirma em Israel a idéia de um “cânon”, uma coleção de
materiais escritos pelos quais a vida da nação seria administrada (a
Lei, como vemos no novo testamento, Lucas 16.16).
Originalmente, a nação teria ouvido a verdadeira voz de Deus no
Sinai, mas o terror de tal evento levou o povo a suplicar que não se
repetisse a experiência. Deus, então, confiou a proclamação de sua
palavra à humanidade em primeiro lugar a Moisés (Dt 5.22-33) e,
depois, a uma sucessão de profetas que seguiriam o seu exemplo
(18.14-22). Esses profetas de distinguiriam dos falsos profetas por
sua devoção à aliança (13.1-5) e pelo cumprimento das suas
profecias (18.21-22). Por ser a palavra do soberano todo-poderoso
do universo, a palavra de Deus na boca de Moisés e dos profetas
não falharia: o que fosse revelado, aconteceria.

Moisés foi o grande profeta que também previu que Israel não
obedeceria aos preceitos de sua aliança com Deus, mas se desviaria
deles (31.27-29). Nesse sentido, o próprio Deuteronômio se
transforma numa profecia cujo cumprimento se dará no restante
da história deuteronomística. A palavra de Deus no livro revela-se
não apenas nos documentos escritos que regem a vida conforme a
aliança, mas também na pregação e no ensinamento autorizado de
Moisés e dos que o sucederam.

A RECOMPENSA E A TERRA EM DEUTERONOMIO

A terra é descrita repetidamente como "a terra que o Deus de seus


pais lhes deu". Uma vez mais o livro enfatiza a ação anterior e a
iniciativa do Senhor na sua graciosa provisão para Israel de acordo
com suas promessas aos ancestrais. Em 131 das 167 vezes que o
verbo "dar" aparece no livro, o sujeito da ação é Javé (McConville,
1984, p. 12). A graça e as múltiplas dádivas de Deus ao seu povo são
um tema recorrente.

Mas a dádiva de Deus também exige uma resposta de Israel.


Possuir a terra, em primeiro lugar, e mantê-la, em segundo lugar,
estão ambos condicionados à obediência de Israel aos preceitos de
Deus (Dt 4.25; 6.18; 8.1; 11.8-9,18-21; 16.20). O tema da
condicionalidade geralmente está associado à teologia
deuteronômica da recompensa (4.25-31; 11.26-28; 28.1-2; 30.15-
20).
A RECOMPENSA E A TERRA EM DEUTERONOMIO

Aqui a lei e a graça são celebradas numa tensão constante, a mesma


tensão que impulsiona o restante da história deuteronómica. O que
aconteceu a Israel? O que prevaleceu: ameaça ou promessa?
Deuteronomio apresenta maior capacidade para um raciocínio
teológico profundo do que os modernos estudiosos estão propensos
a reconhecer, muito mais do que a ideologia rasa e obtusa por trás de
cada uma das edições propostas por Cross. A tensão entre a lei e a
graça é um ingrediente essencial em Deuteronomio e na HD, mas
não o produto final de uma secundária adulteração editorial.
EM DIREÇÃO AO NOVO TESTAMENTO

Poucos livros do Antigo Testamento causaram um impacto tão grande


nos autores do Novo Testamento com o Deuteronômio.
É um dos quatro livros veterotestamentários citados com mais
freqüência no Novo Testamento.

Deuteronômio declarou que um dia Deus ergueria um profeta


como Moisés (Dt 18.14-22). Embora o contexto sugira que uma
sucessão de profetas também estava por vir, a redação da passagem
referente a esse profeta está toda no singular.
Quando o livro termina, dizendo que nunca houve um profeta como
Moisés (34.10), um silogismo simples influenciou os intérpretes
judeus:

1. Deus erguerá um profeta como Moisés (cap. 18.15).


2. Nunca houve um profeta como Moisés (cap. 34.10).

Portanto, devemos continuar procurando por tal profeta. Esse


silogismo foi a base para muitas especulações entre os judeus
quando eles se depararam com João Batista (Jo 1.21) e Jesus.

