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INSTITUTO ALIANÇA DE LINGUÍSTICA, TEOLOGIA E HUMANIDADES

Rua Odon Rodrigues de Moraes Rego, 20 – Anexo, Recife/PE


E-mail: secretaria@ialth.com.br Fone: 3033-5004
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MISSÕES E
EVANGELIMO
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MISSÕES E EVANGELISMO

1. INTRODUÇÃO

2. O QUE É MISSÃO?

3. A MENSAGEM MISSIONÁRIA NO ANTIGO E NOVO


PENSAMENTO

4. A NATUREZA MISSIONÁRIA DA IGREJA

5. PRINCÍPIOS TEOLÓGICOS PARA A AÇÃO MISSIONÁRIA

6. DINÂMICA MISSIONÁRIA E O ESPÍRITO SANTO


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Missões e Evangelismo

1. Introdução

Existe hoje uma confusão generalizada no meio dos cristãos, a respeito do que é
missão. Assim como antigamente, hoje tudo se convencionou a chamar de missão.
Tentar definir missão não é tarefa fácil. Claro que houve uma evolução natural do
termo a ponto de “missão” incluir tudo, porém sem se identificar com esse todo. Por
exemplo, missão não é sinônimo de evangelismo, pois se tudo que a igreja fizer for
chamado de evangelismo, então nada é realmente evangelismo.

Não podemos pensar em missão como um dos aspectos do ser igreja, um


departamento, mas entender missão à luz do ministério de Jesus, o que implica em
dizer que, missão é ser enviado: “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja
convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.” (Jo 20:21).

2. O que é Missão?

A palavra “missão” vem da expressão latina missione, que se originou por sua
vez do verbo mittere, que significa ação, tarefa, ordem, mandato, compromisso,
incumbência, encargo ou obrigação de enviar missionários. No grego, corresponde
à palavra apostolē que, em português, é “apóstolo” e significa “alguém enviado por
ordem de outrem para realizar uma tarefa”. Ora, alguém é enviado para realizar algo
(missão-tarefa) no intuito de atingir um alvo específico (missão-objetivo).

2.1. Missões - O que implica em dizer que missão é ser enviado: “Assim como o Pai
me enviou, eu também vos envio a vós”. Johannes Blauw, em a Natureza
Missionária da Igreja, diz que “Não há outra igreja, que não a igreja enviada ao
mundo”. Fomos enviados para que nos identifiquemos com outras pessoas, pois de
fato o que Jesus fez foi se identificar conosco assumindo nossos pecados. Somos
enviados por Cristo para encarar as necessidades das pessoas, necessidades
espirituais e materiais num mundo cada vez mais hostil.

2.2. Evangelho - A palavra “evangelho” vem de duas palavras gregas “eu”, que
quer dizer “bem”, e de “aggelia”, que significa “mensagem, notícia, novas”. Assim a
palavra “euaggelion” quer dizer “boas novas, notícias alvissareiras”. No hebraico é
bessorah traduzida por euaggelion na na septuaginta (cf. II Sm 18:20,25,27; II Rs
7:9), originalmente significava “pagamento pela transmissão de uma boa notícia”.
Esse vocábulo só aparece no singular em todo o Novo Testamento, 76 vezes; o
verbo euaggelizo (evangelizar) 54; e euaggelistes (evangelistas) 3.
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3. A Mensagem Missionária do Antigo e Novo Testamento

