Você está na página 1de 27

BÍBLIA – III – O.H.D.

– OBRA HISTÓRICA DEUTERONOMISTA

1. INTRODUÇÃO

1.1 COMPREENSÃO DO TÍTULO O.H.D

 A O. H. D. foi lenta, gradual e progressiva;


 Obra: é considerada um grande monumento do Oriente Médio (Gigante), segundo
Martin Noth;
 Histórica: porque abrange fatos e contextos de Josué a Reis;
 Deuteronomista: porque sua base teológica é a teologia Deuteronomista, isto é, o livro
do Deuteronômio;

1.2 A IMPORTANCIA DO CONCEITO DE HISTÓRIA NO ISRAEL ANTIGO.

 A história de Israel não tem o intento de descrever fatos minusciosamente, mas pelo
contrário, é descrever a experiência do povo de Deus. Não é apenas uma sucessão de fatos
que explicarão outros.
 O conceito de história para os judeus é de “caminhada”, ou seja, é de que Deus
caminha com seu povo;
 Há fatos nos livros históricos, mas a sua intenção é teológica (espiritual).

1.2.1 DIVISÃO DA HISTÓRIA DO POVO DE ISRAEL:

 Abrangência por Aliança: Abraão; José; Jacó; Moisés; Davi; Salomão, etc.
 Abrangência por Monarquia: pré-monarquia; Monarquia declinada; Monarquia
estabelecida; etc
 Abrangência pelo Exílio: Pré-exílico; exílico e pós-exílico.

1.3 A HIPÓTESE DEUTERONOMISTA

1.3.1 A APRESENTAÇÃO DA O.H.D. POR MARTIN NOTH

 De Josué a II Reis – Obra única, com a Deuteronomista como base teológica;


 Da conquista da terra à queda do Reino do Sul.
1.3.2 A TEOLOGIA DEUTERONOMISTA - PERSPECTIVA DA ALIANÇA

 Deus escolheu um povo (Israel) para se revelar, e deseja estabelecer uma aliança com
seu povo.
 Para a teologia Deuteronomista o caminho de fidelidade (à Aliança) corresponde fazer
a vontade de Deus e a sua consequência são as bênçãos; Aliança bilateral
condicionada. Este povo não conhece o inferno ou o céu; Para Israel a vida próspera é
possuir uma terra, com comida, liberdade de culto, etc.
 O caminho de infidelidade (de desobediência à Lei) tem como consequência as
maldições (perda da terra prometida, tornar-se escravo, etc).
 Finalidade da Obra:
1. Ao que parece o Deuteronomista não pertencia aos da tribo de Judá deportados
por Nabucodonosor depois da destruição de Jerusalém em 586 aC para o exílio
na Babilônia; pelo contrário, ele escreveu em Judá , transformada agora em
província babilônica.
2. Os seus compratriotas deveriam compreender as terríveis catástrofes dos
últimos três séculos, o fim do próprio reino, a destruição do templo, o
afastamento da dinastia davídica, a desolução da pátria e a deportação de
considerável parcela do povo, como juízo divino merecido e incentivo à
penitência. O povo mereceu o castigo. Não é uma visão pessimista, pois o
Deuteronomista não aceita o fim de Israel, mas procura exortá-lo ao caminho
que retorna à Aliança.

1.3.2.1 LIVRO DO DEUTERONOMIO – A ORIGEM

 Antes da catástrofe de 721 a. C., quando o reino de Israel deixou de existir, alguns
Levitas haviam procurado refúgio em Judá, levando consigo as suas tradições
sagradas. Entre estas estava a parte legislativa do Deuteronômio (o código
Deuteronômico, isto é, Dt 12-26). Assim, sofre uma reedição acrescentando capítulos
de 5-11 e 27-28. Depois, pós-exilico 1-3; 29-34 e depois o capítulo 4.
 No breve período que cobriu o declínio da Assíria e o surgimento o império neo-
babilônico, Judá desfrutou de uma breve trégua e o jovem e piedoso rei Josias (II Reis,
3-10 (completo) e II Reis 22, 8-10) pôde instaurar uma reforma religiosa. O Templo
(negligenciado durante o reinado de Manassés Deuteronômico que fora trazido para
Jerusalém pelos refugiados de Israel, cem anos antes, e que havia sido reverentemente
depositado no Templo onde seria, a principio, desdenhado, e finalmente relegado ao
esqueciemento. Retorna agora como a carta da Reforma e foi publicado no arcabouço
de um discurso de Moisés.
 A tomada de Jerusalém, por Nabucodosor, em 587 a. C., assinalou o fim do reino de
Judá e o começo do Cativeiro de Babilônia (587-538 a. C). Durante o cativeiro o
Deuteronômio foi re-editado.
 O Deuteronômio é composto por diversos extratos, alterações e principalmente na
redação final, em que o autor sagrado colocou suas experiências.
 É no final do século V que há a edição final do Deuteronômio no tempo do exílio.
 As perguntas que permeiam o Dt: “O que está acontecendo? Porque perdemos a terra?
A promessa? Porque estamos sem Templo, sem culto, escravos e sem liberdade, sem
terra, sem prosperidade?” – Dt 29, 24.
 No meio da desgraça de Israel surge a pergunta: “Porque Deus não esta sendo fiel?”
 Os autores ou ao autor da edição final do Dt na época Exilio, o Deuteronomista (Dtr),
responderá às estas perguntas conservando sempre a ideia de que Deus é Fiel . A causa
dos males é apresentada em Dt 31, 16-18.
 O Dtr é um apologeta, um defensor de Deus diante da inconstância de Israel (do povo
de Israel);
 Etiologia histórica – O Dtr usa constantemente. Significa explicar os fatos presentes
por fatos passados, ou seja, os fatos do presente (desgraças ou bênçãos) são
consequência de fatos passados. Por exemplo: o Exílio é consequência da prostituição
sagrada de Israel.
 Há sempre dois caminhos com consequências diferentes (o bem e o mal). Dt 30, 15-
20;

1.3.3 DIFERENTES FINALIDADES DA O.H.D. SEGUNDO OS EXEGETAS

1. Martin Noth afirma que Js-Rs é uma visão pessimista. Israel foi destruído pelo
pecado.
2. G. Von Rad afirma ser otimista – finalidade messiânica. II Sm 7.
3. H. W. Wolff: entre o pessimismo e o otimismo. A OHD fala da destruição do pecado
e da renovada esperança no Messias, mas exorta à conversão – mudar de vida.

1.4. LUGAR NO CÂNOM

 TANAK;
 Está no NEVIIM: Profetas anteriores: Js; Jz; I Sm; II Sm; I Rs; II Rs.

1.5 PERÍODO DE COBERTURA

Inicio Js (+-1220) a Rs 560 aC. Baseados no 37º ano após a deportação do rei Joaquim
(II Rs 24, 10ss).

1.6 AUTOR, OBRA, LUGAR E COMPOSIÇÃO.

1. Noth
 Único autor – Dtr;
 Obra única – Js-Rs;
 Local: Judeia;
 Ano +- 560 a. C. (período pós-exílico).
 1º Discurso de transição – do enquadramento da OHD: Js 23;
 2º Discurso de transição – do enquadramento da OHD: I Sm 12 – Pré-
monarquia – Monarquia.
 3º Discurso de transição – do enquadramento da OHD: I Rs 8, 14ss. Discurso
de Salomão.
 4º Discurso de transição – do enquadramento da OHD: II Rs 17, 7ss –
Destruição do Reino do Norte.
2. Escola de Havard:
 Frank Moore Cross: A OHD teve duas edições: 1º edição até o do Rei Josias (640-
609); 2º edição durante o Exílio +- 560 a. C.
3. Escola Gotinga
 Rudolf Smed: A OHD teve três edições: 1º edição Séc. VII – favorável à
Monarquia. 2º edição: +- 590 – próximo a Jeremias; 3º edição +- 560: pós-exílico.