Jesus os havia alimentado com pão e carne, da mesma maneira


que Moisés fizera no deserto;
ele devia ser o profeta que faria os presságios e as maravilhas que
Moisés realizara (D t 34.11-12; Jo 6.14).
Quando Jesus prometeu um fluxo inesgotável de água viva, a
multidão se lembrou dos milagres de Moisés no deserto e a
promessa de um profeta que executaria tais ações (Jo 7.40).
Pedro e Estevão não deixariam dúvidas na mente de ninguém
sobre Jesus ser o profeta semelhante a Moisés (At 3.22; 7.37).
EM DIREÇÃO AO NOVO TESTAMENTO

A própria insistência de Jesus de que ele e o Pai eram um (Jo 10.30;


17.21-23) deveria ser compreendida contra o pano de fundo da
grande confissão central da fé de Israel no S h em tf: “Ouve, Israel, o
SE N H O R , nosso Deus, é o único SE N H O R ” (Dt 6.4). O Antigo
Testamento não usa com freqüência o título “Pai” como referência a
Deus, mas essa prática difundida no Novo Testamento, em
especial no Evangelho de João, pode ser certamente rastreada
através de Deuteronômio (1.31; 8.5; 32.6). Jesus também fez
referência direta ao livro quando repeliu Satanás durante a sua
tentação no deserto (Dt 6.13,16; 8.3; M t 4.1-10). Sendo a
encarnação da fé de Israel, Jesus viveria por meio de todas as
palavras da boca de Deus; ele triunfaria na missão de Israel,
embora a própria nação fracassasse. Como um rei justo não
acumularia grande riqueza ou pensaria em si mesmo mais do que
em seus irmãos, mas antes governaria de acordo com as ordens de
Deus (D t 17.14-20).

A justiça e sabedoria da lei de Deus prefiguram a justiça de


Cristo, que é dada ao seu povo. A antecipação da entrada na Terra
da Promessa prefigura a esperança cristã de um novo mundo (Ap.
21:1–22:5).

2:24 Deus, e não o esforço humano, dá vitória (3:22), prefigurando a


vitória em Cristo (Heb. 2:14–15).

3:26 A insuficiência de Moisés contrasta com a suficiência de Cristo,


que tem entrado na herança eterna em nosso favor (Heb. 9:23–26;
10:19–22).

4:6 Israel pela obediência deveria ser uma luz para as nações. Cristo
em sua obediência é a luz que Israel não chegou a ser (Isaías 42:6; Jo
1:4–9).
5:2 O pacto em Horebe antecipa o novo pacto, no qual a obediência
brotará do coração (Heb. 8:8–13), por causa da purificação de Cristo
(Heb. 10:14).
EM DIREÇÃO AO NOVO TESTAMENTO

Do mesmo modo que Deus confiou a sua palavra aos agentes


humanos em Deuteronômio — a Moisés (Dt 5.22-33) e aos profetas
(18.14-22) — assim também a igreja se reúne para ouvir Deus
falando do céu à medida que ela ouve a pregação da sua Palavra
(Hb 12.25-28). Deus é um fogo ardente tanto para Israel quanto para
a igreja (Dt 4.24; H b 12.29). Do mesmo modo que Israel precisou de
um mediador da presença divina (Dt 5.27), assim a igreja tem um
mediador íntegro em Jesus (Hb 4.14-16). A igreja primitiva viu em si
mesma a recriação de um Israel ideal. Do mesmo modo que Israel
foi retratado em Deuteronômio como uma unidade que tem um
Deus, um povo, uma terra, um santuário e uma lei, assim a
igreja é exortada a uma unidade semelhante, pois há um só
corpo, um Espírito, uma esperança, um Senhor, uma fé, um
batismo, um Deus e Pai de todos (Ef 4.4,5). Jesus pregou que o
seu povo deveria ser um (Jo 17.11).

A RELAÇÃO DE SUSERANO (REI) E VASSALO (SERVOS)


PERMANECEM NO NOVO TESTAMENTO ?

Jesus é o servo sofredor que recebeu a maldição da lei no lugar do


povo de Israel e de toda a humanidade (Gálatas 3.10 e Isaías 53)
Israel desprezou seu suserano, rejeitou a Deus como Rei (1Samuel
8.7). Ele é o servo fiel que cumpriu toda a lei e nos garantiu todas as
bênçãos ( Mateus 5.17 e Efésios 1).

Na Nova Aliança, o senhorio de Deus permanece, ele é o Rei.