3.1. A Mensagem Missionária do Antigo Testamento

Deus e as nações precisa ser estudado. Afirma Neill: “As religiões da humanidade
revestiram na sua maioria, sempre o caráter local e até tribal”. A ideia era, que a
adoração de uma divindade, só era possível em seu território geográfico, fora dele,
o adorador não gozava de proteção, e consequentemente, deveria render-se ao
deus local. Sendo assim suas divindades eram definidas como fortes ou fracas,
conforme os resultados obtidos nas guerras. Há vários textos que podemos
destacar a esse respeito: I Sm 16; Dn 6; 26:19 e Rt 1:16.
Essas ideias antigas são pagãs, e consequentemente contrárias ao que Deus
revela em todo Antigo Testamento, onde Deus é Único e vindica exclusividade (cf.
Gn 18:25; Ex 20:3; Sl 22:27-28; Is 37:19; Jr 10:6-7). Stephen Neill afirma: “Algumas
tribos contam que nos tempos antigos o céu se encontrava tão perto da terra que o
homem podia tocar-lhe; existia então um verdadeiro contato entre Deus e o homem,
mas este pecou, e Deus, tendo-se ofendido, afastou-se para a distância imensa,
nunca mais se sabendo nada dele”.
De fato podemos perceber, a luz de estudos de antropologistas que em todos os
povos é possível extrair, até mesmo do povo mais primitivo, ainda que deturpado, a
concepção de existência de um Deus Supremo.

3.1.1. As Alianças - Nas alianças, vemos que Deus visava tornar conhecida a sua
glória entre as nações e receber delas a legítima adoração.

1) Aliança edênica (Gn 2.16,17) - “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De


toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do
mal não comerás; porque, no dia que dela comeres, certamente morrerás”;

2) Aliança adâmica (Gn 3.15) - “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua
semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Na
aliança adâmica, o homem estava condicionado à escravidão pelo pecado.
Entretanto, havia também a promessa de um Redentor - a “semente da mulher”. E
esta promessa veio trazer luz, ainda que pequena, àquela hora tão escura da
humanidade;

3) Aliança noética (Gn 9.11-15) - “E eu convosco estabeleço o meu concerto, que não
será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio
para destruir a terra. E disse Deus: Este é o sinal do concerto que ponho entre mim
e vós e entre toda alma vivente, que está convosco, por gerações eternas. O meu
arco tenho posto na nuvem; este será por sinal do concerto entre mim e a terra;

4) Aliança abraâmica (Gn 12.1-3) - “Ora, o Senhor disse a Abraão: Sai-te da tua terra,
e da tua parentela, e da casa do teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei
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uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma


bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”;

5) Aliança mosaica (Êx 19.5,6) - “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz
e guardardes o meu concerto, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre
todos os povos; porque toda a terra é minha. E vós me sereis reino sacerdotal e
povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel”. Com esta
aliança, Deus credenciou Israel como intermediário entre Ele e os outros povos. A
Lei veio aumentar a provisão da aliança abraâmica até que a Semente viesse e a
cumprisse. A Lei, por si só, não conseguia aperfeiçoar coisa alguma (Hb 7.18,19);

6) Aliança palestiniana (Dt 30.1-3) - E será que, sobrevindo-te todas estas coisas, a
bênção ou a maldição, que tenho posto diante de ti, e te recordares delas entre
todas as nações, para onde te lançar o Senhor, teu Deus; e te converteres ao
Senhor, teu Deus, e deres ouvidos à sua voz conforme tudo o que eu te ordeno hoje,
tu e teus filhos, com todo o teu coração e com toda a tua alma, então, o Senhor, teu
Deus, te fará voltar do teu cativeiro, e se apiedará de ti, e tornará a ajuntar-te dentre
todas as nações entre as quais te espalhou o Senhor, teu Deus”. Esta aliança
garante a restauração final e a conversão de Israel;

7) Aliança davídica (2 Sm 7.16) - “Porém a tua casa e teu reino serão firmados para
sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre”. Davi foi o instrumento de
Deus para a expansão do domínio do povo judeu e o estabelecimento do reinado, de
onde iria se firmar o futuro reino de Cristo (Rm 1.3). Davi e seu filho Salomão
demonstraram os propósitos de Deus quanto ao reinado universal que irá cumprir-se
em Cristo, nos últimos tempos. Ao construir o Templo, eles tinham o propósito de
tornar conhecido e temido o nome do Senhor por todas as nações (1 Rs 8.43,60);

8) Nova Aliança - A nova aliança é marcada pela demonstração do amor de Deus ao


mundo. Ela tem como garantia o selo do Espírito Santo. Cristo foi o executor desta
aliança. Sua morte e ressurreição foram suficientes para liquidar de uma vez para
sempre com o pecado e seu efeitos sobre o homem. Deus demonstra seu amor
eterno pelo homem oferecendo seu único Filho, “para que todo aquele que nele crê
não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3.16).

