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1. INTRODUÇÃO
A história de Israel não tem o intento de descrever fatos minusciosamente, mas pelo
contrário, é descrever a experiência do povo de Deus. Não é apenas uma sucessão de fatos
que explicarão outros.
O conceito de história para os judeus é de “caminhada”, ou seja, é de que Deus
caminha com seu povo;
Há fatos nos livros históricos, mas a sua intenção é teológica (espiritual).
Abrangência por Aliança: Abraão; José; Jacó; Moisés; Davi; Salomão, etc.
Abrangência por Monarquia: pré-monarquia; Monarquia declinada; Monarquia
estabelecida; etc
Abrangência pelo Exílio: Pré-exílico; exílico e pós-exílico.
Deus escolheu um povo (Israel) para se revelar, e deseja estabelecer uma aliança com
seu povo.
Para a teologia Deuteronomista o caminho de fidelidade (à Aliança) corresponde fazer
a vontade de Deus e a sua consequência são as bênçãos; Aliança bilateral
condicionada. Este povo não conhece o inferno ou o céu; Para Israel a vida próspera é
possuir uma terra, com comida, liberdade de culto, etc.
O caminho de infidelidade (de desobediência à Lei) tem como consequência as
maldições (perda da terra prometida, tornar-se escravo, etc).
Finalidade da Obra:
1. Ao que parece o Deuteronomista não pertencia aos da tribo de Judá deportados
por Nabucodonosor depois da destruição de Jerusalém em 586 aC para o exílio
na Babilônia; pelo contrário, ele escreveu em Judá , transformada agora em
província babilônica.
2. Os seus compratriotas deveriam compreender as terríveis catástrofes dos
últimos três séculos, o fim do próprio reino, a destruição do templo, o
afastamento da dinastia davídica, a desolução da pátria e a deportação de
considerável parcela do povo, como juízo divino merecido e incentivo à
penitência. O povo mereceu o castigo. Não é uma visão pessimista, pois o
Deuteronomista não aceita o fim de Israel, mas procura exortá-lo ao caminho
que retorna à Aliança.
Antes da catástrofe de 721 a. C., quando o reino de Israel deixou de existir, alguns
Levitas haviam procurado refúgio em Judá, levando consigo as suas tradições
sagradas. Entre estas estava a parte legislativa do Deuteronômio (o código
Deuteronômico, isto é, Dt 12-26). Assim, sofre uma reedição acrescentando capítulos
de 5-11 e 27-28. Depois, pós-exilico 1-3; 29-34 e depois o capítulo 4.
No breve período que cobriu o declínio da Assíria e o surgimento o império neo-
babilônico, Judá desfrutou de uma breve trégua e o jovem e piedoso rei Josias (II Reis,
3-10 (completo) e II Reis 22, 8-10) pôde instaurar uma reforma religiosa. O Templo
(negligenciado durante o reinado de Manassés Deuteronômico que fora trazido para
Jerusalém pelos refugiados de Israel, cem anos antes, e que havia sido reverentemente
depositado no Templo onde seria, a principio, desdenhado, e finalmente relegado ao
esqueciemento. Retorna agora como a carta da Reforma e foi publicado no arcabouço
de um discurso de Moisés.
A tomada de Jerusalém, por Nabucodosor, em 587 a. C., assinalou o fim do reino de
Judá e o começo do Cativeiro de Babilônia (587-538 a. C). Durante o cativeiro o
Deuteronômio foi re-editado.
O Deuteronômio é composto por diversos extratos, alterações e principalmente na
redação final, em que o autor sagrado colocou suas experiências.
É no final do século V que há a edição final do Deuteronômio no tempo do exílio.
As perguntas que permeiam o Dt: “O que está acontecendo? Porque perdemos a terra?
A promessa? Porque estamos sem Templo, sem culto, escravos e sem liberdade, sem
terra, sem prosperidade?” – Dt 29, 24.
No meio da desgraça de Israel surge a pergunta: “Porque Deus não esta sendo fiel?”
Os autores ou ao autor da edição final do Dt na época Exilio, o Deuteronomista (Dtr),
responderá às estas perguntas conservando sempre a ideia de que Deus é Fiel . A causa
dos males é apresentada em Dt 31, 16-18.
