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“Depois que o mundo acabou

fomos para o céu”. Assim


começa esse livro escrito por
José Eduardo Agualusa. Na
sequência de um desastre de
proporções mundiais, o Dilúvio,
que transforma a superfície
numa verdadeira distopia
infernal, matando quase toda a
vida terrestre.
Para se salvarem, os ricos
constroem enormes dirigíveis,
com nomes de grandes cidades
ou empresas e vão viver entre as
nuvens. Já os demais
improvisam balões, chamados
balsas, que prendem uns aos
outros, formando imensas
aldeias flutuantes.
Carlos Tucano nasce num
desses grupos de balões. É, por
isso, um filho do céu. E esta é a
sua história. Aos dezesseis anos, Carlos deixa sua aldeia e parte à procura
do pai, desaparecido numa tempestade.
Ao longo desta busca, vai-nos mostrando o que se dá por vida no
céu, com os seus prodígios, os seus mistérios, e também os seus
desacertos, ao passo que estabelece ligações com toda uma grande
variedade de personagens, como uma sonhadora profissional sul africana,
um pirata indonésio, um cego navegador solitário, além de uma jovem
adolescente, Aimeé, que conhece no
mais belo dirigível do mundo – o Paris.

O grande desastre aconteceu mais de trinta anos antes dessa história.


Apenas um por cento da humanidade conseguiu ascender aos céus,
escapando do inferno, lá em baixo. Uns seis milhões de navegantes. A
maioria das balsas, infelizmente, caíram em pouco tempo e afundaram no
mar. Dez anos depois do Dilúvio já só permaneciam entre as nuvens umas
duas milhões de pessoas.
E mesmo os habitantes do céu que sobreviveram enfrentavam problemas,
como por exemplo os recursos para que se sustentassem e sustentassem
as balsas. A piora das condições levou bandos de marginais tomaram o
controle dos navios, que mais tarde ficam em ruínas, a deriva.
O protagonista Carlos nasce em Luanda, que junta mais de trezentas
balsas. Seu meu pai, Júlio Tucano, desapareceu durante um temporal,
quando caiu no mar tentando socorrer uma balsa, incendiada por um
raio. Os moradores ficaram na esperança, um tanto absurda, de que
tivesse escapado vivo à queda. Se sobrevivesse a queda, o calor é o
primeiro perigo que enfrentaria. À superfície da água o ar torna-se quase
irrespirável. A reduzida visibilidade por causa de uma densa névoa é, o
segundo perigo. O terceiro perigo são os tubarões.
Por isso, um tanto absurda.
Tempo depois todos se convenceram de que morrera na queda. E se não
na queda, logo depois.
Todos, menos seu filho
“Deixa-me ir à procura dele” dizia.
Despediu-se da família e dos amigos e transformou-se num navegador
solitário.

Ao saber que um dos grandes dirigíveis o Paris, se afastara da sua rota,


passando muito próximo da sua aldeia, contatou
Aimée Longuet, uma de suas amigas virtuais, que
vivia no Paris. Ela lhe contou sobre uma tempestade que ocorrera. O
dirigível sofrera uma avaria perdera a rota.
Três semanas após ele ter deixado Luanda, avistou, Paris,
Circundou-o, fascinado.
Atracou e perguntou se poderia fazer uma visita
Teve sorte. Havia uma vaga na cozinha.
Foi no Paris que provou pela primeira vez diversas comidas que nem
sonhava
Nas semanas seguintes, Aimée mostrou tudo o que era possível visitar.
Um dia, enquanto trabalhavam, Manu, um de seus colegas da cozinha, lhe
falou pela primeira vez num misterioso passageiro clandestino, que teria
vindo do nada. Chamavam-lhe de O Voador e mantinham-no escondido.
Ao que parecia esse homem adivinhava coisas como por exemplo o estado
do tempo daqui a uma semana.
Quis conhecê-lo, mesmo sabendo que poderia ser falso.
Passaram-se dias. Uma noite acordei e Aimée estava diante de mim rindo
às gargalhadas
Arrastou-o até a piscina do Paris. Ficaram lá um tempo e depois,
conversaram sobre O Voador, e concluíram que poderia ser Júlio e
resolveram procurá-lo
Na noite seguinte encontraram-se e começaram a busca.
À medida que avançavam a escuridão parecia aumentar.
Nesse momento uma mulher parou-os e disse que viu o voador, que era
um homem que tinha partido o braço ao cair nas redes de proteção.
Carlos se interessa. A mulher se apresenta, tendo como nome Sibongile.
Ela lhe propõe um acordo: levaria os até O Voador em troca de um dia
Carlos a levar num lugar com sua balsa.
Ele aceitou, e mergulharam na sombra.

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