Os desígnios de Deus abrangem toda a humanidade. Seu alvo é revelar a sua


glória e conhecimento a todos os povos, raças, línguas, tribos e nações. A função
de Israel neste plano divino é a de instrumento usado por Ele para que os objetivos
sejam alcançados. O Antigo Testamento revela o Senhor Jeová como Redentor,
tanto dos judeus como das nações gentias, e descreve o meio que Ele tem usado
para trazer salvação a ambos os grupos: a difusão do seu conhecimento para trazê-
los à obediência.
Israel foi por diversas vezes advertido pelos profetas a não guardar a mensagem
de salvação só para si, mas proclamá-la “entre as nações a sua glória; entre todos
os povos, as suas maravilhas (Sl 96.3).
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3.2. A Mensagem Missionária do Novo Testamento

Sabemos que as três civilizações que contribuíram para o nascimento de Cristo e o


advento do Cristianismo foram: Grega, Romana e Judaica.

a. Civilização Grega: Influenciaram com sua arte, arquitetura, literatura, língua (grego
koinê), ciência e a Filosofia;

b. Civilização Romana: Varreram os piratas dos mares, construíram boas estradas, que
por sua vez, eram bem guarnecidas; produziram o que foi chamado de Pax Romana;

c. Civilização Judaica: Traziam consigo missão de serem bênção a todas as famílias


da terra, além de uma religiosidade que combinava duas características essenciais:
a primeira, o mais elevado conceito acerca de Deus (Resultado AT); a segunda, o
mais alto ideal de vida moral (Resultado concepção que tinham acerca de Deus).O
único povo que possuía a esperança da vinda de um Salvador. Outro fator
importante, é que, os judeus deram ao cristianismo o Antigo Testamento. Sendo
dispersos, os judeus criaram sinagogas por onde passavam. Tornando-se o núcleo
da igreja cristã.

Green afirma: “...nenhum outro período da história do mundo estava estava melhor
preparado para receber a jovem Igreja que o primeiro século d.C., com
oportunidades enormes para espalhar e compreender a fé, em um império
literalmente mundial. A conjunção de elementos gregos, romanos e judaicos nesta
preparação evangélica é conhecida de todos…”.

Uma investigação nos evangelhos nos permitirá notar e detectar o plano mestre
universal de Deus em Cristo Jesus (cf. Mc 10:44-45; Jo:9-10; Lc 10:10. Isto está
claro em seu ministério, quando ele rompe as barreiras geográficas (Lc 4:14-15);
sociais (Lc 7:36; 11:37); culturais e religiosas (Lc 10:29-37; 7:9), evidenciando sua
soberania escatológica, visando os propósitos missioredentores de Deus.

3.3. Todos os Povos na Mira de Deus

Para um leitor desatento, aparentemente Gn 10, descreve uma daquelas


cansativas genealogias. Entretanto, este capítulo manifesta a intenção original de
Deus em relacionar-se salvificamente com toda humanidade.
A lista das nações, indica que o propósito redentor de Deus (Rei-Criador) não
está restrito a uma única nação, ou a uma determinada raça/etnia, mas sim, no
sentido universal, a todos os povos. Isto está diretamente ligado a ação redentora
de Jesus Cristo (cf. Jo 3.16; 1Tm 2:1-7; Rm 1:16-17.

4. A Natureza Missionária da Igreja


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Para que igrejas redescubram sua natureza missionária é necessário que tenham
uma visão correta acerca de seu papel como comunidade. Esta visão só é possível
se olharmos como Jesus comparou o Reino de Deus em Mateus 13:31-33: “O reino
dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no
seu campo, o qual é na verdade, a menor de todas as hortaliças, e se faz árvore, de
modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos”. Assim é a igreja. O grão
de mostarda não se transforma em árvore até que seja plantado.