(Apocalipse 19.16). Nós nos tornamos servos verdadeiros, mas não
apenas isso, somos parte de sua realeza. ( Apocalipse 1.6 e
Romanos 8.17)
ATENÇÃO AQUI!

DISCIPULANDO
TEOLOGIA BÍBLICA MAIS TEOLOGIA PRÁTICA

1 - POR QUE CHAMAMOS DEUTERONOMIO


TAMBÉM DE “UM LIVRO DE PROFECIA” EM DADO
NÍVEL ?

2- JESUS FEZ REFERÊNCIA DIRETA AO LIVRO DE


DEUTERONÔMIO? SE SIM, QUANDO?

3- DO MESMO MODO QUE ISRAEL FOI


RETRATADO EM DEUTERONÔMIO COMO UMA
UNIDADE QUE TEM UM DEUS, UM POVO, UMA
TERRA, UM SANTUÁRIO E UMA LEI, ASSIM A
IGREJA É EXORTADA A UMA UNIDADE
SEMELHANTE.

4-QUAL TRECHO DE PAULO EM EFÉSIOS MAIS


SE ENCAIXA COM ESSA DESCRIÇÃO DE
UNIDADE?
Terceira aula

O Segundo Sermão de Moisés (Deut. 5-6)


“Introspectivo: olhe dentro para o que
Deus espera”

1- CONCLAMAÇÃO A OBEDIÊNCIA A LEI DE DEUS (5 e 6)

A conclamação a obediência da lei é feita por Moisés,


por meio de um chamado para ouvir a proclamação
da Lei. Logo no início do capítulo, nós temos uma
palavra que compreendida no hebraico, é de vital
importância para compreender a força do que significa
Moisés dizer: “OUÇA, ISRAEL” 5.1 e “OUÇA, ISRAEL”
6.1

O verbo ouvir (shãma) traz o sentido de obedecer: é


requerido do povo que ouça para obedecer. O verbo é
usado com o mesmo sentido no contexto do tratado
do Oriente Próximo. As implicações plenas de uma
audição apropriada da lei (estatutos e juízos) estão
declaradas no final do versículo: vocês aprenderão e
tratarão de cumpri-los.
Terceira aula

O Segundo Sermão de Moisés (Deut. 5-6)


“Introspectivo: olhe dentro para o que
Deus espera”

2- A pactualidade transcendente e a
resposta pessoal da nova geração ( 5.2,3 e
6.1,2)

As palavras destes versículos enfatizam que a


aliança não era simplesmente um evento
passado ou algo de mero interesse histórico: O
Senhor não fez essa aliança com nossos pais.
Em um sentido literal e histórico, a aliança foi
feita com os pais de muitos dos que estavam
ali, nas planices de Moabe.

A essência da Aliança, entretanto, era sua


realidade presente, de maneira que Moises
força a orientação para uma direta
identificação da especialmente nova geração
envolvida na feitura da Aliança, em Horebe.
Isso salienta o relacionamento direto entre o
povo presente e o Senhor da aliança.
Terceira aula

O Segundo Sermão de Moisés (Deut. 5-6)


“Introspectivo: olhe dentro para o que
Deus espera”
3- Decalogo: o coração da mensagem de Deuteronômio

A repetição da lei com uma aplicação contemporânea,


compare; Ex. 20. 1-17 e Det. 5.5-21

Representa o amor de Deus no sentido de que todas as


suas injunções, negativas ou positivas, visavam não a
restrição, mas a plenitude da vida

É o fundamento dado por Deus para a relação pactual.


Não num sentido restritivamente legal, mas como em
um casamento em que há um contrato legal, porém, só
constituirá verdadeiro casamento quando os termos
do contrato forem representativos de um amor que
conduz e mantém a relação conjugal ( 6.5-6)

4- O perigo de desprezar a Deus

lembrar que os benção da terra seriam cumprimento


das promessa de Deus (v10)
não se esquecer que todas as bençãos que serão
recebidas decorreram da graça de Deus e não de seus
próprios esforços (v11-12)
Terceira aula

O Segundo Sermão de Moisés (Deut. 5-6)


“Introspectivo: olhe dentro para o que
Deus espera”

4 -O perigo de desprezar a Deus (6.10-25)

o temor apropriado e a fidelidade a Deus como


resposta (13-19)

o compromisso de guardar no coração o que Deus fez


na vida deles e instruir as próximas gerações sobre
quem Deus é o o que Deus fez

cumprir os mandamentos e temer a Deus = justificação


para o povo de Israel. (6.25)
ATENÇÃO AQUI!