1.7. FONTES DA O.H.D.

1. Canto – I Sm 18, 7;
2. Documentos Oficiais:
a) Lista de funcionários – II Sm 8, 15-18; II Sm 23, 8-23;
b) Catálogos oficiais de delimitação de terrenos – Js 15-19; Js 17, 14-18
(instalação do povo na terra).
c) Memorandos II Rs 22, 3-10;
d) Anais oficiais I Rs 14, 19; I Rs 14, 27; II Rs 1, 18.
3. Histórias não oficiais:
a) Longas – Jz 9 (anti-monarquia);
b) Saga – procura explicar um fato reelaborando este fato: Sansão.
I – Saga etimológica: tentativa de explicar um nome de determinado lugar. Ex:
Este lugar se chama “guilgal” – circulo de pedras.
II- Saga Etiológica: explicar um fato a partir de eventos passados.
c) Legenda
d) Anedotas.

1.8 PONTOS ESPECÍFICOS

a) Moisés – Lei;
b) Josué – A conquista da Terra (fiel cumprimento da Lei);
c) Davi – A monarquia;
d) Salomão – Templo;
e) Jeroboão – Cisma;
f) Jozias – Centralização (Dinastia davídica).

Visão Geral dos Livros

 Josué (Conquista da Terra);


 Juízes (Pré-Monarquia);
 I Sm (Monarquia Instaurada com Saul e Ascensão de Davi);
 II Samuel (Monarquia consolidada): II Samuel 7: Unificação do Reino;
 I Rs 1 a 10 (Prosperidade com Salomão);
 I Rs 11 – II Rs 25 (Declínio).

2. TÍTULO E FIGURA DE JOSUÉ.


 Filho de Num. (Nm 11, 28);
 Morte Js 24, 29 – moreeu com 110 anos, porém, Moisés morreu com 120 (mais
abençoado);
 Resumo de sua vida. Eclo 46, 1-6;
 Missão: Dt 31, 1-3 – Introduzir o povo na Terra Prometida. Dt 34, 9.

2.1 JOSUÉ NA TRADIÇÃO CRISTÃ

Josué diminutivo de Jesus – Deus Salvador (Nm 13, 8.16) – Mudança de nome;

2.2 SITZ IN LEBEN DE JOSUÉ.

 A religião de Israel teve uma evolução:


a) Polisteismo: há um deus e há deuses menores;
b) Henoteista –Monoteista: Servem a um único deus;
c) Monoteísmo: A crença em um único Deus.

Obs.: A Igreja e os exegetas descartam esta possibilidade. Israel sempre serviu a YHWH.
Uma coisa é a religião popular e outra é a religião oficial – Monoteísta.

 Canaã (Israel) era uma sociedade de Aliança. Com base no contexto história
da Grécia Antiga, Martin Noth (teólogo alemão) constrói uma hipótese a cerca da formação
do povo de Israel. Segundo Noth, Israel (Canaã) antes da monarquia, era regido por um
sistema politico e religioso de uma sociedade de alianças. Sociedade esta que era constituída
por tribos independentes nas operações, mas que colaboravam entre si, sendo que a religião
era responsável por sua união, a crença em um Deus único – YHWH. Essa colaboração era
evidente, por exemplo, quando uma tribo corria risco diante de povos invasores e a liga tribal
(sociedade de aliança) a protegia dos ataques. A Arca da Aliança é o sinal desta união.
A partir desta constatação, Noth sustenta a sua teoria em uma comparação com a
anfictionia da Grécia, ou seja, o sistema politico e religioso do povo de Israel era semelhante
ao da Grécia. Pois, na Grécia havia existia uma liga de tribos (sociedade tribal), onde cada
tribo era representada por um anfictião que exercia seu poder, seja no momento das decisões
políticas, seja no culto. O sinal desta aliança na Grécia é o Santuário de Delfos.

 Eleição: Exclusiva: Possuem uma missão especifica – ser luz das nações. Entretanto,
não é excludente.
 Situação politica: vácuo no poder – período de paz.
 Religião na terra Canaã.: Religião de Agricultura (forças da natureza). Ex: El (O
ancião) e Baal (filho – chuva e tempestades) virou chefe ao vencer seu pai e se tornou
chefe dos deuses cananeus e Astarte. Sistema extremamente desigual: Baal favorece a
poucos em prol do Rei. O rei oferece sacríficios humanos a Baal.

 Conquista da Terra: Existem três propostas (hipóteses) na tradição bíblica para a


conquista da terra no livro de Josué, definidas da seguinte maneira: 1º - Global e
violenta; 2º Imigração pacífica e progressiva; e a 3º por Revolução social.

1º Global e violenta - 1250 a. C. – 1000 a. C: Para esta hipótese, a conquista foi imediata com
confronto direto. Assimila como um “vendaval” que dizimou muitas cidades e as ocupou.
Uma destruição em massa por um povo e uma ocupação homogênea. Esta hipótese é
apresentada pela arqueologia e pelas Escrituras: Js 1-12.

2º - Imigração Pacífica: Seria uma imigração pacífica. Uma imigração lenta, com a mistura
aos povos da terra, ou seja, com a infiltração e a enculturação. Esta hipótese não concorda
com a narrativa bíblica.

3º Revolução social – Apresenta uma possibilidade histórica e social. Para esta hipótese,
Israel se uniu aos hapirus (excluídos da sociedade, e por isso, fogem insatisfeitos do sistema
cananeu) e aos egípcios, também insatisfeitos com seu sistema. Ambos lutaram pela
conquista da terra.

2.3 ESTRUTURA TEXTUAL.

I BLOCO (1-12) – Prólogo Cap. 1

1º Parte. Cap. 2-12 – Conquista da Terra

- A conquista da terra, na visão Deuteronomista, não é um evento profano, mas teológico. A


conquista da terra é um episódio na história da salvação, elemento essencial do plano de Deus
para o seu povo.

II Bloco (13-21) – 2º Parte – Cap. 13-21 – Distribuição da terra.

III Bloco (22-24) 3º Parte – Cap. 22-23 – Conclusões.

4º Parte – Cap. 24 Renovação da Aliança – Assembleia de Siquém.


2.4 . TEXTOS

2.4. 1 PROLÓGO

a) 1, 3-4 – Escritura da Terra;


b) 1,6-9 – Garantia de bênçãos e maldições;
c) 1, 10-18 – A conquista é uma obrigação de todas as tribos (aquém e além).

2. 5. OCORRÊNCIAS

2.6 JERICÓ – CIDADE FORTIFICADA

 Porta de entrada – coração das cidades;


 Verdadeiro oásis (Planície – Vale do Jordão);
 Para compreender a leitura do texto é preciso acompanhar de forma continua do
cap. 2 (Raab – espiã) pulando diretamente para o capítulo 6 (conquista de fato).
O cap. 5, 13-15 temos uma intervenção divina.

2.7 A ARCA DA ALIANÇA Cap. 3 e 4.

 YHWH divide o mar. Acontece que uma barricada de terra (açoriamento) é feita e
interfere o fluxo d’água. Um fenômeno natural que acontece no momento exato em
que Israel necessita para prosseguir – intervenção divina.
 A arca da Aliança é sinal da presença de Deus;

2.8 O SANTUÁRIO DE GUILGAL

 Guilgal – circulo de pedras (12 pedras).


 Ali se faz um acampamento o primeiro quartel general dentro da terra.
a) Lugar da circuncisão;
b) Lugar da Celebração da Páscoa;
c) Cessação do maná.