Duas vezes Jesus declarou: “Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao


mundo” (Jo 17:18). Note as palavras dirigidas aos discípulos, “Assim como o Pai me
enviou, eu os envio” (Jo 20:21). O paralelo entre a missão de Jesus e a dos
apóstolos não foi absoluta.
Os discípulos não são enviados para serem sacrifícios vicários, ainda que a
hostilidade do mundo que Jesus enfrentou levaria quase todos eles ao martírio. Por
isso, Paulo, o último dos apóstolos, escreveu para a igreja de Colossos, “Me alegro
em meus sofrimentos por vocês, e completo no meu corpo o que resta das aflições
de Cristo, em favor do seu corpo, que é a igreja” (Cl 1:24).

É importante notar que a transição passa necessariamente pelo caminho da


aprendizagem, do treinamento, do aperfeiçoamento, para o desempenho de um
serviço. Efésios 4:12 é muito claro quando afirma que os dons e ministérios no
Corpo de Cristo são “para o aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do
seu serviço, para a edificação do Corpo de Cristo”.

Isto significa que não há maturidade sem este tripé: aperfeiçoamento,


desempenho e edificação.

5. Princípios Teológicos Para a Ação Missionária

O objetivo deste capítulo é esboçar alguns princípios teológicos que possam


orientar o interesse missionário crescente. O embasamento teológico para a tarefa
missionária da igreja é especialmente importante por causa da dependência que a
igreja tem dele e para medir os nossos esforços com o padrão divino. Se a missão é
de Deus, temos a segurança de que é Deus quem está comandando a expansão do
seu reino, nos seus termos, e isto nos dá plena convicção de que ele realizará os
seus propósitos.

Idealmente os princípios propostos devem ser os mais patentes possíveis para


servirem de orientação em todos os níveis da igreja.

5.1. A Origem da Missão: O Deus Triuno


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A missão tem sua origem no próprio relacionamento da Trindade e encontra o


seu instrumento na incubência missionária atribuída à igreja. Disto surge o princípio
de integralidade da missão. Noivo (Cristo) e noiva (igreja) possuem estratégias,
metodologias, alvos e objetivos em comum.

5.2. O Instrumento da Missão a Igreja

Se Deus é o agente e origem da missão, ele não trabalha sozinho. Seu


instrumento é um povo específico. A missão também é tarefa da igreja que, por sua
vez, é derivada então da missão de Deus. Deus escolhe um povo específico como
instrumento de sua missão. Elegeu um povo, Israel, no Antigo Testamento, e com
este fez uma aliança peculiar (cf. Gn 12:3; Êx 19:5-6).
A eleição de Israel, antes de denotar qualquer favoritismo de Deus, teve um
propósito inclusivo de serviço missionário para as nações.

5.3. A Integralidade da Missão: Deus e a Igreja

Como os dois conceitos do Servo de YaHWeH e do Filho do Homem no Antigo


Testamento oscilam entre uma referência individual e uma coletiva, nossa referência
à missão varia entre uma referência à missão de Deus e outra à missão do povo de
Deus. Tal discurso ilustra a dinâmica e integralidade da missão como sendo missão
de Deus e da igreja.
Deus partilha sua tarefa com seu povo e nela o convida a participar. Este recebe
a promessa de que Ele estará sempre presente na realização da missão. A
dinâmica entre os dois encontra sua expressão ideal à medida que a igreja discerne
a missão de Deus e se conforma à mesma, um ideal que embora nunca se realize
perfeitamente, mesmo assim se manifesta em parte.

5.4. O Propósito da Missão: A Salvação

Para usar um termo mais abrangente, podemos descrever o propósito da missão


como sendo o de restauração. É a missão da salvação. Aquilo que Deus criou, ele
pretende restaurar. Contudo, a restauração é salvação não só no sentido de poupar,
mas também no sentido de julgar. A mensagem de restauração no Antigo
Testamento, consistentemente, inclui estas duas dimensões de salvação e de
julgamento.

