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MISSÕES E
EVANGELIMO
INSTITUTO ALIANÇA DE LINGUÍSTICA, TEOLOGIA E HUMANIDADES
Rua Odon Rodrigues de Moraes Rego, 20 – Anexo, Recife/PE
E-mail: secretaria@ialth.com.br Fone: 3033-5004
CNPJ: 22.879.088/0001-04
MISSÕES E EVANGELISMO
1. INTRODUÇÃO
2. O QUE É MISSÃO?
Missões e Evangelismo
1. Introdução
Existe hoje uma confusão generalizada no meio dos cristãos, a respeito do que é
missão. Assim como antigamente, hoje tudo se convencionou a chamar de missão.
Tentar definir missão não é tarefa fácil. Claro que houve uma evolução natural do
termo a ponto de “missão” incluir tudo, porém sem se identificar com esse todo. Por
exemplo, missão não é sinônimo de evangelismo, pois se tudo que a igreja fizer for
chamado de evangelismo, então nada é realmente evangelismo.
2. O que é Missão?
A palavra “missão” vem da expressão latina missione, que se originou por sua
vez do verbo mittere, que significa ação, tarefa, ordem, mandato, compromisso,
incumbência, encargo ou obrigação de enviar missionários. No grego, corresponde
à palavra apostolē que, em português, é “apóstolo” e significa “alguém enviado por
ordem de outrem para realizar uma tarefa”. Ora, alguém é enviado para realizar algo
(missão-tarefa) no intuito de atingir um alvo específico (missão-objetivo).
2.1. Missões - O que implica em dizer que missão é ser enviado: “Assim como o Pai
me enviou, eu também vos envio a vós”. Johannes Blauw, em a Natureza
Missionária da Igreja, diz que “Não há outra igreja, que não a igreja enviada ao
mundo”. Fomos enviados para que nos identifiquemos com outras pessoas, pois de
fato o que Jesus fez foi se identificar conosco assumindo nossos pecados. Somos
enviados por Cristo para encarar as necessidades das pessoas, necessidades
espirituais e materiais num mundo cada vez mais hostil.
2.2. Evangelho - A palavra “evangelho” vem de duas palavras gregas “eu”, que
quer dizer “bem”, e de “aggelia”, que significa “mensagem, notícia, novas”. Assim a
palavra “euaggelion” quer dizer “boas novas, notícias alvissareiras”. No hebraico é
bessorah traduzida por euaggelion na na septuaginta (cf. II Sm 18:20,25,27; II Rs
7:9), originalmente significava “pagamento pela transmissão de uma boa notícia”.
Esse vocábulo só aparece no singular em todo o Novo Testamento, 76 vezes; o
verbo euaggelizo (evangelizar) 54; e euaggelistes (evangelistas) 3.
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Deus e as nações precisa ser estudado. Afirma Neill: “As religiões da humanidade
revestiram na sua maioria, sempre o caráter local e até tribal”. A ideia era, que a
adoração de uma divindade, só era possível em seu território geográfico, fora dele,
o adorador não gozava de proteção, e consequentemente, deveria render-se ao
deus local. Sendo assim suas divindades eram definidas como fortes ou fracas,
conforme os resultados obtidos nas guerras. Há vários textos que podemos
destacar a esse respeito: I Sm 16; Dn 6; 26:19 e Rt 1:16.
Essas ideias antigas são pagãs, e consequentemente contrárias ao que Deus
revela em todo Antigo Testamento, onde Deus é Único e vindica exclusividade (cf.
Gn 18:25; Ex 20:3; Sl 22:27-28; Is 37:19; Jr 10:6-7). Stephen Neill afirma: “Algumas
tribos contam que nos tempos antigos o céu se encontrava tão perto da terra que o
homem podia tocar-lhe; existia então um verdadeiro contato entre Deus e o homem,
mas este pecou, e Deus, tendo-se ofendido, afastou-se para a distância imensa,
nunca mais se sabendo nada dele”.
De fato podemos perceber, a luz de estudos de antropologistas que em todos os
povos é possível extrair, até mesmo do povo mais primitivo, ainda que deturpado, a
concepção de existência de um Deus Supremo.