2.9 SANTUÁRIO DE SIQUÉM

 6 – Tomada de Jericó;
 7-8,29: Relatos da Conquista de Hai;
 8, 30-35 – INTERRUPÇÃO DOS RELATOS da CONQUISTA para falar do Ritual
realizado em Siquém. (PAUSA para antecipar, preparar o ato litúrgico de Siquém – Js
24. É um relato tardio.)
- A explicação é porque Josué tem que cumprir as disposições de Deuteronômio (da
Lei). É uma antecipação do rito litúrgico, mas para observar a Lei - o autor ou
organizador colocou o extrato na sequência da Lei.
 9 – Episódio dos gabaonitas;
 10 – Sul
 11 – Norte.

3. LIVRO DE JUÍZES : Sôfetîm – juízes

3.1 SIGNIFICADO DO OFÍCIO DE JUIZ – Líder carismático (dom de Deus). Não é uma
autoridade jurídica, mas possuía missão de agrupar as tribos da Liga tribal. Líder carismático
com a missão de libertar o povo de qualquer e possível escravidão: Libertar a Israel.

Textos que afirmam: Jz 3, 9; 6, 11; 11, 29 (Carisma especial dado pelo Espirito – não é uma
liderança humana); 14, 6; 14, 19.

3.2 COBERTURA DO LIVRO DOS JUÍZES NA HISTÓRIA

 Após a morte de Josué +- 1 200 a. C. a Saul +- 1 030 a. C..

Pré-Monarquia Monarquia

JOSUÉ JUÍZES Juiz – SAMUEL Monarquia Instaurada (Saul); I Sm.


Tribal Sedentarizarão Transição Mon. Consolidada (Davi); II Sm.
(Conquista da (Luta pelo que
foi Mon. Próspera (Salomão); I Rs.
Terra)
conquistado) Mon. Declínio (Reis de Israel). II Rs.

3.3 JUÍZES MAIORES E MENORES

 São 12 juízes;
 6 Maiores:
a) Otoniel (Jz 3, 1-11);
b) Aod;
c) Debora e Barac (Jz 4-5);
d) Gedeão (Jz 6-8);
e) Jefté (Jz 10, 6-12,7);
f) Sansão (Jz 13-16);
 6 Menores:
a) Sangar (Jz 3,31);
b) Tola (Jz 10, 1-2);
c) Jair (Jz 10, 3-5);
d) Abesã (Jz 12, 8-10);
e) Elon (Jz 12, 11);
f) Abdon (Jz 12, 13-15).
3.4 ESTRUTURAL TEXTUAL

I – Parte Introdutória: (1, 1 – 2, 5): Introdução histórica;

II – Parte (Corpo do texto): Introdução teológica e base para compreensão do livro (Jz 2,6 –
3, 6).

 O livro dos Juízes leva a marca inconfundível do sinete deuteronômio e nos


oferece talvez o melhor exemplo, nesta complexa história, do método editorial. O ponto de
vista é o seguinte: os israelitas se mostraram infiéis a YHWH; ele os entregou aos seus
opressores; os israelitas se arrependeram e invocaram a YHWH; ele lhes enviou um salvador,
o Juiz. É um ciclo de infidelidade, castigo, arrependimento e libertação. Mas depois de um
breve período de tranquilidade, eis de volta as infidelidades e todo o ciclo recomeça outra vez.
 Padrão: 3, 7 – 16, 31. : Peca (prostituição sagrada), castiga, arrepende, salva
(envia um salvador).

II – Parte – 2 Apêndices :

 1º Jz 17-18 e Jz 19-21: necessidade de um rei.

4. LIVRO DE SAMUEL-

4.1 ESTRUTURA DO LIVRO

1º Parte: I Sm 1-12 – História de Samuel – Transição de Pré-Monarquia para


Monarquia;

2º Parte: I Sm 13-31 - Monarquia instaurada – Ascensão de Davi (16);

3º Parte: II Sm 1-24 – Reinado de Davi.

4. 1. 1 PRIMEIRA PARTE

 1-3 – Infância de Samuel;

a) 3 – Vocação de Samuel: modelo de direcionamento.


 4-6- Guerras filisteias e a Arca da Aliança;
 7 – Samuel (juiz e profeta) no exercício de suas atividades;

b) Aqui temos a ação profética de Samuel: O povo peca; Deus castiga; o povo
se arrepende e Deus salva por meio de um líder carismático (juiz).
 8-12 – Instituição da Monarquia e eleição de Saul.
c) Relatos monarquistas e anti-monarquistas:
 8: Antimonarquista – Um rei segundo o vosso coração: Saul;
 9-10,16: Monarquista;
 10, 17-24: Antimonarquista;
 11: Monarquista;
 12: Antimonarquista.
 Localização temporal: I Sm 4, 1-7: Nascimento de Samuel +-1 050 a. C.
 Samuel é o escolhido de Deus, concebido pela graça divina. Sua mãe Ana
era estéril.

4. 1. 1. SEGUNDA PARTE :Linha do tempo:

a) I Sm 8-12 (preparação próxima) O capítulo 12 é uma síntese anti-


monarquista; Jz 2,6 -3,6 e Dt 28 (Preparação remota).
 I Sm 9, 1-2: Homem de condição simples sobe ao trono;
 I Sm 9, 17: não cabe mais ao juiz julgar (libertar);
 I Sm 10, 1ss – Samuel ungi Saul;
 I Sm 12, 13 – YHWH constitui o rei que o povo pediu +-1 030 a. C.
b) I Sm 13-14: Saul;
c) I Sm 15-16: rejeição de Saul;
d) I Sm 16-31: Davi e Saul. O cap. 16 Eleição de Davi.

4. 2 TEXTOS MONARQUISTAS E ANTI-MONARQUISTAS

4. 3 CARACTERISTICAS DO GOVERNO DE SAUL

a) Saul não fez grandes mudanças na estrutura interna (organização tribal);


b) Não possuía máquina administrativa (burocracia);
c) Não tinha um grande Harém;
d) Não tinha grandes oficiais;
e) Residências – Acampamento ou Fortaleza (não morava em um Palácio);
f) Corte reduzida;
g) Não tinha Popularidade;
h) Não possuía um exercito permanente.

4.4 ASCENSÃO DE DAVI

 I Sm 16-31;
 Davi pacificador e guerreiro;
 II Sm 5, 1-2: Deus é o dono do rebanho de Israel e Davi o pastor.
 Rei: líder carismático e versado na arte de fazer guerra; e também Pastor das
ovelhas, caminha à frente delas.
 Saul apascentava gado graúdo (Rico) enquanto Davi apascentava gado miúdo –
pobre e humilde.

4.5 RESUMO:

 1º Parte: I Sm 1-12
a) I Sm 1-7: Apresentação de Samuel;
b) I Sm 4-6: Arca Aliança;
c) 8-12: Transição;
 2º Parte: I Sm 13-31:
a) I Sm 13-15: Pecados de Saul;
b) I Sm 16: Eleição de Davi;
c) I Sm 17: Davi entra na carreira;
d) I Sm 18: Inveja de Saul;
e) I Sm 19-21: Fugas de Davi;
f) I Sm 22-26: Davi chefe, militar (Bando);
g) I Sm 27-30: Davi entre os Filisteus;
h) I Sm 31: Morte de Saul.

5 LIVRO II DE SAMUEL

5.1 ESTRUTURA DO LIVRO

a) II Sm 1 – Tradição;
b) II Sm – Ciclo de Davi;
 2-5: Unção pública e afirmação de sua realeza;
 6: Presença da Arca da Aliança;
 7: Promessa Messiânica;
 8: Guerras de Davi;
 9-20: Intrigas pela sucessão e pecado de Davi.
 11 – pecado de Davi.
c) II Sm 21-24: Apêndices do livro – Interrompem a história da sucessão de Davi.