5.5. O Alcance da Missão: Universal

Deus se propõe a restaurar aquilo que criou. Sua missão é uma missão para a
criação. Não é por acaso que a revelação escrita que descreve a missão de Deus
começa com a criação dos céus e da terra e termina com a restauração dos
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mesmos num novo céu e nova terra. O homem não só é guardião do seu próximo,
mas mordomo da própria criação.
Os salmos e hinos no Antigo Testamento incluem os louvores não só do povo de
Deus, mas também da própria natureza; e a era vindoura de salvação só pode
incluir a expectativa de restauração não só de Israel e das nações, mas da criação
toda (cf. Is 43:18-21; 65:17-25). Esta perspectiva nos guarda contra toda sorte de
miopia missionária.

5.6. O Local da Missão: O Mundo e a História

Desde o início do testemunho bíblico observamos que Deus age dentro e através
de eventos concretos na vida dos seres humanos. Ele não se manifesta num plano
contemplativo e fora deste mundo, mas dentro e através da história. Julga através
da expulsão do Éden, através do dilúvio e da dispersão dos povos. Julga as nações
através das pragas no Egito, a conquista de Canaã e a queda de um império por
outro. julga seu povo através dos profetas e dos exílio. Mas também abençoa
através da libertação do Egito, do exílio, e de modo supremo e definitivo através da
morte e ressurreição de Jesus.

5.7. A Razão da Missões: A Glória de Deus

O alvo e o fim último da missão é a glória de Deus, não a atividade missionária


em si. Os versos 8 a 9 de Romanos 15 fazem uma afirmação: Jesus Cristo
comprova a fidelidade e veracidade de Deus porque, através dele, as promessas de
Deus para o povo judeu se cumprem. Afinal, somente um deus falso e infiel não
cumpre as suas promessas.
Em Romanos 15:12, Paulo cita Isaías 11:10 como apoio das Escrituras para sua
afirmação que em Jesus, Deus se prova fiel às suas promessas: “Também Isaías
diz: Haverá a raiz de Jessé, aquele que se levanta para governar os gentios; nele os
gentios esperarão”. Os beneficiários das promessas são primeiro os judeus e
também as nações.

5.8. O Alvo de Missões: A Glória de Deus

O culto é o alvo da obra missionária simplesmente porque nosso propósito é levar


as nações a se regozijarem em Deus e glorificá-lo acima de tudo. O alvo da obra
missionária é a alegria dos povos na grandeza de Deus (cf. Sl 97:1; 67:3-4; 47:1;
66:1; 72:11,17; 86:9; 102:15; 117:1 e Is 25:6-9; 52:15; 56:7; 66:18-19).

6. Dinâmica Missionária e o Espírito Santo


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Pentecoste é um evento único na história da humanidade e sem paralelos na


história da religião. Ele é histórico considerando que ocorreu em um lugar específico
(Jerusalém), em uma época específica (Pentecoste Judeu) e na companhia
específica de pessoas (os discípulos, ou mais provavelmente os 120).

Pentecostes é um evento histórico com consequências duradouras, dinâmicas e


existenciais. O Espírito Santo não surgiu simplesmente. Ele foi enviado oficialmente
pelo Pai e pelo Filho, para executar e concretizar o propósito do Deus Trino e Uno
neste mundo. ele veio para tornar realidade a salvação de Deus em Cristo Jesus
nas vidas de homens, famílias, tribos e povos.

Devido a isso, Pentecostes torna-se a linha divisória de um novo tipo de missões


no mundo. Como Deus se manifesta, o Espírito Santo transforma missões
centrípetas em missões centrífugas dinâmicas e urgentes. O “venha” é substituído
pelo “vá”.

