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HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DE BÍBLIA – PROF.

TERESA

18/02/2013

O Cânon do AT: A origem e livros


AT – Concreto / palpável
CÂNON – Régua de medir

 Código de Hamurabi

O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

1. Definição
 Sentido religioso, canonizar um livro significava:
1º.Cânon passou a designar o corpo de escritos que dá autoridade normativa para a fé
cristã;
2º.Reconhece-lo como um escrito divinamente inspirado;
3º.Aceitá-lo como possuidor de autoridade religiosa reconhecida por uma comunidade;
 Século IV – Concílio de Laudicéia (360) e Atanásio referindo-se aos livros.

2. Os Tipos de Cânon
 O AT possui:
2.1. Alexandrino
2.2. Palestino
2.3. Cristão

CÂNON PALESTINENSE
 Na Palestina, a maioria dos livros já era aceita pelos Judeus;
 Depois da destruição de Jerusalém e do templo de em 70 d.C., os eruditos judeus
mudaram-se para Jâmmia, para o estudo e o ensino das escrituras;
 Em 90 d.C. um concílio de líderes judeus, concílio de Jâmmia, discutiu quais os livros
que deveria ser inclusos no cânon do AT e reconheceu oficialmente os 24 livros do
AT judaico;

Livros Do Antigo Testamento (Escritos Em Hebraíco)


→ Lei (Tora) – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio;
→ Profetas (Nebi’im):
→ Anteriores – Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis;
→ Posteriores – Isaias, Jeremias, Ezequiel e os dozes Profetas;
→Escritos (Kethubim) – Salmos, Jó, Provérbios, Rute, Cântico dos Cânticos,
Eclesiastes (Coelet), Lamentações, Ester, Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas.

CÂNON ALEXANDRINO
 Formado por um grupo de judeus que falava o grego, em Alexandria. Tinham um
templo e produzia literatura religiosa.

28/02/2013
Cânon do AT: Teorias sobre a formação do Pentateuco

Prolegômeno
→ Atualmente, estudar o Pentateuco é também compreender as diversas teorias que
propõem explicar o seu processo de redação e composição.
→ Em termos gerais pode-se ter uma abordagem sincrônica e uma abordagem diacrônica.

Abordagem Sincrônica:
1. Moisés escreveu o Pentateuco;
2. Moisés escreveu partes do Pentateuco. Ex. 17.14; 24.4; Nm. 33.2; Dt. 31.9, 22, 24.
3. Moisés é o autor implícito do Pentateuco:
 Autor era um preservador do passado. Ex.17.14; 24.4; Nm, 33.2; Dt. 31.9, 22, 24; Mt
18.4; Mc. 7.10; 12,26.
 Moisés escreveu suma morte em Dr. 34.5-6?
 Oscilação entre YHWH e Elohim;
 Narrativas em duplicata:
→ Criação (Gn. 1.1-2, 4ª e 2.4b-25);
→ Aliança de Deus com Abraão (Gn.15. 1-21 e 17.1-27);
→ Expulsão de Agar (Gn.16.4-16 e 21.9-21);
→ Vocação de Moisés (Ex. 3.1-4 e 6.2-8);
→ Três recensões do decálogo (Ex. 20.1-17; 34.10-28; Det.5.6-21).

Problemas de continuidade como:


→ Cortes e enxertos: Gn. 2.25s ocorre o início da genealogia de Adão, que recomeça e
continua em Gn. 5.1;
→ As palavras de Ex. 2.23a não se ligam com 2.23b, sim, com Ex. 4.19;
→ Em Ex. 32.34 a narrativa de infidelidade de Israel e da restauração da aliança interrompe
um trecho jurídico homogêneo (Ex. 25.31 e 35.40).