O Dtr é um apologeta, um defensor de Deus diante da inconstância de Israel (do povo
de Israel);
Etiologia histórica – O Dtr usa constantemente. Significa explicar os fatos presentes
por fatos passados, ou seja, os fatos do presente (desgraças ou bênçãos) são
consequência de fatos passados. Por exemplo: o Exílio é consequência da prostituição
sagrada de Israel.
Há sempre dois caminhos com consequências diferentes (o bem e o mal). Dt 30, 15-
20;
1. Martin Noth afirma que Js-Rs é uma visão pessimista. Israel foi destruído pelo
pecado.
2. G. Von Rad afirma ser otimista – finalidade messiânica. II Sm 7.
3. H. W. Wolff: entre o pessimismo e o otimismo. A OHD fala da destruição do pecado
e da renovada esperança no Messias, mas exorta à conversão – mudar de vida.
TANAK;
Está no NEVIIM: Profetas anteriores: Js; Jz; I Sm; II Sm; I Rs; II Rs.
Inicio Js (+-1220) a Rs 560 aC. Baseados no 37º ano após a deportação do rei Joaquim
(II Rs 24, 10ss).
1. Noth
Único autor – Dtr;
Obra única – Js-Rs;
Local: Judeia;
Ano +- 560 a. C. (período pós-exílico).
1º Discurso de transição – do enquadramento da OHD: Js 23;
2º Discurso de transição – do enquadramento da OHD: I Sm 12 – Pré-
monarquia – Monarquia.
3º Discurso de transição – do enquadramento da OHD: I Rs 8, 14ss. Discurso
de Salomão.
4º Discurso de transição – do enquadramento da OHD: II Rs 17, 7ss –
Destruição do Reino do Norte.
2. Escola de Havard:
Frank Moore Cross: A OHD teve duas edições: 1º edição até o do Rei Josias (640-
609); 2º edição durante o Exílio +- 560 a. C.
3. Escola Gotinga
Rudolf Smed: A OHD teve três edições: 1º edição Séc. VII – favorável à
Monarquia. 2º edição: +- 590 – próximo a Jeremias; 3º edição +- 560: pós-exílico.
1. Canto – I Sm 18, 7;
2. Documentos Oficiais:
a) Lista de funcionários – II Sm 8, 15-18; II Sm 23, 8-23;
b) Catálogos oficiais de delimitação de terrenos – Js 15-19; Js 17, 14-18
(instalação do povo na terra).
c) Memorandos II Rs 22, 3-10;
d) Anais oficiais I Rs 14, 19; I Rs 14, 27; II Rs 1, 18.
3. Histórias não oficiais:
a) Longas – Jz 9 (anti-monarquia);
b) Saga – procura explicar um fato reelaborando este fato: Sansão.
I – Saga etimológica: tentativa de explicar um nome de determinado lugar. Ex:
Este lugar se chama “guilgal” – circulo de pedras.
II- Saga Etiológica: explicar um fato a partir de eventos passados.
c) Legenda
d) Anedotas.
a) Moisés – Lei;
b) Josué – A conquista da Terra (fiel cumprimento da Lei);
c) Davi – A monarquia;
d) Salomão – Templo;
e) Jeroboão – Cisma;
f) Jozias – Centralização (Dinastia davídica).
Josué diminutivo de Jesus – Deus Salvador (Nm 13, 8.16) – Mudança de nome;
Obs.: A Igreja e os exegetas descartam esta possibilidade. Israel sempre serviu a YHWH.
Uma coisa é a religião popular e outra é a religião oficial – Monoteísta.
Canaã (Israel) era uma sociedade de Aliança. Com base no contexto história
da Grécia Antiga, Martin Noth (teólogo alemão) constrói uma hipótese a cerca da formação
do povo de Israel. Segundo Noth, Israel (Canaã) antes da monarquia, era regido por um
sistema politico e religioso de uma sociedade de alianças. Sociedade esta que era constituída
por tribos independentes nas operações, mas que colaboravam entre si, sendo que a religião
era responsável por sua união, a crença em um Deus único – YHWH. Essa colaboração era
evidente, por exemplo, quando uma tribo corria risco diante de povos invasores e a liga tribal
(sociedade de aliança) a protegia dos ataques. A Arca da Aliança é o sinal desta união.
A partir desta constatação, Noth sustenta a sua teoria em uma comparação com a
anfictionia da Grécia, ou seja, o sistema politico e religioso do povo de Israel era semelhante
ao da Grécia. Pois, na Grécia havia existia uma liga de tribos (sociedade tribal), onde cada
tribo era representada por um anfictião que exercia seu poder, seja no momento das decisões
políticas, seja no culto. O sinal desta aliança na Grécia é o Santuário de Delfos.