DISCIPULANDO
TEOLOGIA BÍBLICA MAIS TEOLOGIA PRÁTICA

1-A EXCLUSIVIDADE DA LEI DE DEUS E A


SANTIFICAÇÃO DA IGREJA SENDO VISTAS
COMO BENÇÃO E IDENTIFICAÇÃO PARA COM
ELE. (Ef. 4 e 5)

2 - O SHEMá E O AUTO EXAME INTENSO E


DIÁRIO (AO DEITAR E AO ACORDAR). (Det. 6.7)

3 - O SHEMÁ E O CONFRONTO COM A


IDOLATRIA ( Det. 5. 6-8)

4- O SHEMÁ E A NECESSIDADE TER AFETOS E


ENTREGA SINCERA A DEUS (Det 6.5)

4 - AS ADVERTÊNCIAS QUANTO AMAR AO


MUNDO AO TER CONTATO IDOLÁTRICO COM
AS BENÇÃOS QUE DEUS DÁ. ( Det. 6.10-12)

AS NECESSIDADE DE REFLEXÃO SOBRE ISSO


QUANTO:
AS POSSES
AO DINHEIRO
AO TRABALHO
AOS RELACIONAMENTOS EM GERAL
AO SEXO
AO LAZER
DECÁLOGO
“Dez Palavras’’

Quando usamos a expressão "Dez Mandamentos",


devemos estar cientes de que empregamos um termo que
o próprio Antigo Testamento nunca usou para denominar
esta passagem. A expressão usada no Antigo Testamento
é "Dez Palavras": (1) Êxodo 34.28: "E ele Moisés] escreveu
em tábuas as palavras da aliança, 'aseret haddebarîm; (2)
Deuteronômio 4.13: "Ele vos declarou a sua aliança,
aseret haddebarîm, que ele ordenou que seguísseis, e
depois a escreveu em duas tábuas de pedra"; (3)
Deuteronômio 10.4: "O SENHOR escreveu nessas tábuas o
que havia escrito antes, àseret haddēbārim, que ele vos
anunciou do monte". A LXX traduz essa expressão
hebraica em dois desses três textos literalmente como
deka logoi, "Dez Palavras", de onde se origina a
expressão "Decálogo".

UM PRÓLOGO : Então Deus falou todas estas palavras:


—Eu sou o Senhor, seu Deus, que o tirei da terra do Egito, da
casa da servidão. Êxodo 20:1,2

Esse prólogo fornece a razão para que o Senhor imponha


essas dez leis. Ele não é apenas aquele que redime o seu
povo da escravidão mas, depois de redimi-lo, deseja
conformá-lo ao seu santo caráter. Aquele que libertou
Israel dos limites impostos pelo Egito agora falará a
Israel sobre os limites impostos por Yahweh.
DECÁLOGO
“Dez Palavras’’

Há uma grande diferença entre os limites que


escravizam e os limites que estimulam, os limites que
destroem a vida e os limites que dirigem a vida.

Mais próximo de Êxodo 20.2 é o texto de Gênesis 15.7:


"Eu sou o SENHOR, que te tirou de Ur dos Caldeus, para
te dar esta terra para que a possuas Ambos são uma
fórmula autointrodutoria que usa o Hiphil de yasa em
uma cláusula aser. O que Deus iniciou com Abraão no
primeiro êxodo ele está agora cumprindo nos
descendentes de Abraão, no segundo êxodo.

PRIMEIRO MANDAMENTO: Não tenha outros deuses


diante de mim. Deuteronômio 5.7

Uma coisa que distingue este mandamento dos outros


nove é que ele é o único que "prescreve um
relacionamento, em vez de um ato" (Patrick 1999:91).

Em relação ao primeiro mandamento, parece que


nenhum dos patriarcas ou matriarcas de Israel foi
seduzido a adorar outros deuses. Antes do seu
encontro com Yahweh, sim (Js 24.14), mas depois de
Yahweh se encontrar com eles, não.
DECÁLOGO
“Dez Palavras’’

De Adão a Noé, de Noé a José, todos são monoteístas.