No livro de Ato dos Apóstolos (sugerido por muitos para que fosse: Atos do
Espírito Santo) percebemos que o Espírito santo é o Iniciante, Motivador e
Superintendente de missões no mundo. Ele fez com que a mensagem fosse
universalmente compreendida ao habitar os apóstolos naquela ocasião em
Jerusalém.
Vejamos:

a. Os Espírito Santo o “salto através das fronteiras religiosas” e enviou Filipe a


Samaria, Pedro a Cornélio, os santos de Chipre e Cirene à Antioquia, e Paulo e
Barnabé aos vastos campos de missão;

b. O Espírito Santo equipou seus servos de uma maneira extraordinária com grande
poder e ousadia para transmitir a mensagem de Deus;

c. O Espírito Santo dotou seus servos para perseverarem no meio de grandes


obstáculos, oposição e perseguição;

d. Os Espírito Santo guiou especificamente seus servos para outras áreas e povos que
exigiam ministérios especiais;

e. O Espírito Santo guiou graciosamente seus servos para para resolverem grandes
tensões e problemas;

f. O Espírito Santo mobilizou todo o Corpo do Senhor Jesus Cristo na grande tarefa de
evangelizar, impondo em sua igreja o princípio do sacerdócio universal e do sustento
mútuo do corpo;

g. O Espírito Santo prescreveu os meios principais pelos quais o Evangelho deve ser
divulgado ao redor do mundo. Esses meios incluem a proclamação do Evangelho, o
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testemunho vigoroso e dinâmico dos santos sobre o significado do Evangelho em


suas vidas pessoais, as orações prevalecentes nas igrejas, o sacrifício dos santos e
sua boa vontade para sofrer pelo evangelho de Jesus Cristo;

h. O Espírito Santo atuou graciosamente na formação das igrejas, inspirando os


apóstolos a preparar uma literatura extensa e duradoura que as orientasse em sua
missão e preservação da mensagem para a realização os propósitos de Deus.

Dessa forma, o Espírito Santo, como o Advogado divino, permaneceu e


permanece encarregado do divino plano de salvação. O Espírito Santo é
eminentemente missionário e a missão da igreja no mundo é participar da missão
do Espírito, pois em sua plenitude encontramos a dinâmica de missões do mundo.

Conclusão

Somos levados a ver a missão como algo estreitamente relacionado com o fato
de ser da igreja. Não há como desvincularmos uma coisa de outra. A missão
pertence de fato à natureza da igreja. Algumas aplicações devem ser feitas ao
término deste assunto:

1) Devemos tentar responder “quem somos nós”. Isto é, qual a nossa identidade como
verdadeira igreja de nosso Senhor Jesus Cristo? A igreja somente manifestará sua
genuína identidade quando expressar a seu envolvimento com o mundo de forma
aberta e clara como Cristo fez. É na identificação e envolvimento com Jesus de
Nazaré, que a comunidade dos discípulos de Cristo, manifestarão o testemunho dos
de fora de que “estes verdadeiramente estavam com Ele”. É na justiça social, na
vida de oração, na perseverança da doutrina, no partir do pão, no estender as mãos
ao necessitado, aos desprezados. É na proclamação do Kerygma, na manifestação
da sua diaconia ao mundo, e na sua koinonia que iremos nos identificar com Cristo
que é o cabeça do corpo.

2) Em segundo lugar devemos procurar responder “Onde estamos nós”. Se há uma


identificação com o caráter de Cristo, a igreja então vai ao mundo, existindo por
causa dele, fazendo-o ver a necessidade de uma conversão profunda, mas de
maneira integral. De modo que a evangelização e sua ação social não sejam
simplesmente um departamento localizado na igreja local, mas o fato de existir por si
mesma e interagir em um mundo decadente.

Cabe a igreja descobrir sua essência, sua natureza e com a ajuda misericordiosa do
Espírito Santo, exprimir em sua vida o que existe para glorificar a Deus e gozá-lo
para sempre.

Esta é a sua missão.


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Bibliografia - Curso Prático de Teologia / Claudemir Pedroso da Silva -- São Paulo:


PAE Editora, 2012.
Manual de Missões .../ Oséas Macedo de Paula
1.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1997.

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