Eleição: Exclusiva: Possuem uma missão especifica – ser luz das nações. Entretanto,
não é excludente.
Situação politica: vácuo no poder – período de paz.
Religião na terra Canaã.: Religião de Agricultura (forças da natureza). Ex: El (O
ancião) e Baal (filho – chuva e tempestades) virou chefe ao vencer seu pai e se tornou
chefe dos deuses cananeus e Astarte. Sistema extremamente desigual: Baal favorece a
poucos em prol do Rei. O rei oferece sacríficios humanos a Baal.
1º Global e violenta - 1250 a. C. – 1000 a. C: Para esta hipótese, a conquista foi imediata com
confronto direto. Assimila como um “vendaval” que dizimou muitas cidades e as ocupou.
Uma destruição em massa por um povo e uma ocupação homogênea. Esta hipótese é
apresentada pela arqueologia e pelas Escrituras: Js 1-12.
2º - Imigração Pacífica: Seria uma imigração pacífica. Uma imigração lenta, com a mistura
aos povos da terra, ou seja, com a infiltração e a enculturação. Esta hipótese não concorda
com a narrativa bíblica.
3º Revolução social – Apresenta uma possibilidade histórica e social. Para esta hipótese,
Israel se uniu aos hapirus (excluídos da sociedade, e por isso, fogem insatisfeitos do sistema
cananeu) e aos egípcios, também insatisfeitos com seu sistema. Ambos lutaram pela
conquista da terra.
2.4. 1 PROLÓGO
2. 5. OCORRÊNCIAS
YHWH divide o mar. Acontece que uma barricada de terra (açoriamento) é feita e
interfere o fluxo d’água. Um fenômeno natural que acontece no momento exato em
que Israel necessita para prosseguir – intervenção divina.
A arca da Aliança é sinal da presença de Deus;
6 – Tomada de Jericó;
7-8,29: Relatos da Conquista de Hai;
8, 30-35 – INTERRUPÇÃO DOS RELATOS da CONQUISTA para falar do Ritual
realizado em Siquém. (PAUSA para antecipar, preparar o ato litúrgico de Siquém – Js
24. É um relato tardio.)
- A explicação é porque Josué tem que cumprir as disposições de Deuteronômio (da
Lei). É uma antecipação do rito litúrgico, mas para observar a Lei - o autor ou
organizador colocou o extrato na sequência da Lei.
9 – Episódio dos gabaonitas;
10 – Sul
11 – Norte.
3.1 SIGNIFICADO DO OFÍCIO DE JUIZ – Líder carismático (dom de Deus). Não é uma
autoridade jurídica, mas possuía missão de agrupar as tribos da Liga tribal. Líder carismático
com a missão de libertar o povo de qualquer e possível escravidão: Libertar a Israel.
Textos que afirmam: Jz 3, 9; 6, 11; 11, 29 (Carisma especial dado pelo Espirito – não é uma
liderança humana); 14, 6; 14, 19.
Pré-Monarquia Monarquia
São 12 juízes;
6 Maiores:
a) Otoniel (Jz 3, 1-11);
b) Aod;
c) Debora e Barac (Jz 4-5);
d) Gedeão (Jz 6-8);
e) Jefté (Jz 10, 6-12,7);
f) Sansão (Jz 13-16);
6 Menores:
a) Sangar (Jz 3,31);
b) Tola (Jz 10, 1-2);
c) Jair (Jz 10, 3-5);
d) Abesã (Jz 12, 8-10);
e) Elon (Jz 12, 11);
f) Abdon (Jz 12, 13-15).
3.4 ESTRUTURAL TEXTUAL
II – Parte (Corpo do texto): Introdução teológica e base para compreensão do livro (Jz 2,6 –
3, 6).
II – Parte – 2 Apêndices :
4. LIVRO DE SAMUEL-
4. 1. 1 PRIMEIRA PARTE
b) Aqui temos a ação profética de Samuel: O povo peca; Deus castiga; o povo
se arrepende e Deus salva por meio de um líder carismático (juiz).
8-12 – Instituição da Monarquia e eleição de Saul.
c) Relatos monarquistas e anti-monarquistas:
8: Antimonarquista – Um rei segundo o vosso coração: Saul;
9-10,16: Monarquista;
10, 17-24: Antimonarquista;
11: Monarquista;
12: Antimonarquista.