3.1.1. As Alianças - Nas alianças, vemos que Deus visava tornar conhecida a sua
glória entre as nações e receber delas a legítima adoração.
2) Aliança adâmica (Gn 3.15) - “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua
semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Na
aliança adâmica, o homem estava condicionado à escravidão pelo pecado.
Entretanto, havia também a promessa de um Redentor - a “semente da mulher”. E
esta promessa veio trazer luz, ainda que pequena, àquela hora tão escura da
humanidade;
3) Aliança noética (Gn 9.11-15) - “E eu convosco estabeleço o meu concerto, que não
será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio
para destruir a terra. E disse Deus: Este é o sinal do concerto que ponho entre mim
e vós e entre toda alma vivente, que está convosco, por gerações eternas. O meu
arco tenho posto na nuvem; este será por sinal do concerto entre mim e a terra;
4) Aliança abraâmica (Gn 12.1-3) - “Ora, o Senhor disse a Abraão: Sai-te da tua terra,
e da tua parentela, e da casa do teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei
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5) Aliança mosaica (Êx 19.5,6) - “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz
e guardardes o meu concerto, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre
todos os povos; porque toda a terra é minha. E vós me sereis reino sacerdotal e
povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel”. Com esta
aliança, Deus credenciou Israel como intermediário entre Ele e os outros povos. A
Lei veio aumentar a provisão da aliança abraâmica até que a Semente viesse e a
cumprisse. A Lei, por si só, não conseguia aperfeiçoar coisa alguma (Hb 7.18,19);
6) Aliança palestiniana (Dt 30.1-3) - E será que, sobrevindo-te todas estas coisas, a
bênção ou a maldição, que tenho posto diante de ti, e te recordares delas entre
todas as nações, para onde te lançar o Senhor, teu Deus; e te converteres ao
Senhor, teu Deus, e deres ouvidos à sua voz conforme tudo o que eu te ordeno hoje,
tu e teus filhos, com todo o teu coração e com toda a tua alma, então, o Senhor, teu
Deus, te fará voltar do teu cativeiro, e se apiedará de ti, e tornará a ajuntar-te dentre
todas as nações entre as quais te espalhou o Senhor, teu Deus”. Esta aliança
garante a restauração final e a conversão de Israel;
7) Aliança davídica (2 Sm 7.16) - “Porém a tua casa e teu reino serão firmados para
sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre”. Davi foi o instrumento de
Deus para a expansão do domínio do povo judeu e o estabelecimento do reinado, de
onde iria se firmar o futuro reino de Cristo (Rm 1.3). Davi e seu filho Salomão
demonstraram os propósitos de Deus quanto ao reinado universal que irá cumprir-se
em Cristo, nos últimos tempos. Ao construir o Templo, eles tinham o propósito de
tornar conhecido e temido o nome do Senhor por todas as nações (1 Rs 8.43,60);
a. Civilização Grega: Influenciaram com sua arte, arquitetura, literatura, língua (grego
koinê), ciência e a Filosofia;
b. Civilização Romana: Varreram os piratas dos mares, construíram boas estradas, que
por sua vez, eram bem guarnecidas; produziram o que foi chamado de Pax Romana;
Green afirma: “...nenhum outro período da história do mundo estava estava melhor
preparado para receber a jovem Igreja que o primeiro século d.C., com
oportunidades enormes para espalhar e compreender a fé, em um império
literalmente mundial. A conjunção de elementos gregos, romanos e judaicos nesta
preparação evangélica é conhecida de todos…”.
Uma investigação nos evangelhos nos permitirá notar e detectar o plano mestre
universal de Deus em Cristo Jesus (cf. Mc 10:44-45; Jo:9-10; Lc 10:10. Isto está
claro em seu ministério, quando ele rompe as barreiras geográficas (Lc 4:14-15);
sociais (Lc 7:36; 11:37); culturais e religiosas (Lc 10:29-37; 7:9), evidenciando sua
soberania escatológica, visando os propósitos missioredentores de Deus.