5.2 TEXTO CENTRAL – II Sm 7, 1-17.

Análise de Texto
Antigo Testamento
Bloco: Livros Históricos OHD.
Livro de Samuel: II
3º fonte do Livro: 1-24.
Texto composto por extratos.
Preparação remota: Dt 28.
Preparação próxima: II Sm 6.
Parte de cada extrato
1º Extrato: +- 1000 a. C. v. 4-9. 11b.16.
2ºExtrato +-séc. VII (+-622) v. 10-11ª. 12-16.
3ºExtrato ultimas redações durante o exílio: 597-560 a. C.

Estrutura textual:
1º Parte: v. 1-3. Introdução.
2º Parte: v. 4-7 Oráculo negativo;
3º Parte: v. 8 -17 Oraculo positivo.

 V. 1: Ocupou a sua casa: Quando um rei ocupa sua casa, significa que a paz começou
a ficar instaurada. Se não fosse tempo de paz, Davi estaria no campo;
“[...] tinha livrado de todos os inimigos em redor.” Além da paz, há uma boa politica de
vizinhança. É um tempo da paz prometida por YHWH já a Moisés. Esta paz prometida é
concretizada em Davi – o que evidencia os tempos messiânicos – o Shalom.
 V. 2: Representa o capítulo anterior. “O rei disse ao profeta Natã:”. Parece que Natã
já habita no Palácio – aqui já se tem o profeta sem sentido profissional, onde o rei
pode consulta-lo.
“[...] eu habito numa casa de cedro” – o antigo pastor de ovelhas, habita em uma casa real –
de cedro.
“[...] e a Arca de Deus habita numa tenda!” – Parece haver um certo escrúpulo em Davi por
habitar em uma casa melhor do que a Arca de Deus. O rei parece ter a intenção de centralizar
o culto, ou seja, iniciar um processo de domínio também politico. É uma estratégia para
consolidar a monarquia.
 V. 3: “[...] porque YHWH está contigo”. O profeta ainda não reconheceu as reais
intenções de Davi (consolidar a monarquia). Para ele, tudo o que o rei fez até o presente
momento foi segundo a vontade de YHWH.
 V.4: “Mas nesta mesma noite a Palavra de YHWH veio a Natã nestes termos.” Há aqui
uma intervenção divina, não se sabe se foi em sonho. Aqui, o profeta profissional se torna
profeta de fato.
 V.5: “Vai dizer ao meu servo Davi [...]” – expressão clássica para anunciar atuação de
um profeta. A expressão “[...] a meu servo Davi [...]mostra a predileção de Davi e a ligação
com Abraão. A ligação é estreita – da promessa e a descendência.
= Texto paralelo:
 Gn 15,4. Não será este o seu herdeiro, mas alguém saído do teu sangue.
 Assim diz YHWH: Construirias tu uma casa em que eu venha habitar? Há uma
certa inquietação nesta expressão.
 A missão de Davi parece ser construir uma casa para Deus, entretanto, ela vai
muito além: construir a paz a Israel. Não é missão de Davi a construção da Casa.
 V. 6: “Em casa nenhuma habitei [...]” mas andei em acampamento errante debaixo de
tenda [...]”. YHWH prefere a fidelidade de Israel do que uma estabilidade como os outros
povos – como os cananeus. YHWH não é como os outros deuses.
 V. 7: Continua o protesto do versículo anterior. Aparece a figura dos juízes – mesmo
quando precisava habitar, YHWH não habitou. YHWH não quer que Davi tenha controle
sobre o sagrado.
 V. 8-16: Formula da Aliança.
 Título: 8a.
 Prológo: 8b-9a.
 Promessas: 9b – Grande nome.
10-11a: fixar um lugar para o povo.
11b-13: Deus assume o plano de Davi (construir uma casa).
 V. 14a: Pedido de obediência e submissão.
 V. 14b-16: Maldições e bênçãos .

Análise
 V. 8: “Fui eu que tirei [...]” – Recorda a história de Davi, de onde veio – é para
ressaltar que Davi é pastor.
 V. 9: É um retorno aos vs 6-7. Aparece a primeira promessa. “Eu te darei um grande
nome [...]” Há uma ligação entre Abraão (grande nome) e Davi. Agora haverá um tempo de
estabilidade.
 Davi terá um grande nome como Abraão por causa de YHWH. É YHWH é
quem fará o nome de Davi. Portanto, será YHWH que fará uma casa para Davi.
 Há uma oposição entre Davi e a Torre de Babel. Davi encontra as mesmas
motivações das construções da torre de Babel.
 V. 10: YHWH concede uma graça capital ao rei Davi e ao povo de Israel – o povo é
destinatário de uma promessa pela graça capital ao Rei.
 V. 11: YHWH diz a Davi que lhe fará uma casa. Baît: Templo; Dinastia; Habitação.
Davi pensa na Casa- Templo, enquanto YHWH em uma dinastia.
 V. 12-13: SENTIDO DE CASA:
 V. 12: Retoma a Abraão Gn 15,4 – continuação.
 V. 12: referência literal a Salomão.
 No v. 12 pela primeira vez se refere à realeza;
 V 13b: Descendente de Davi;
 V. 13: “Trono” pela primeira vez.
 V. 13: Construir um Templo. Fica claro que quem construirá uma casa
será a descendência da realeza. Ou, melhor, quem habitará neste trono será a
descendência. Em Jesus: temos Davi reinando para sempre. E também o
Templo eterno –sua carne.
 V. 14 [...] ele será para mim um filho [...]. É uma adoção filial. [...] se ele fizer o mal
[...] YHWH castigará os descendentes que transgredirem a lei, entretanto não lhes tirará a
realeza.
 V. 16: “ A tua casa e a tua realeza subsistirão para sempre diante de mim [...]”- É o
cristocentrismo – um reinado eterno.
 V. 17: Conclusão: Davi agora tem um profeta verdadeiro como Saul – Natã.
6 LIVRO I e II REIS

 Fim da vida de Davi – entronização de Salomão;


 Salomão pede sabedoria (ser sábio é estar com Deus);
 Salomão e as mulheres estrangeiras (idolatria/alianças);
 Infidelidade de Salomão;
 Cisma político;
 Cisma religioso;
 História sincrônica dos reis de Israel e Judá;
 Queda do Reino do Norte;
 Queda do Reino do Sul;

 Destruição (visão de Marin Noth)


EXÍLI
 Profetas: messias
O
 Conversão
 Um livro que é a
continuação da história da monarquia começa com a prosperidade e acaba com a
decadência.

Saul Davi Salomão: fiel e infiel. Abre o livro dos Reis. Reis fiéis
prosperam e infiéis decaem.

