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Deuteronômio

Proposta de estrutura

1,1–4,43 “estas são as palavras”


‫ֵאּלֶה הַּדְ ב ִָרים‬
‫אֵ ּלֶה הַּדְ ב ִָרים‬

Recapitulação do Êxodo, em quatro partes: a)


uma breve introdução geral (1,1-5); b) uma
seção narrativa com um olhar retrospectivo
do caminho do Horeb até Moab (1,6–3,29); c)
uma seção narrativa numa observação
prospectiva para a terra prometida (4,1-40); d)
pequena unidade referente às cidades refúgio
(4,41-43).
4,44–28,68 “esta é a Torah”
‫ַּתֹורה‬
ָ ‫וְז ֹאת ה‬
Aborda as leis: 2o Decálogo, o Shemá, o Código
Deuteronômico, bênçãos e maldições. Divide-se
em: a) uma introdução geral composta de um
discurso introdutório sobre as normas, mandatos
e decretos (4,44-48); b) uma seção com
exortações e admoestações ao seu cumprimento
(5,1–11,32); c) a seção contendo a lei (12,1–
26,16); d) uma conclusão com a ratificação
formal da aliança e a lista de bênçãos e
maldições (26,17–28,68).
28,69–32,52 “estas são as palavras da
aliança”
‫ֵאּלֶה דִ ב ְֵרי ַהּב ְִרית‬
Esta parte aborda a renovação da aliança e as
últimas exortações diante da morte iminente de
Moisés, em duas seções: a) a aliança em Moab,
falando de modo profético sobre o futuro exílio
e o retorno à terra (28,69–30,20); b) as últimas
disposições e o anúncio da morte de Moisés
(31–32).
33–34 “esta é a bênção”
‫וְז ֹאת ַהּב ְָרכָה‬

Divide-se em duas seções: a) Moisés, como um


pai que está para morrer, abençoa o povo da
mesma forma como Isaac e Jacó abençoaram
seus filhos (33); b) a narrativa sobre a morte de
Moisés (34).
Qual é o contexto hermenêutico de Dt?

Gn Ex Nm Lv Dt Js Jz Sm Rs
Temas

Aliança de YHWH com o povo;


Eleição gratuita (Dt 7,7);
Dom da terra;
Dom da Torah;
Centralidade do lugar do culto = Jerusalém;
Características

Um único lugar de culto

Um único Deus (Dt 6,4)

Um único povo
Consequências da unicidade do povo...

Dt 17,15 já revela que o rei não deve se


sobrepor ao povo.

Há um espírito de solidariedade expresso


nas leis.

Um bom exemplo: dízimo (Dt 14,22-29;


26,12-15)
A lei do dízimo ajuda a refletir sobre o
pensamento teológico e jurídico que está
por trás do código deuteronômico.

v. 23: trigo, vinho e azeite de oliva –


produtos mais importantes do ano agrícola.

v. 26: oferta para ser consumida pelo


ofertante?
v. 28: resolve a situação.

A cada três anos, entregar-se-ia o dízimo


aos “socialmente fracos”, a ninguenzada da
época.

26,12: juramento solene...


Em Ugarit, no bronze tardio, havia a prática
do dízimo para o rei. Nas cidades sumérias,
na época babilônica, o dízimo era destinado
ao templo...

Em Israel, mencionado em 1Sm 8,15.17


(não é bem visto). Também em Am 4,4
(criticado por Amós)
Possivelmente, o Norte tinha do dízimo
(Betel);

Em Judá, não havia dízimo. Aliás, havia,


mas era consumido pela ofertante (?).

Quem comia de toda a oferta? Dt


12,6s.11s.17s; 16,10s.14.
Dízimo do terceiro ano: sinal de autêntica
legislação social?

Sim. Seria um “primeiro imposto social” (F.


Crüsemann).

O que queremos dizer com isso?


O Dt cancela o imposto social tradicional
do estado.

Se não havia governo forte para recolher o


dízimo, não há razão para existir enquanto
taxa do rei.

De fato, o Dt contém leis humanitárias...


Há certa relação entre solidariedade e
bênção: Dt 14,29; 15,10; 15,18; 16,15;
23,21; 24,19

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