Para que igrejas redescubram sua natureza missionária é necessário que tenham
uma visão correta acerca de seu papel como comunidade. Esta visão só é possível
se olharmos como Jesus comparou o Reino de Deus em Mateus 13:31-33: “O reino
dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no
seu campo, o qual é na verdade, a menor de todas as hortaliças, e se faz árvore, de
modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos”. Assim é a igreja. O grão
de mostarda não se transforma em árvore até que seja plantado.
Deus se propõe a restaurar aquilo que criou. Sua missão é uma missão para a
criação. Não é por acaso que a revelação escrita que descreve a missão de Deus
começa com a criação dos céus e da terra e termina com a restauração dos
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mesmos num novo céu e nova terra. O homem não só é guardião do seu próximo,
mas mordomo da própria criação.
Os salmos e hinos no Antigo Testamento incluem os louvores não só do povo de
Deus, mas também da própria natureza; e a era vindoura de salvação só pode
incluir a expectativa de restauração não só de Israel e das nações, mas da criação
toda (cf. Is 43:18-21; 65:17-25). Esta perspectiva nos guarda contra toda sorte de
miopia missionária.
Desde o início do testemunho bíblico observamos que Deus age dentro e através
de eventos concretos na vida dos seres humanos. Ele não se manifesta num plano
contemplativo e fora deste mundo, mas dentro e através da história. Julga através
da expulsão do Éden, através do dilúvio e da dispersão dos povos. Julga as nações
através das pragas no Egito, a conquista de Canaã e a queda de um império por
outro. julga seu povo através dos profetas e dos exílio. Mas também abençoa
através da libertação do Egito, do exílio, e de modo supremo e definitivo através da
morte e ressurreição de Jesus.
No livro de Ato dos Apóstolos (sugerido por muitos para que fosse: Atos do
Espírito Santo) percebemos que o Espírito santo é o Iniciante, Motivador e
Superintendente de missões no mundo. Ele fez com que a mensagem fosse
universalmente compreendida ao habitar os apóstolos naquela ocasião em
Jerusalém.
Vejamos:
b. O Espírito Santo equipou seus servos de uma maneira extraordinária com grande
poder e ousadia para transmitir a mensagem de Deus;
d. Os Espírito Santo guiou especificamente seus servos para outras áreas e povos que
exigiam ministérios especiais;
e. O Espírito Santo guiou graciosamente seus servos para para resolverem grandes
tensões e problemas;
f. O Espírito Santo mobilizou todo o Corpo do Senhor Jesus Cristo na grande tarefa de
evangelizar, impondo em sua igreja o princípio do sacerdócio universal e do sustento
mútuo do corpo;
g. O Espírito Santo prescreveu os meios principais pelos quais o Evangelho deve ser
divulgado ao redor do mundo. Esses meios incluem a proclamação do Evangelho, o
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Conclusão
Somos levados a ver a missão como algo estreitamente relacionado com o fato
de ser da igreja. Não há como desvincularmos uma coisa de outra. A missão
pertence de fato à natureza da igreja. Algumas aplicações devem ser feitas ao
término deste assunto:
1) Devemos tentar responder “quem somos nós”. Isto é, qual a nossa identidade como
verdadeira igreja de nosso Senhor Jesus Cristo? A igreja somente manifestará sua
genuína identidade quando expressar a seu envolvimento com o mundo de forma
aberta e clara como Cristo fez. É na identificação e envolvimento com Jesus de
Nazaré, que a comunidade dos discípulos de Cristo, manifestarão o testemunho dos
de fora de que “estes verdadeiramente estavam com Ele”. É na justiça social, na
vida de oração, na perseverança da doutrina, no partir do pão, no estender as mãos
ao necessitado, aos desprezados. É na proclamação do Kerygma, na manifestação
da sua diaconia ao mundo, e na sua koinonia que iremos nos identificar com Cristo
que é o cabeça do corpo.
Cabe a igreja descobrir sua essência, sua natureza e com a ajuda misericordiosa do
Espírito Santo, exprimir em sua vida o que existe para glorificar a Deus e gozá-lo
para sempre.