 Depois de Salomão as casas se dividem:

 Reino do norte 19 reis em 210 anos


Salomã
o
 Reino do sul (Davi) 19 reis em 344

6.1 ESTRUTURA DO LIVRO

1ª parte – Reino de Salomão

a) I Rs 1-2: como Salomão tornou-se rei;


b) I Rs 3-11: Salomão em seu reinado;

2ª parte – Os reinos divididos

a) I Rs 12,1 – 14,18: o cisma;


b) I Rs 14,19 – II Rs 17,41: história sincrônica dos Reinos;

3ª parte – História de Judá até a queda

a) II Rs 18-25

6.2 MARCOS HISTÓRICOS


970 a.C 587 a.C 560 a.C
Saída de Salomão do trono Destruição do Templo Indulto do Rei Jeconias
Salomão Norte Jeroboão 722/1
Davi e sua Roboã
970/1 93 cisma
sucessão o
(PAZ) 1 Sul Roboão 587 a.C

 Mulheres
Davi  Betsabéia-Urias (Salomão)
 Micol (Saul)

MULHERES DAVI BETSABÉIA (II Sm 11 e 12)

FILHOS GENERAL SALOMÃO


JOAB

NATÃ
ADONIAS ABIATAR

SADOQUE

DAVI SALOMÃO
 Guerreiro  Paz
 Sabedoria – estratégia  Diplomata
 Hokma – temente a Deus  Sabedoria
 Sábio em sentido teológico  Um grande administrador
 Soberano de Israel

6.2 I Rs 11

Com a morte de Salomão:

 Jeroboão (filho de Salomão) é aclamado como o rei da casa do norte (Israel 931);
 Roboão (era um trabalhador) é aclamado na casa do sul (Judá 931 – o centro religioso
de Israel está localizado na capital do reino do Sul. O Templo. Jerusalém está no reino
do sul) I Rs 12;

Cisma político, Israel é uma sociedade teocrática. Deus é quem escolhe seus reis. I Rs
12,20-25

Jeroboão provoca o cisma religioso para manter o cisma político, reavivando os pontos altos
de culto à Iahweh. Só que agora de modos distintos:
 No norte: nos lugares altos;
 No sul: no Templo;

Com o cisma surge o episódio dos bezerros de ouro, adorar o bezerro de ouro é adorar a
Iahweh, porém fizeram deles pedestal seguindo as suas pretensões. Iahweh feito à nossa
imagem e semelhança.

O cisma religioso I Rs 12,26-33 (nota de rodapé v.28: “Jeroboão agia com intenções políticas
e não pensava em mudar de divindade. À Arca da Aliança, que era em Jerusalém o símbolo da
presença de Iahweh, ele opõe o bezerro, símbolo do pedestal de Iahweh, o invisível. Ele
apoia-se sobre uma tradição, que aparece também no episódio do “bezerro de ouro” (EX 32).
Esses dois relatos foram transformados pela polêmica. Mas, escolhendo o mesmo símbolo de
Baal, Jeroboão abria a porta aos piores compromissos. Esse será o “pecado de Jeroboão”, que
voltará como refrão na condenação dos reis de Israel pelo historiador deuteronomista).
Jeroboão bagunça totalmente a culto em favor da política.

6.2 História sincrônica dos reis de Israel e de Judá

I Rs 14,19
Sincrônica: a relação histórica dos dois reinos.
II Rs 17,41

Objetivos:

 Mostrar que o reino do norte e do sul estão ligados;


 Preservar as sedes dos reis que ocuparam as sedes, com a finalidade de fazer ver que o
norte é instável, e o sul é uma casa mais estável, devido a promessa feita a Davi II
Sm7. Deus garante essa estabilidade.

Para contar essa história sincrônica o autor segue um esquema:


722

Saul Davi Salomão


1040-1010 1010-971 971-931

587

1º Datação: a subida de um rei ao trono é relacionada ao tempo que o rei do outro reino já
estava no governo;

2º Juízo: a respeito do rei (o que ele fez aos outros; bem ou mal; bom ou mau);

3º Consequências da conduta do rei: guerra-mal; paz-bem; (cap. 14 Jeroboão-Roboão);

IRs 15,18
No 20º ano de Jeroboão, Asa tornou-se rei de Judá, 41.
Nº de Já estava no Quem sobe ao Lugar onde se Quanto
anos governo trono torna rei tempo
(NORTE) (SUL) reinou

6.3 Deus suscita profetas

Profetas: homens de Deus (mensageiros);

 Conversão repentina;
 A mensagem ocorre por meio: visão, sonho, locução interior, ouvindo a voz, êxtase,
oráculo.
 Sacerdócio x profetismo;

Profetas: pré-exilicos; exílicos; pós-exílicos

Não escritores:

 Videntes
 Grupo de videntes Elias Oposição ao rei Acab, Jesabel (missionária de baal)
(IRs 16,29-34 – Acab; IRs 17,1 – Elias 18,1-46)
 Samuel e
Eliseu
 Natã
u
 Aías

(norte) (norte) Proto Proto Jeremias e


Miqueia Jeremia Habacu
Elias Eliseu Amós Oseias Isaías Isaías Sofonias Naum Baruc Baruc
s s c
1 2 3 4 5 7 8 10 11 13
6 9 12
±870 ±840 ±750 ±750 ±740 ±735 ±720 ±630 ±627 ±612 ±609 ±depois ±587
Pouco Vocaçã (sul) Ministéri de 600 Ministério
depois o de o de (sul) anunciand
de Isaías Isaías o o exílio e
Amós (sul) (sul) a
destruição
de
Jerusalém.
(sul)

Compreensão histórica – A Monarquia

1. Davi e Salomão
 1050: Os Filisteus, expulsos do Egito, instalaram-se na costa do Mediterrâneo,
na região de Gaza. É importante recordar que os diversos povos compreenderam que
necessitam de um poder forte para poderem resistir: é uma das razões para pelas quais, nessa
parte do Oriente Médio, nascem então as monarquias, também em Moabe como em Edom e
em Israel.
 Por volta do ano 1000, Davi se apodera da cidade dos jebuseus, e dela faz
sua capital, Jerusalém. Fazendo-se eleger sucessivamente como rei pelas tribos do sul e
depois pelas do norte, e conquistando uma capital no centro, Davi consegue criar um Reino
Unido. Isto é facilitado pelo fato que os três grandes do Oriente Médio estavam no momento
adormecidos (hititas; egípcios e assírios).
 O rei assumiu desde então em Israel um lugar rico de um futuro
promissor. Para sagrar rei, não se fez mais do que retomar a fórmula litúrgica de outros
povos. Na Babilônia ou no Egito, o sacerdote proclamava sobre o eleito um oráculo do deus
local, como “Tu és meu filho, eu sou teu pai”. Da mesma maneira com Davi. Davi, por seu
profeta Natã, declara a Davi que ele assume em nome próprio essa fórmula de entronização:
no dia de sua sagração, “o filho de Davi”, isto é, seu sucessor legítimo, torna-se “filho de
Deus”. Essa certeza não cessou de sustentar a esperança do povo nas horas mais sombrias.
 O reinado de Davi foi dinâmico, cheio de movimento, de guerras de
conquistas ou de defesa. O reinado de Salomão, seu filho, foi estático. Salomão sobe ao
Trono em 970 a. C. Herdeiro do império paterno, contenta-se com organizá-lo e gozar
dele. Começa o período de paz, um tempo que se pode refletir no seu passado. Salomão
organizou sua corte nos moldes da deu seu sogro (um dos sogros Cf. I Rs 11,3), o faraó: a
corte possui escribas, historiógrafos encarregados de pôr por escrito as palavras e atos do rei.
 É neste momento que se inicia a recolher as tradições dispersas na
memoria do povo. (Começa-se a agrupar as tradições sobre os patriarcas, o êxodo, a
entrada em Canaã. Daí nasceu a “história sagrada judaica” ou tradição javista.)
 Com Salomão estamos no apogeu do Reino Unido. Mas ele insistiu demais
em querer ser um grande senhor, explorando seu povo. A revolta se espreita. Ela
estourou na sua morte. Seu filho Roboão, político incompetente, provocou a separação
das tribos do Norte. O Reino Unido não durou mais que 70 anos.

Análise do Reinado de Salomão:


 Rei que fez o que era agradável aos olhos de YHWH;
 Dotado de grande sabedoria;
 Construtor do Templo (I Rs 5, 15).
 Fez Israel prosperar

Negativos

 Rei que fez o desagradável aos olhos de YHWH;


 Causou-se com mulher estrangeira;
 Sobrecarregou com impostos o povo, para realizar suas grandes construções.
Como a corveia (I Rs 9,15), trabalhar no lugar de pagar impostos;

Administração do Reino
 Dividiu o reino em 12 prefeituras (não correspondentes às dozes tribos). Cada
distrito deveria abastecer a necessidade do reino;
 Exercito reorganizado;
 Jerusalém foi fortificada;
 Fez aliança com o Egito e manteve amizade com Hiram, rei de Tiro;
 Estabeleceu marcante influencia na rota comercial;
 Adquiriu várias riquezas através da mineração.