Período Pré-Crítico:
 Diaconismo
→ Em 1410-1455, Afonso de Madrigal pôs em dúvida a autenticidade mosaica do
Pentateuco. No comentário de Deuteronômio, na questão III do Cap. 34: “poderia Moisés
ter escrito profeticamente, com suas próprias palavras, o que aqui temos, ou teria sido
escrito por Esdras e Josué?”.
→ Em 1651, Thomas Hobbes, na obra Levithan, afirmou que o Pentateuco havia editado por
Esdras a partir de fontes antigas.
→ Em 1670, Benedicto Spinoza em tractatus theologico – politius que:
→ Esdras havia editado o Pentateuco com interpolação de Deuteronômio, questionando
a autoria mosaica:
 Patriarcal → Nomades (Abraão, Isaque e Jacó) – Pais e Israel (Gênesis 12.36);
 Mosaica → Moisés – Nomades (Êxodo);
 Sedentarismo → Agricultura (Josué e Juízes) – divisão das doze tribos – Samuel
(importante juiz e sacerdote);
 Monarquia → Dividida em duas;
 Dividida → A partir da morte de Salomão;
 Unida → Saul, Davi, Salomão (embelezar a cidade c/ impostos das regiões do Norte);
 Reino do Norte → 10 tribos (todos queriam uma fatia) – 722 a.C. os Assírios
conquistam o RN p/Samaria.
 Reino do Sul → 586/567 a.C. os povos babilônicos invadem o RS.
 Exílio Babilônico → Levam cativos os povos do RS p/Babilônia.
 Período Crítico → Teoria documentária primitiva.

→ 1753: Jean Astruc, médico francês, limitou sua dúvidas apenas a autoria de Gênesis a
partir de aus fontes: Fonte A, com o uso de da palavra Elohin, e fonte B, com o uso da
palavra YHWH (e outros documentos menores). Ainda, aceita Moisés como autor do livro
todo.
→ 1780-1783: Johan G. Eichorn expandiu as idéias de Astruc a todo o Pentateuco e não
apenas a Gênesis. Negou a autoria Moisaica.
→ Dividiu Gn e Ex 1.2 em fontes designadas J(Javistas) e E(Eloistas), e afirmou que estas
foram editada por um autor desconhecido.

PERÍODO CRÍTICO:
Teoria Fragmentada:
→ 1791-1800: Alexandre Geddes;
→ 1802-1905: J. Vater;
→ 1831: AT. Hartmann:
→ Pentateuco compilado a partir de grande número de pequenos documentos
(fragmentos) que tiveram sua origem em diferentes círculos (E e J), durante o reinado
de Salomão.

Teoria Suplementar:
→ 1805: Wihelm M. L. de Wette:
→ Pentateuco contém duas fontes: (a) Culto não centralizado e (b) centralizado em
Jerusalém, escritos na época de Josias.
→1831: Heirich Ewald:
→ Pentateuco é composto pelo documento E + decálogo (Ex. 20.2-17) + código da
aliança (Ex. 21.23). Antes do exílio, soma-se J.

07/03/2013

Período Crítico: T. Docu...

J E

JE Drt 1

Dtr 2

P D

R Torah Deuteronômio History

J (Javita) → 950 ou 850 a.C → local: Judá → Autor: RS → Apresentação antropomórficas de


Deus. Usa o nome de YHWH.

E (Eloista) → 850 ou 750 a.C → local: Efraim → Autor: Sacerdote de Betel (RN) → Usa
Elohin, evita antropomorfismo → É a narrativa da tradição de Israel (Reino do Norte) em
paralelo com documentos.

D (Deuteronomista) → 650 a.C → Local: Jerusalém → Autor: Deut. R → Núcleo do livro de


Deuteronômio → Interesse pelo templo de Jerusalém e forte oposição contra a idolatria →
seria o livro descoberto no reinado do rei Josias.

S (Sacerdotal) → 525 ou 450 a.C → Autor: Sacerdote → Composto de tradições mosaicas


antigas depois do exílio.
Sincronismo

Mosaico

2 grupos de interpreção do
pentateuco
Diacronismo

Moisés + outros
autores

MATÉRIA P/ PROVA

Cânon - Pentateuco e Deuteronômio (Dt, Is, Jz, Sm e Rs)

Desde 1943, com Martin Noth, livro de Deuteronômio acrescido dos livros históricos de Is,
Jz, Sm e Re tem sido chamados de OHD (Obra Histórica Deuteronomista)

Dt, Is, Jz, Sm e Rs.

Atualmente, muitos estudiosos têm voltado seus olhares para a primeira parte o Segundo
bloco da Bíblia hebraica, conhecido como “profetas anteriores” ou simplesmente OHD que
compreende os livros de Dt até Ts, de toda a história do sedentarismo do Antigo Israel.