Os deuses são inúmeros no Egito, mas os israelitas não
têm qualquer interesse neles. Rá, Amon/Amun ou Tuth
nunca dividiram o palco com Yahweh.

Muita embora Israel considere os deuses do Egito


irrelevantes, ele considerará os deuses cananitas
irresistíveis. Ser maltratado não atrai ninguém ao
politeismo. Mas quando o povo se estabelece, fixa as suas
raízes, toma gosto pela boa vida e a prosperidade dela,
talvez politeísmo comece a parecer uma possibilidade
atrativa ou suplementar às suas crenças

SEGUNDO MANDAMENTO: Não faça para você imagem de


escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no
céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não adore essas coisas, nem preste culto a elas, porque eu, o
Senhor, seu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade
dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles
que me odeiam,
⁶ mas faço misericórdia até mil gerações daqueles que me
amam e guardam os meus mandamentos. Deuteronômio
5.8-10
DECÁLOGO
“Dez Palavras’’

O segundo mandamento proíbe fazer imagens (cf. 34.17).


Esta é uma das diferenças entre os dois primeiros manda-
mentos. O primeiro fala de possuir ("não terás"),
enquanto o segundo fala de "produzir, fabricar" ("não
farás"). Essa diferença sugere que a prescrição do
primeiro mandamento seja mais ampla que a do
segundo. Qualquer um pode ter um "idolo" se assim
decidir, mas nem todos podem "fabricar" um ídolo.

Pode-se admitir que o versículo 4 proíbe a representação


do Senhor em imagens, pois a representação e a
adoração de outras divindades já foram impedidas no
primeiro mandamento. É pouco provável que o primeiro
mandamento proíba ter outros deuses sem incluir a
representação física desses deuses. Não podemos
imaginar que o versículo 3 seja um caso de sentido não
muito claro.

Podemos extrapolar a verdade do seguinte modo: uma


vez que Deus fala dos céus sem nenhuma
representação visível sua, não há legitimidade na
feitura de qualquer imagem dele. A união dessas
verdades é vista em Exodo 20.22-23: (1) "Vistes por vós
mesmos que falei convosco do céu"; (2) "Não tenhais
outros deuses diante de mim". Primeiro, não há forma
visivel, depois, nenhuma imagem pode ser feita.
A experiência do Sinai se torna "um paradigma da
autorrevelação de Yahweh a Israel" (E. Curtis 1985:283-
84). Já que no monte santo Deus não se manifestou por
meio de uma imagem, as imagens são, portanto,
proibidas como um meio pelo qual Deus revela a si
mesmo. O modo como Deus se revela naquela ocasião
augusta se torna o padrão que define a adoração do
seu povo nos tempos que ainda viriam.

Pode-se pensar que há outros fatores em ação aqui. A


proibição dos idolos/imagens desempenhará um papel
importante na resistència à influência da religião
cananita, que era permissivamente icônica. Mas como
sabemos, especialmente pelos sermões dos profetas, a
proibição, se foi dada como meio para impedir a imitação
de outros estilos de culto, não foi eficaz. Para alguns, um
Baal visível era mais atrativo que um Yahweh
invisível.

TERCEIRO MANDAMENTO: "Não tome o nome do Senhor,


seu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o
que tomar o seu nome em vão."Deuteronômio 5.11

Há pelo menos quatro entendimentos amplamente


abraçados sobre esse mandamento:
1. Perjúrio, usar o nome de Deus para juramento falso.
Levítico 19.12.
2. Não usar o nome de Deus como um talismã para fins
próprios e idolatras .
3. Não pronunciar o nome de Deus em coisas vãs.
4. Não levar o nome de Deus sem honra-lo.