Grandes construções
 Salomão constroi o Templo;
 Lançará os alicerces do templo por volta de 969 a. C;
 Construiu o palácio real, a sala do trono e um aposento para a filha do
Faraó (I Rs 9, 10. 25).

Negativos

 Grandes construções e ostentação – alto tributos – causa próxima para o cisma (I


Rs 11);
 Privilégios para a tribo de Judá: causa remota para o cisma;
 Torna-se rei ocupado com construções e problemas humanos;
 Mulheres estrangeiras: arrastou o coração de Salomão para o culto idolátrico.

2. Cisma do Norte e os dois Reinos

“Jeroboão era filho de Nabat, efraimita de Sareda (sua mãe era uma viúva chamada Sarva); estava a
serviço de Salomão e revoltou-se contra o rei. Esta foi a causa de sua revolta: Salomão estava construindo o
Melo e tapando a brecha da Cidade de Davi, seu pai. Jeroboão era um homem valente e forte; vendo Salomão
como este jovem era esforçado no trabalho, coloco-o à frente de toda a corveia da casa de José.” (I Rs 11, 26-
28).
Jeroboão encontra o profeta Aías de Silo que lhe revela por meio de um sinal: “Aías
tomou o manto que trazia e rasgou-o em doze pedaços. E disse a Jeroboão: “Toma para ti dez pedaços, pois
assim fala YHWH, Deus de Israel: Eis que vou arrancar o reino das mãos de Salomão e te darei dez tribos. Mas
ele ficará com uma tribo, por consideração para com o meu servo Davi e para com Jerusalém, cidade que escolhi
dentre todas as tribos de Israel. É que eles me abandonaram, prestaram culto a Astarte, deusa dos sidônios,
a Camos, deus de Moab, a Melcom, deus dos amonitas, e não andou nos meus caminhos, fazendo o que é
reto aos meus olhos, nem observou meus mandamentos e meus estatutos; é da mão de seu filho que tirarei
o reino e darei a ti, isto é, as dez tribos. Contudo deixarei com o filho dele uma tribo, para que este meu
servo Davi tenha sempre uma lâmpada diante de mim em Jerusalém, cidade que escolhi para nela colocar
meu Nome.” (I Rs 11, 30-36).
 O cisma propriamente dito: I Rs 12, 1-14, 1. “Quando todo o Israel soube que
Jeroboão tinha voltado, convidaram-no para a assembleia e proclamaram-no rei sobre todo o Israel, só a tribo de
Judá ficou fiel à casa de Davi.” ( I Rs 12, 20).
 Os dois reinos: A partir de 931 há, pois, dois reinos:
a) O reino do Sul ou de Judá, capital Jerusalém. Permanece fiel à dinastia davídica. Seus
pais serão em muitos casos crápulas, mas todos descendentes de Davi.
b) O reino do Norte ou de Israel, capital Tirsa durante algum tempo, depois sobretudo
Samaria. Em dois séculos, esse reino conheceu uma serie de revoluções de palácio;
seus reis não descendem de Davi.
Obs.: O uso do substantivo próprio Israel daqui para frente: Pode ter dois sentidos. O primeiro
é relacionado ao conjunto do povo ou apenas ao Reino do Norte.

3. O apogeu dos dois reinos (cerca de 750 a. C.). André irá fazer.

4. O AVANÇO ASSÍRIO: A QUEDA DO REINO DO NORTE (ISRAEL) E A


SUBJUGAÇÃO DE JUDÁ.

a) INÍCIO DA QUEDA DE ISRAEL (REINO DO NORTE)


“Com a morte de Jeroboão (746), a história do Estado do norte torna-se uma história
de desastre consumado. Com sua enfermidade interna irrompendo para fora, Israel viu-se a
braços com anarquia no próprio momento em que era chamado a enfrentar, na Assíria
ressurgente, a mais grave ameaça de toda a sua história. Dentro de apenas vinte e cinco anos,
Israel tinha sido apagado do mapa.
b) ANARQUIA POLITICA EM ISRAEL (II RS 15, 8-28) E A DESINTEGRAÇÃO
INTERNA DE ISRAEL.
Nos dez anos que sucederam à morte de Jeroboão I, Israel teve cinco reis, três dos quais se
apoderaram do trono por violência, e nenhum deles com a mais leve pretensão de
legitimidade.
 Zacarias, filho de Jeroboão, foi assassinado depois de um reinado de seis meses (746-
745) por Selum bem Jabes, que foi liquidado dentro de um mês por Manaém;
 O que é certo é que tudo mergulhava a nação numa guerra civil de atrocidade nunca
vista (v. 16).
 Manaém (745-737) pagou tributos a Teglatfalasar quando este avançou para o oeste.
O tributo pesado, com taxa muito alta, imposta a todos os proprietários de terras em
Israel (v.19);
 Parece que Manaém empenhou com boa vontade a independência do país, esperando
que os assírios o ajudasse a manter em seu trono vacilante. Isto foi doloroso para os
israelitas;
 Facéias (737-735) subiu ao trono e foi morto por Faceia (737-732) ben Romolias, que
possivelmente apossou do trono por um golpe de Estado para favorecer a liga anti-
assiriana, com o apoio de Rason, rei de Damasco.

c) A DESINTEGRAÇÃO INTERNA:
 A confusão anterior, desta sucessão arbitrária do poder e do comando do reino, é
apenas um sintoma de uma situação mais séria.
 O profeta Oséias evidencia esta desintegração interna, com as conspirações
internas (Cf. Os 7, 1-7; 8,4)e as acomodações da politica nacional, mostrando
como, de uma maneira ou de outra, esta ou aquela facção estava agarrada ao
poder (Cf. Os 5,13; 7, 11).
 Amós também denuncia os crimes que vinham dilacerando o corpo da
sociedade, lançando irmão contra irmão, classe contra classe, etc. A retirada da
mão forte de Jeroboão e a crescente ameaça assíria revelavam claramente a
extensão a que tinha chegado a desintegração social;
 O paganismo crescia cada vez mais crescente, advindo da embriaguez, da
luxuria, na licenciosidade sexual sob a égide da religião : tudo isso corroía o
caráter nacional, sendo o tema principal de Oseias.
 O esquecimento da Lei da Aliança com seu poder de coesão e suas sanções
deu livre curso às rivalidades, às opressões e o interesse desenfreado. Estado
vacilante perdeu completamente o controle da situação.

d) OS ÚLTIMOS DIAS DO REINO DO NORTE (ISRAEL): 737-721.


Somente uma sabedoria incomum poderia talvez ter salvo Israel de seu estado
desesperador. Entretanto, em vez de sabedoria, seus lideres manifestavam uma
incapacidade absoluta de se dar conta da realidade da situação. Sob Faceia (737-732)
de um passo em falso faltal para sua queda e a cólera da Assíria.

e) A GUERRA SIRO-EFRAIMITA E A QUEDA DO REINO DO NORTE


(721/722);
 Dominação Assíria – 2 fases

• ± 880 a.C até 612 a.C

• 1ª fase: ± A partir de 880 a.C até período entre 783 – 745 a.C.

- Diante da ameaça crescente da dominação Assíria, os reis se coligaram e formaram a liga


dos 12 reis.

- Em 853 a.C, Salmanasar III (858-824 a.C) luta contra a liga dos 12 reis em Carcar e saiu
vitorioso

- A Assíria continua seu movimento de Expansão. Por muitos e muitos anos Israel e Judá
foram blindados por Damasco. Enquanto Damasco tinha que se preocupar contra o jugo
Assírio, Israel e Judá não sentiam os efeitos diretamente pois estavam protegidos da ação
direta deste gigante império.