Definição:
Continuação da história narrada no Pentateuco, a obra histórica deuteronomista e,
sobretudo, uma leitura teológica sobre a história depois de a monarquia ter levado Israel a
Judá ao côas e ao exílio.

Os livros de Cr, Ed e Ne, que são alocados entre os livros históricos nas bíblias cristãs,
estão, na pesquisa bíblica, agrupados na OHC (Obra Histórica do Cronista), pois são
considerados produtos da época pós-exílio).

Na Bíblia Hebraica a OHD faz parte do segundo bloco do Canon conhecido como “Nabiin”,
que é subdividido em “profetas anteriores” (OHD propriamente dita) e “profetas posteriores”
(Is, Jr, EZ e os doze).

Veja a estrutura comparada da Torah e ODH de Noth:

Posicionamento Canônino:
Bolo I – Torah:
Gênesis → Promessa da terra;
Êxodo → A caminho da terra: do Egito ao Sinai – Ex. 40.
Levítico → Leis para vivência da terra;
Números → A caminho de terra: do Sinai as planícies de Moabe.

Deuteronômio – Epílogo: As portas da terra

Bloco II – Nabiin (OHD segundo Noth)


Deuterônomio → Preâmbulo: As portas da terra;
Josué → Ocupação da terra;
Juízes → Vivendo na terra → Unidos sob os juízes;
Samuel → Vivendo na terra → Unidos sob os reis;
Reis → Desocupando a terra → Desunidos sob os reis;

Características da OHD:
A principal característica da OHD é a partir do livro de Deuteronômio e da teologia para
julgar os atos das suas personagens, sejam sacerdotes, profetas, reis ou simplesmente
pessoas do povo.

Dentre outras características da OHD, destaca-se:


→ Apresentação de uma visão negativa da monarquia:
 Dt 17.14-20 põe freios as ambições desmedidas dos reis;
 Jz. 9.7-15 relata a tentativa de instauração de uma monarquia por parte de Abimelec.
Este, para implantar a monarquia, apela para a violência e para o assassinato.
 Jz. 9.7-15 narra a lenda das árvores que querem um rei. Nenhuma árvore útil, a
figueira, a videira e a oliveira aceitaram ser rei, somente o espinheiro aceitou tal
ofício. Ou seja, rei é algo que só serve para espinhar.
 1 Sm. 8.10-20 é apresentado o “direito do rei”, onde é alertado do povo que o rei teria
direito sobre o que de melhor do povo: suas filhas, filhos, produção agrícola e pastoril.

→ A valorização da profecia ou da figura do profética


 Em Dt. 18.15-22 aponta para a figura de um grande profeta e entre 2Sm-2Rs aparece
muitsas vezes a figura do profeta como contraponto do rei (2 Sm. 11-12; 1 Rs 13; 1
Rs 18, etc...)

→ Apresentação de uma visão negativa da religiosidade


 Dt. 17.1-7 é categórico em dizer que adorar a outro deus que não YHWH é algo digno
de morte;
 A OHD de outros deuses (lê-se Baal, Ashera, exército dos céus, etc...) como 1 Rs
11.1-8 ou a textos nos quais os reis são apresentados de forma negativa (1Rs 14.22;
1Rs 15.3; 1 Rs 15.26; 1 Rs. 15.34, etc...)

→ A valorização da cidade Jerusalém como único centro cúltico de Israel.


 Em Dt. 12.1-4 mostra Jerusalém como única cidade escolhida por YHWH para o culto
verdadeiro;
 Algo confirmado em 2 Sm. 7.13 e 2 Rs. 21.4-7;

ITENS PARA 1ª PROVA (AV1)


1. Cânon do AT (1ª aula)
2. Teoria da Formação do Pentateuco
3. OHD (Obra Histórica Deuteronomista) – Elias e Eliseu (Dinastia do RN – Jezabel);

Teoria sobre a formação da OHD


– 2 Rs 23.1-2 (última reforma de Judá feita p/ rei Josias);
- 2 Cr 34.1 (2 últimos testos do livro hebraico – termina em Reis).

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