EM DIREÇÃO AO NOVO TESTAMENTO

O primeiro mandamento é frequentemente repetido no


relacionamento pactual entre o Senhor e Israel. Deus
frequentemente os lembrava de quem ele é, do que ele
fez por eles e de que eles não deveriam permitir que
falsos deuses se colocassem entre ele e o seu povo.
Como Deus se descreve em Oséias, ele havia se casado
com Israel e era um marido perfeitamente fiel à sua
esposa; o que ele esperava dela era o amor e a fidelidade
do coração, da alma e da força (Deuteronômio 6.5).
Infelizmente, apenas afirmar e reafirmar as suas
expectativas não despertou o amor e a fidelidade que
Deus desejava de Israel. Com o tempo, o coração de
Israel, espelhando o nosso próprio, ansiou por outros
deuses e se apartou dos preceitos da aliança. Deus
teria de fazer algo radical, algo invasivo, algo que o seu
povo não poderia fazer por si mesmo, a fim de libertá-los
e nos libertar da infidelidade dos nossos corações. Em
síntese, outro êxodo precisaria ocorrer, trazendo uma
superior salvação.
EM DIREÇÃO AO NOVO TESTAMENTO

É por essa razão que o Evangelho de João descreve Jesus


não apenas como o Deus de Israel em carne, mas
também como um novo Moisés, o qual veio para efetuar
uma melhor redenção. Assim como Deus foi adiante de
Israel, também Jesus foi adiante de nós, todo o caminho
até a cruz. Ele nos mostrou o que significava não ter
“outro deus” diante do seu Pai nos céus, pois Jesus não
apenas obedeceu a lei do Senhor, ele também amou o
Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, alma e força. O
seu amor e lealdade para com o seu Pai celeste foram
tão inconfundíveis quanto o seu amor e lealdade para
conosco. O seu amor por seu Pai nos céus foi
demonstrado no modo como ele amou aqueles que seu
Pai amou e no modo como ele entregou a si mesmo
como o sacrifício pelos nossos pecados.

Como diz o velho hino, nossos corações são “inclinados


a se desviarem […] inclinados a abandonarem o Deus
a quem amamos”. Dia após dia, precisamos ser
lembrados do infalível amor de Deus por nós em Cristo.
Também precisamos andar em novidade de vida, em
amorosa obediência a Deus, dando-lhe a primazia em
nossos corações. Nós somos a igreja de Cristo e, nele,
fomos lavados, remidos e amados. Nós amamos e
obedecemos seus preceitos porque, parafraseando outro
hino, “dos céus ele desceu e nos buscou para fazer-nos
sua noiva santa; com o seu próprio sangue ele nos
comprou e por nossa vida ele morreu”.
DECÁLOGO
“Dez Palavras’’

Quarto Mandamento - "Guarde o dia de sábado, para o


santificar, como o Senhor, seu Deus, lhe ordenou.
Seis dias você trabalhará e fará toda a sua obra, mas o
sétimo dia é o sábado dedicado ao Senhor, seu Deus; não
faça nenhum trabalho nesse dia, nem você, nem o seu filho,
nem a sua filha, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o
seu boi, nem o seu jumento ou qualquer outro dos seus
animais, nem o estrangeiro das suas portas para dentro,
para que o seu servo e a sua serva descansem como você.
Lembre-se de que você foi escravo na terra do Egito e que o
Senhor, seu Deus, o tirou de lá com mão poderosa e braço
estendido. Por isso o Senhor, seu Deus, ordenou que você
guardasse o dia de sábado." Deuteronômio 5:12-15

O quarto mandamento fala de um dia de descanso e de


adoração ao Senhor. Deus julgou essa questão tão
importante que a inseriu em sua lei moral. O descanso
requerido por Deus é uma prévia da redenção que ele
assegurou para o seu povo (Dt 5.12-15). A palavra que foi
traduzida "sábado", é a palavra hebraica shabat, que
quer dizer descanso. É correto, portanto, entendermos o
mandamento como "... lembra-te do dia de descanso
para o santificar". Os israelitas foram levados em
cativeiro (Jr 17.19-27) por haver repetidamente
desrespeitado este mandamento.
DECÁLOGO
“Dez Palavras’’

Como o quarto mandamento é lei para os cristãos ?