- Com a política expansionista, enquanto Damasco resiste duramente, os assírios preparam


para dominar Tiro, Sidônia e Israel. Para se verem livres, estes pequenos reinos aceitam pagar
tributos e serem subjugados.

- A Assíria tem relativo enfraquecimento na sua fronteira norte e recua para reforçar suas
defesas naquela região. Com o recuo da Assíria, Damasco se sente a vontade para atacar Israel
e Judá, tentando conquistar a hegemonia durante o vácuo de poder deixado pela Assíria.

- Fim da 1º Fase.
• 2ª fase: ± 745 – 612 a.C

 A coalizão araméia-israelita e seus resultados. Faceia (rei de Israel) representava


os setores que desejavam resistência a Assíria que crescia o seu poder. Por isso, ele
tornou-se logo, juntamente com Rason, rei de Damasco, o líder da coalizão formada
para esta finalidade. Os confederados, naturalmente, desejam que Ozias (rei de Judá-,
filho de Joatão), os ajude, porém, ele preferiu adotar uma politica de independência
e recusou-se.
 Rason e Faceia obrigam a Judá a entrar na coalizam. Neste período Ozias morre e
sucede seu filho, Acaz. É sobre Acaz (736-716) que cai com toda a força o golpe. A
coalização invadiu o norte de Judá e cerca Jerusalém (II Rs 16,5), com a intenção
depô-lo e colocar no trono, em seu lugar, Ben Tabeel.
 Acaz vendo seu trono em perigo, e incapaz de se defender, não viu nenhuma
saída a não ser apelar para Teglatfalasar, pedindo socorro. Um pouco
consternação que reinava em Jerusalém pode ser sentida lendo-se Is 7-9..
 Sabemos que Isaías enfrentou o rei e, admoestando-o pelas terríveis consequências do
que ele estava prestes a fazer, pediu-lhe que não tomasse tal decisão, mas confiasse
nas promessas de YHWH a Davi. Acaz, contudo, incapaz da religiosidade que o
profeta dele exigia, não aceitou o conselho, enviou um generoso presente a
Teglatfalasar e implorou seu auxilio ( II Rs 16, 7ss.)
 Teglatfalasar agiu prontamente e caiu sobre a coalizão e destruiu-a
completamente (734), como indicam a Bíblia e suas próprias inscrições.
 Provavelmente em 733, Teglatfalasar atacou novamente Israel, desta vez com toda
força. Todas as terras israelitas da Galileia e da Trasjordânia foram assoladas, parte da
população foi deportada (II Rs 15, 29).
 Faceia é morto por Oseias (732-724) e este se rende à Assíria e paga-lhe tributo.
 Só sobrou Damasco.
 Em 732, Teglatfalasar tomou essa cidade e assolou-a, executando Rason, deportando
grande parte da população e transformando seu território em quatro províncias
assírias.
 A queda da Samaria – 721/722 - (II Rs 17, 1-6): A política de Faceia custou caro a
Israel. O ultimo rei, Oseias (732-724), governou como rei vassalo assírio. Oseias se
submeteu à Assíria apenas para salvar o que restara de seu país, e sem dúvida
planejava a capitulação, assim que a julgasse oportuna. Pouco antes da morte de
Teglatfalasar ser sucedido por seu filho Salmanasar V, Oseias, pensando em uma
oportunidade, fez propostas ao Egito e deixou de pagar tributos. Isso foi o
suicídio de Israel.
 Em 724, Salmanasar atacou. Oseias, que certamente apareceu diante de seu senhor
esperando fazer as pazes, foi feito prisioneiro. A cidade caiu, com certeza, no final do
verão ou no outono de 722/721. Entretanto, atribui o nefasto movimento a Salmanasar
e não a Sargão II. Milhares de cidadãos – 27. 290, de acordo com Sargão.

f) JUDÁ COMO SATÉLITE DA ASSÍRIA (735-715)


 REINADO DE ACAZ –

 Graças à recusa de Acaz a participar da coalizão contra a Assíria, Judá escapou da


calamidade que se abateu sobre Israel. Entretanto, perdeu sua liberdade, pois Acaz
renunciou seus direitos à liberdade II Rs 16, 7ss.
 O domínio de Judá no reinado de Acaz é problemático. Ao que parece, os reis
assírios não obrigaram a Judá adorar seus deuses. Porém, tudo que indica Acaz, por razões de
sobreviencia política, introduziu no Templo inovações, para prestar cultos e homenagens aos
deuses assírios, num altar de bronze lá existente. Acaz promoveu a prostituição sagrada. (II
Rs 16, 10-18). O versículo 18 recorda que Acaz teve que fechar a porta do Templo.
 Tudo indica que Acaz não tinha fé viva e nem zelo religião nacional, e não
construiu defesas contra o paganismo, aliás intacto. Pelo contrário, as práticas pagãs
floresciam.
 Condições econômicas e sociais em Judá; A nação tinha sido levada à derrocada
econômica. O tributo exigido pela Assíria era pesado. Acaz teve que esvaziar o tesouro e
tirar todos os recursos do templo para satisfazê-lo (II Rs 16, 8.17). A homogeneidade e a
pobreza tornou-se comum.

 REINADO DE EZEQUIAS (715-687/6)

 O filho de Acaz, Ezequias, diferentemente de seu pai, tentou-se livrar com muita
cautela do poderio da Assíria. Entretanto, desde o inicio parecia fadadas ao fracasso.

 O fundamento da politica de Ezequias: Fatores internos

a) Patriotismo: cultivou um natural desejo de independência. Ora, um povo com este


anseio natural e muito orgulhoso de sua cultura, desempenhou um papel importante para a
politica de Ezequias.
b) Religião: A politica de Acaz tinha produzido uma situação em muitos aspectos
intolerável para os javistas leais. Não é provável que Isaías e Miqueias fossem a as únicas
pessoas que se insurgiram contra os abusos sociais tolerados pelo regime, mesmo com as
tendências paganizantes, seguidas por muitos, nem todos aderiram a proposta pagã. O Sul era
mais conservador que o Norte. Portanto, Ezequias promove situações favoráveis aos javistas.
c) Ezequias une patriotrismo (com a sua religião nacional) e o descontamento geral.
A própria teologia nacional, da Aliança com YHWH era favorável à uma mudança radical.
 O fumdamento da politica de Ezequias: As situações externas estavam favoráveis,
grandes potencias vizinhas acordavam e lutavam contra a Assíria, como a Babilônia, na Ásia
Menor, os frigios; o Egito.
d) Ezequias e a reforma.
 O nacionalismo e o zelo em javista voltaram com força. O resultado foi a reforma
total do culto encabeçada por Ezequias.
 Ezequias afasta as práticas introduzidas por Acaz – Remoção os objetos pagãos
do culto.
 A Politica de Ezequias não tinha como finalidade somente a independência de
Judá, mas também envolvia a reafirmação das pretensões dinásticas representadas pelo
sonho (Cf. Is 9, 1-7) da reunião de Israel inteiro, servisse de preludio para a unificação
para a unificação politica e a independência.
e) Morte de Ezequias: Coalização contra a Assíria. Mesmo sendo um patriota
ardente, Ezequias estava sob pressão, tanto da parte dos confederados como da parte
de certos nobres patriotas. Apesar das severas admoestações de Isaías de toda
aquela situação, tachando-a de loucura e rebelião contra YHWH, Ezequias
tomou parte na coalizão e enviou mensageiros ao Egito para negociar um
tratado. E se torna chefe da revolta.
 Senaquerib, durante a coalização contra seu reino (Assíria), volta-se para Judá e
fez um morticínio, fez deportações, prendeu Ezequias. Transtornado pede uma
trégua, enviando um emissário a Senaquerib. O resultado foi a perda de algumas partes
do reino e foi obrigado a despojar o tempos e os tesouros reais, incluindo as suas
filhas, que foram enviadas como concubinas.
 Sabemos que Ezequias lutou contra Senquerib com ajuda de Taraca (faraó do
Egito).