Localização temporal: I Sm 4, 1-7: Nascimento de Samuel +-1 050 a. C.
Samuel é o escolhido de Deus, concebido pela graça divina. Sua mãe Ana
era estéril.
I Sm 16-31;
Davi pacificador e guerreiro;
II Sm 5, 1-2: Deus é o dono do rebanho de Israel e Davi o pastor.
Rei: líder carismático e versado na arte de fazer guerra; e também Pastor das
ovelhas, caminha à frente delas.
Saul apascentava gado graúdo (Rico) enquanto Davi apascentava gado miúdo –
pobre e humilde.
4.5 RESUMO:
1º Parte: I Sm 1-12
a) I Sm 1-7: Apresentação de Samuel;
b) I Sm 4-6: Arca Aliança;
c) 8-12: Transição;
2º Parte: I Sm 13-31:
a) I Sm 13-15: Pecados de Saul;
b) I Sm 16: Eleição de Davi;
c) I Sm 17: Davi entra na carreira;
d) I Sm 18: Inveja de Saul;
e) I Sm 19-21: Fugas de Davi;
f) I Sm 22-26: Davi chefe, militar (Bando);
g) I Sm 27-30: Davi entre os Filisteus;
h) I Sm 31: Morte de Saul.
5 LIVRO II DE SAMUEL
a) II Sm 1 – Tradição;
b) II Sm – Ciclo de Davi;
2-5: Unção pública e afirmação de sua realeza;
6: Presença da Arca da Aliança;
7: Promessa Messiânica;
8: Guerras de Davi;
9-20: Intrigas pela sucessão e pecado de Davi.
11 – pecado de Davi.
c) II Sm 21-24: Apêndices do livro – Interrompem a história da sucessão de Davi.
Análise de Texto
Antigo Testamento
Bloco: Livros Históricos OHD.
Livro de Samuel: II
3º fonte do Livro: 1-24.
Texto composto por extratos.
Preparação remota: Dt 28.
Preparação próxima: II Sm 6.
Parte de cada extrato
1º Extrato: +- 1000 a. C. v. 4-9. 11b.16.
2ºExtrato +-séc. VII (+-622) v. 10-11ª. 12-16.
3ºExtrato ultimas redações durante o exílio: 597-560 a. C.
Estrutura textual:
1º Parte: v. 1-3. Introdução.
2º Parte: v. 4-7 Oráculo negativo;
3º Parte: v. 8 -17 Oraculo positivo.
V. 1: Ocupou a sua casa: Quando um rei ocupa sua casa, significa que a paz começou
a ficar instaurada. Se não fosse tempo de paz, Davi estaria no campo;
“[...] tinha livrado de todos os inimigos em redor.” Além da paz, há uma boa politica de
vizinhança. É um tempo da paz prometida por YHWH já a Moisés. Esta paz prometida é
concretizada em Davi – o que evidencia os tempos messiânicos – o Shalom.
V. 2: Representa o capítulo anterior. “O rei disse ao profeta Natã:”. Parece que Natã
já habita no Palácio – aqui já se tem o profeta sem sentido profissional, onde o rei
pode consulta-lo.
“[...] eu habito numa casa de cedro” – o antigo pastor de ovelhas, habita em uma casa real –
de cedro.
“[...] e a Arca de Deus habita numa tenda!” – Parece haver um certo escrúpulo em Davi por
habitar em uma casa melhor do que a Arca de Deus. O rei parece ter a intenção de centralizar
o culto, ou seja, iniciar um processo de domínio também politico. É uma estratégia para
consolidar a monarquia.
V. 3: “[...] porque YHWH está contigo”. O profeta ainda não reconheceu as reais
intenções de Davi (consolidar a monarquia). Para ele, tudo o que o rei fez até o presente
momento foi segundo a vontade de YHWH.
V.4: “Mas nesta mesma noite a Palavra de YHWH veio a Natã nestes termos.” Há aqui
uma intervenção divina, não se sabe se foi em sonho. Aqui, o profeta profissional se torna
profeta de fato.
V.5: “Vai dizer ao meu servo Davi [...]” – expressão clássica para anunciar atuação de
um profeta. A expressão “[...] a meu servo Davi [...]mostra a predileção de Davi e a ligação
com Abraão. A ligação é estreita – da promessa e a descendência.
= Texto paralelo:
Gn 15,4. Não será este o seu herdeiro, mas alguém saído do teu sangue.