Calvino defende : “Parece, portanto, que por meio do


sétimo dia, o Senhor esboçou para o seu povo a perfeição
vindoura de seu Shabbath no fim dos tempos, a fim de
levá-los a almejar essa perfeição pela meditação
incessante sobre o Shabbath ao longo de toda a vida”
(Institutas 2:8:30). A idéia de descanso escatológico se
une, evidentemente, àquela do descanso da salvação,
especialmente quando se tem em vista o que já se
cumpriu. Pelo fato de Cristo haver cumprido o
Shabbath, os conceitos antigos são reinterpretados em
termos de salvação. Isso “inclui as boas-novas de
livramento, libertação e perdão resultantes das obras
poderosas e da pregação de Jesus (Lc 4); alívio do fardo
da lei (Mt 11); concretização da salvação escatológica com
sua respectiva vivificação (Jo 5); cumprimento do
descanso divino de Gênesis 2.2,3, planejado para ser
compartilhado pela humanidade (Jo 5 e Hb 3; 4); e o
descanso da salvação como uma realidade celestial
presente na qual o indivíduo ingressa ao crer e deixar
as próprias obras (Hb 3; 4). Em resumo, o descanso
físico do Shabbath do Antigo Testamento se tornou o
descanso da salvação do verdadeiro Shabbath”.
DECÁLOGO
“Dez Palavras’’

Como o quarto mandamento é lei para os cristãos ?

O Catecismo de Heidelberg, pelo qual Ursinus foi um dos


principais responsáveis, também expressa a convicção de
Lutero e Calvino ao afirmar que a exigência de Deus no
quarto mandamento é que “eu cesse minhas obras
perversas todos os dias de minha vida, permitindo
que o Senhor trabalhe em mim por meio do seu
Espírito e, desse modo, inicie nesta vida o Shabbath
eterno” (Dia do Senhor 38). Essa citação nos leva à
quarta maneira em que se pode considerar que o
mandamento do Shabbath continua sendo válido, pois é
evidente que a santificação não pode ser limitada a um
dia da semana, envolvendo, antes, “todos os dias da
minha vida”.

Rordorf identifica corretamente a internalização e


intensificação do mandamento de acordo com o método
do Sermão do Monte, de modo que parafraseia sua
exposição cristã da autoridade da lei do Shabbath da
seguinte maneira: “Ouvistes o que foi dito daqueles da
Antigüidade, ‘Santificai o Shabbath’; mas eu vos digo:
somente aquele que, aos olhos de Deus, santifica
todos os dias de sua vida é que guarda o
Shabbath”.141 Assim, enquanto a lei declarava que
apenas um dia dentre sete era santo ao Senhor, Cristo
santifica para si os sete dias.
DECÁLOGO
“Dez Palavras’’

O descanso físico literal é dispensado pelos cristãos ?

Se Deus ordenou que seu povo descansasse a cada sete


dias no Antigo Testamento e se foi atribuído um grande
valor a essa injunção, não é provável que tal descanso
regular seja igualmente valioso nos dias de hoje? Uma
passagem como Deuteronômio 5.14 sugere que o
Shabbath possuía um aspecto profundamente social e
humanitário e que foi instituído visando aqueles que se
encontravam sobrecarregados de modo particular por
seus trabalhos e sujeitos às ordens de outros. Atuava,
portanto, como um mecanismo de controle para evitar
a exploração e servia para mostrar que todos os
membros da comunidade eram iguais diante de Deus
e com respeito ao direito de descansar. E necessário que
esse conceito faça parte de uma visão cristã do trabalho
e recreação. Na verdade, foi mostrado que uma das
diferenças entre uma antropologia marxista e uma
antropologia bíblica se encontra representada no
Shabbath do Antigo Testamento. Enquanto o marxismo
considera que a essência da pessoa é o seu trabalho que
transforma a natureza, por meio do Shabbath o Antigo
Testamento relativiza sua própria ordem de trabalhar,
ensinando Israel que o trabalho podia ocupar seis
sétimos da sua vida, mas não toda ela. O trabalho não
era o propósito maior da humanidade.
DECÁLOGO
“Dez Palavras’’

O descanso físico literal é dispensado pelos cristãos ?