 Os Profetas: Auxilio pastoral no final do século XVIII. Tiveram mais


significação que até mesmo que os reis. Embora houvesse muitos outros profetas,
destacam-se Isaias e Miqueias. Suas pregações se iniciaram sob a sombra da
Assíria e a triste situação do Estado do Norte.

 Para apreciar o profetismo o é preciso recordar a crise espiritual . Com a


desintegração social dos antepassados, a aliança do Sinai – com suas austeras
obrigações religiosas, morais, sociais, que tinham sido a base original da sociedade
israelita – fora grandemente esquecida por muitos cidadãos de Judá. (Is 1, 10-20).

a) Isaías: profecia (intervenções) vista nos fatos históricos, com Acaz e Ezequias;
Afirmação contínua da poderosa afirmação da teologia davídica e de suas
promessas, e uma rejeição daquela teologia do javismo primitivo.
A teologia oficial era interpretada por Isaías, e recebeu uma justificação nos
acontecimentos. A crise é fruto da infidelidade de Judá e a Assíria era
instrumento de purificação.
b) Miqueias: Sua profecia nasceu no tempo do rei Ezequias. Era apegado às tradições
do javismo primitivo. Os ataques de Miqueias seguiram o padrão profético clássico,
com ênfase – talvez pela origem humilde e pobre – nos abusos socioeconômicos dos
nobres ricos de Jerusalém. Profetizou que o Templo de Jerusalém seria destruído e
que YHWH escolhera o Sião para habitar. Profetizou algo de muita
importância: Espera-se que Jerusalém cairia, mas que Judá, maravilhosamente
libertada, será governada por um príncipe da Casa de Davi, de Belém, que
surgirá na Idade da Paz.
c) Consequencias da ação profética: Com toda certeza tiveram muita importância
na reforma de Ezequias.

 Havia duas reações opostas na população de Judá : Uma confiança cega e uma
infidelidade covarde, como o rei Acaz.

5. O FIM DO IMPÉRIO ASSÍRIO E O EXÍLIO BABILÔNICO.

 Entre a morte de Ezequias e a conquista final de Jerusalém pelos babilônicos


transcorreu exatamente um século (687-587).
 Na primeira parte do período, Judá era um Estado vassalo da Assíria;
 Depois de uma rápida sucessão, atravessou períodos de independência e sujeição.
Primeiramente conquistado pelo Egito e depois pela Babilônia, tendo sido destruído
numa rebelião inútil contra esta ultima.

a) O fim do Império Assírio: o reino de Judá readquire a independência.

 O esforço de Ezequias pela independência, como já sabemos, havia falhado. É


provável que só sua morte tenha salvo de severas represálias por parte de
Senaquerib;
 Manassés (687-642) manteve-se vassalo fiel à Assíria durante todo seu
reinado.
 A politica de Manassés representava uma ruptura total com a de Ezequias e
uma volta à de Acaz. Em matéria religiosa, foi semelhante ao seu avô, Acaz.
Prestou homenagens aos deuses pagãos do Soberano e também ergueu altares
para as divindades astrais da mesopotâmia dentro do próprio templo.
 A prática religiosa e do culto de Judá eram livres. O rito bárbaro do sacrifício
humano novamente apareceu.
 A natureza do javismo primitivo tinha sido esquecido tão amplamente
esquecida e ritos incompatíveis com ele tão longamente praticado que, em
muitas mentes, a distinção essencial entre YHWH e os deuses pagãos não era
mais possivel.
 Embora a Assíria não tivesse rival entre as potências mundiais, possuía muitos
inimigos dentro e fora de seu território.
 Em 610 percebemos que já existe o império Assírio. Quando a Assíria perde o
controle, mais uma vez Judá achou-se uma nação livre, mesmo que fosse à
revelia.

b) O reinado e a reforma do Rei Josias (640-609);

 A informação de II Cr 34, 3 pode indicar que, até o oitavo ano de Josias


(633/2), tomou-se a decisão de uma mudança na politica nacional. Parece que
esta oportunidade chegou no décimo ano de Josias (629/8).
 A Assíria não tinha mais força para conter a reforma de Josias.

CARACTERISTICAS DA REFORMA DE JOSIAS – A MAIOR REFORMA DA


HISTÓRIA DE Israel
 A reforma realizou-se na no décimo oitavo ano de Josia (622), quando, durante obras
de reparo no templo, foi encontrada uma cópia do “livro da lei”. Parece que esta lei
foi a base da reforma, ou pelo menos, a deu uma direção e a conduziu à
conclusão.
 O livro foi encontrado quando o templo estava em reformas, o que indica que a
reforma de Josias já havia iniciado. O cronista recorda que esta reforma se deu em
varias fases.
 A reforma foi motivada por um insurgente nacionalismo, principalmente, porque a
religião da assíria era uma humilhação à Judá. O que também motivou a mudança foi a
saudade do tempo antigo, impregnado pela nostalgia do Deuteronômio. A reforma
parece que foi bem sucedida, afinal, mesmo com o tempo destruído as pessoas se
dirigiam à Jerusalém para encontrar com YHWH.
- Práticas da reforma:
1. Expurgo radical de cultos e práticas estrangeiras. Os cultos solares e astrais
foram banidos;
2. O pessoal que promovia os cultos pagãos (sacerdotes; eunucos; prostitutas e
prostitutos) foi morto;
3. A prática da adivinhação e da magia foi suprimida. (II Rs 23, 24);
4. Os locais de culto no norte de Israel – sendo concebidos como uniformemente
idolatras – foram destruídos juntamente com a morte de seus sacerdotes.
5. Centralizou a adoração pública em Jerusalém.

c) O exílio: a primeira deportação babilônica (597 a. C).

 Josias morre tragicamente em uma batalha entre Egito e Babilônia, mesmo não
sendo formalmente aliado dos babilônios. Mas, com certeza, ele não queria uma vitória
egípcio-assíria, cujo resultado seria ficar a mercê das ambições do Egito. (II Cr 35, 20-24)
 Joacaz se torna rei, filho de Josias.
 Necao, rei do Egito, depõe Joacaz e o nomeia Joaquim, seu irmão. Este
permaneceu vassalo do Egito.
 Após vencer a Filisteia, é possível que Joaquim tenha transferido sua aliança
para Nabudonosor. Joaquim não foi um vassalo obediente.
 Em uma guerra entre Egito e Babilônia, ambos saem destruídos e Joaquim
rebela-se.
 Em dezembro de 598, o exército babilônico marchou e Joaquim foi morto.
 Em 16 março de 597, Joaquin (filho de Joaquim) foi colocado no trono. A
ajuda do Egito não chegou, depois de três meses, e a corte foi deportada: o rei; a rainha mãe,
os altos oficiais e os cidadãos eminentes.
 Sedecias assume o poder (tio de Joaquin).
 A rebelião final: a destruição de Jerusalém. Depois de cinco anos (por volta do
ano de 589), um patriotismo feroz, apoiado por uma confiança cega e imprudente, arrastou
Judá a uma rebelião aberta e irrevogável.
 Babilônia reagiu rápido. Em janeiro 588 (II Rs 25, 1ss) cercaram Jerusalém.
Em julho de 587, depois de fazer Sedecias presenciar a morte de seus filhos, cegaram-no e
levaram-no para acorrentado para o rei Nabudonosor.

Você também pode gostar