Assim diz YHWH: Construirias tu uma casa em que eu venha habitar? Há uma
certa inquietação nesta expressão.
A missão de Davi parece ser construir uma casa para Deus, entretanto, ela vai
muito além: construir a paz a Israel. Não é missão de Davi a construção da Casa.
V. 6: “Em casa nenhuma habitei [...]” mas andei em acampamento errante debaixo de
tenda [...]”. YHWH prefere a fidelidade de Israel do que uma estabilidade como os outros
povos – como os cananeus. YHWH não é como os outros deuses.
V. 7: Continua o protesto do versículo anterior. Aparece a figura dos juízes – mesmo
quando precisava habitar, YHWH não habitou. YHWH não quer que Davi tenha controle
sobre o sagrado.
V. 8-16: Formula da Aliança.
Título: 8a.
Prológo: 8b-9a.
Promessas: 9b – Grande nome.
10-11a: fixar um lugar para o povo.
11b-13: Deus assume o plano de Davi (construir uma casa).
V. 14a: Pedido de obediência e submissão.
V. 14b-16: Maldições e bênçãos .
Análise
V. 8: “Fui eu que tirei [...]” – Recorda a história de Davi, de onde veio – é para
ressaltar que Davi é pastor.
V. 9: É um retorno aos vs 6-7. Aparece a primeira promessa. “Eu te darei um grande
nome [...]” Há uma ligação entre Abraão (grande nome) e Davi. Agora haverá um tempo de
estabilidade.
Davi terá um grande nome como Abraão por causa de YHWH. É YHWH é
quem fará o nome de Davi. Portanto, será YHWH que fará uma casa para Davi.
Há uma oposição entre Davi e a Torre de Babel. Davi encontra as mesmas
motivações das construções da torre de Babel.
V. 10: YHWH concede uma graça capital ao rei Davi e ao povo de Israel – o povo é
destinatário de uma promessa pela graça capital ao Rei.
V. 11: YHWH diz a Davi que lhe fará uma casa. Baît: Templo; Dinastia; Habitação.
Davi pensa na Casa- Templo, enquanto YHWH em uma dinastia.
V. 12-13: SENTIDO DE CASA:
V. 12: Retoma a Abraão Gn 15,4 – continuação.
V. 12: referência literal a Salomão.
No v. 12 pela primeira vez se refere à realeza;
V 13b: Descendente de Davi;
V. 13: “Trono” pela primeira vez.
V. 13: Construir um Templo. Fica claro que quem construirá uma casa
será a descendência da realeza. Ou, melhor, quem habitará neste trono será a
descendência. Em Jesus: temos Davi reinando para sempre. E também o
Templo eterno –sua carne.
V. 14 [...] ele será para mim um filho [...]. É uma adoção filial. [...] se ele fizer o mal
[...] YHWH castigará os descendentes que transgredirem a lei, entretanto não lhes tirará a
realeza.
V. 16: “ A tua casa e a tua realeza subsistirão para sempre diante de mim [...]”- É o
cristocentrismo – um reinado eterno.
V. 17: Conclusão: Davi agora tem um profeta verdadeiro como Saul – Natã.
6 LIVRO I e II REIS
Saul Davi Salomão: fiel e infiel. Abre o livro dos Reis. Reis fiéis
prosperam e infiéis decaem.
a) II Rs 18-25
Mulheres
Davi Betsabéia-Urias (Salomão)
Micol (Saul)
NATÃ
ADONIAS ABIATAR
SADOQUE
DAVI SALOMÃO
Guerreiro Paz
Sabedoria – estratégia Diplomata
Hokma – temente a Deus Sabedoria
Sábio em sentido teológico Um grande administrador
Soberano de Israel
6.2 I Rs 11
Jeroboão (filho de Salomão) é aclamado como o rei da casa do norte (Israel 931);
Roboão (era um trabalhador) é aclamado na casa do sul (Judá 931 – o centro religioso
de Israel está localizado na capital do reino do Sul. O Templo. Jerusalém está no reino
do sul) I Rs 12;
Cisma político, Israel é uma sociedade teocrática. Deus é quem escolhe seus reis. I Rs
12,20-25
Jeroboão provoca o cisma religioso para manter o cisma político, reavivando os pontos altos
de culto à Iahweh. Só que agora de modos distintos:
No norte: nos lugares altos;
No sul: no Templo;
Com o cisma surge o episódio dos bezerros de ouro, adorar o bezerro de ouro é adorar a
Iahweh, porém fizeram deles pedestal seguindo as suas pretensões. Iahweh feito à nossa
imagem e semelhança.