De fato, no Novo Testamento, Jesus reconhece a
necessidade dos seus discípulos de ter um descanso
físico (cf. Mc 6.31), bem como do descanso da salvação
(cf. Mt 11.28). A preocupação de Deus com a pessoa
como um todo e com a possibilidade de todas as suas
criaturas gozarem um descanso regular do trabalho sem
dúvida alguma nos mostra que, apesar de o Shabbath
literal como dia de descanso haver sido ab-rogado - e
não, transferido para o domingo - devemos ter essa
mesma preocupação em observar um período regular
de descanso tanto para nós mesmos quanto para os
outros membros de nossa sociedade. Sob esse prisma, o
presente estudo não defende a idéia de que os cristãos
não devem descansar no domingo. Em meio à correria
desenfreada que se observa tanto no trabalho quanto no
lazer, aqueles que, por intermédio de Cristo, gozam de
antemão o descanso sabático vindouro, devem ser
capazes de realizar seu trabalho e desfrutar seu lazer com
uma liberdade interior que gera uma desaceleração no
seu estilo de vida.

O culto no domingo é uma transferência do shabbath


no sábado para o domingo?
DECÁLOGO
“Dez Palavras’’

O culto no domingo é uma transferência do shabbath


no sábado para o domingo?

Por certo, os motivos para o culto semanal ter se tomado


uma norma nos círculos cristãos podem ser apresentados
em termos que, de um modo geral, são de natureza
prática e, quando o culto congregacional diário deixou de
ser praticável, o intervalo semanal deve ter ocorrido
aos cristãos judeus como a alternativa mais
apropriada de divisão do tempo. Os gentios, no
entanto, não consideraram essa divisão do tempo
necessariamente natural, conveniente ou obrigatória e,
mesmo assim, adotaram-na como costume. Parte da
herança do Judaísmo à igreja cristã era o conceito de que,
com o ciclo semanal, Deus havia marcado a história
com um padrão de sete dias. Atos 20.7 - “No primeiro
dia da semana” — e 1 Coríntios 16.2 - “No primeiro dia
da semana” - refletem a terminologia das igrejas
cristãs gentias para o domingo como primeiro dia na
seqüência determinada pelo Shabbath. Parte do
significado tanto do Shabbath quanto do Dia do
Senhor se encontra em sua celebração da redenção. O
Shabbath servia de memorial para a redenção do seu
povo do Egito (cf. Dt 5.15) e devido à sua relação com a
ressurreição, o Dia do Senhor celebra o aspecto
culminante da obra redentora de Deus em Cristo
DECÁLOGO
“Dez Palavras’’

O culto no domingo é uma transferência do shabbath


no sábado para o domingo?

A reunião da igreja domingo é um instrumento didático


desta lembrança que reúne diversas grandes
possibilidades de aplicação tais como: Descansar em
Deus, Descansar na ressurreição, lembrar que ainda
resta um descanso para o povo de Deus e muitas
outras coisas convenientes como por exemplo, um dia
dentre os sete para reunir toda a igreja em adoração
corporativa, o que seria impossível - mas
completamente coerente com uma visão diária de
sabbath - de se fazer todos os dias da semana.
Portanto, não há evidencias no novo testamento que
aponte para o domingo como um substituto
neotestamentário do shabbath no dia sábado.
DECÁLOGO
“Dez Palavras’’

Quinto mandamento: "Honre o seu pai e a sua mãe, como


o Senhor, seu Deus, lhe ordenou, para que você tenha uma
longa vida e para que tudo vá bem com você na terra que o
Senhor, seu Deus, lhe dá." Deuteronômio 5:16

Divisão dos mandamentos:


1-4. Relacionamento com Deus
5-10. Relacionamento com o próximo

Essa separação não é forçosa para o ensino didático.


É a divisão que o próprio novo testamento faz. Veja:
Lucas 10.25-28, 18.20
Romanos 13.8-9

O quinto mandamento é fundamental para os


seguintes mandamento (6-10). Se você entende a honra
no seu primeiro núcleo social, isso irá te preparar para
não matar, não adulterar, não roubar, não mentir, não
cobiçar.

Honra: Hebraico Kabod (peso, glória)

Implica reverencia, obediência e gratidão.


DECÁLOGO
“Dez Palavras’’

Amamos o próximo não apenas quando o tratamos


igualmente, mas segundo Fp 2.3-4, tratando com
superioridade.

Importante: ‘’Honramos primeiramente seres feitos a


imagem e semelhança de Deus, e em segundo lugar, a
posição que ocupam’’ - Heber Campos Jr.

A honra aos pais é um pré-requisito para o ensino da lei


de uma geração para a próxima. Se o filho honrar seus
pais, ele vai acatar as suas instruções.

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