O cisma religioso I Rs 12,26-33 (nota de rodapé v.28: “Jeroboão agia com intenções políticas
e não pensava em mudar de divindade. À Arca da Aliança, que era em Jerusalém o símbolo da
presença de Iahweh, ele opõe o bezerro, símbolo do pedestal de Iahweh, o invisível. Ele
apoia-se sobre uma tradição, que aparece também no episódio do “bezerro de ouro” (EX 32).
Esses dois relatos foram transformados pela polêmica. Mas, escolhendo o mesmo símbolo de
Baal, Jeroboão abria a porta aos piores compromissos. Esse será o “pecado de Jeroboão”, que
voltará como refrão na condenação dos reis de Israel pelo historiador deuteronomista).
Jeroboão bagunça totalmente a culto em favor da política.
I Rs 14,19
Sincrônica: a relação histórica dos dois reinos.
II Rs 17,41
Objetivos:
587
1º Datação: a subida de um rei ao trono é relacionada ao tempo que o rei do outro reino já
estava no governo;
2º Juízo: a respeito do rei (o que ele fez aos outros; bem ou mal; bom ou mau);
IRs 15,18
No 20º ano de Jeroboão, Asa tornou-se rei de Judá, 41.
Nº de Já estava no Quem sobe ao Lugar onde se Quanto
anos governo trono torna rei tempo
(NORTE) (SUL) reinou
Conversão repentina;
A mensagem ocorre por meio: visão, sonho, locução interior, ouvindo a voz, êxtase,
oráculo.
Sacerdócio x profetismo;
Não escritores:
Videntes
Grupo de videntes Elias Oposição ao rei Acab, Jesabel (missionária de baal)
(IRs 16,29-34 – Acab; IRs 17,1 – Elias 18,1-46)
Samuel e
Eliseu
Natã
u
Aías
1. Davi e Salomão
1050: Os Filisteus, expulsos do Egito, instalaram-se na costa do Mediterrâneo,
na região de Gaza. É importante recordar que os diversos povos compreenderam que
necessitam de um poder forte para poderem resistir: é uma das razões para pelas quais, nessa
parte do Oriente Médio, nascem então as monarquias, também em Moabe como em Edom e
em Israel.
Por volta do ano 1000, Davi se apodera da cidade dos jebuseus, e dela faz
sua capital, Jerusalém. Fazendo-se eleger sucessivamente como rei pelas tribos do sul e
depois pelas do norte, e conquistando uma capital no centro, Davi consegue criar um Reino
Unido. Isto é facilitado pelo fato que os três grandes do Oriente Médio estavam no momento
adormecidos (hititas; egípcios e assírios).
O rei assumiu desde então em Israel um lugar rico de um futuro
promissor. Para sagrar rei, não se fez mais do que retomar a fórmula litúrgica de outros
povos. Na Babilônia ou no Egito, o sacerdote proclamava sobre o eleito um oráculo do deus
local, como “Tu és meu filho, eu sou teu pai”. Da mesma maneira com Davi. Davi, por seu
profeta Natã, declara a Davi que ele assume em nome próprio essa fórmula de entronização:
no dia de sua sagração, “o filho de Davi”, isto é, seu sucessor legítimo, torna-se “filho de
Deus”. Essa certeza não cessou de sustentar a esperança do povo nas horas mais sombrias.
O reinado de Davi foi dinâmico, cheio de movimento, de guerras de
conquistas ou de defesa. O reinado de Salomão, seu filho, foi estático. Salomão sobe ao
Trono em 970 a. C. Herdeiro do império paterno, contenta-se com organizá-lo e gozar
dele. Começa o período de paz, um tempo que se pode refletir no seu passado. Salomão
organizou sua corte nos moldes da deu seu sogro (um dos sogros Cf. I Rs 11,3), o faraó: a
corte possui escribas, historiógrafos encarregados de pôr por escrito as palavras e atos do rei.
É neste momento que se inicia a recolher as tradições dispersas na
memoria do povo. (Começa-se a agrupar as tradições sobre os patriarcas, o êxodo, a
entrada em Canaã. Daí nasceu a “história sagrada judaica” ou tradição javista.)
Com Salomão estamos no apogeu do Reino Unido. Mas ele insistiu demais
em querer ser um grande senhor, explorando seu povo. A revolta se espreita. Ela
estourou na sua morte. Seu filho Roboão, político incompetente, provocou a separação
das tribos do Norte. O Reino Unido não durou mais que 70 anos.
Negativos
Administração do Reino
Dividiu o reino em 12 prefeituras (não correspondentes às dozes tribos). Cada
distrito deveria abastecer a necessidade do reino;
Exercito reorganizado;
Jerusalém foi fortificada;
Fez aliança com o Egito e manteve amizade com Hiram, rei de Tiro;
Estabeleceu marcante influencia na rota comercial;
Adquiriu várias riquezas através da mineração.
Grandes construções
Salomão constroi o Templo;
Lançará os alicerces do templo por volta de 969 a. C;
Construiu o palácio real, a sala do trono e um aposento para a filha do
Faraó (I Rs 9, 10. 25).
Negativos
“Jeroboão era filho de Nabat, efraimita de Sareda (sua mãe era uma viúva chamada Sarva); estava a
serviço de Salomão e revoltou-se contra o rei. Esta foi a causa de sua revolta: Salomão estava construindo o
Melo e tapando a brecha da Cidade de Davi, seu pai. Jeroboão era um homem valente e forte; vendo Salomão
como este jovem era esforçado no trabalho, coloco-o à frente de toda a corveia da casa de José.” (I Rs 11, 26-
28).
Jeroboão encontra o profeta Aías de Silo que lhe revela por meio de um sinal: “Aías
tomou o manto que trazia e rasgou-o em doze pedaços. E disse a Jeroboão: “Toma para ti dez pedaços, pois
assim fala YHWH, Deus de Israel: Eis que vou arrancar o reino das mãos de Salomão e te darei dez tribos. Mas
ele ficará com uma tribo, por consideração para com o meu servo Davi e para com Jerusalém, cidade que escolhi
dentre todas as tribos de Israel. É que eles me abandonaram, prestaram culto a Astarte, deusa dos sidônios,
a Camos, deus de Moab, a Melcom, deus dos amonitas, e não andou nos meus caminhos, fazendo o que é
reto aos meus olhos, nem observou meus mandamentos e meus estatutos; é da mão de seu filho que tirarei
o reino e darei a ti, isto é, as dez tribos. Contudo deixarei com o filho dele uma tribo, para que este meu
servo Davi tenha sempre uma lâmpada diante de mim em Jerusalém, cidade que escolhi para nela colocar
meu Nome.” (I Rs 11, 30-36).
O cisma propriamente dito: I Rs 12, 1-14, 1. “Quando todo o Israel soube que
Jeroboão tinha voltado, convidaram-no para a assembleia e proclamaram-no rei sobre todo o Israel, só a tribo de
Judá ficou fiel à casa de Davi.” ( I Rs 12, 20).
Os dois reinos: A partir de 931 há, pois, dois reinos:
a) O reino do Sul ou de Judá, capital Jerusalém. Permanece fiel à dinastia davídica. Seus
pais serão em muitos casos crápulas, mas todos descendentes de Davi.
b) O reino do Norte ou de Israel, capital Tirsa durante algum tempo, depois sobretudo
Samaria. Em dois séculos, esse reino conheceu uma serie de revoluções de palácio;
seus reis não descendem de Davi.
Obs.: O uso do substantivo próprio Israel daqui para frente: Pode ter dois sentidos. O primeiro
é relacionado ao conjunto do povo ou apenas ao Reino do Norte.
3. O apogeu dos dois reinos (cerca de 750 a. C.). André irá fazer.
c) A DESINTEGRAÇÃO INTERNA:
A confusão anterior, desta sucessão arbitrária do poder e do comando do reino, é
apenas um sintoma de uma situação mais séria.
O profeta Oséias evidencia esta desintegração interna, com as conspirações
internas (Cf. Os 7, 1-7; 8,4)e as acomodações da politica nacional, mostrando
como, de uma maneira ou de outra, esta ou aquela facção estava agarrada ao
poder (Cf. Os 5,13; 7, 11).
Amós também denuncia os crimes que vinham dilacerando o corpo da
sociedade, lançando irmão contra irmão, classe contra classe, etc. A retirada da
mão forte de Jeroboão e a crescente ameaça assíria revelavam claramente a
extensão a que tinha chegado a desintegração social;
O paganismo crescia cada vez mais crescente, advindo da embriaguez, da
luxuria, na licenciosidade sexual sob a égide da religião : tudo isso corroía o
caráter nacional, sendo o tema principal de Oseias.
O esquecimento da Lei da Aliança com seu poder de coesão e suas sanções
deu livre curso às rivalidades, às opressões e o interesse desenfreado. Estado
vacilante perdeu completamente o controle da situação.
• 1ª fase: ± A partir de 880 a.C até período entre 783 – 745 a.C.
- Em 853 a.C, Salmanasar III (858-824 a.C) luta contra a liga dos 12 reis em Carcar e saiu
vitorioso
- A Assíria continua seu movimento de Expansão. Por muitos e muitos anos Israel e Judá
foram blindados por Damasco. Enquanto Damasco tinha que se preocupar contra o jugo
Assírio, Israel e Judá não sentiam os efeitos diretamente pois estavam protegidos da ação
direta deste gigante império.
- A Assíria tem relativo enfraquecimento na sua fronteira norte e recua para reforçar suas
defesas naquela região. Com o recuo da Assíria, Damasco se sente a vontade para atacar Israel
e Judá, tentando conquistar a hegemonia durante o vácuo de poder deixado pela Assíria.
- Fim da 1º Fase.
• 2ª fase: ± 745 – 612 a.C
O filho de Acaz, Ezequias, diferentemente de seu pai, tentou-se livrar com muita
cautela do poderio da Assíria. Entretanto, desde o inicio parecia fadadas ao fracasso.
a) Isaías: profecia (intervenções) vista nos fatos históricos, com Acaz e Ezequias;
Afirmação contínua da poderosa afirmação da teologia davídica e de suas
promessas, e uma rejeição daquela teologia do javismo primitivo.
A teologia oficial era interpretada por Isaías, e recebeu uma justificação nos
acontecimentos. A crise é fruto da infidelidade de Judá e a Assíria era
instrumento de purificação.
b) Miqueias: Sua profecia nasceu no tempo do rei Ezequias. Era apegado às tradições
do javismo primitivo. Os ataques de Miqueias seguiram o padrão profético clássico,
com ênfase – talvez pela origem humilde e pobre – nos abusos socioeconômicos dos
nobres ricos de Jerusalém. Profetizou que o Templo de Jerusalém seria destruído e
que YHWH escolhera o Sião para habitar. Profetizou algo de muita
importância: Espera-se que Jerusalém cairia, mas que Judá, maravilhosamente
libertada, será governada por um príncipe da Casa de Davi, de Belém, que
surgirá na Idade da Paz.
c) Consequencias da ação profética: Com toda certeza tiveram muita importância
na reforma de Ezequias.
Havia duas reações opostas na população de Judá : Uma confiança cega e uma
infidelidade covarde, como o rei Acaz.
Josias morre tragicamente em uma batalha entre Egito e Babilônia, mesmo não
sendo formalmente aliado dos babilônios. Mas, com certeza, ele não queria uma vitória
egípcio-assíria, cujo resultado seria ficar a mercê das ambições do Egito. (II Cr 35, 20-24)
Joacaz se torna rei, filho de Josias.
Necao, rei do Egito, depõe Joacaz e o nomeia Joaquim, seu irmão. Este
permaneceu vassalo do Egito.
Após vencer a Filisteia, é possível que Joaquim tenha transferido sua aliança
para Nabudonosor. Joaquim não foi um vassalo obediente.
Em uma guerra entre Egito e Babilônia, ambos saem destruídos e Joaquim
rebela-se.
Em dezembro de 598, o exército babilônico marchou e Joaquim foi morto.
Em 16 março de 597, Joaquin (filho de Joaquim) foi colocado no trono. A
ajuda do Egito não chegou, depois de três meses, e a corte foi deportada: o rei; a rainha mãe,
os altos oficiais e os cidadãos eminentes.
Sedecias assume o poder (tio de Joaquin).
A rebelião final: a destruição de Jerusalém. Depois de cinco anos (por volta do
ano de 589), um patriotismo feroz, apoiado por uma confiança cega e imprudente, arrastou
Judá a uma rebelião aberta e irrevogável.
Babilônia reagiu rápido. Em janeiro 588 (II Rs 25, 1ss) cercaram Jerusalém.
Em julho de 587, depois de fazer Sedecias presenciar a morte de seus filhos, cegaram-no e
levaram-no para acorrentado para o rei Nabudonosor.